quarta-feira, março 20, 2013

Uma papa singelo - MARTHA MEDEIROS

ZERO HORA - 20/03

É cedo para saber como será a atuação política do papa Francisco. Porém, assim que foi anunciado, ele não precisou nem de cinco minutos diante da multidão que lotava a Praça de São Pedro para angariar uma simpatia praticamente unânime. A minha, ao menos, foi instantânea, bastou para isso a descontração do comentário de que o haviam achado quase no fim do mundo – nada como o bom humor para congregar, aproximar, romper carrancas e barreiras. A despeito da sua eleição para uma função de tamanha relevância, estava ali, diante de todos, um homem, um semelhante. Alguém familiar.

Não acredito que, a partir de agora, os fiéis deixarão seus automóveis na garagem para andar de ônibus (ainda que o trânsito e a poluição das cidades se beneficiariam muito), ou que trocarão o uso do ouro pela prata, ou que reprisarão qualquer outro gesto humilde já tornado público pelo Papa. No entanto, é preciso, com urgência, captar o espírito dessa nova forma de exercer liderança.

Liderar não tem nada a ver com arrogância e empáfia, mas muitos ainda acreditam que sem pose e ostentação não se conquista o respeito dos outros. Um engano lastimável. Pode-se no máximo conseguir subserviência através de atitudes arrogantes, mas respeito é um valor muito mais profundo e que só se cativa com honestidade – e se formos honestos, de fato honestos, teremos que admitir que nossa importância é a mesma que a de qualquer outra pessoa.

Podemos ter lido mais, vivido experiências diversas, apreendido ensinamentos a que alguns não tiveram acesso, mas de forma nenhuma isso justifica uma hierarquia dominadora. Aliás, hierarquia é um conceito que me parece cada vez mais obsoleto.

Numa relação vertical, o “superior” ordena e os “inferiores” cumprem, e assim elimina-se a troca, que é o elemento mais necessário para a evolução dos costumes, das nações e dos relacionamentos. Trocar é horizontal. É o que possibilita o olhar, o diálogo e a identificação.

No instante em que eu contribuo para a sociedade com o que sei, e aceito que colaborem comigo na mesma medida, me ensinando o que não sei, estabelece-se uma relação producente e o respeito mais absoluto, aquele que não é fruto de imposição, mas de admiração sincera.

Então, mesmo sem poder adivinhar como será o pontificado desse nosso hermano, desde já me sinto otimista por ele trazer em seu semblante a doçura dos que não se deixam levar pela vaidade e dos que não consideram a modéstia uma fraqueza, e sim resultado de uma consciente avaliação de si mesmo: somos todos iguais. Frágeis, é verdade, porém todos capazes de doar-se a fim de tornar a vida mais fácil para aqueles que nos cercam. Essa é a corrente universal que nunca deveria se romper, e que nos une (ou deveria nos unir) inclusive para além das religiões.

"SÍMBOLO DO BRASILEIRO"


Fator Odebrecht - ANCELMO GOIS

O GLOBO - 20/03

Esta visita de Lula a quatro países africanos é patrocinada pela Odebrecht e pela OAS.
Em novembro, o ex-presidente foi a Moçambique a serviço da empreiteira Camargo Corrêa.

Calma, gente
Do teólogo Leonardo Boff, em entrevista ao jornal “Clarín”, de Buenos Aires:

— Estou feliz que Dom Odilo Scherer não seja Papa. Ele é um cardeal reacionário, autoritário. Ele era o candidato da Cúria romana. Graças a Deus, ele se queimou defendendo a Cúria e o Banco Vaticano.

Guerra de Deus
A editora Garamond vai publicar no Brasil “Casamento igualitário”, de Bruno Bimbi, que narra a campanha pela legalização do casamento gay na Argentina.

O livro conta a ferrenha oposição do Papa Francisco, então arcebispo de Buenos Aires, que convocou a família argentina para travar esta “guerra de Deus”.

Grande família
Sérgio Cabral nomeia hoje como desembargadora a procuradora de Justiça Mônica Sardas.

Sua mãe é a desembargadora Letícia Sardas, presidente do Tribunal Regional Eleitoral.

Aliás...
É o primeiro caso no Brasil de mãe e filha desembargadoras.

Menino do Rio
O bilionário egípcio Karim AlFayed, dono do hotel Ritz de Paris, e a mulher, a modelo brasileira Brenda Costa, compraram uma cobertura no Leblon. Os dois moram em Londres.

Ele é irmão de Dodi Al-Fayed, que morreu num acidente de carro com a namorada, Lady Di.

Ainda Battisti
Quase dois anos depois de o STF decidir pela não extradição de Cesare Battisti acusado em seu país de origem de promover atos terroristas, o governo italiano não engoliu essa decisão.

O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, abordou o assunto na conversa com Dilma, em Roma.

Zico imaterial
O prefeito Eduardo Paes, por sugestão do secretário Pedro Paulo, vai assinar decreto tornando bem imaterial da cidade os 333 gols do sessentão Zico no Maracanã.

Aldeia do silêncio
Chega esta semana às livrarias “Aldeia do silêncio”, o novo romance de Frei Betto, editado pela Rocco.

Nos trilhos
Dia 27, Paes vai licitar o VLT do Centro do Rio.

O projeto desses bondes modernos inclui o fechamento da Av. Rio Branco, no trecho que vai da Av. Nilo Peçanha até a Av. Beira Mar.

Precioso líquido
Este chuveiro de mentirinha, feito com fios de silicone que imitam água, vai circular sexta no Rio.

É uma ação da Coca-Cola Brasil no Dia Mundial da

Água para chamar atenção para o desperdício do líquido.

Tribeca no Rio
Agora é oficial. O Festival de Cinema Tribeca, criado pelo ator Robert De Niro e que agita Nova York todos os anos, vai ter uma edição no Rio. Será em agosto, no Lagoon.

Dia 18 de abril, Eduardo Paes assina o acordo com De Niro.

Show de saúde
O Sírio-Libanês, o famoso hospital paulista, tem um sonho.

Instalar uma unidade no Rio onde funcionou no passado o Canecão.

Grande hotel
O grupo Windsor negocia a compra do tradicional Hotel Leme Palace.

Crime e castigo
A 17ª Câmara Cível do Rio condenou a construtora Queiroz Galvão e a Fundação Parques e Jardins a pagar uma indenização de R$ 200 mil aos pais do músico gaúcho Leco Alves.

O cantor faleceu em 1998 após ser atingido por uma árvore que caiu durante as obras de urbanização da Praça Quinze.

Olha o coelhinho!
Sabe aquela moda de pôr Papai Noel para tirar fotos com crianças em shoppings? O Estúdio Momento, na Gávea, colocou um coelho de verdade para posar ao lado da criançada, inspirado pelo espírito da Páscoa.

Licença para mentir - RUY CASTRO

FOLHA DE SP - 20/03

RIO DE JANEIRO - Os leitores de "Cinearte" ou "A Scena Muda" devem ter lido na época. Nos anos 1920, Charles Chaplin, no auge, foi a uma festa em Monte Carlo em que os convidados tinham de se fantasiar de... Carlitos. As caracterizações mais fiéis ganhariam prêmios. Segundo Arthur Koestler, em cujo livro "The Act of Creation" fiquei sabendo disso, Chaplin, usando a roupa e a maquiagem de Carlitos, pegou o, adivinhe, terceiro lugar.

Carlos Heitor Cony, em seu magnífico livro "Chaplin", recém-lançado, conta a mesma história, mas diz que ele ficou em 18º lugar. Não sei em que documentos em copta ou servo-croata Cony se baseou para quase condenar Chaplin à repescagem, mas com ele é assim. Suas fontes são tão inesperadas que não estranharei se uma autoridade em Chaplin, como o inglês Kevin Brownlow, vier a público e confirmar a versão de Cony.

Brownlow é o responsável pela nova edição restaurada de uma das obras-primas de Chaplin, "Em Busca do Ouro", em DVD pela Criterion Collection (US$ 14,99, pela Amazon). Contém a versão original muda do filme, de 1925, diferente da sonorizada e narrada por Chaplin em 1942, que era a que sempre assistimos e amamos. A "nova" versão muda é muito mais delicada, e os extras do DVD revelam que a sequência em que Carlitos caminha por aquele penhasco gelado, seguido por um urso, era um efeito especial -ou seja, ele nunca correu o risco de cair no abismo.

