quarta-feira, agosto 21, 2013

Banksy e os black blocs - MARTHA MEDEIROS

ZERO HORA - 21/08


Por mais justas que sejam as reivindicações por melhoras no país, fica difícil apoiar black blocs, que se manifestam através da violência e da depredação, sem estimular nenhuma ideia original, nenhuma consciência – apenas promovem pânico e prejuízos à cidade.

Para encerrar a série de crônicas inspiradas em Londres, me parece oportuno lembrar de Banksy, grafiteiro inglês que há uns 10 anos preenche muros, paredes, pontes e estações de metrô com grafites ora engraçados, ora chocantes. Agindo de madrugada, disfarçando-se com nariz postiço e óculos escuros, ele faz suas interferências urbanas de uma forma extremamente audaciosa – introduz objetos em monumentos públicos, instala avisos surpreendentes em meio aos lagos dos parques e até já conseguiu colar obras suas nas paredes dos museus mais respeitados da Inglaterra.

Às vezes, leva uma ou duas horas para que descubram e apaguem seus grafites ou retirem das paredes suas marcas de protesto, mas já conseguiu que levasse dias e até meses antes de ter sua arte recolhida. E detalhe: até hoje, ninguém sabe quem ele é.

Se a polícia não gosta nada do moço, a população rendeu-se a esse transgressor misterioso, e o inusitado aconteceu: hoje suas obras valem milhares de libras e estabelecimentos comerciais rezam para ter suas paredes pichadas por Banksy.

Ele defende o grafite como uma arte honesta e popular. Diz que é uma resposta aos milhares de anúncios publicitários estampados em painéis gigantescos por toda a cidade, inclusive nas laterais dos ônibus: por que todos aceitam que a cidade se desfigure com publicidade e não com o grafite artístico? Ele mesmo responde: as pessoas acham que só o que gera lucro tem o direito de existir.

Banksy apronta e faz pensar. Esconde-se porque o grafite ainda é considerado subversivo, e também para denunciar essa sociedade que valoriza mais o artista do que sua arte: hoje estão todos mais interessados em saber que rosto têm, como se vestem, com quem namoram as grandes estrelas, em vez de focarem apenas no trabalho que fazem.

Pois através do mistério, Banksy conseguiu total visibilidade para o que faz e ficou famoso sem aparecer. Há quem diga que ele não existe, que as obras são criações coletivas de um grupo, que o Dalai Lama é seu fã, que ele foi expulso da escola por causa de uma briga em que não teve culpa, por isso sua obsessão por justiça social. Rumores que só reforçam o mito.

Dilapidar patrimônio público e placas de sinalização é crime, bandidagem. Já Banksy não depreda nem picha imundícies: ele tem um propósito e uma estética, por isso se diferencia. Inverte nosso senso de ordem, denuncia hipocrisias e surpreende com seu espírito rebelde e um talento gráfico inquestionável. Diz que gostaria de ter permissão para fazer o que faz, mas, não tendo, vai em frente contando com o perdão da cidade. Tem conseguido. Demonstrou que é possível protestar com inteligência e pacificamente.

O dedo no nariz - MARCELO COELHO

FOLHA DE SP - 21/08

A cultura católica palpita de corpo em toda parte. Os quadros dos santos explodem de chagas


Nas "Confissões de um Poeta", Ledo Ivo relembra um dia de grande chuvarada, na praça da Matriz de não sei que cidade brasileira. Da igreja saía um grupo de seminaristas em excursão.

O aguaceiro veio de repente, e todos correram para se proteger. Todos, menos o superior da diocese. "Corre, corre, dom Fulano!", gritavam os seminaristas. Mas o prelado prosseguia no mesmo passo.

"Bispo não corre", sentenciou dentro da batina ensopada, pisando nas poças com seus sapatos pretos.

Os tempos mudaram, como atesta um vídeo que circulou na internet, com o papa Francisco. Cometi a imprudência de compartilhá-lo no Facebook.

Choveram protestos, até dos leitores mais fiéis. Do que se tratava? A meu ver, nada de mais.

Sentado no banco traseiro de um carro prateado, com câmeras e repórteres querendo entrar pela janela, Francisco fazia uma discreta higiene no nariz.

O polegar, dentro da narina, descreveu uma rápida meia-lua. Algo foi retirado de lá. Depois de uma breve pausa, o papa...

Sim, o papa comeu a melequinha! Compartilhei a notícia sem comentário. Meu objetivo não era tripudiar a imagem do pontífice. O vídeo certamente era invasivo. Mas achei bom, achei normal, gostei, sorri.

Há coisas muito piores a fazer do que ingerir esse tipo de matéria. Fiz isso uma vez, quando criança, e não estava sozinho na ocasião.

Lembro-me bem. Estava na casa de uma tia, muito católica por sinal, e que tinha problemas de surdez. Talvez por isso, ela ficava às vezes ausente da cena, sem prestar atenção em nada. Dizia mesmo que, quando a conversa ficava chata, ela desligava o aparelho.

Sei que ela estava sentada à minha frente, com os seus olhos puros e verdes fixados em mim. Foi como se me hipnotizasse. Pus o dedo no nariz, e naquela única vez, experimentei o gosto --salgado, seco, sem nojo-- do que retirara lá de dentro.

Com uma risada de surpresa, ela saiu de seu transe --e eu também. Como fui capaz da proeza? Eu sabia que não era algo que se faz em público.

Pode ser que eu precisasse certificar-me de que ela estava ali. Pode ser, também, que eu precisasse certificar-me da minha própria existência. Tínhamos sido colhidos, quem sabe, numa espécie de vazio temporal.

Um buraco negro, vá lá, em que a nossa própria existência, e a consciência de estar nela, desapareceram silenciosamente. Não era eu, não era ela; a impropriedade --das mais leves, afinal-- se cometera sem sujeito.

De resto, todo mundo põe o dedo no nariz. Tive o prazer de fazer essa revelação, já adulto, a um menino a quem repreendiam a constância nessa atividade.

Só não sei por que tantas pessoas fazem isso dentro do carro. Basta olhar para os lados quando o sinal está vermelho. Alguns cantam. Outros põem o dedo no nariz. Sabemos (me incluo nessa) que qualquer um pode nos surpreender nessa inocente intimidade.

Estar dentro do carro, mesmo com o vidro aberto, aparentemente nos torna imunes à crítica. O carro é o meu castelo. O teto de lata é, ainda assim, um teto. De lá, posso xingar qualquer pedestre. Por que não o dedo no nariz?

Os jogadores de futebol (mas não os de basquete ou de vôlei) fazem pior em campo; o uso de cotonetes em público, embora não corriqueiro, conhece menor reprovação.

Escarradeiras eram comuns nos tempos de Machado de Assis; até recentemente, a cera do ouvido podia ser retirada com a unha do mindinho, desde que a fizessem crescer, "à catita": esse o termo.

O "processo civilizador", para lembrar o conhecido livro de Norbert Elias, impõe crescentes disciplinas sobre as atividades corporais. Está provavelmente errado quem pensa que a Idade Média era uma época de puritanismo; em Chaucer, Boccaccio ou Dante fala-se mais da "questão do corpo" do que em qualquer catálogo de arte contemporânea.

Mais do que deseja a austeridade protestante, a cultura católica palpita de corpo em toda parte. Os quadros dos santos explodem de chagas e de sangue. Sempre achei estranho, aliás, o guardanapo que o padre usa na missa depois de tomar o vinho. No cristianismo, de resto, Deus se fez de carne, carne que come peixe e pão, carne que atravessaram pregos.

A imprensa cerca o papa. Ele põe o dedo no nariz. Há muita simbologia nisso. Quem quiser que atire a primeira pedra.

Quatro palpites sobre um bate-boca - ROBERTO DAMATTA

O GLOBO - 21/08

O sinal dos tempos no Supremo tem sido o estilo sincero e desabrido — honesto pela raiz — do estruturalismo de Joaquim Barbosa


Quando menino, minha avô Emerentina me solicitou um palpite para o jogo do bicho, uma atividade que ela praticava com a mesma religiosidade com que fazia as suas orações matinais. Pensei num filme de Tarzan e chutei: elefante! O elefante deu na cabeça e dela recebi um dinheiro que virou bombons de chocolate.

