domingo, julho 19, 2015

COLUNA DE CLAUDIO HUMBERTO

OPERAÇÃO PODE TER SIDO TRATADA NO PORTO

A informação caiu como uma bomba, provocando inquietação entre governistas e oposicionistas no Senado: a decisão do Supremo Tribunal Federal de ordenar busca e apreensão em endereços de três senadores, conhecida por Operação Politeia, teria sido um dos temas da conversa de Dilma com o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, no Porto (Portugal), naquele encontro “secreto” que acabou vazando.

AVISO PRÉVIO

Para o PMDB, a ação policial ordenada pelo STF serviu para mostrar aos presidentes do Senado e da Câmara a que eles estão sujeitos.

TEORIA DA CONSPIRAÇÃO

A cúpula do PMDB esperava uma exibição de força, após o partido assumir uma atitude mais independente em relação ao governo.

À BEIRA DO DOURO

Setores da oposição acham até que a ação policial, com a participação do Ministério da Justiça, foi “acertada” na cidade do Porto.

NADA A VER

Ministros do STF duvidam. Afirmam que Lewandowski não seria capaz de manter conversas não apropriadas com a chefe do Executivo.

TIAGO CEDRAZ TENTOU ATÉ FAZER NOMEAÇÕES NO TCU

Um dos alvos da Operação Politeia, com endereços vasculhados pela PF, o advogado Tiago Cedraz, é conhecido pela ousadia. Augusto Nardes, ex-presidente do TCU, viu isto antes da posse, segundo relato de dois ministros. O vice foi Aroldo Cedraz, pelo critério de antiguidade. Contam que Nardes recebeu Tiago em atenção ao pai, e se espantou com sua tentativa de impor nomeações para cargos-chave.

ELEGÂNCIA DE COLEGAS

Elegantes, ministros dizem “não ter certeza” se, na reunião com Nardes, Tiago falava em nome do pai. Nardes jamais fala sobre o assunto.

O COMEÇO DE TUDO

Agressivo na defesa dos seus interesses, Tiago passou a provocar mais embaraços após seu pai assumir a vice-presidência do TCU.

MESADA PRIVILEGIADA

Datam do período em que Aroldo Cedraz foi vice-presidente do TCU as primeiras referências a Tiago Cedraz em operações da PF.

MINISTRO DA SAUDADE

Sem nenhuma ação concreta de sua autoria, o ministro Henrique Alves (Turismo) parece mais interessado em matar as saudades de ex-colegas do Congresso. Apenas este mês, Alves teve reuniões com 30 deputados e um senador. Mas Dilma continua sem receber o desafeto.

CASA DE FERREIRO

O PP, partido citado como um dos maiores beneficiados pelo esquema de corrupção na Petrobras, anunciou que cobrará esclarecimentos ao deputado Eduardo da Fonte sobre seu envolvimento... na Lava Jato.

ADIÓS, MUCHACHOS

A reunião do Mercosul em Brasília pode ser a despedida de Cristina Kirchner. Seu grupo deve ser derrotado em outubro. A oposição é a favorita na disputa pela prefeitura de Buenos Aires, neste domingo.

QUANTA IRONIA

A Presidência da República publicou edital no valor de R$ 2,1 milhões para contratação de empresa para organizar a estrutura do desfile de 7 de Setembro, além do palanque para Madame e até 300 convidados.

TESOURA AFIADA

Ao contrário do que disse Dilma, o Programa de Aceleração (PAC 2) sofrerá cortes: na rubrica “mobilidade urbana” municípios com menos de 10 mil habitantes recebem até R$ 1 milhão. Cidades com mais de 10 mil pessoas, R$ 1,5 milhão. A tesoura do governo será afiada.

FIM DAS MORDOMIAS

Acostumados com regalias, os servidores da Câmara andam incomodados com o ponto biométrico. Funcionários da presidência da Casa já consideram a aposentadoria para fugir do registro diário.

GARGALHADAS

Em visita às obras das Olimpíadas do Rio de Janeiro, o deputado Ildo Rocha (PMDB-MA) arrancou gargalhadas ao se apresentar como administrador... do grupo do WhatsApp dos deputados peemedebistas.

ENQUANTO ISSO

O aplicativo Uber aproveita a maré de simpatia e continua cadastrando clientes e motoristas interessados no serviço. Até taxistas estão migrando: no Uber não precisam pagar aluguel a donos de licenças.

PENSANDO BEM...

...mesmo com o início do recesso parlamentar, “d.Crise” ainda assombra o Congresso.



PODER SEM PUDOR

SEMPRE ALERTA

Benedito Valadares, que já fora interventor em Minas, recebia a visita do ex-senador Gilberto Marinho e seu colega, Victorino Freire, para tratar de um assunto polêmico. Ou melhor, para ouvir: apenas Valadares falava. Os convidados ouviam compenetrados. De repente, o anfitrião parou de falar.

- O que foi, Benedito? - perguntou Marinho.

- Parou de falar sem mais nem menos. Continue, por favor! - pediu Freire.

Desconfiado, Valadares mudou de assunto:

- Não vou falar mais, não. Vocês estão prestando muita atenção...

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