O gênio de Chaplin não tinha lugar nem hora. Em outra festa, ou quem sabe a mesma, e para surpresa geral, ele se levantou e cantou uma ária de ópera, com notável voz de tenor.

Os convidados foram cumprimentá-lo: "Não sabíamos que cantava tão bem, sr. Chaplin!". "Mas não sei cantar", ele respondeu. "Estava apenas imitando Caruso."

Ao contrário dos políticos, o artista pode e deve mentir -para ser fiel à verdade.

Ueba! Dilma chacoalha o papa! - JOSÉ SIMÃO

FOLHA DE SP - 20/03

Já imaginou a Claudia Raia fazendo comercial de suco de maçã com uma seringa na mão? Rarará!


Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! E adorei a charge do Pelicano com a Dilma e o papa: "Trouxe um santinho pro senhor: DILMA 2014". E a Dilma sacudiu tanto a mão do papa que ele quase desmonta! Cumprimento de caubói! Chacoalhou o papa! Rarará!

E Roma amanhece lotada de adesivos: Dilma 2014! E esta buemba: "Anvisa manda barrar venda de bebidas Ades". É que o suco de maçã queima a língua, foi contaminado por produto de limpeza! Ades sabor Limpol! Ades de Adeus!

E a manchete do Sensacionalista: "Ades lança novos sabores: chumbinho, cicuta, soda cáustica, naftalina e manga com leite". Manga com leite é mortal. Minha avó não tomaria de jeito nenhum! Rarará!

E o Piauí Herald: "Anvisa suspende exibição de 'Salve Jorge'". É que a vilã usou uma seringa para injetar Ades sabor maçã em suas inimigas! Já imaginou a Claudia Raia fazendo comercial de suco de maçã com uma seringa na mão? Rarará!

E sabe o que a serpente ofereceu pro Adão no paraíso? Suco de maçã Ades! E sabe o que a bruxa ofereceu pra Branca de Neve? Suco de Maçã Ades! Versão Disney!

E não sei por que a Cristina Quiche, cover da bispa Sônia, quer tanto as Malvinas. Dizem que é um excelente lugar. Pra morrer de tédio! E a Guerra das Malvinas faz 30 anos, e a Margaret Thatcher, 130!

E a palavra que a Margaret Thatcher mais usava na Guerra das Malvinas, olhando para os mapas: "Sink it". Afundem! Rarará! Bem fofa!

E o papa tomou posse, mas parece que tá em campanha! Aliás, ele parece o Beijoqueiro! Lembram?!

E o papamóvel? O papamóvel parece uma van de cachorro quente. Daquelas que ficam em frente a balada. Salsicha com purê e maionese de milho, mais um suco, um real.

Papadog!

É mole? É mole, mas sobe! Ou como disse aquele outro: é mole, mas trisca pra ver o que acontece!

O Brasil é Lúdico! A minha teoria é de que no Brasil todo mundo escreve errado, mas todo mundo se entende! Olha esta placa que incrível: "COM SERTA Si CAÚSADOS pra mulher e crianças".

E esta: "HOJE! SULENTA FEIJOADA! A melhor da região 12,00". Como hoje é quarta-feira, vou traçar uma sulenta feijoada com um suco de maçã Ades! Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza!

Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

Sabe o Chipre? - - TUTTY VASQUES

O Estado de S.Paulo - 20/03

As autoridades financeiras europeias - ô raça! - estão, como se diz, procurando Chipre em cabeça de cavalo! Conseguiram, a pretexto de um pacote de ajuda econômica aos cipriotas, transformar a pindaíba de uma ilhota menor que Aracaju em risco iminente de fim do mundo.

O submundo da grana suja banhada pelo Mediterrâneo entrou em pânico com a ameaça de confisco das contas bancárias no paraíso fiscal e, a julgar pela gritaria nas bolsas de valores do resto do planeta, nem o Plano Collor repercutiu tão mal no exterior.

Claro que, antes do crack final, os gênios da economia vão dar um jeito de desfazer a lambança decorrente da decisão tomada na zona do euro, mas, até lá, o Chipre será assunto quase tão frequente quanto o papa no noticiário de primeira página.

Quem não gosta de economia ainda acaba aprendendo alguma coisa nas entrelinhas desta chatice: por exemplo, que o menor país da União Europeia tem população igual à de Campos do Jordão no inverno (900 mil habitantes); e que a capital Nicósia está dividida por um muro que separa os turcos dos gregos.

O fim do mundo, convenhamos, merece desfecho mais grandioso!


Agenda positiva

O Brasil de Neymar & Cia tem boas chances de quebrar amanhã contra a Itália mais uma escrita do futebol mundial: há 30 anos a seleção não perde para a adversária.

Basta!

Claro que não merecem pena tão severa quanto a que baniu da seleção da Grécia o jogador que comemorou um gol de seu time com a clássica saudação nazista, mas outros gestos célebres de goleadores deveriam ser de alguma forma coibidos em campo! Basta, por exemplo, de coraçãozinho com as mãos, né não?!

Graças a Deus

Os ultraconservadores do Vaticano respiraram aliviados ao final da missa solene de ontem que oficializou o início de novo pontificado. Temia-se que, no embalo do estilo informal do papa Francisco, a celebração terminasse num imenso Harlem Shake na Praça São Pedro.

Irrelevante

Que xampu o ministro Moreira Franco usa para ficar com o cabelo branquinho daquele jeito? Taí uma coisa que não interessa a quase ninguém no Congresso, onde praticamente todo mundo pinta o cabelo de preto!

Base aliada

Dilma Rousseff ofereceu ao Vaticano o programa Minha Casa, Minha Vida para que o novo papa possa cumprir a missão conferida por Cristo: "Vai Francisco, conserta a minha casa que está caindo em ruínas!"

Soldado do fogo

Entreouvido em papo de tucanos:

"Tomara que o Geraldo Alckmin 
tentando apagar incêndio no PSDB não vire exemplo para o Corpo de Bombeiros de São Paulo!"

Eu, hein!

O que Aloizio Mercadante andou rezando nesses últimos dias em Roma, francamente, quem conhece o ministro de longa data sabe que aí tem!

Alvo errado - HÉLIO SCHWARTSMAN

FOLHA DE SP - 20/03

SÃO PAULO - Como o MEC não pode fazer muita coisa para produzir rapidamente o salto qualitativo de que a educação básica tanto precisa, vem mirando em outros alvos. A última proposta do ministério para melhorar o nível dos formandos em direito é obrigar os estudantes a fazer um estágio em órgãos públicos.

Até acredito que os alunos tenham muito a aprender frequentando os corredores do Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria, mas duvido que essa medida, se é que é mesmo factível, venha a resolver o problema da formação dos advogados. O erro aí é de diagnóstico.

É claro que existem muitas diferenças entre, digamos, a Faculdade de Direito da USP e uma escola de esquina situada numa área ruim da periferia, mas a principal delas é o aluno. Enquanto jovens que não teriam condições de ser aprovados no ensino médio ou mesmo no fundamental continuarem ingressando -e se formando- em cursos de direito, os pavorosos índices de insucesso nas provas eliminatórias da OAB seguirão mais ou menos como estão. Estágios e outras estripulias educacionais dificilmente mudarão isso.

Cuidado, não estou aqui afirmando que as pessoas não possam ou não devam fazer uma faculdade. Penso que cada ano a mais de ensino já significa uma vitória, mas não existem milagres. Falhas na formação que não são rapidamente identificadas e corrigidas pelo sistema vão se acumulando e ficam cada vez mais difíceis de resolver.

O problema não está restrito aos cursos de direito. Apenas fica mais evidente nessa área porque ela é a segunda na preferência dos brasileiros, respondendo sozinha por quase 15% das matrículas do ensino superior. Mas as dificuldades impostas por deficiências de formação aparecem para onde quer que se olhe, da carência de profissionais qualificados no mercado de trabalho à falta de professores para manter o próprio sistema em funcionamento.

