sábado, novembro 02, 2013

Assim é se lhe parece - JORGE BASTOS MORENO

O GLOBO - 02/11

Eterna intocável o mal-estar sofrido por Ulysses depois de uma discussão violenta com Sarney, no Alvorada, em defesa da Constituinte. Ulysses saiu de lá direto para o hospital, onde foi diagnosticada uma isquemia.
Dias depois, Ulysses se submeteu a uma angioplastia.
A culpa não fora toda do Sarney. O deputado tinha uma obstrução de 95% nas artérias.
Vinte e seis anos depois do ocorrido, quebro agora o compromisso com a fonte, por considerar prescrito o juramento do silêncio. E o faço por conta da declaração de Lula de que Sarney e Ulysses tiveram o mesmo papel na Constituinte.
Como, para chaleirar Sarney, Lula tenta mudar a História, o fato aqui relatado pode ser usado pelo petista a favor do senador Sarney. Poderia argumentar, por exemplo, que a briga do Alvorada serviu de prova de esteira para levar o relapso Ulysses a se tratar, evitando o pior.
Assim, além da Constituinte, Ulysses deveria a Sarney sua própria vida.

Dono da História
Já que o próprio Ulysses lembrava que "a História é incensurável" é preciso reconhecer que os embates dele com Sarney na Constituinte não anulam a dívida imensa da democracia ao ex-presidente. Sem a paciência, a compreensão e sabedoria do Sarney, talvez hoje a situação fosse diferente.
Há que se respeitar também o que o senador Sarney faz hoje com a biografia do ex-presidente Sarney, Se ele a construiu, tem o direito de destruí-la.
E tem feito isso com a maior competência.

Enem, nada!
Mercadante tem chamado ministros, senadores e governadores para reuniões individuais no MEC.
A pessoa chega lá crente que vai debater sobre educação, mas se depara com um mapa marcado com nomes de cada estado que o Planalto acha importante para as eleições.

Grave intervenção
Ao meter o nariz na economia, mirando principalmente o Banco Central, Lula, na avaliação do mercado, fez a sua mais grave intromissão no governo Dilma desde a sua instalação.
E, desta vez, Dilminha acusou o golpe. Chegou a casa mordendo os lábios e ouviu da Dilrna-mãe o que costuma fazer com outros:
— Segura o choro!

É isso aí
Dilma determinou prioridade à adoção de medidas para conter a atuação de black blocs em manifestações.

Ao sol e vento
Haddad também é filho de Deus, quer dizer, do Lula.
O prefeito de São Paulo foi eleito dentro do mesmo padrão Lula de qualidade que elegeu a Dilma.
Mas o ex-presidente não tem conseguido segurar a oposição silenciosa do PT paulistano ao prefeito;
Por que será?

Joia rara
Continuação da entrevista:
— Pela primeira vez, uma ex-mulher de político vai para a mídia elogiar o seu ex, dizendo ser ele o homem público mais correto que conheceu. Como se sente?
— Qualquer homem, não precisa ser político, sente-se gratificado quando é elogiado pela ex-mulher. No meu caso, por ser também um homem público, eu me sinto duplamente gratificado. Afinal, ela conviveu dez anos comigo, me conhece na intimidade, e sai do relacionamento reconhecendo a minha postura de político. Existe um depoimento melhor?

Meu Deus!
Quem viu as provas do ensaio de Meyrielle Abrantes afirma que, com todo o respeito às demais mulheres que já foram capas da revista, elas são enlouquecedoras.

Morena tropicana
Que mensalão, que nada!
O que o Congresso aguarda com justa ansiedade é a edição da "Playboy" deste mês com a ex-namorada do senador Jarbas Vasconcelos, a modelo e ex-miss Pernambuco Meyrielle Abrantes.
Jarbas, conhecido pela sua sisudez, abordou pela primeira vez o assunto:
— Como o senhor vai reagir às brincadeiras dos colegas?
— Eu a namorei durante dez anos, e ela já era modelo. Acho normal.
— Por que terminaram o namoro?
— Não gosto de falar sobre a minha vida pessoal, mas, já que o relacionamento sempre foi público, não vejo problema em responder que os projetos pessoais dela, por sinal legítimos e normais da sua carreira e da vida de toda mulher, não coincidem com os meus. A gente vinha discutindo isso já há algum tempo, e, em junho, tomamos essa decisão.

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