sexta-feira, dezembro 25, 2015

COLUNA DE CLAUDIO HUMBERTO

ATÉ LÍDER DO GOVERNO TRAI O PLANALTO EM VOTAÇÕES

Nem o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), tem obediência cega à presidente Dilma. É quem mais apoiou projetos de interesse do governo, 99% das vezes, mas deu duas puladas de cerca. O líder do PT, Sibá Machado (AC), foi governista 98% das votações, mas traiu Dilma três vezes. “Na solidão da cabine indevassável” – disse certa vez o velho Tancredo Neves – “dá uma vontade louca de trair...”

EX-BLOCÃO
O líder do maior bloco da Câmara, Jovair Arantes (PTB-GO), à frente de 79 deputados do PP, PTB, PSC, PHS, apoiou Dilma 77% das vezes.

LÁ E CÁ
O governista Rogério Rosso (PSD-DF), líder de 75 no segundo maior bloco (PR, PSD, PROS), votou trinta vezes contra Dilma.

SOLDADO DE DILMA
O líder do bloco PMDB/PEN, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), seguiu o governo 85% das vezes. Mas traiu Dilma em 23 votações.

OLHA A OPOSIÇÃO
É da oposição o líder que mais votou contra o Planalto: Carlos Sampaio (PSDB-SP), 121 vezes. Mas apoiou o Planalto em 27% das votações.

CRIME: DILMA NÃO PAGOU O BNDES DESDE 2010
Um dos mais graves crimes de responsabilidade cometidos por Dilma é a falta de repasses da União ao BNDES, desde 2010, para pagar despesas relativas à subvenção econômica de equalização de taxa de juros no âmbito do Programa de Sustentação do Investimento (PSI). Ou seja, o governo Dilma inventou um programa para financiar empresas amigas e não pagou o banco oficial que realizava os financiamentos.

DINHEIRO DE GRAÇA
O PSI oferece linha de crédito do BNDES para a compra e a exportação de bens de capital e investimentos em pesquisa e inovação.

ASSIM É FÁCIL
Em 2012, quando o saldo devido pela União era de R$ 6,7 bilhões, Dilma editou portaria prorrogando por 24 meses o prazo para pagar.

DÍVIDA BILIONÁRIA
Em junho de 2014, o saldo a pagar com a equalização da taxa de juros montaria a R$ 19,6 bilhões, se não fosse postergado o pagamento.

INIMIGO COMUM
A reunião de Michel Temer com o PMDB do Rio, dias atrás, teve poucos tópicos sobre Dilma Rousseff e muitos sobre Renan Calheiros, o presidente do Senado que é inimigo de todos os presentes.

SEGUNDA CLASSE
Eduardo Cunha não subiu o tom contra a decisão do Supremo Tribunal Federal sobre o impeachment, mas lamentou reservadamente com aliados: “Transformaram a Câmara em um poder de segunda classe”.

DEMOCRACIA DO SIM
Pela regra do STF, dos 513 deputados, prevalecerá a vontade de 9 líderes, que escolhem os nomes da comissão do impeachment. “Só podemos dizer sim”, lamenta Domingos Sávio (PSDB-MG).

RETALIAÇÃO
O governo ameaça não liberar emendas parlamentares, que deveriam ser obrigatórias, de deputados que votaram contra a redução da meta fiscal. Quem passa o recado são os ministros da articulação política.

DESARMONIA ENTRE OS PODERES
Circula na Câmara, entre oposição e até entre aliados, que o Supremo Tribunal Federal estava com raiva de Eduardo Cunha. “Resolveu legislar”, critica um aliado do presidente da Câmara.

BOLO E GUARANÁ
O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) completa neste Natal um mês de xilindró. O líder do governo Dilma no Senado foi preso pela Polícia Federal após tentar melar as investigações da Operação Lava Jato.

TROPA EM AÇÃO
Aliado de Eduardo Cunha, Carlos Marun (PMDB-MS) acusa a tropa de choque de Dilma de atuar para atrasar a votação do processo no Conselho de Ética. “A tropa do governo não respeita o regimento”, diz.

É O MÍNIMO
Derrotado para a liderança tucana na Câmara, o deputado Jutahy Junior (BA) acredita que o partido precisa se unificar no impeachment. “Nossa obrigação é votar, em peso, pelo impeachment”, diz.

PENSANDO BEM...
...apoio político na Esplanada é como uma revoada de pássaros em filmes de terror: se muitos voarem para um só lado, problemas à vista.

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