São 25 bichos, conforme determinou o cânone do Barão de Drummond, o inventor disso que Gilberto Freyre dizia ser um “brasileirismo”. Algo genuinamente brasileiro, ao lado da feijoada, das almas do outro mundo, do samba, da corrupção oficial, do suposto orgasmo das prostitutas e do “rouba mas faz”. Quanta inocência existe entre nós. É de enternecer.

Palpite 1 (avestruz)

O ministro Joaquim Barbosa tem sido tratado como um Drácula brasileiro por dizer o que pensa e sente. Mas, no Brasil, eis o meu primeiro palpite, somos todos treinados a não dizer o que pensamos. Seja porque seríamos presos por corrupção ou tomados como desmanchadores de prazer; seja porque faz parte de nossa persistente camada aristocrática não confrontar o outro com a tal “franqueza rude” a ser reprimida por sinalizar não o desrespeito, mas um igualitarismo a ser evitado justamente porque nivela e subverte hierarquias.

Somos a sociedade da casa e da rua. Em casa somos reacionários e sinceros; na rua viramos revolucionários e ninjas — a cara encoberta. Somos imperais em casa, quando se trata das nossas filhas, e fervorosos feministas em público, com as “meninas” dos outros. Observo que, quando há hierarquia, não há debate nem discórdias; já o bate-boca é igualitário e nivelador. Por isso ele é execrado entre nós, alérgicos a todas as igualdades. Discutir é igualar, de modo que as reações de Joaquim Barbosa assustam e surpreendem. Afinal, ele é um ministro. Como pode se permitir tamanha sinceridade? O superior não deveria discutir, mas ignorar e suprimir.

Palpite 2 (águia)

Um presidente da instância legal mais importante do país que esconde por educação suas valores seria um poltrão? E isso, leitor, é justamente o que esse Joaquim Barbosa, negro e livre, não é e não quer ou pode ser. Na nossa sociedade, você está fora do eixo (ou da curva) até o eixo entrar nos eixos. Ai você vira celebridade e começa a ser fino como um aristocrata. Na oposição seu senso crítico é gigantesco, mas no dia em que você vira governo surgem as etiquetas reacionárias. Eu queria ir, você diz, mas a minha assessoria impediu. Não ficaria bem...

Afinal ator e papel não podem operar como um conjunto? Ou devem agir se autoenganando para serem permanentemente elogiados como “espertos” ou “malandros”? Esse apanágio do nosso sistema político que glorifica a hipocrisia e condena a opinião pessoal sincera que, em circunstâncias gravíssimas como a que estamos vivendo no momento, exige o confronto e consequentemente a desagradável rispidez da discórdia?

Palpite 3 (burro)

Como ter democracia sem conflito? Se passamos a mão na cabeça dos mais gritantes conflitos de interesse nesta nossa sociedade de vizinhos de bairro e de parentelas adocicadas pelos compadrios, porque temos de nos sentir aporrinhados porque um juiz confrontou de modo direto um colega cujo objetivo óbvio era o de protelar o arremate de um processo que, no meu entender, vai definir o caráter de nossa democracia liberal e representativa?

Palpite 4 (borboleta)

Pergunto ao leitor: existe sinceridade sem emoção? Existe honestidade sem estremecimento? Existe algum regime ético no qual se troca convicção por boas maneiras? Afinal de contas o que seria uma pessoa com “bons modos”? Seria um cagão sem espinha dorsal? Como, pergunto, mudar um país com essa maldita tradição de dizer que somos assim, mas no fundo somos assado sem dissensões? Afinal o que preferimos: o golpe que silenciosamente suprime o bate-boca ou o bate-boca que é a única arma democrática contra o golpe?

Um amigo me diz que o ministro Barbosa estava certo no conteúdo, mas errado na forma; e que o ministro Levandowski estava errado no conteúdo e certo na forma. Mas, palpito eu, como separar forma de conteúdo quando se trata do futuro da democracia ou de um grande amor? Seria possível uma noite de núpcias com um noivo certo no conteúdo, mas sem traduzir esse conteúdo formalmente?

O sinal dos tempos no Supremo tem sido, precisamente, o estilo sincero e desabrido — honesto pela raiz — do estruturalismo de Joaquim Barbosa. Nele, forma e conteúdo estão juntos como estiveram em todos aqueles que tentam ser uma só pessoa na casa e na rua, na intimidade e no púlpito, entre os amigos e os colegas de tribunal.

Para se ter uma democracia é preciso juntar forma e conteúdo. Não se pode condenar a discórdia e o direito à diferença como somente um gesto de má educação ou de egoísmo autoritário. É preciso abrir um lugar para o bate-boca no sistema moral brasileiro caso se queira terminar com a sujeição e a autocondescendência que nos caracteriza como uma sociedade metade aristocrática, metade igualitária. Prova isso o agravante de que, quando essas metades entram em choque, tendemos a ficar do lado aristocrático ou do bom comportamento. Do formal e do legalmente correto, sem nos perguntarmos se o confronto não seria a maior prova de igualdade e de respeito pelo outro.

Será que acertei novamente no elefante, ou deu burro e avestruz?

Por sujar a rua - RUY CASTRO

FOLHA DE SP - 21/08

RIO DE JANEIRO - A Prefeitura do Rio está lançando a Operação Lixo Zero, que vai multar quem emporcalhar a cidade. Em primeira instância, a campanha é educativa. Equipes da Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana) estão percorrendo as ruas para flagrar maus cidadãos jogando coisas onde não devem e alertá-los para o que os espera. Em breve, com guardas municipais, policiais militares e 600 fiscais em ação, as multas começarão a chegar para quem tratar a via pública como a casa da sogra.

Uma guimba jogada ao chão custará R$ 157. Chicletes, latas de refrigerante, garrafas PET, sacos e copos plásticos, idem --por item despejado. Há pessoas que põem na rua ou deixam para trás sofás, pneus, até carros. Um metro cúbico de lixo abandonado custará R$ 375. Acima disso, R$ 3.000. Abordado pela autoridade, o sujismundo terá de informar seu CPF. Se se recusar, será levado ao delega. Num mundo ideal, as pessoas deixarão também de cuspir no chão.

Imagina-se que, quando essa lei começar para valer, os recordistas de multas serão os cerca de 300 jovens golpistas que, nas últimas semanas, se habituaram a tomar as ruas, pichar monumentos, vandalizar prédios públicos, quebrar orelhões, arrancar postes, apedrejar vitrines, depredar bancos, saquear lojas e, por uma estranha compulsão, destruir lixeiras, jogar o lixo no asfalto e armar barricadas de fogo com ele.

É verdade que, no seu "bullying" político, digno do fascismo, eles não estão nem aí para a cidade, que é de todos --e que, por algum motivo, parecem querer levar ao colapso.

Pois, já que a lei não permite prendê-los por vandalismo, saque, for-mação de quadrilha, desacato à autoridade, resistência à prisão e nem mesmo por ataque aos órgãos públicos, talvez seja possível enquadrá-los por sujar a rua. Não prenderam Al Capone por sonegar impostos?

O misterioso Paulo Baier - TOSTÃO

FOLHA DE SP - 21/08

Tite e os jogadores estão obcecados pela ideia de que a melhor maneira de vencer é não sofrer gols


Na coluna anterior, escrevi que a maioria dos times, de todo o mundo, hoje e em todas as épocas, joga com meias ou atacantes pelos lados ou com autênticos pontas, embora muitos deles não tenham características para atuar dessa forma. Os treinadores seguem a moda. Esses "pontas" não devem também ficar estáticos, limitados à lateral do campo, como era no passado.

Neymar sabe que terá de decidir, no momento certo, quando entrar pelo meio, nas jogadas de velocidade e contra-ataque, o que será pouco frequente, já que os times atuam muito atrás contra o Barcelona, ou quando atuar aberto, como um ponta, para receber a bola livre e tentar driblar ou dar um passe decisivo.

Passo para o Brasileirão. As partidas têm sido jogadas com mais qualidade coletiva, com mais troca de passes. Melhores gramados contribuem para isso. Já o de Brasília, feito para a Copa, é uma vergonha, além de outros problemas, apontados por Paulo Autuori e pela imprensa. Mais grave ainda foi a violência em torno do estádio, antes do jogo entre Flamengo e São Paulo.