Ilusão e desilusão - TOSTÃO

FOLHA DE SP - 20/03

Ganso se tornou uma marca, símbolo da esperança que preencheria a falta de um craque na posição


Duas condutas de dirigentes de clubes merecem elogios. Uma, do presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, que cortou toda a ajuda às torcidas organizadas após a agressão de torcedores aos jogadores. Espero que todos os outros clubes acabem com essa relação promíscua, uma das causas da violência no futebol.

Por outro lado, a sugestão do presidente da federação paulista, Marco Polo Del Nero, de os dirigentes formarem e financiarem uma torcida do próprio clube, com instrutor para comandá-la, é ridícula e ingênua. Imagine uma torcida de marmanjos, arrumadinhos, muito bem comportados, como se fosse um grupo de escoteiros, cantando e aplaudindo tudo o que os jogadores fizerem. Seria um ótimo tema para programas de humor na TV.

Outra bem-vinda conduta foi a do presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, ao dispensar o bom técnico Dorival Júnior, por não aceitar a redução de 50% dos salários. Os outros clubes deveriam fazer o mesmo. Dizem que Dorival e os principais treinadores brasileiros recebem em torno de R$ 700 mil por mês, uma quantia inacreditável e absurda. E ainda tem a enorme comissão técnica, que o técnico carrega para os clubes.

As análises das partidas costumam ser feitas a partir do resultado e da conduta dos técnicos. Essa supervalorização é a principal causa de tantas trocas. O treinador é sempre o culpado pela derrota, e há sempre a ilusão de que, com o novo técnico, será diferente.

Apesar da truculência e da mania de perseguição de Dunga e do discurso ufanista e religioso de Jorginho, os dois têm boas chances de se tornarem ótimos técnicos. Assisti a todos os treinos, antes e durante a Copa-10. Eram melhores que os da maioria de outros técnicos badalados, que comandaram a seleção.

As maiores críticas a Ney Franco não são a alguns erros de escalação, substituição e à maneira de jogar do São Paulo. A maior crítica é ele não conseguir fazer com que Ganso jogue como um craque. Ganso, pelo toque e pelos passes bonitos e surpreendentes, tornou-se uma marca, símbolo da esperança de que preencheria o vazio, a falta de um grande craque no meio-campo do futebol brasileiro. Se Ganso não brilha, colocam a culpa mais no técnico do que nele.

Os grandes meias do passado, como Didi, Gerson, Rivellino, Ademir da Guia, Dirceu Lopes e outros, tinham muito mais mobilidade que Ganso, jogavam de uma intermediária à outra e participavam da marcação. A maioria das principais equipes atuava com apenas um volante e um meia-armador ao lado, uma mistura hoje de segundo volante e de meia de ligação.

O futebol de Ganso iludiu a todos. Em vez de continuarmos nessa ilusão, o caminho deveria ser o inverso, o da desilusão, de aceitá-lo apenas como um excelente jogador. Viver é se iludir e se desiludir.

Da Arca de Noé ao papamóvel - MARCELO COELHO

FOLHA DE SP - 20/03

O catolicismo tem de preservar suas posições. Caso contrário, perderá sua identidade


O homem mais moderno da Europa, dizia o poeta Guillaume Apollinaire em 1912, "sois vós, papa Pio 10º".

Vinda de um dos mais importantes representantes da vanguarda artística, amigo de Picasso e inspirador dos surrealistas, a frase só podia ser irônica. Ainda mais porque Pio 10º era ferrenho inimigo de qualquer renovação.

Tinha publicado poucos anos antes uma encíclica, "Pascendi Domini Gregis", cujo objetivo era precisamente condenar as ideias "modernistas" no interior da reflexão católica.

No começo do século 20, já existiam teólogos que buscavam relativizar alguns pontos mais antiquados do ensinamento bíblico. Por exemplo, a tese de que o mundo foi criado em sete dias, de que Eva nasceu da costela de Adão, de que Noé salvou todos os animais da Terra abrigando um casal de cada espécie na sua arca.

Não sendo especialista nesses assuntos, não sei como atualmente a Igreja Católica reage ao "modernismo" teológico. Qualquer um pode perceber, entretanto, que a igreja não enfatiza a ferro e fogo as afirmações mais estranhas do Antigo Testamento. Nem por isso o catolicismo perdeu sua "identidade".

O pensamento conservador, como é óbvio, resiste a mudanças e reformas. Sua mais recente bandeira em termos religiosos, pelo que andei vendo nestes dias de sucessão papal, é o termo "identidade".

O catolicismo tem de preservar suas posições. Caso contrário, perderá sua identidade. Comentando o último conclave, Luiz Felipe Pondé elogiou o cardeal Bergoglio por ter combatido a "contaminação marxista" na igreja.

Sem dúvida, o excesso de marxismo pode representar riscos à integridade dos ensinamentos católicos. Entretanto, cabe observar que o cristianismo já esteve às voltas com outras "contaminações".

A contaminação copernicana, por exemplo. A contaminação de Sêneca e de Cícero. A contaminação de Galileu. A contaminação de Darwin.

Haja camisinha para enfrentar tantas contaminações. O catolicismo não foi tão puritano. Preferiu adaptar-se, vacinar-se, atualizar-se numa série de questões -e nem por isso se dissolveu no mundo laico.

Claro que não foi fácil. Pio 9º desaprovava as estradas de ferro. João Paulo 2º adotou o "papamóvel" -coisa que, para o meu gosto, talvez fosse sacrílega demais.

A igreja demorou muito para aceitar as formas republicanas de governo. Mas Leão 13, na passagem do século 19 para o século 20, decidiu que esse tema da monarquia versus república não era especialmente importante para o futuro da fé.

Idas e vindas. Pio 12, em 1950, recorreu aos poderes, raramente utilizados, da "infalibilidade papal" para decretar que a Virgem Maria subiu aos céus de corpo e alma. Repito: não apenas a alma foi para o céu, mas seu corpo também.

Dito isso, os clérigos tiveram o cuidado de não insistir demais no assunto.

Foi pensando nesse tipo de dogmas que Apollinaire escrevia, meio século antes, seu misterioso verso. O papa era o europeu mais moderno de todos porque a crença em santos e profetas voadores, tão bizarra aos olhos dos descrentes, estava se realizando com o milagre da aviação.

A religião se manteve simples como os hangares de um aeroporto, continuava Apollinaire; o que houvesse de pueril em suas convicções se concretizava, no início do século 20, como um verdadeiro brinquedo de criança.

Na esfera estética, o modernismo também pretendia esse gênero de simplicidade e de pureza.

Tratava-se de afirmar que a poesia não está num conjunto convencional de ornamentos, na superstição dos temas convencionalmente "poéticos", no que tradicionalmente se considera "belo", mas em alguma essência mais profunda.

A arte da pintura, por exemplo, não está na reprodução perfeita de um rosto bonito, mas numa certa capacidade de organizar o espaço em linhas, cores e volumes.

Certamente, a fé não está em aceitar tudo o que, culturalmente, fazia sentido para os povos do Mediterrâneo há mais de 2.000 anos.

A balsa de São Pedro foi jogando ao mar toda a tralha supérflua: quem sabe não seria esse o verdadeiro desapego, a verdadeira pobreza, a serem defendidos pelo novo papa.

É duvidoso que Francisco esteja disposto a muita renovação doutrinária. Mas, com menos peso nos porões do preconceito, do puritanismo, da superstição em torno do sexo -todos justificados em torno da bandeira da "identidade"-, essa embarcação talvez pudesse seguir mais solta em seu caminho, sem atravancar tanto os que estão por perto.

Pautando a imprensa - ZUENIR VENTURA

O GLOBO - 20/03
É da natureza da imprensa correr atrás dos fatos, mas há fatos que correm atrás da imprensa. São assuntos, personagens e acontecimentos que, por seu interesse e importância, se impõem como notícia e assim permanecem por mais tempo em destaque.

