terça-feira, dezembro 10, 2013

Chuvas & trovoadas na CMO - DENISE ROTHENBURG

CORREIO BRAZILIENSE - 10/12

Começou a contagem regressiva para estourar uma “greve” na Comissão Mista de Orçamento (CMO). O estopim foi o fato de a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, dizer aos líderes partidários da base aliada que o governo não tem compromisso com o orçamento impositivo inscrito na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Isso significa que só fará a liberação automática das emendas parlamentares se houver uma emenda à Constituição.

Os deputados acham que o governo adota isso apenas para enrolar a base e não executar a totalidade das emendas dos parlamentares ao Orçamento no ano eleitoral. Ao que tudo indica, o fim do ano será longo por ali. Ontem, já não houve votação na CMO. E o prazo está cada vez mais curto.

Cofre fechado
Os deputados que estiveram em reunião com Ideli Salvatti saíram frustrados. A todos ela tem dito que o governo já liberou tudo o que podia em termos de emendas parlamentares de 2013. Ou seja, o saco de bondades de Papai Noel está vazio.

Daqui pra frente...
Os líderes alertaram para os perigos que o governo tem pela frente, na hipótese de não liberar o Orçamento. Um deles é fazer crescer apoios a uma CPI para apurar as denúncias de Tuma Jr. sobre direcionamento do aparato policial a adversários do governo. O segundo, a derrubada de vetos polêmicos que estão em pauta, como o do bom e velho fator previdenciário.

...Tudo vai ser diferente
Outra ameaça se refere ao Orçamento de 2014, o primeiro ano em que o governo não poderá contar com a chamada autorização provisória para investimentos diretos, nem mesmo nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Portos em chamas
O terminal de Libra, no Porto de Santos, está em guerra com caminhoneiros. Eles reivindicam o pagamento da estadia quando ficarem mais de cinco horas lá e, ainda, o aumento do valor do frete. Desde a semana passada, o movimento dos trabalhadores do setor de cargas está impedindo a recepção de contêineres. Até agora, nem a polícia nem a política conseguiram resolver. Está no ponto de o governo federal (e/ou estadual) ter de intervir.

Atores & diretores/ Os senadores querem o Orçamento aprovado em 17 deste mês. Os deputados querem impor condições. Ontem, mal o presidente da CMO, Lobão Filho (foto), abriu a sessão, o deputado Danilo Forte (PMDB-CE) pediu a palavra. Lobão, sabendo que ele tentaria suspender a sessão, foi direto: “Peraí! Deixa eu terminar de, pelo menos, ler a pauta!!” Reflexos da crise entre o chefe da Câmara, Henrique Eduardo Alves, e o do Senado, Renan Calheiros.

Dilma & presidentes/ Houve quem apostasse que Fernando Henrique e Lula não viajariam juntos com Dilma ontem para o velório de Nelson Mandela. Agora, espera-se aí uma réstia de abertura de diálogo entre governo e oposição. Vejamos a volta.

Hora dos livros I/ Os economistas Fábio Giambagi e Cláudio Porto lançam hoje, às 18h, na CNI, Propostas para o governo 2015-2018. O trabalho reúne artigos de 40 analistas que apontam políticas públicas para o crescimento competitivo do Brasil. Com o pibinho que rola por aqui, a ideia é colocar as propostas no centro do debate pré-eleitoral.

Hora dos livros II/ Na Câmara, o jornalista Magno Martins lança, às 19hs, Reféns da Seca, o mundo dos excluídos dos programas sociais.

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