Foi bom ver Mano Menezes reconhecer a substituição errada que fez, ao escalar, no segundo tempo, dois centroavantes. Há séculos que não escuto isso de um treinador brasileiro. Hoje, no Mineirão, pela Copa do Brasil, Cruzeiro e Flamengo fazem um ótimo jogo. Apesar de alguns jogadores fracos, o Flamengo deve evoluir, pois é um time organizado.

O Corinthians continua com ótimo sistema defensivo, pois todos marcam muito. Já o ataque é de uma enorme pobreza criativa. Tite e os jogadores estão obcecados pela ideia, que já deu certo, de que a melhor maneira de vencer é não sofrer gols e tentar fazer um, mesmo que seja por meio de um pênalti absurdamente marcado a seu favor, como contra o Coritiba.

Segundo informações do PVC, que sabe tudo, Seedorf tem mostrado aos jogadores que eles atuam no Botafogo do presente, de bons jogadores, como Vitinho, Dória, Jefferson e outros, e não no Botafogo do passado, de monstros, como Nilton Santos, Didi, Garrincha, Gerson, Jairzinho. Essa consciência dá mais confiança aos jogadores. Eles não precisam satisfazer o que está no imaginário dos torcedores e da imprensa.

Ex-atletas, que trabalham em outras atividades, principalmente os que foram craques, geralmente não conseguem assumir integralmente e criar uma nova identidade profissional nem se libertar das glórias e dos fantasmas do passado. Continuam enamorados por suas imagens anteriores.

Esqueci em outra coluna de citar Paulo Baier entre os veteranos que brilham no Nacional. Corrijo o erro. Paulo Baier é um mistério. Lembro dele jovem, no Atlético-MG. Era um lateral medíocre. Hoje, é um meia inventivo, com boa técnica, além de ser o maior artilheiro do Brasileirão na era dos pontos corridos.

Todos juntos e misturados - - ZUENIR VENTURA

O GLOBO - 21/08

Ao longo de sua secular história, o Theatro Municipal do Rio de Janeiro não deve ter visto muitas vezes uma mistura de cores, sons e classes sociais como a de segunda-feira passada, quando a Orquestra Sinfônica Brasileira realizou o Concerto Pela Paz, com o duplo objetivo de celebrar os 20 anos do Grupo Cultural AfroReggae e de promover a campanha de um Rio pacificado. O espetáculo, aberto com o Hino Nacional cantado por um coro de 2 mil espectadores regidos pelo maestro Roberto Minczuk, não podia ser mais simbólico. No palco, clássicos de Heitor Villa-Lobos, Jean Sibelius, Stravinsky, Camargo Guarnieri e Lorenzo Fernandez com a participação de músicos e bailarinos do AR. Por duas vezes pelo menos o público se levantou emocionado para aplaudir: quando cinco jovens violinistas integraram a orquestra no número “Andante festivo”, de Sibelius, e quando o grupo de bailarinos acompanhou a “Dança selvagem”, de Guarnieri, e “Batuque”, de Fernandez. Na plateia, uma mescla de intelectuais, artistas, jornalistas e muitos moradores das comunidades em que o AR atua e que pela primeira vez frequentavam aquele templo da cultura erudita, ouvindo sons inéditos de instrumentos desconhecidos como fagote, contrafagote, oboé.

O Concerto fez parte de um movimento que se organizou para criar uma “rede de proteção” a José Junior, coordenador do AfroReggae, que vem sofrendo ameaças de morte de traficantes e se recusa a deixar o país. Chamado ao palco pelo maestro, ele fez questão de dividir a homenagem com o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, que lhe tem garantido escolta dia e noite. A fala dos dois foi uma profissão de fé na pacificação da cidade. Junior, que tinha tudo para duvidar da eficácia das UPPs, aproveitou para reiterar seu apoio a elas, que vivem um momento crítico devido a inaceitáveis desvios como o criminoso desaparecimento do pedreiro Amarildo (além da ação dos traficantes, que levaram a Central Única de Favelas a se retirar do Complexo do Alemão e o próprio AfroReggae a fechar de novo as portas ali). Beltrame é o primeiro a reconhecer que o projeto tem sérios problemas, mas se sabe que a melhor maneira de corrigi-los não é por meio do seu enfraquecimento, e sim de rigorosos aperfeiçoamentos e correções. Não se pode deixar de admitir que, apesar de tudo, a implantação das Unidades de Polícia Pacificadora foi um avanço, uma conquista.

O Concerto, porém, não era o lugar para esse debate, ainda que fundamental. Era uma noite de celebração que poderia receber como título o slogan que Junior usa para afastar preconceitos e discriminação do grupo que criou: “Todos juntos e misturados.”

Paolo e a Revolução - MARCO LUCCHESI

O GLOBO - 21/08

Há pouco menos de um mês, Paolo dall’Oglio foi sequestrado na Síria, por uma versão local da al-Qaeda. Odiado por Assad e amado pelo Papa Francisco, Paolo tem sido um incansável mensageiro da paz. A seu favor, os maiores jornais do Oriente e do Ocidente. A oposição síria, o mundo árabe e os democratas de Israel reconhecem nele uma das figuras fundamentais para o futuro do país abandonado ao mais cruel dos genocídios.

A escala da guerra na Síria ultrapassou os números da Bósnia. E, se Assad não for detido, chegaremos a um número terrificante, pouco abaixo do Holocausto, em torno de cinco milhões de vítimas!

Expulso da Síria, Paolo voltou de forma clandestina, porque não se sentia capaz de passar ao largo daquele mar de ódio e sangue, a salvo e do lado de fora. Mobilizou a comunidade internacional. Ajudou a desfazer sequestros, protagonizou um sem-número de façanhas arriscadas. A última delas foi a decisão de procurar al-Baghdadi, da al-Qaeda, no norte da Síria, para tratar do resgate de dois líderes religiosos da Igreja Ortodoxa. Disse aos amigos que, se em três dias não fizesse contanto, devia-se entender que estava sequestrado.

Paolo é um dos amigos a quem mais estimo e admiro. Vivo dias de angústia e trepidação. Redigi com Faustino Teixeira uma carta aberta, em árabe e português, clamando pela sua liberdade.

Transcrevo um dos últimos e-mails que recebi de Paolo, antes de ele voltar a Babel, ao epicentro de um ódio feroz e de um cenário dramático. Fui dos muitos que lhe pediram que não fosse de encontro ao monstro. Um pedido que Paolo não poderia jamais aceitar, diante de um desastre impiedoso. Segue a carta. “Gostaria de ir ao Brasil, mas estou ocupado com a revolução. Espero que a vitória não demore, apesar de que, com esta imensa tragédia, todos perdemos! E, depois de tantas vítimas, não dá para se dizer ‘paciência, vamos voltar atrás, vamos viver mais quarenta anos de ditadura, porque a liberdade e a escravidão são a mesma coisa, vamos buscar refúgio na vida espiritual, criar elites estéticas e sufis’.”

E continua, pouco depois: “Eu estou com os jovens loucos que querem tudo e já! Obviamente não fecho os olhos às contradições, aos limites e aos crimes. Mas vejo que clamar por liberdade é um dever sagrado, a que se deve aspirar, uma vez na vida, e agir para mudar o mundo. Não fomos nós que decidimos o momento. Os fatos se impuseram. O tempo oportuno é este e trata-se de um tempo trágico! Tentarei entrar na Síria para fazer alguma coisa pela reconciliação na fase da queda do regime. Agora me tornei ligeiramente curdo, tenho uma residência anual no Iraque. Vejo aqui os líderes, velhos combatentes. Tentaremos trabalhar em conjunto para construir uma compreensão mais ampla e melhor entre árabes e curdos na Síria.”

A volta de Paolo representaria um avanço na construção futura da paz.

Ueba! Sheik dá um selaço! - JOSÉ SIMÃO

FOLHA DE SP - 21/08

O Corinthians devia deixar de ser besta e lançar o Selinho do Sheik, selinho comemorativo! Torcida Pavões da Fiel!


Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Direto do País da Piada Pronta: "Brasileiro aperta botão errado". Pronto, acabou a piada. Rarará!

"Brasileiro aperta botão errado e aciona alarme de emergência na embaixada dos Estados Unidos." Justo onde! Já imaginou se fosse uma ogiva nuclear? Já imaginou se fosse o botão: invadam Brasília!