Nesses casos, diz-se que eles "pautam" os jornalistas, como está acontecendo agora com Francisco, o mais simpático, comunicativo e carismático Sumo Pontífice dos últimos tempos. Em uma semana, tudo o que ele disse ou fez foi correndo para os jornais, rádios e TVs.

Há quem não se conforme: "É um marqueteiro", já me escreveram, jogando sobre nós a culpa.

Sobra sempre para a mídia: "Vocês não resistem à sedução dele." Será isso? Sabe-se que são insondáveis os mecanismos do sucesso (se estivessem à mão de qualquer um, todo mundo usaria), mas, se tivesse que tentar explicar esse fenômeno de comunicação e marketing, abandonaria as teorias sofisticadas, inclusive as conspiratórias, e prestaria atenção no uso que o novo Papa faz da maior fonte de notícia que existe: a surpresa ou seus equivalentes, a novidade e o improviso.

Tudo nele e em torno tem sido inesperado, a começar pela humildade (alguém já tinha visto um argentino humilde?) e sem falar na eleição.

Quando se esperava qualquer outro, veio ele.

Depois foi a "revolução da simplicidade": as quebras de protocolo, as pequenas mudanças nas cerimônias, nos ritos e na tradição. Em vez dos trajes alegóricos, a batina branca, o crucifixo de prata e não de ouro, o sapato preto em lugar do chamativo vermelho do seu antecessor, o despojamento e não a pompa e a opulência.

Por fim, talvez não precisasse exagerar, o beijo no rosto de Cristina, que até há pouco não era flor que ele cheirasse.

A dúvida é se tudo isso é gratuito, espontâneo ou se disfarça e esconde uma intenção programada e uma orquestração. Há teólogos e especialistas que acreditam que os gestos de Francisco "vão além das aparências" e são um "recado" de que ele vai ser bem diferente de Bento XVI, e não apenas na cor dos sapatos. Como já foi dito, ainda é cedo para santificar o novo Francisco, e é possível que ele decepcione a direita e a esquerda. Ao contrário do que muitos gostariam, como, por exemplo, a própria presidente Dilma, ele não vai contemplar as "opções diferenciadas do indivíduo", se isso significa mexer em dogmas como aborto e casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Mas, por outro lado, os que acham que ele é apenas um factoide, uma passageira "criação da mídia", também não perdem por esperar.

Juro bancário: outro obstáculo para o BC - CRISTIANO ROMERO

Valor Econômico - 20/03

A possível elevação da taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central (BC) nos próximos meses produzirá um efeito colateral que, em Brasília, não passará despercebido: o aumento dos juros cobrados nas operações de crédito para pessoas físicas e empresas. Essas taxas, assim como a Selic, estão no menor patamar desde o início do Plano Real.

Desde que o BC passou a sinalizar a possibilidade de iniciar um novo ciclo de aperto monetário, os bancos começaram a se preparar para elevar o juro que cobram de seus clientes. Quando calculam o juro pré-fixado de um empréstimo, as instituições financeiras olham antes para as taxas de juros negociadas no mercado futuro.

Se o juro sobe nos contratos futuros, na prática as operações de crédito ficam imediatamente mais caras. É por isso que a autoridade monetária tem o poder de, por meio de uma declaração ou de um documento, iniciar um processo de aperto monetário antes mesmo de subir formalmente a Selic.

No dia 7 de fevereiro, o presidente do BC, Alexandre Tombini, declarou à imprensa que não estava confortável com o aumento da inflação em janeiro e com o grau de difusão dos reajustes de preços na economia. Para enfrentar o problema, disse que o BC estava considerando "tudo".

Como o Comitê de Política Monetária (Copom) vinha afirmando, desde outubro, que manter o juro estável por um período de tempo suficientemente prolongado era a melhor estratégia, setores do mercado entenderam que "tudo" contemplava a mudança de política e, portanto, um possível aumento da taxa Selic. De fato, de lá para cá as sinalizações mudaram. O Copom eliminou, de sua comunicação, a menção à estabilidade do juro e acenou com a possibilidade de aperto monetário.

Poucos bancos elevaram suas taxas de juros desde 7 de fevereiro. Trata-se de uma situação nova no país. O grau de sensibilidade política do tema "juros" é tão grande, na gestão Dilma Rousseff, que mesmo os bancos privados temem a reação do Palácio do Planalto a movimentos de alta. O assunto é hoje um tabu que não se limita à seara dos bancos estatais. O juro baixo é, antes de mais nada, uma plataforma política da presidente.

"Obrigatoriamente, os bancos teriam que aumentar os spreads [diferença entre taxa de captação e de empréstimo] desde a fala do Tombini. Pouca gente fez isso", atesta um banqueiro que pediu para não ser identificado.

Neste momento, os bancos aguardam apenas um possível movimento do Copom para calibrar suas taxas, nesse caso, já sem constrangimento, uma vez que o BC estará oficialmente aumentando o custo do dinheiro ao elevar o juro que serve de parâmetro para o mercado. Algumas instituições - ou todas elas - veem nisso uma oportunidade para recompor parte da margem perdida durante a queda dos juros em 2012. Não se tenha dúvida: a alta da Selic vai melhorar a rentabilidade dos bancos.

Há um risco real de as taxas de juros cobradas de consumidores e empresas voltarem a níveis parecidos, se não iguais, com os do período anterior a agosto de 2011, quando o Banco Central começou a cortar a Selic para trazê-la ao menor patamar da história. Mesmo que o Copom comece o ciclo de alta com aumento de apenas 0,25 ponto percentual na Selic, o juro bancário terá salto bem maior, de um a dois pontos percentuais, segundo estimativa de uma fonte do mercado.

Durante o ciclo de queda da Selic, o governo usou os bancos oficiais para forçar a redução dos spreads cobrados pelos bancos privados. Embora tenha limites, a estratégia deu certo. Dados do BC (ver gráfico) mostram que, desde o início do governo Dilma, a taxa de juros média recuou bastante em algumas modalidades de crédito - desconto de duplicata (-37%), capital de giro de até 360 dias (-28,6%) e financiamento de automóveis (-24,4%) -, embora não tanto em outras - crédito pessoal (-9%) e consignado (-14,6%).

O Copom deu a entender que pode aumentar a taxa Selic apenas em maio, mas há a possibilidade inclusive de não fazê-lo. O Comitê, pressionado pelo governo, submeteu a decisão a indicadores de atividade econômica e inflação que serão divulgados até a reunião de 29 de maio.

Mesmo que o Produto Interno Bruto (PIB) venha forte no primeiro trimestre, como esperam governo e uma boa parte dos analistas, o Palácio do Planalto pressionará a diretoria do BC a não elevar o juro. Um dos argumentos é o de que a inflação acumulada em 12 meses terá recuado entre março e abril, algo igualmente esperado. Além disso, haverá a alegação de que, com a entrada da safra agrícola, os preços dos alimentos, que têm pressionado a inflação desde meados de 2012, tenderão a recuar. O problema é que o movimento pretendido pelo BC não visa conter a atividade ou a inflação corrente, mas as expectativas dos agentes econômicos.

O efeito da alta da Selic sobre o juro bancário será outro obstáculo - mais um, entre tantos - a ser superado pelo Copom, caso deseje realmente elevar a taxa básica de juros.

O sorriso de Dilma - DENISE ROTHENBURG

CORREIO BRAZILIENSE - 20/03

Àqueles petistas que viam a antecipação da corrida presidencial como um ponto negativo para a presidente Dilma Rousseff respiram aliviados desde ontem. Ela chega ao fim do primeiro trimestre de 2013 com a popularidade nas alturas e com demonstrações de que pretende “cercar” os partidos aliados para evitar que os concorrentes — leia-se Aécio Neves, do PSDB de Minas Gerais; o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, do PSB; e Marina Silva, ainda sem partido — se criem nas costelas do governo.

O que fez os petistas respirarem aliviados foi a pesquisa CNI/Ibope, divulgada ontem. Os números deixam claro que o baixo crescimento da economia registrado até o momento não abalou a confiança do brasileiro no governo Dilma Rousseff, basta ver que 63% consideram o governo ótimo ou bom e 79% aprovam a maneira como ela administra o país.

