quinta-feira, novembro 21, 2013

E Renan trucou - DENISE ROTHENBURG

CORREIO BRAZILIENSE - 21/11

O adiamento da votação da emenda constitucional do voto aberto em todas as situações foi mais um lance do truco entre os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e o da Câmara, Henrique Eduardo Alves. A ordem entre muitos senadores é adiar enquanto der a apreciação dessa emenda em segundo turno para forçar uma posição de Henrique.

Se o presidente da Câmara quiser votar a cassação dos deputados condenados no processo do mensalão apenas pelo voto aberto, ele terá que agir. Ou busca a aprovação da emenda do senador Jarbas Vasconcelos, que estabelece a perda automática dos mandatos de parlamentares condenados, ou o texto do voto aberto para perda de mandato, já votado pelo Senado. Afinal, como diz Renan a seus amigos, não tem um senador envolvido no processo do mensalão, portanto, não precisa de pressa. A leitura desses amigos foi assim: “Te vira, Henrique!”

Alegria de governo...
... É igual de pobre: dura pouco. O tal pacto da responsabilidade fiscal, fechado no Planalto na terça-feira, esfarinhou. A Comissão de Seguridade Social aprovou uma proposta que amplia o orçamento da Saúde em R$ 18 bilhões no ano que vem e não em R$ 6 bilhões como prevê o texto aceito pelo Poder Executivo. PT e PCdoB ficaram sozinhos ao lado da proposta governamental.

CEB responde
A CEB já enviou à Aneel seu plano de ação para reequilíbrio financeiro, conforme solicitado, mas ainda não recebeu resposta. A empresa promete reduzir gratificação de função, gastos com plano de saúde dos servidores e, ainda, os contratos com terceirizados, hoje em torno de R$ 20 milhões. Os investimentos, que este ano, atingiram R$ 200 milhões, também terão uma redução no ano que vem.

Juntos, mas separados
O apoio do PSD à presidente Dilma Rousseff não será 100%. Em Minas Gerais, parlamentares pessedistas apoiam Aécio Neves.

CURTIDAS
Rompidos/ A governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini, do DEM, e o líder do partido, José Agripino Maia (foto), nem se cumprimentam mais. Ou seja, ela realmente não terá legenda para ser candidata.

Cronômetro ligado/ A presidente Dilma Rousseff calculou os mínimos detalhes da sua ida ao evento do PSD que declarou apoio à reeleição dela no ano que vem. Chegou às 12h22 e saiu às 13h50. Dentro do horário de almoço.

Expectativa / O filho do ex-presidente João Goulart, João Vicente Goulart, acompanhou in loco a sessão de ontem do Congresso Nacional. Parlamentares votariam um projeto de resolução que anula a decisão de 1º de abril de 1964, que tornou vaga a Presidência da República. Ao vê-lo, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) falou: “hoje vota”. João Vicente respondeu: “o que é um dia para quem já esperou 50 anos?”

Artrite, presidente?!/ A comitiva da República Tcheca que visitou o Senado presenteou Renan Calheiros com uma garrafa de Becherovka, uma bebida com 38% de teor alcoólico, feita a partir de sementes de anis, canela e outras 32 ervas. Os tchecos comentaram que esse bitter de ervas era usado como remédio para artrite. José Sarney, o mais jovem de espírito dos presentes, disse que não era com ele.

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