E será que ele teve o visto negado? Brasileiro aperta o botão errado e tem o visto negado.

E uma mais radical: ele devia ter apertado o botão de explodir o Planalto! Rarará!

E atenção! Manchete do "Meia Hora": "Sheik beija homem na boca e é chamado de odalisca". "Congresso gasta R$ 3 milhões em selos." E ninguém fala nada.

Aí vem o Sheik, posta foto dando selinho num amigo. E causa uma hecatombe! Torcida revoltada! O Sheik devia dar um selinho coletivo na torcida. Um SELAÇO!

Homofobia, não! Esculhambação sim! Esculhambação número 1: A Fiel vira Fielix! Torcida Gaviões da Fiel vira Gaviões da Fielix! "Adorei meus doces."

E o tuiteiro Alex Zecchin: "Corinthians manda o Tite embora e contrata o pai do Félix". Rarará!

Esculhambação número 2: Sheik vai pro Barcelona e vira Shaikira! Rarará!

Esculhambação número 3: eu, como são-paulino, tô revoltado. Roubaram até o nosso título de Bambi. Que fase! Isso deu em todos os sites esportivos de humor: "A fase do São Paulo tá tão ruim que estão perdendo até o título de Bambi pro Corinthians". Que fase!

E o tuiteiro Oberdan Lima: "Agora sabemos por que o Pato faz aquela máscara no rosto. É pra não ganhar selinho do Sheik". Rarará!

E o Humoresportivo postou a foto de um torcedor do Fluminense com a máscara do Anonymous: "Volta, Sheik". Ele saiu do Flu, mas o Flu não saiu dele! Rarará!

É mole? É mole, mas sobe!

E o Corinthians devia deixar de ser besta e lançar o Selinho do Sheik, selinho comemorativo! Torcida Pavões da Fiel!

E quem inventou o selinho foi a Hebe Camargo! A Hebe voltou corintiana. Rarará!

E avisa pros manos que selinho é a coisa menos sexy que existe!

Nóis sofre, mas nóis goza!

Hoje, só amanhã!

Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

O choro de Dilminha - ANCELMO GOIS

O GLOBO - 21/08

Dilma Rousseff ganhará um capítulo no livro “O outro lado do sonho”, que o compositor Márcio Borges, 67 anos, um dos fundadores do famoso Clube da Esquina, movimento musical mineiro nos anos 1970, está escrevendo.

É que “Dilminha”, como era chamada na época, foi sua colega em colégio estadual de Belo Horizonte, quando os dois participavam do movimento estudantil.

Segue...
Márcio conta no livro que Dilma escutou em primeira mão a canção “Vera Cruz” (“hoje foi que a perdi, mas onde já nem sei”), parceria dele com Milton Nascimento, em 1966:

— Ela chorou ao ouvi-la.

Paz no Rio
O movimento “A pacificação é nossa, o AfroReggae é nosso, deixem o Rio em paz”, criado pela sociedade civil em defesa das UPPs e do AfroReggae, faz o maior sucesso na rede.

De 10 a 16 de agosto, as publicações no Twitter alcançaram 82,5 milhões de internautas.

Presos em Ibiza
A Interpol do Rio, numa parceria com a Espanha, prendeu dois grandes traficantes de drogas, brasileiros, procurados por toda a Europa, por comercialização de cocaína e Ecstasy.

O casal Roberta Campos e Sérgio Xavier, com mandado de prisão da 3ª Vara Criminal do Rio, estava em Ibiza.

Quanto vale o show?
Sai ano, entra ano, e os artistas sertanejos continuam por cima da carne-seca.

A Som Livre teria oferecido, sem sucesso, R$ 4 milhões adiantados para tirar a dupla Victor e Leo da Sony Music. ‘Tower of terror’

Não só o Galeão está sujeito a elevadores que enguiçam. Outro dia, no Aeroporto de Heathrow, em Londres, três passageiros brasileiros ficaram presos dentro de um elevador.

Foram eles: os escritores Ana Maria Machado e Edney Silvestre e o técnico Carlos Alberto Parreira. Por pouco não perderam o voo de volta ao Rio.

Aliás...
Por falar em Heathrow, ontem à noite o voo da TAM com destino ao Rio atrasou para que a polícia retirasse um jovem casal que estava a bordo.

A mesma polícia, como se sabe, deteve no aeroporto domingo o brasileiro David Miranda, companheiro do jornalista americano que revelou o sistema de espionagem eletrônica do governo americano.

Boletim médico
O escultor Frans Krajcberg, de 92 anos, pegou uma pneumonia quando se recuperava de um infarto no Hospital Espanhol, em Salvador.

Felizmente passa bem o grande artista plástico, que é polonês naturalizado brasileiro.

Zona Franca
A Rádio Globo lidera, com 1,6 milhão de visitantes únicos, o ranking das rádios mais acessadas pela internet.

O Exército criou um blog para a campanha “Soldado brasileiro em ação—salto para o futuro” (eblog.exercito.gov.br).

Vanessa Robert lança a coleção Energia das Pedras, amanhã, na Ipanema Secreta. Luisa Catoira dá curso Fonoaudiologia Estética no dia 31, na Clínica de Copacabana. O desembargador Marcus Quaresma foi eleito para o Órgão Especial do TJ.

POP está com inscrições abertas para o curso “O mercado de arte”, que será em setembro. Francesca Romana Diana lança hoje “Tudo joia, dicas preciosas”, na Travessa Ipanema. Wõllner faz hoje flashmob na Facha.

O Crystal Ipanema recebeu produtos da Essie. Roberto Wilson Renau lt Pinto passa a integrar o escritório Renault Advogados.

Romance urbano
O compositor Hyldon (“Na rua, na chuva, na fazenda, ou numa casinha de sapê...”) passou mal após jogar, sexta passada, no time do Politheama, do cartola Chico Buarque.

Foi hospitalizado por três dias com crise renal e teve que interromper as gravações do CD “Romance urbano”.

Domínio do tráfico
Subiu para R$ 7 mil o valor que a Oi terá de pagar a uma moradora de Ramos, Zona Norte da cidade.

É que a empresa alegou não poder consertar o telefone dela porque a área é dominada pelo tráfico. A decisão é da 14ª Câmara Cível do Rio.

Crise na Mocidade
O delegado Luiz Lima Ramos Filho, da 4ª DP, indiciou o presidente da Mocidade Independente, Paulo Vianna, e mais três pessoas.

Eles são acusados de falsificar assinaturas para validar uma assembleia que aprovou a doação da quadra da escola para a prefeitura. Em troca, a prefeitura doou uma nova quadra para a Mocidade, na Av. Brasil, lembra?

Surpresa!
A 6ª Câmara Cível do Rio condenou o município de Cabo Frio a pagar uma indenização de R$ 20 mil a uma mulher que se submeteu a cirurgia de laqueadura em um programa municipal de planejamento familiar.

Mas um ano depois... engravidou do quarto filho.

Carro verde
O Batalhão de Turismo do Rio recebe hoje duas unidades do Leaf, o carro elétrico da Nissan. A doação do modelo verde é para estimular o uso destes veículos no Brasil.

Ataque aos ninhos - LUIZ CARLOS AZEDO

CORREIO BRAZILIENSE - 21/08

Depois da investida de segunda-feira em São Paulo, onde anunciou investimentos na região do ABC, a presidente Dilma Rousseff atacou ontem outro ninho tucano. Desta vez foi em Minas Gerais, na cidade histórica de São João Del Rei, berço do ex-presidente Tancredo Neves, para anunciar a liberação de R$ 1,6 bilhão do programa Cidades Históricas.

Como aconteceu com o governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB), o governador mineiro, Antônio Anastasia, também foi atropelado pela ação do Palácio do Planalto e não foi ao evento. A ofensiva da presidente Dilma Rousseff faz parte da estratégia no sentido de alavancar, com ações de governo, as pré-candidaturas dos ministros da Saúde, Alexandre Padilha, e do Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, aos governos de São Paulo e Minas, respectivamente.