Dilma também se saiu bem na percepção das notícias. A presença dela na tragédia de Santa Maria, onde o incêndio na boate Kiss matou mais de 200 jovens, e a redução das tarifas de energia ficaram na cabeça dos entrevistados muito mais do que o aumento do preço da gasolina. Enfim, ela pode aproveitar a visita ao papa Francisco para fazer algumas orações de agradecimento aos santos que a protegem.

Embora a metade da população desaprove as ações na área de saúde, de segurança pública e os impostos, a impressão que se tem ao olhar com cuidado os dados da pesquisa é que essas áreas não “pegaram” na avaliação da presidente. Até porque são setores que sempre podem ter os ônus e os bônus divididos com estados e municípios. Para que esses temas atinjam Dilma, a oposição formal e informal terá que se agarrar no serviço.

Até agora, todos os pré-candidatos avançaram uma casa na campanha, mas a presidente manteve a vantagem. Até o fim de janeiro, quando começaram as andanças de Eduardo Campos, havia no PT uma disputa interna para ver quem seria o candidato, Dilma ou Lula. O ex-presidente, que de bobo não tem nada, colocou logo a candidatura de Dilma na roda, de forma que ela pudesse tratar da política como se estivesse num palanque. Assim, ela fez a reforma ministerial, atraiu a cúpula do PDT e o PMDB de Minas Gerais. Na quinta-feira, conversará com o PR.

Da parte do PSDB, o senador Aécio Neves começou a se movimentar, mas ainda não pode sair pelo país com a desenvoltura de Eduardo Campos porque ainda precisa resolver o problema interno: São Paulo. Enquanto os tucanos ficam aí, nesse rame-rame paulista, divididos apesar de não ter mais ninguém com cara de novo para desfilar em nome deles, a não ser Aécio, Eduardo vai caminhando e Dilma vai tentando segurar seus aliados. Nessa batida, ou o PSDB paulista sai logo da toca e fecha com o senador Aécio a fim dar a ele as ferramentas para conquistar corações e mentes ou, quando o fizer, poderá ser tarde demais.

O próprio Eduardo Campos, muito menos conhecido do que Aécio, terá de repensar seu jogo, uma vez que Dilma lhe tirou o PDT, onde ele esperava conseguir um candidato a vice. Ou seja, a cada conversa que ele tem, vem Lula, o articulador de Dilma, e a própria presidente, tratar de cortar a comunicação ou tirar as condições de voo do socialista.

Enquanto isso, nos demais partidos…

Para completar as agruras da oposição, a popularidade da presidente registrada pela CNI/Ibope traz embutida a impressão de que se afastar dela agora pode deixar o futuro insosso. Além disso, dá a ela a vantagem na hora de negociar com os partidos. Assim, os aliados vão ficando, pedindo um cargo aqui, outro ali, e ela dando apenas aquilo que considera viável. Talvez se a pesquisa tivesse saído antes, ela tivesse enrolado um pouco mais o PMDB de Minas Gerais, por exemplo. Agora, irá enrolar talvez o PR.

A bancada do PR, entretanto, está meio indócil. Amanhã, o partido se prepara para dar um prazo à presidente. Se ela não cumprir, não está descartado uma repetição do gesto do PSD, isto é, agradecer o chamado, mas ficar livre para voar. Se ela quiser, que chame no estilo “quota pessoal”, leia-se, sem compromisso de fidelidade nas votações.

Por falar em votações

A ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, que comemorou seu aniversário ontem no cafezinho do Senado, foi direta na avaliação do que espera o governo no Senado. Disse que não dá para votar, por exemplo, a distribuição da Contribuição para Financiamento da Seguridade (Cofins), sob pena de desestruturar a Previdência e os programas sociais. O difícil, entretanto, será fechar essa Caixa de Pandora da repartição das contribuições exclusivas da União.

PR volta à carga - ILIMAR FRANCO

O GLOBO - 20/03

A presidente Dilma deve se reunir, na sexta-feira, com o presidente do PR, senador Alfredo Nascimento (AM), para tratar do Ministério dos Transportes. O partido vai apresentar quatro nomes à pasta. O mais forte deles é o do deputado Jaime Martins (MG). Ele tem o apoio do ministro Fernando Pimentel (PT), que quer o PR ao seu lado na disputa pelo governo de Minas Gerais.

O PT paulista entra na briga
Ele quer que o senador Antonio Rodrigues (SP) seja o ministro. Nesse caso, seu suplente, Paulo Frateschi, secretário nacional de Comunicação petista, assumiria. O PR vai levar ainda a Dilma o nome do deputado Aracely de Paula (MG) e reapresentar o do deputado Luciano Castro (RR).

Carência afetiva
O ex-líder do PSDB no Senado Álvaro Dias (PR) e o deputado Ricardo Trípoli (PSDB-SP) falavam ontem sobre o PSDB numa roda em restaurante de Brasília. "Eu não estou sabendo de nada! Nem de candidatura a presidente da República nem a presidente do partido", disse Álvaro. "Eu também não! De vez em quando, a gente sabe alguma coisa pela imprensa", emendou Trípoli. "Acho que é porque o pessoal sempre decidiu tudo em petit comité ", retrucou Álvaro. O ex-líder do PSDB na Câmara Bruno Araújo (PE) chegou à roda e arrematou: "Estou como um católico, na praça do Vaticano, esperando sair a fumaça branca." Gargalhadas.

E agora, José?
O Louro José, personagem do programa "Mais você", da TV Globo, saiu-se com esta ontem, lá pelas nove horas da manhã: "Eu gosto da presidente Dilma!" A apresentadora Ana Maria Braga concordou, e o papo seguiu. O "Mais você" é o líder de audiência no horário. Atinge em média 504 mil domicílios em São Paulo, segundo o Ibope de 22 de fevereiro último .

Porta aberta
Sexta-feira passada, o governador e candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, foi ao Rio visitar o presidente licenciado do PTB, Roberto Jefferson. Saiu de lá com a porta aberta para uma eventual composição com o PTB em 2014.

Namoro
Na semana passada, emissários do candidato do PSDB ao Planalto se reuniram com o presidente do PPS, Roberto Freire. O ex-comunista disse que seu partido está aberto a conversas com os candidatos Aécio, Eduardo Campos (PSB) e Marina Silva (Rede). Freire, muito próximo a José Serra, alegando insegurança no diálogo, insistiu na necessidade de pacificação interna do PSDB.

A disputa pela Jurong
O governador Renato Casagrande flagrou num restaurante, em Brasília, diretores do Estaleiro Jurong, que investem no Espírito Santo, com o diretor Institucional da EBX. Esses se apressaram em dizer que tratavam de "outras sinergias".

Contra a reforma política fatiada
Os líderes do PSD, PSB, DEM, PDT, PR, PTB, PCdoB, PRB e PSC fecharam questão ontem contra qualquer tentativa de votar uma reforma política parcial. Dizem que isto só interessa aos grandes partidos.

A ministra Tereza Campello debate o programa Brasil Sem Miséria, sexta-feira, na reunião do Conselho de Administração da OIT, em Genebra.

Guerra sem fim - VERA MAGALHÃES - PAINEL

FOLHA DE SP - 20/03

Recém-empossado, Manoel Dias (Trabalho) já foi enredado pela disputa entre centrais sindicais. O ministro comunicou a dirigentes do PDT que vai demitir Manoel Messias da Secretaria de Relações do Trabalho, responsável pelo registro de sindicatos. Messias, da direção da CUT (Central Única dos Trabalhadores), foi nomeado pelo ex-ministro Brizola Neto. Avisada em Roma da medida com potencial explosivo, Dilma Rousseff mandou sustar qualquer mudança até sua volta.

Isonomia Dirigentes da Força Sindical dizem que não há mais razão para manter Messias. "O PT indica alguém da Força para seus ministérios?" ironiza um pedetista.

Aviso prévio Durante reunião sobre a medida provisória dos portos, ontem, o secretário navegava pela página de exonerações do "Diário Oficial" em seu tablet.

O retorno Zilmara Alencar pode voltar à pasta. Aliada de Carlos Lupi, ela esteve no centro do escândalo que derrubou o ex-ministro.