Presidente do PDSB, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) estrilou. Disse que a Presidente da República Dilma Rousseff viajou a Minas Gerais “para anunciar pela quinta vez os mesmos investimentos”. O tucano lembrou que, no primeiro anúncio, em 2009, ele era governador de Minas e acompanhou o anúncio feito então pelo presidente Lula. “É absolutamente surpreendente (…) Por quatro vezes, em quatro momentos distintos, ela esteve, desde o início do seu mandato em Minas para anunciar as mesmas propostas”.

Cidades
Criado para desenvolver e proteger o patrimônio, o PAC Cidades Históricas abarca 44 cidades de 20 estados. Os recursos destinam-se à recuperação e revitalização das cidades, à restauração de monumentos e ao desenvolvimento econômico e social, bem como ao suporte às cadeias produtivas locais. Ao todo, foram identificados, em parceria com os municípios beneficiados, 425 imóveis e espaços públicos .

Sampa
Na sexta-feira, Dilma voltará a São Paulo pela quinta vez, em menos de um mês. Ao lado do prefeito Fernando Haddad (foto), pretende comemorar a marca de 1 milhão de matrículas no ensino superior por meio do Programa de Financiamento Estudantil (Fies). A Presidente da República acredita que pode ajudar o prefeito a recuperar a sua popularidade — desgastada após os movimentos de protestos contra os aumentos das passagens de ônibus.

Padrão Fifa// Se depender dos senadores da Comissão de Educação, Cultura e Esporte, a FIFA não terá isenção do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) nos produtos relacionados à Copa do Mundo de 2014. A CE aprovou relatório do senador Alvaro Dias (PSDB-PR) contrário ao PLC 107/12, que propõe isenção do ISS.

Mensalão
O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma hoje o julgamento da Ação Penal 470, que examina os embargos declaratórios dos reús. O advogado José Luis Oliveira apresentou ontem o pedido de redução de pena do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (foto), condenado por corrupção ativa (sete anos e 11 meses) e formação de quadrilha (dois anos e 11 meses). O presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, e o ministro Ricardo Lewandowski divergem sobre a aplicação das penas.

A lei
A última sessão de julgamentos dos recursos dos 25 condenados na Ação Pernal 470 foi suspensa após um bate-boca entre eles. Os ministros discutiam a aplicação da Lei 10.763 no recurso apresentado pelo ex-deputado federal Bispo Rodrigues. A lei entrou em vigor em 12 de novembro de 2003, e aumentou a pena para o crime de corrupção de um a oito anos para até 12 anos de prisão.

Empresários/ O governador Eduardo Campos (PSB) almoçará amanhã com empresários paulistas do mercado imobiliário. Fará uma palestra sobre a conjuntura nacional.

Duro na queda/ O deputado José Genoino (PT-SP) deixou ontem o Hospital Sírio-Libanês, onde estava internado desde o último dia 24, quando foi submetido a uma cirurgia para correção de dissecção da aorta. No último dia 5, Genoino sofreu uma isquemia cerebral leve, que foi revertida e não deixou sequelas.

Reforma/ A Câmara realiza hoje um seminário internacional para discutir o sistema eleitoral brasileiro em relação ao de outros países. O encontro será no Plenário 8, às 14h. Estarão presentes a cientista política Silvana Krausser, da Alemanha; o embaixador do Chile, Fernando Schmidt; e o primeiro-secretário da Embaixada de Portugal e cientista político Gonçalo Motta.

Verdade
O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), deu posse à Comissão Estadual da Verdade. Além de documentos sobre os assassinatos de Carlos Marighella e Carlos Lamarca, os sete membros da Comissão vão trabalhar investigando, em território baiano, episódios de violência sexual, terrorismo de Estado, tortura e violação de direitos humanos. O próprio governador foi militante e perseguido político.

Rio: o desembarque do PSB - ILIMAR FRANCO

O GLOBO - 21/08

O primeiro foi o PT. Agora é o PSB. O apoio à candidatura de Luiz Fernando Pezão (PMDB) subiu no telhado. Os socialistas definiram, em Recife, a construção de caminho próprio. Esta é a posição do seu presidente, Roberto Amaral. As conversas com o candidato do PDT, Miro Teixeira, avançam. Para compor a chapa, o PSB está apresentando o nome do ex-ministro José Gomes Temporão.

De pai para filho
O PMDB reclamou ontem da falta de empenho do PT para que as alianças avancem nos Estados. Os peemedebistas consideram que os petistas, pelo fato de estarem no governo federal, deviam fazer mais para unir sua base nas disputas regionais. As queixas foram abertas pelo senador Jader Barbalho. Ele quer toda a base governista, e não apenas o PT, apoiando a candidatura do filho, Helder Barbalho, ao governo do Pará. O presidente do Senado, Renan Calheiros, também protestou. O PT está disposto a apoiá-lo para o governo de Alagoas. Mas Renan quer que o PT garanta o apoio a qualquer nome que o PMDB apresentar, inclusive o do deputado Renan Filho.

"O PMDB já vai apoiar o PT para ocupar o melhor lugar do mundo: o Palácio do Planalto. Essa é a moeda de troca" 

Eduardo Cunha Líder do PMDB na Câmara (RJ), sobre as divergências com o PT nas eleições estaduais

Armadilha aliada
O PT insiste na candidatura do senador Renan Calheiros (PMDB) ao governo de Alagoas. Seu objetivo é reabrir a disputa pelo comando do Senado em 2015. Se Renan ficar no cargo, a preferência será por sua reeleição, permitida na nova Legislatura.

Nova tentativa
Relator da Comissão de Reforma Política da Câmara, Alfredo Sirkis (PV-RJ) vai reapresentar amanhã a proposta do sistema misto. Metade das vagas do Rio, por exemplo, seria preenchida pelo sistema proporcional. Os demais seriam eleitos em distritos. O Rio teria seis distritos. Cinco deles elegeriam quatro deputados, e um, três.

Zona Franca eleitoral
O ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, na segunda-feira, em Manaus, garantiu que, ainda este ano, o Congresso vai aprovar, e a presidente Dilma, sancionar, projeto que prorroga a Zona Franca por mais 50 anos a partir de 2023.

Paranoia e pânico nas ruas
A Assembleia Legislativa e a Câmara Municipal do Rio disseram "não" à Comissão do novo Código da Mineração da Câmara dos Deputados. Chico Alencar (PSOL) e Hugo Leal (PSC) buscavam local para reunir entidades do Rio a fim de debater o tema. As duas "Casas do povo" alegaram que não poderiam abrir suas portas e correr o risco de a plateia não sair mais. O debate será na Firjan.

Com ou sem azeitona
O deputado Lucio Vieira Lima diz que o PMDB apoia a reeleição do prefeito de Salvador, ACM Neto. E prevê: "O PT vai querer comer a empada dele". O PMDB quer ACM Neto apoiando seu candidato ao governo: Geddel Vieira Lima.

Traduzindo o recado
Sobre a cobrança da presidente Dilma para que seus ministros entreguem obras e promessas aos eleitores, um deles, espirituoso, resumiu: "Ela nos disse para irmos para a rua, pois do contrário será ela quem nos colocará na rua."

Aliados do prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), dizem que ele leu pesquisa sobre sua saída do cargo para concorrer ao governo.

Valorizando o passe - VERA MAGALHÃES - PAINEL

FOLHA DE SP - 21/08

Peemedebistas apresentaram ao presidente do PT, Rui Falcão, anteontem, no Palácio do Jaburu, um mapa comparando a votação em cada unidade da federação na vitória de Dilma Rousseff sobre José Serra por 12 milhões de votos em 2010. Pelos cálculos do partido de Michel Temer, a petista não contará agora com a mesma folga em Estados como Minas Gerais, Bahia, Ceará e Pernambuco. "Fizemos o cálculo para mostrar que a coisa não será tão fácil assim'', relata um presente.

Obstáculo 1 A maior diferença de Dilma para Serra foi na Bahia, onde a petista teve 2,8 milhões de votos a mais. O argumento do PMDB: Geddel Vieira Lima, rompido com o PT, vai levar o partido a apoiar outro candidato.

Obstáculo 2 Minas e Pernambuco devem dar boas votações a Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), respectivamente, caso sejam candidatos. E no Ceará há outro peemedebista insatisfeito, o senador Eunício Oliveira.