Âncora Paulinho da Força (PDT-SP) quis colocar na pauta de negociações a autonomia dos Estados nos portos, tratada pelo pedetista com o governador Eduardo Campos (PSB-PE) na semana passada. O líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), desconversou.

Eu sozinha Cármen Lúcia foi criticada por colegas do STF por ter concedido liminar aos Estados produtores suspendendo a nova divisão dos royalties. Alegam que decisões monocráticas em ações diretas de inconstitucionalidade só podem ser tomadas no recesso.

Para depois Observadores da corte entendem que a ministra não levará a liminar ao plenário na sessão de hoje.

Novo CEP Joaquim Barbosa busca nova sede para o CNJ. Havia uma proposta de aluguel de imóvel por R$ 500 mil mensais, mas o presidente do STF quer acomodar o conselho em prédio público.

Blitz Fernando Grella (Segurança) abriu ontem rodada de reuniões com chefes da polícia para análise dos indicadores de violência em São Paulo. O secretário cobrará metas de redução de crimes por região a cada bimestre.

Timing 1 Na conversa com Dilma na semana passada, após dizer que o PSD não vai aderir ao governo agora, Gilberto Kassab telefonou para Guilherme Afif. O vice-governador paulista pediu que sua nomeação ao Ministério da Micro e Pequena Empresa só saísse no fim de abril.

Timing 2 Dilma respondeu que não quer sancionar a pasta sem o titular e avisou que fará o anúncio após a Páscoa. Kassab vai insistir que o convite é "pessoal". Hoje mais três seções do PSD anunciam apoio à petista.

Fundos Contrariado com as críticas de Fernando Haddad, Kassab diz ter deixado R$ 5,2 bilhões para cobrir despesas de sua gestão.

Eu, não O vereador Nabil Bonduki (PT) responde ao tucano Andrea Matarazzo e diz que nunca defendeu a proposta de Kassab de Plano Diretor: "Sempre deixei claro meu ponto de vista de que teria de haver novo projeto".

Na área A parceria de Romário (PSB-RJ) com a ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos) contra José Maria Marin, da CBF, alvoroça a Câmara: "É a nova dupla Rô-Rô", diz um deputado, lembrando da dobradinha do colega com Ronaldo na seleção.

Visita à Folha Domenico de Masi, sociólogo italiano, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava com Oriana White, assessora, e Marina Poggi, tradutora.

com FÁBIO ZAMBELI e ANDRÉIA SADI

tiroteio
"Apesar da entusiasmada torcida da 'turma do contra', Dilma segue contando com o reconhecimento da ampla maioria do povo."
DO PRESIDENTE DO PT, RUI FALCÃO, sobre a aprovação da presidente, que atingiu índice recorde, segundo pesquisa Ibope/CNI divulgada ontem.

contraponto

Melhor idade

Em palestra ministrada anteontem à noite na sede do PSDB paulista, Geraldo Alckmin discorria sobre os feitos de sua gestão. O tucano começou então a falar do programa "São Paulo: Amigo do Idoso", que prevê a construção de centros de convivência nas 645 cidades e complementação de renda para aposentados.

Presidente estadual tucano, Pedro Tobias brincou com Alberto Goldman, 75 anos, arrancando um sorriso amarelo do ex-governador:

-Este é o seu programa! Foi criado na medida certa para sua aposentadoria.

Coisa de chinês - SONIA RACY

O ESTADÃO - 20/03

Dificílima a salvação do Banco BVA. Principal interessado, Carlos Alberto de Oliveira Andrade, da Caoa, está quase convencido a olhar outras instituições, como o Prosper e o Morada.

Terá, entretanto, de absorver prejuízo de R$ 600 milhões – valor por ele depositado no banco sob intervenção do BC.

A confirmar
Consta que Michael Klein não está aborrecido com as prováveis restrições do Cade à fusão de Ponto Frio e Casas Bahia.

Com a palavra
Carlos Apolinário, que se aposentou da política no ano passado, recebeu, anteontem, Marco Feliciano em seu programa na Rádio Musical FM. “Dei a ele a oportunidade de falar sobre tudo isso que a imprensa tem publicado.”

Apolinário diz que o pastor é injustiçado ao ser tachado de homofóbico “só por não concordar com o casamento entre pessoas do mesmo sexo”. “Se fosse assim, todos os jornais deveriam manchetar: papa Francisco é homofóbico.”

PowerPoint
No momento em que começa a se preparar para a reeleição em 2014, Alckmin cobra que o PSDB tenha “um cartão de visitas” e “mostre mais o que faz”. À militância tucana, anteontem, ele apresentou 15 slides com os feitos de seu governo.

E, admitindo que seu partido “não é tão bom de propaganda”, pediu aos tucanos para se lembrarem “da grande herança dos que nos antecederam”.

Ninho
E Serra comemorou seu aniversário, ontem, em família. Na casa de Andrea Matarazzo.

Exagerados
Diferentemente do que o mercado diz sobre o novo investimento do Innova (fundo que tem Jorge Paulo Lemann entre os sócios) na Diletto, a coluna apurou com fonte ligada à transação ser inverídico o aporte de R$ 100 milhões.

Mesmo porque o tamanho da empresa é bem menor. Para se ter uma ideia, faturou, em 2012, R$ 30 milhões.

Briga boa
O STJ deve bater o martelo, hoje, sobre os três concorrentes à vaga de Teori Zavascki, que migrou para o Supremo.

O pernambucano Luiz Alberto Gurgel de Faria tem lobby forte – de Eduardo Campos e Francisco Falcão, corregedor nacional de Justiça.

Made in Brazil
A Abest quer levar criações brasileiras às vitrines do exterior. A entidade recebe, durante o SPFW, Geraldine Florin e Pascale Camart, diretores da francesa Galeries Lafayette.

O objetivo é aproximar buyers estrangeiros das grifes nacionais.

Tiete
Leitor assíduo do esloveno Slavoj Zizek, Antonio Patriota tanto fez que conseguiu se encontrar com o filósofo “pop star” na UnB, minutos antes de sua conferência, semana passada.

Em visita ao Brasil, a convite da Boitempo, Zizek atraiu mais de 7 mil pessoas a Brasília.

Paulistana
Jennifer Roth, vice-presidente da Sotheby’s de NY, fez passeio cultural em SP, anteontem.

A moça, no Brasil para apresentar – no Centro da Cultura Judaica – coleção que será leiloada em abril, visitou o Instituto Tomie Ohtake e a Pinacoteca. Ciceroneada por Katia Mindlin.

Dobradinha
Marilia Razuk abre, amanhã, duas mostras: 500 peças de Hilal Sami Hilale, no espaço anexo, instalação de Flávia Bertinato.

Na frente
Sob regência de John Neschling, Arnaldo Cohen e a Orquestra Sinfônica Municipal de SP realizam concerto beneficente. Amanhã, no Teatro Municipal de SP.

Joana Vieira abre exposição na Galeria Pintura Brasileira. Amanhã.

A Volkswagen comemora 60 anos de Brasil com festa e show de Ana Carolina e Orquestra Julio Medaglia. Hoje, na Sala São Paulo.

Alckmin foi elevado, anteontem, ao papel de “papa Francisco de SP”. “Humildade é o que você representa nesse partido”, dissePedro Tobias, presidente da seção paulista da legenda.

COM QUE ROUPA? - MÔNICA BERGAMO

FOLHA DE SP - 20/03

A São Paulo Fashion Week teve início anteontem, na Bienal do Ibirapuera. As atrizes Alice Braga, Alessandra Negrini, Carolina Dieckmann e Thaila Ayala e o cantor Otto conferiram os desfiles. Tony Tornado fez show na passarela da Cavalera.

VERDE DE RAIVA
O economista Luiz Gonzaga Belluzzo, ex-presidente do Palmeiras, depositou anteontem R$ 60 mil na conta do árbitro gaúcho Carlos Eugênio Simon. Em 2009, ele disse que o juiz era "vigarista, safado e crápula" por ter anulado um gol do Verdão. Acabou condenado por dano moral.