No bule Eduardo Campos (PSB) grava na próxima terça-feira participação no quadro "Dois dedos de prosa", do Programa do Ratinho, do SBT, cuja audiência se concentra nas classes C e D. Este ano, já passaram por lá Aécio Neves e Marina Silva (Rede).

No cofre O governador de Pernambuco receberá hoje para uma conversa sobre conjuntura, no Recife, André Esteves, CEO do BTG Pactual, juntamente com a diretoria do banco de investimentos.

Timing Diante do mal-estar manifestado por aliados de José Serra, o almoço dos deputados estaduais do PSDB de São Paulo com Aécio foi adiado para o dia 29. O partido decidiu ainda estender o convite do encontro aos representantes paulistas da direção nacional da sigla.

Pendência A Procuradoria-Geral Eleitoral concluiu que o Solidariedade, partido que Paulinho da Força tenta criar, não cumpriu a exigência mínima de assinaturas em Rondônia e precisará pedir nova certidão de apoio antes de ter seu registro nacional.

Coincidência Paulinho nega que esteja por trás da nova legenda, mas cinco advogados que representam o Solidariedade já atuaram a favor da Força Sindical.

Chicana 1 Mesmo com pedido de Luís Roberto Barrroso na semana passada, Joaquim Barbosa não liberou para a defesa a pauta de análise dos agravos do mensalão. Advogados se queixavam ontem de ter de pedir informações à assessoria do tribunal.

Chicana 2 "É uma falta de urbanidade e respeito. Vindo dele, nada mais me surpreende", diz Luiz Fernando Pacheco, que defende o deputado José Genoino.

Vaquinha A mulher de Natan Donadon (PMDB-RO), deputado preso após determinação do STF, tem pedido ajuda financeira a parlamentares para custear as despesas de advogado do marido.

Batata... Integrantes do governo discutem relatório aprovado em comissão do Senado que determina a universalização do atendimento a estudantes com deficiência na rede regular de ensino.

... quente Gleisi Hoffmann esteve com José Pimentel (PT-CE), relator do projeto, e reafirmou compromisso de Dilma em manter decreto que diz que a oferta de educação especial se dará "preferencialmente" na rede regular. Já o Ministério da Educação acredita que o atendimento deve ser integrado.

Onde pega A medida retiraria de entidades como a Apae a possibilidade de oferecer atendimento especial substitutivo à educação na rede regular, além de reduzir o repasse de recursos a essas entidades. As Apaes defendem a redação do texto com a palavra "preferencialmente".

Visita à Folha Paulo Bernardo, ministro das Comunicações, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava com Alessandra Cardoso, chefe de gabinete.

com ANDRÉIA SADI e BRUNO BOGHOSSIAN

tiroteio
"A desvalorização do real indica que, em três meses, a inépcia da política econômica do governo empobreceu os brasileiros em 20%."
DO EX-DEPUTADO LUIZ PAULO VELLOZO LUCAS (PSDB-ES), sobre a alta do dólar e seus possíveis efeitos sobre o poder de compra da população do país.

contraponto


Toque outra vez, Zé
"José Eduardo Cardozo (Justiça) jantava no fim de semana com correligionários em uma tradicional cantina paulistana. Na saída, seu grupo foi abordado por um rapaz na mesa ao lado, que, avistando um piano no restaurante, disse para um amigo do ministro:

--Já que ele carrega o piano em Brasília, sugira que ele toque para acalmar a presidente.

Os frequentadores da cantina caíram na gargalhada e o ministro tocou duas breves canções.


Sabatina Paulista - SONIA RACY

O ESTADÃO - 21/08

Bullying político no mais elevado grau. Foi com esta frase que Eduardo Paes resumiu o que Sérgio Cabral sofre hoje vivendo no Rio. “Não aconteceu nada para que esta reviravolta se desse. Trata-se de movimento político”, atesta o prefeito carioca, que passou por São Paulo para fazer palestra, ontem, para sócios do Lide, a pedido de João Doria. Apesar das intrigas, jura que sua relação com Cabral continua a mesma de antes das manifestações e ataques ao governador do Rio.

Ao ser indagado se veio buscar novos investimentos para sua cidade, Paes não vacila. “Acabou a fase de cariocas versus paulistas. Hoje, São Paulo é um ativo do Rio e o Rio, um ativo de São Paulo. São cidades complementares”, ponderou à coluna, pouco antes do jantar, segunda-feira, oferecido por Doria, com a participação de cerca de 60 empresários.

Relação com Fernando Haddad? Imitando sotaque paulista, com perfeição, Paes elogiou o prefeito, com quem disse se dar muito bem. “Tenho o maior respeito pelo ele”.

Há diferença entre as manifestações no Rio e em São Paulo? “A luta política no Rio está em uma fase muita mais brava que aqui em São Paulo. Vocês têm PT contra PSDB. No Rio, há três personagens que jogam pesado: Garotinho, parte do PT e o PSOL.”

As manifestações vão desaparecer? “No Brasil, chegou-se a um ponto em que não vão parar. A sociedade e os grupos estão mais mobilizados. O que acho ruim é esse radicalismo. As manifestações, que levaram multidões para as ruas, tinham agendas completamente diferentes do que está sendo colocado. Eram agendas de classe média olhando, em resumo, para a questão da ética na política.”

O que mudou? “A sociedade começou a perceber, agora, que tem coisa muito ideológica nesses movimentos radicais. Tem professores universitários, tem gente com estratégia, tem uma luta contra o capitalismo. Antes, eles eram minoria. Agora, são protagonistas. Aliás, não sei de você reparou: eles só quebram símbolos do capitalismo.”

Daqui para o final do ano, as coisas vão se acalmar? “A tendência é essa. Houve uma certa confusão da imprensa e de parte da sociedade, achando que esses movimentos de agora eram uma continuidade. Hoje já se percebe que não. Vai ficar mais claro que existe uma pauta política, de mudanças no Brasil, que não é a pauta da maioria. Entretanto, não seremos mais o mesmo País. Os protestos vão continuar acontecendo, mas não neste grau de agressividade.”

O Rio está pronto para a Copa do Mundo? “Estamos nos organizando. Vou repetir o que venho dizendo. O Brasil perdeu a oportunidade da Copa do Mundo. E não há mais como recuperar o tempo perdido. Lamentável.”

Em termos de segurança, o Rio está melhor do que São Paulo? “Temos um desafio muito maior que SP. Mas a política das UPPs é uma conquista da sociedade. Comparo ao Plano Real, à Lei de Responsabilidade Fiscal. Não é só uma agenda do governo Cabral e, sim, uma agenda da cidade.”

O que as UPPS vão fazer sem a ajuda financeira do Eike Batista? “Nunca foi relevante a ajuda do Eike. Era bom ter o setor privado colaborando em políticas públicas, mas não é essencial…”

Pressão Pra Sair?
Roberto Freire teria informado Geraldo Alckmin, no fim de semana, que Serra aceitou entrar no PPS.

Indagado sobre o assunto, o deputado afirma: “Não posso ter dito isso ao governador, porque ainda não tenho essa confirmação”. O que disse a Alckmin? Segundo Freire, que, “se Serra realmente for para o PPS, o fato não atrapalhará a aliança do partido com o PSDB para 2014”.

Tête-à-tête
Luiz Trabuco saiu da reunião de ontem à tarde com Guido Mantega acreditando que o governo “tem todas as condições e instrumentos para lidar com as questões de momento, que são passageiras”.

Algum destaque? “Senti que a equipe econômica e o Banco Central têm harmonia com o governo em um fundamento básico: o câmbio é flutuante e assim será.”

Ou seja, segundo Trabuco, não é preciso inventar nada, e o mercado sabe disso.

Tête-à-tête 2
O presidente do Bradesco, por sua vez, levou notícias positivas ao ministro. “Estamos recebendo inúmeras consultas de interessados nos projetos de concessão de infraestrutura.”

Tricolor on fire
Principal voz de oposição a Juvenal Juvêncio dentro do São Paulo, Marco Aurélio Cunha abriu mão, ontem, da cabeça de chapa na disputa pela presidência do clube. Preferiu apoiar Kalil Rocha Abdalla– que entregou sua carta de renúncia ao cargo de diretor jurídico.

Cunha será o vice-presidente de futebol na chapa.