VERDE 2
Belluzzo diz que fez o depósito com dinheiro de sua poupança pessoal e afirma que paga "com prazer o baixo preço da dignidade do senhor Simon". O desembargador que relatou o caso diz que o juiz é um "conceituado árbitro" de "inequívoco" prestígio nacional e internacional e que sua "honra e boa fama" foram "agravadas de maneira vil".

BOCA
Uma equipe do canal mexicano Univision foi assaltada no centro de São Paulo enquanto gravava um documentário sobre o maestro João Carlos Martins.

Pouco antes, eles tinham comentado com o secretário municipal de Cultura de São Paulo, Juca Ferreira, sobre o alerta de amigos a respeito do risco de terem seu equipamento surrupiado no Brasil.

FAMÍLIA
José Serra afasta qualquer possibilidade de se reconciliar pessoalmente com Aécio Neves, embora militem no PSDB. O ex-governador de São Paulo acha que o mineiro está por trás do livro "A Privataria Tucana", de 2011, em que negócios de sua filha, Veronica, foram esquadrinhados. Não perdoa.

FAMÍLIA 2
O autor, Amaury Ribeiro Jr., diz em um dos capítulos do livro que foi escalado por um jornal de Minas, ligado a Aécio, para levantar informações sobre arapongas que Serra teria supostamente colocado no encalço do mineiro. A partir daí, começou a pesquisar os negócios da família do paulista. Diz, no entanto, que fez isso por conta própria, "usando da liberdade conferida aos repórteres especiais" da publicação em que trabalhava.

DALÍ AQUI
A tela "Tristan and Isolde", de Salvador Dalí, virá ao Brasil. A obra faz parte do cenário de "La Veritá". A turnê do espetáculo da companhia Finzi Pasca, que reúne teatro e circo, começa em junho e passa por São Paulo, Rio, Curitiba, Porto Alegre e Belo Horizonte.

PALANQUE NA MODA
De Alberto Hiar, o Turco Loco, ex-deputado estadual do PSDB e diretor da Cavalera, antes de desfile na SP Fashion Week: "São Paulo é cafona. O governo municipal é cafona, o estadual também. Falta investimento em economia criativa. Nós não temos políticos modernos e corajosos, que invistam em questões intangíveis".

PALANQUE NA MODA 2
E de repente o governador paulista, Geraldo Alckmin, e sua mulher, Lu, chegaram à SPFW. Foram acomodados na primeira fila e elogiaram a coleção da marca de Turco.

CONEXÃO
Presenças esperadas na plateia da Cavalera, Ariel Goldenberg e a mulher, Rita Pokk, do filme "Colegas", não apareceram porque o voo em que retornavam dos EUA atrasou. Na sexta-feira, eles se encontraram com o ator Sean Penn.

BOA COMPANHIA
E Ariel protagoniza vídeo de campanha que o Instituto Mara Gabrilli lança amanhã para combater o preconceito contra pessoas com deficiência. No anúncio, ele, que tem Down, dispensa a ajuda de um homem que o trata como se fosse criança.

CABELOS DE FOGO
A sauna gay Hotel Chilli Pepper, no largo do Arouche, criou uma nova promoção. Às terças-feiras os ruivos ganham 25% de desconto. É a chamada Terça Ruivo.

A OUTRA HISTÓRIA
O jornalista Paulo Moreira Leite autografou "A Outra História do Mensalão", anteontem, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional. O deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP), o ex-deputado Ricardo Zarattini, o ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD-SP) e o advogado José Luis Oliveira Lima compareceram.

Curto-circuito
O musical "Nada Será como Antes", com canções de Milton Nascimento, tem pré-estreia às 21h, no teatro GEO. 12 anos.

O spa Lapinha, do Paraná, abre unidade em SP, na rua Joaquim Floriano.

Após desfiles na SPFW, hoje à noite, a Triton faz festa no bar Louis e a Neon recebe convidados no clube Yacht. 18 anos.

O arquiteto João Carlos Cauduro fala sobre design urbano na Atec Cultural, às 19h30, no Jardim Paulistano. Grátis.

Mara Luquet é a curadora da Expo Money, evento de educação financeira que passará por Curitiba e mais oito cidades.

A Entreposto lança coleção infantil com programação para as crianças na loja do Jardim Europa.

A revista "Harper's Bazaar Brasil" apresenta seu site hoje nos Jardins.

FLÁVIA OLIVEIRA - NEGÓCIOS & CIA

O GLOBO - 20/03

MERCADO APROVA ÊNFASE DA PETROBRAS EM PRODUÇÃO
Em novo plano de negócios, estatal alocou 73% dos investimentos de E&P em desenvolvimento, contra 69% no anterior

Foi de aprovação o primeiro olhar dos especialistas do mercado de óleo e gás no Plano de Negócios 2013-2017 da Petrobras. O alto escalão da estatal detalhou ontem os investimentos de US$ 236,7 bilhões. Chamou atenção, em particular, a ênfase nos projetos de desenvolvimento da produção. No novo plano, a Petrobras avisou que destinará ao segmento 73% dos investimentos alocados em exploração e produção. No Plano 2012-2016, a proporção era de 69%. A verba é ainda maior, porque investimento total em E&P saiu de US$ 131,6 bilhões para US$ 147,5 bilhões entre um plano de negócios e outro. "São números que demonstram preocupação com a retomada da produção e seu efeito na geração de caixa. É uma decisão que põe foco no que é importante", diz Alfredo Renault, professor da PUC-Rio. João Carlos de Luca, presidente do IBP, diz que toda a indústria vai se beneficiar com o aumento dos gastos: "É na etapa de desenvolvimento que as companhias fazem os maiores investimentos. E os mais diversificados". Um campo do pré-sal, completa, consome até US$ 500 milhões numa etapa de exploração. No desenvolvimento, pôr um módulo em operação chegar a custar US$ 2 bilhões.

Torcida
Quem anda louco pelo fim das obras do Maracanã é o setor de construção civil do Rio. É que seis mil operários do estádio estão na mira das empresas com lançamentos previstos para este ano. Em 2012, a prefeitura aprovou a construção de 6,1 milhões de metros quadrados. Parte sairá do papel em 2013.

Expansão
A Renta Engenharia gerencia o projeto de expansão do Boulervard Shopping, em Campos (RJ). O mall ganhará mais 6.500 metros quadrados e 54 lojas. A obra termina em junho.

Reforma
O lobby da Torre do Riosul, shopping carioca, passará pela primeira reforma em 30 anos. Serão gastos R$ 8 milhões para trocar piso, iluminação e climatização. Projeto do Farias & Denton.

Educação
Será de R$ 20 milhões o investimento do grupo Multi Educação no Rio no próximo par de anos. A meta é abrir 93 escolas. Hoje, tem 233.

A rede é dona das marcas Wizard, Yázigi, Skill, SOS, Microlins, People e Smartz.

Inadimplência
Passou a 61,5% a proporção de famílias com renda até dez mínimos endividadas este mês. Em fevereiro, eram 61,2%. A pesquisa da CNC sai hoje. O levantamento mostra que 8,2% não têm como quitar seus débitos. Eram 7% há um mês.

Na estrada
O Brazil Road Expo, feira de infraestrutura viária e rodoviária, espera gerar R$ 500 milhões em negócios. A abertura foi ontem em SP.

Corrida
A Apex-Brasil reúne empresas brasileiras e estrangeiras na etapa de Saint Petersburg (Flórida) da Fórmula Indy, no fim de semana. Quer gerar US$ 51,5 milhões contratos.

Náutico
O Rio Boat Show terá pavilhão exclusivo para empresas dos EUA. O salão, mês que vem, deve atrair 43 mil pessoas e movimentar R$ 280 milhões.

PODEROSAS
A Eudora, marca de cosméticos do Boticário, estreia hoje à noite sua primeira campanha publicitária nacional. Quer falar com as mulheres contemporâneas. O mote é “Você tem poder”, criação da agência Santa Clara. Os anúncios vão circular em TV, rádio, impressos e mídias sociais.

QUE COISA
A Dona Coisa, multimarcas carioca, apresenta hoje nas mídias sociais as coleções de inverno das 40 grifes que comercializa. No time, está a anglo-brasileira Isolda London, à venda também na Via Flores, outra multimarcas do Rio. Thomas Stevenson fotografou a modelo Christina O’Connor no Brooklyn (NY). A Dona Coisa planeja vender 20% mais.

P&B
A grife Maria Manuela, da estilista Manuela Noronha, põe na rua hoje a campanha da coleção de inverno. Batizada de “Black & White”, terá peças geométricas em preto e branco. Thomaz Prado assina as fotos, com a modelo Laura Prado.

As imagens vão circular em mídia impressa e internet. Dona de loja no Leblon, a marca prevê aumento de 30%
nas vendas.

107,6 BILHÕES DE DÓLARES
É o investimento anunciado pela Petrobras em desenvolvimento da produção (73%) no Plano de Negócios 2013-2017. No plano anterior, 2012-2016 a cifra somava US$ 90,8 bilhões (69%). A fatia destinada à exploração caiu de 19% para 16% do aporte total em E&P.

É PÁSCOA
O Guanabara dará uma viagem à fábrica da Garoto (ES) e cinco iPads como prêmios na ação de Páscoa. A rede encomendou 500 mil ovos. Já a Pizza Hut fechou com a Bacalhau Dias. Terá pizza de bacalhau, de 25 a 31. Fullpack (Guanabara) e Muffa (Pizza Hut) assinam as campanhas.

Depilação
A Pello Menos, de depilação, abrirá unidade na Rocinha mês que vem. Será a 1ª da rede na favela. Também em abril, inaugura em Itaipava. Hoje, tem 45 lojas. Prevê vender mais 25 franquias até dezembro. É investimento médio de R$ 350 mil, cada.

É massa
A Hasbro, de brinquedos e jogos, está lançando linha Plus da massa de modelar Play-Doh. Tem textura mais macia. Desde de 2008, vendeu 700 mil potes. Prevê bater um milhão até dezembro. O faturamento deve aumentar em 20%.

Renovada
Chega ao varejo até semana que vem a Ritmos, nova linha de fogões da Dako. Tem seis modelos. A marca apresentou nova identidade visual este mês. Parceria com a agência Deep, a ação consumiu R$ 4 milhões.

Livre Mercado
Patrick Doyle, CEO mundial da Dominós Pizza, inaugura a loja de Nova Iguaçu, 6ª feira. Será a 1ª na Baixada, investimento de R$ 900 mil. A rede planeja ter 175 unidades no país até 2016. Está com 61.

Dona de 26 lojas no país, a Via Verde, de produtos naturais, quer chegar a cem até 2018. Semana passada, abriu no Center Shopping (Jacarepaguá). Investiu R$ 280 mil. Espera faturar 50% mais em 2013.

A Pissani, de massas gourmet, investiu R$ 200 mil em quiosque no Shopping Leblon. É o 1º no Rio.

A Auto Viação 1001 investiu R$150 mil em aplicativo para celulares e tablets. A internet deve passar de 10% para 30% das vendas até 2017.

A SEO Master estreia ferramenta de compartilhamento em redes sociais (Soobo) hoje. Investiu R$ 35 mil.
O Parque Tecnológico do Rio/UFRJ faz hoje workshop sobre o tema Universidade Empreendedora.

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

FOLHA DE SP - 20/03

Entidade quer ampliar instrumentos de captação
A Associação Brasileira de Bancos (ABBC), que reúne as instituições com menor rede de agências, quer expandir as formas de captação para o segmento, ao completar 30 anos neste mês.

Até meados deste ano, a entidade espera ter prontas as plataformas para produtos financeiros, que vem desenvolvendo com a Cetip e a BM&FBovespa.

Com o projeto, pessoas físicas, inicialmente por meio de corretoras, vão poder adquirir CDBs, letras financeiras e outros títulos de pequenos e médios bancos.

"Temos de desenvolver melhores estruturas de captação", diz Renato Oliva, presidente da ABBC.

"Em 1995, a relação crédito/PIB era de menos de 20%. Hoje chega a 50%, mas os instrumentos de captação não são muito diferentes dos que existiam", afirma.

O "funding" nos pequenos bancos segue muito restrito.

"Somos muito concentrados em poucos investidores institucionais e a captação em prazo mais longo é pobre, não ocorre com fluência", diz Oliva, que é também CEO dos bancos Cacique e Pecúnia (do Société Générale).

Para ele, o projeto será benéfico não só a bancos, mas a pequenos poupadores, que poderão adquirir títulos de renda fixa com melhor remuneração e de qualquer valor.

"Pode ser uma pequena revolução. Será possível escolher alternativas de todos os bancos, com cotações de taxa e prazo. O investidor poderá comparar as condições."

A plataforma da Cetip deverá ficar pronta antes, em junho ou julho, segundo Oliva.

Renovação
As distribuidoras de GLP no Brasil já investiram R$ 4,5 bilhões no processo de avaliação e requalificação de botijões. Os dados são de projeções da Copagaz, fornecedora de gás de cozinha, baseadas em dados da Agência Nacional de Petróleo.

A empresa, que detém 10% do mercado de GLP no país, afirma ter gasto R$ 450 milhões no processo.

Feita no país desde 1996, a operação é realizada em 27 centros especializados espalhados pelo país, onde os botijões são testados para verificar seu estado de conservação. O principal objetivo da requalificação é garantir a segurança do consumidor.

O índice atual de sucateamento da indústria brasileira de GLP é de 9%. A Europa e o restante da América Latina registram 3%.

"O sucateamento no Brasil é maior porque estamos atrasados em relação a outros países", diz Ueze Zahran, presidente da Copagaz.

"Em outros lugares, há muito tempo, já existem leis que obrigam a requalificação dos vasilhames."

Números
R$ 4,5 bilhões
foram investidos pelas distribuidoras na requalificação de botijões

138 milhões
foi o número de vasilhames enviados para os testes

24 milhões
foram descartados até 2012

9%
da indústria brasileira de GLP está sucateada

3%
é o nível de sucateamento em países da Europa e da América Latina

R$ 100
é o custo de um botijão

Brasileiro de trem
O número de brasileiros que viajaram de trem pela Europa aumentou 8% no ano passado, de acordo com a Rail Europe 4A, que comercializa passagens na Ásia, na América do Sul, na Austrália e na África.

Em 2011, a expansão havia sido de 28%.

"Essa alta de 8% é mais estável, pode ser sustentada. É um crescimento normal de um mercado maduro. Não tínhamos como mantê-la na casa dos 30%", diz a executiva da empresa na América do Sul, María Corinaldesi.

"Na Coreia, que também é um mercado mais estabelecido, a elevação foi de 6%."

A venda total de passagens da companhia, porém, avançou 16% no ano.

"Temos alguns países emergentes crescendo mais, como a China, onde houve alta de 60%."

A previsão para 2013 é que haja uma expansão de 10% a 12% nas quatro regiões onde a empresa atua. No Brasil, deve ficar entre 4% e 5%.

"Neste ano, o país não está numa situação tão boa, mas não acreditamos que isso prejudique muito às vendas", afirma.

"Pelas características do nosso produto, ainda podemos crescer muito no país, principalmente com os clientes que vão para a Europa pela primeira vez."

A Rail Europe 4A é uma joint venture formada pela Ferroviárias Nacionais Francesas e pela Linhas Ferroviárias Federais Suíças -controladoras da Rail Europe.

Ares... Levantamento do Rio Convention & Visitors Bureau (Rio CVB) indica mudança no perfil dos congressos e feiras a serem realizados no Rio de Janeiro entre os anos de 2013 e 2018.

...de Copa A participação do público esperado para eventos que têm relação com esporte, cultura e educação vai saltar de 14% em 2012 para 54%. Os eventos no período devem trazer US$ 260 milhões à cidade.

Orientação... O Sebrae e a Serasa Experian assinam na próxima segunda-feira (25), em Brasília, uma parceria para a realização de iniciativas de apoio às pequenas empresas brasileiras.

...financeira O objetivo é gerar melhores oportunidades de negócio e fortalecer os pequenos empreendimentos no país, por meio de capacitação de pessoas e elaboração de estudos.