Quem avisa…
Jérôme Valcke conversou, ontem, com Aldo Rebelo. Quis saber, a título de curiosidade, o que vai fazer o Brasil com os estádios pós-Copa do Mundo. E lembrou ao ministro do Esporte o caso do Green Point, estádio da Cidade do Cabo: sua manutenção custa R$ 10 milhões por ano.

…amigo é
Ano passado, o governo sul-africano aventou até a possibilidade de demolir a arena – e erguer um condomínio de casas populares no local.

Santo de casa
Até Michael Moore entrou no caso da detenção deDavid Miranda, namorado de Glenn Greenwald (jornalista que publicou informações vazadas pelo ex-agente Edward Snowden), em aeroporto de Londres. Fez paralelo com casos semelhantes de jornalistas detidos na China e no Irã.

MEIO DE CAMPO - MÔNICA BERGAMO

FOLHA DE SP - 21/08

A presidente Dilma Rousseff deve receber a seleção brasileira no dia 2 de setembro, em Brasília, onde os jogadores estarão concentrados para o amistoso contra a Austrália. Antes, ela pode ter um encontro com o presidente da CBF, José Maria Marin, e com as duas dezenas de presidentes de clubes da primeira divisão.

BOLSA
A ideia é abrir discussão com os cartolas sobre o projeto, já apelidado de "Proforte", de autoria do deputado federal Vicente Cândido (PT-SP). Ele prevê que as agremiações esportivas paguem as dívidas de impostos que têm com o governo dando bolsas para a formação de novos atletas.

COLCHÃO
A proposta enfrenta resistência da Receita Federal. O próprio ex-presidente Lula entrou no circuito para fazer o projeto andar. Caso aprovado, ele seria apresentado como um "legado social" da Copa de 2014 ao país.

COLCHÃO 2
Tanto Lula quanto dirigentes do PT estão preocupados com a possibilidade de a economia patinar em 2014 e de o Brasil perder o Mundial, dando combustível às já previsíveis manifestações durante o evento. Dilma Rousseff estará em plena campanha pela reeleição.

INGRESSO
Dilma assistiu no fim de semana ao filme "Hannah Arendt", enviado ao Palácio da Alvorada por Nilson Rodrigues, dono do CineCultura, de Brasília.

CALÇA JUSTA
Adriane Galisteu deve assinar na próxima semana contrato com a Fox para um "talk show" no canal pago. O formato será nos moldes do programa argentino "¿Qué Piensan los Hombres?" (o que pensam os homens?, em tradução livre).

SAIA JUSTA
E Alexandre Corrêa, marido e empresário da apresentadora Ana Hickmann, fez pedido público de desculpas a Adriane Galisteu pelo modo como reagiu à declaração dela de que sua mulher seria uma pessoa melhor se tivesse um filho. "Eu me arrependo de ter rebatido as colocações dela", disse ele à "Contigo!", hoje nas bancas. "Por mais que tenha saído em defesa da minha mulher, a colocação envergonhou a Ana."

NAS ONZE
Marília Gabriela volta aos palcos, após quatro anos, com a adaptação de uma peça da Broadway que venceu neste ano o Tony Award, prêmio mais importante do teatro americano. A apresentadora, atriz e cantora começa as leituras da versão de "Vanya and Sonia and Masha and Spike" no mês que vem, sob a direção de Jorge Takla. "É um texto que eu conheci e adorei. É com essa peça que quero voltar", diz ela. Com estreia prevista para 2014, o espetáculo é inspirado na obra do russo Anton Tchékhov (1860-1904).

BRAZUCA
Alice Braga arrumou tempo para aulas de surfe no corre-corre da estreia de "Elysium", em Los Angeles. Uma das estrelas do longa de ficção científica, ao lado de Jodie Foster, Matt Damon e Wagner Moura, a brasileira se prepara para rodar um filme na Austrália. Sua rotina foi registrada por Marina Person para o "Metrópolis", da TV Cultura. O programa vai ao ar no domingo.

SENHOR CONSTITUINTE
O vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) faz palestra hoje no IDP (Instituto Brasiliense de Direito Público), que tem entre seus donos o ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Vai falar sobre os 25 anos da Constituição, como parte dos trabalhos do grupo de pesquisa Reconstrução Histórica da Constituinte. Fernando Henrique Cardoso, Nelson Jobim e José Serra também já deram depoimentos sobre o período.

VALOR MÁXIMO
Luiz Nascimento, da Camargo Corrêa, o ministro Guido Mantega, da Fazenda, os empresários Fabio Ermírio de Moraes, Claudio Ermírio de Moraes e José Roberto Ermírio de Moraes, da Votorantim Participações, Raul Calfat, diretor-presidente da Votorantim, Marcelo Castelli, presidente da Fibria, e Fábio Hering, da Hering, foram ao Valor 1000, promovido anteontem pelo jornal "Valor Econômico". O evento, no hotel Hyatt, premiou as empresas que mais se destacaram em 2012.

PAES PARA TODOS
André Esteves, do banco BTG Pactual, Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco, Flávio Rocha, da Riachuelo, e Otávio Marques de Azevedo, presidente do Grupo Andrade Gutierrez, estavam entre os convidados do jantar que o empresário João Doria Jr. ofereceu anteontem ao prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, em sua casa, no Jardim Europa, em São Paulo. A mulher do anfitrião, Bia Doria, deu uma escultura de presente ao homenageado.

CURTO-CIRCUITO
A SP-Arte/Foto 2013 será aberta hoje, com coquetel no shopping JK Iguatemi, a partir das 15h.

Margareth Menezes apresenta o show "Para Gil & Caetano", hoje, às 19h30, no teatro Gazeta. Livre.

A nova edição da revista "MSG" será lançada hoje, na Livraria da Vila da alameda Lorena, às 19h.

O grupo Izaías e Seus Chorões toca hoje, às 20h, na Sala do Conservatório da Praça das Artes. 10 anos.

A Casa Hope faz chá beneficente hoje, às 15h, na Estação SP, em Pinheiros.

FLÁVIA OLIVEIRA - NEGÓCIOS & CIA

O GLOBO - 21/08

HACKERS A SERVIÇO DA PREFEITURA
Casa Civil organiza competição para desenvolver aplicativos para o Serviço 1746

A Prefeitura do Rio vai experimentar o poder (construtivo) dos hackers para desenvolver softwares e aplicativos de interesse da cidade. Nos dias 31 de agosto e 1º de setembro, vai reunir um punhado deles para uma maratona de 48 horas em busca de soluções para as quatro maiores queixas do Serviço 1746: iluminação pública, reparo de buracos, poda de árvores e estacionamento irregular. Dez grupos já se inscreveram. Uma banca vai eleger os melhores projetos. A inspiração, diz o secretário Pedro Paulo, da Casa Civil, veio de Nova York e Chicago. Na Big Apple, o grupo de hackers criou o site do 311, gêmeo do 1746 carioca. Se der certo, o segundo desafio já tem pauta: Jogos 2016. A ideia é desenvolver ferramentas para acompanhar o andamento das obras e eleger prioridades.

R$10 MIL
É o prêmio para o projeto que ficar em primeiro lugar. Segundo e terceiro ganharão R$ 5 mil. Representantes de Apple, IBM, Cisco e Microsoft participam da competição, a convite da Prefeitura do Rio.

Ronda
Guido Mantega se reuniu com Luiz Carlos Trabuco, número um do Bradesco, ontem, em SP. Discutiram conjuntura econômica, oferta de crédito e... dólar. Semana passada, o ministro da Fazenda teve conversa parecida com Jesús Zabalza, do Santander Brasil.

Liquidez
Mantega não vê razão para o país gastar reservas para segurar a moeda americana. O ministro diz que não falta dólar no mercado à vista.

Velho Chico
Saíram este mês mais R$ 790 milhões para o projeto de transposição do Rio São Francisco. O Ministério da Integração Nacional assinou três ordens de serviço, para construção de canais, pontes, reservatórios e estações de bombeamento. As obras se concentram em Ceará e Pernambuco. Vão empregar mil trabalhadores.

Em tempo
O projeto do Velho Chico está orçado em R$ 8,2 bi.

O ministério já gastou R$ 3,8 bilhões. O número de postos de trabalho bateu seis mil.

Alô, alô
A rede Marisa, de moda feminina, vai transformar em créditos para celular a anuidade de seu cartão de crédito de marca própria. Fechou acordo com as operadoras Claro, Oi e Vivo. O cliente receberá de volta em bônus pré ou pós-pago os R$ 45 da anuidade.

Amianto
Luís Roberto Barroso, do STF, declarou a própria suspeição para relatar a Adin 4.066,
que trata do banimento do amianto. Quando advogado, o ministro assinou parecer para a indústria do asbesto. O novo relator sairá de sorteio.

Patrocínio
A Secretaria estadual de Cultura recebe projetos para patrocínio da lei de incentivos em 2014. Os aportes vão de R$ 8 mil (bloco de carnaval) a R$ 1,5 milhão (festivais).

Preciosa 1
As exportações brasileiras do setor de gemas e metais preciosos bateu US$ 1,708 bilhão no primeiro semestre. Foi aumento de 2% sobre janeiro-junho de 2012. Os produtos de metais preciosos para indústria estão entre os itens de maior queda (35%). É reflexo da crise internacional afirma Hécliton Santini, presidente do IBGM, entidade que represa o setor.

Preciosa 2
Já o segmento com maior alta foi o das pedras lapidadas, que somaram US$ 85,973 milhões, alta de 50%. É reflexo do investimento em design e da participação em feiras internacionais, conta Santini.

GLOBAL
AM Missoni, apresenta nova coleção hoje na flagship do Fashion Mall. A holandesa Viviane Sassen fotografou a campanha global, com a modelo dinamarquesa Kirstin Liljegren.

As imagens vão circular no Brasil em catálogo, lojas e redes sociais. Agrife planeja inaugurara segunda unidade no
país no início do ano que vem. Ficará em São Paulo.

É JOIA 1

A Francesca Romana
Diana, dejoias e acessórios, lança hoje preview da coleção de verão. Foi inspirada nosjardinsde Versailles.

O craque Bob Wolfenson fotografou a modelo Adriana Caye. As imagens vão circular mídia impressas e internet. Comercializada em 17 pontos no Brasil, a marca prevê alta de 20% nas vendas.

É JOIA 2
O Atelier Schiper, também de joias, abre amanhã loja no Shopping Leblon. Rebeca Gobbi posou para Vicente de Paulo. O catálogo será distribuído atésexta. A marca espera crescimento de 20% nas vendas.

NITERÓI
A João Fortes Engenharia lança, mês que vem, o Prime Collection Condominium Club. Ficará em Santa Rosa, Niterói. Terá 126 apartamentos de dois e três quartos e estrutura completa de lazer. Deve gerar R$81 milhões em vendas.

Aluga-se

O Bolsaetc, site de aluguel e venda de bolsas de luxo, passa a vender óculos e relógios. Foi lançado em março, com 55 bolsas; hoje, tem 80. É grande a procura por itens para o dia a dia. Um mês de aluguel equivale a 10% do preço das bolsas grifadas no Brasil, diz Fernanda Belém, sócia.

Óculos
A Lunetterie passa a vender óculos da marca Kate Spade, de Nova York. Encomendou três dezenas de armações.
A meta é elevar em 5% as vendas com a nova linha.

Cabelo
Chega ao mercado a linha Niely Gold Queratina, com ativos reparadores para cabelos. Tem nove produtos. As vendas devem subir 20%.

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

FOLHA DE SP - 21/08

Grupo investe em fábrica de resina no interior de SP
A PPG, multinacional americana da área de tintas e revestimentos, vai construir mais uma fábrica em Sumaré, na região de Campinas. A nova planta receberá um aporte de R$ 80 milhões

Será a sexta no complexo do grupo localizado no município paulista e a sétima no país --Gravataí (RS) abriga uma das indústrias.

A nova unidade vai fabricar resinas que são necessárias para o processo de produção de tintas.

Hoje, o insumo usado pela companhia em suas operações no Brasil é importado de outras fábricas da empresa, como as existentes no México e na Espanha.

"O principal objetivo é ampliar a nossa capacidade fabril e reduzir custos. Isso vai nos ajudar a ganhar uma maior participação de mercado", diz Carlos Alberto Olivera Santa Cruz, presidente do grupo na América do Sul.

"Apesar da situação de volatilidade, de incerteza, nós seguimos apostando no Brasil. Hoje, temos 60 posições [vagas] em aberto, continuamos contratando, não estamos cortando, e o investimento vem sendo feito."

Os setores automotivo, com tintas para carros, e industrial, para eletrodomésticos da linha branca, por exemplo, são alguns dos segmentos de atuação da empresa no país. Esses produtos são fabricados em São Paulo.

A unidade do Rio Grande do Sul, por sua vez, faz tintas empregadas na área imobiliária, com a marca Renner.

A previsão é que a nova planta deva iniciar sua operação por volta do primeiro trimestre de 2015.

Programa de inovação reduz exigência para empresa menor
Para atrair pequenas empresas, o programa-piloto da Embrapii (empresa brasileira de inovação industrial) desenvolvido em parceria com o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) reduziu a contrapartida financeira que vinha sendo exigida.

O projeto prevê estudos com companhias para a geração de produtos e processos inovadores.

De início, as empresas deveriam arcar com 33,3% do custo total do trabalho.

Esse percentual caiu para 10% para as empresas que tenham faturamento entre R$ 360 mil e R$ 3,6 milhões).

O valor restante será dividido entre a Embrapii e o IPT, com recursos do governo do Estado de São Paulo.

A redução foi consequência da falta de interesse pelo programa por parte das companhias de menor porte.

Dos primeiros nove projetos de pesquisa já aprovados, apenas um é de uma empresa pequena.

A Angelus, que desenvolve soluções odontológicas, é a única a aparecer entre nomes como Natura, InterCement (holding para negócios de cimento do grupo Camargo Corrêa) e Theraskin (indústria farmacêutica).

Os orçamentos já aceitos somaram R$ 21,6 milhões.

Cópia de licenças
O Laboratório Farmacêutico do Rio Grande do Sul (Lafergs) e a Multilab, empresa privada do setor, assinam hoje uma carta de intenções para a "clonagem" de remédios.

O Lafergs vai utilizar as licenças de produtos fabricados pela Multilab para elaborar pedidos de registro na Anvisa de medicamentos que também quer produzir.

"Como os compostos já são feitos no setor privado, o período de análise da Anvisa fica mais curto", afirma o diretor do laboratório público, Paulo Mayorga.

O convênio faz parte do plano do Lafergs de voltar a fabricar remédios. O órgão foi desativado em 2004 por causa de reformas sanitárias, o que ocasionou a perda de registros.

Entre 13 e 15 medicamentos serão "clonados".

"O governo não tem o compromisso de comprar remédios da Multilab, mas temos a expectativa de iniciar um projeto na área de biotecnologia com a empresa."

Ontem, o Lafergs também assinou um convênio com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul para desenvolver métodos de controle de qualidade e produtos. Um dos projetos é a fabricação de protetor solar para pescadores.

AFLIÇÕES ASIÁTICAS
Problemas econômicos são hoje os principais motivos de preocupação para a população asiática.

Em Cingapura, por exemplo, 65% dos entrevistados pela GfK (empresa de pesquisas) afirmaram que a inflação é o maior obstáculo do país.

Na China, a alta dos preços, que ficou em 2,7% em julho, é apontada por 51% como principal entrave. Problemas com a qualidade do sistema educacional foram citados por apenas 33%.

Na Indonésia, 39% falaram da inflação, enquanto 37% mencionaram o abuso do uso de drogas.

Em Taiwan e na Coreia do Sul, a recessão e o desemprego são as maiores preocupações. Foram entrevistadas aproximadamente 1.500 pessoas em cada país.

Profundezas... A brasileira Orteng assinou com a Petrobras dois contratos no total de R$ 174 milhões para a manutenção elétrica e a automação de sondas terrestres.

...no Nordeste Com duração de quatro anos e renovação em igual período, a empresa mineira de equipamentos e sistemas vai trabalhar em Mossoró e Alto do Rodrigues (RN).

Sistemas... A TOTVS abre sua primeira franquia no setor jurídico. A TOTVS Juritis vai comercializar softwares para advogados, de escritórios e departamentos de empresas.

...para direito A companhia, que é especializada em tecnologia para a gestão empresarial, afirma já atender a mais de 10 mil usuários com serviços jurídicos.