domingo, setembro 15, 2013

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

FOLHA DE SP - 15/09

Sem Parar parte para os estacionamentos menores
Após expandir sua rede com a cobrança de pedágio eletrônico nas estradas em nove Estados brasileiros, o Sem Parar pretende ampliar sua atuação nos serviços para o consumo urbano, usando os aparelhos instalados nos veículos dos clientes.

A companhia, que já presta serviços em 170 garagens de shoppings e aeroportos, vai partir para estacionamentos menores, diz o presidente da empresa, Pedro Donda.

"Estamos entrando mais nos [parqueamentos] especializados, como os de escolas e hospitais."

A empresa já opera no Hospital das Clínicas, na Sala São Paulo, na Faap e no Insper, em São Paulo.

Na semana passada, o Cade aprovou a entrada da Raízen como acionista do Sem Parar. Juntas, as marcas vão desenvolver um sistema de cobrança eletrônica para postos de combustível da rede.

Outro exemplo de atuação urbana, é o uso do aparelho instalado nos carros em vias fechadas, segundo Donda.

"Perto do Estádio do Pacaembu, em São Paulo, em uma rua que ficava intransitável em dia de jogo, os moradores conseguiram, com a Prefeitura, fechar a rua. Hoje têm uma cancela e entram com o aparelho nos carros."

O Sem Parar registra altas na faixa de 20% ao ano no valor de investimento, de acordo com o executivo.

"Cerca de 15% da receita é o que a gente vem investindo por ano em tecnologia. Nos últimos cinco anos foram R$ 300 milhões."

Para 2014, a expectativa é de R$ 85 milhões no valor direcionado à inovação.

A cancela, porém, segue firme no país.

Para Donda, o fluxo livre é desejável, mas a barreira ainda é um "mal necessário."

"Uma parcela significativa não paga multas e não pagará o pedágio se ele for medido com um radar. Nos Estados Unidos, não há o problema de inadimplência porque a frota é regular."

VIAJANTE DE OCASIÃO
A ConectCar, joint venture entre a Odebrecht TransPort e a distribuidora de combustíveis Ipiranga, investe em planos pré-pagos e sem mensalidade para atrair motoristas que utilizam pedágios com pouca frequência.

"Queremos atingir o público que ainda não usa o tag [aparelho eletrônico instalado nos carros] e que enfrenta grandes filas nos finais de semana", afirma João Cumerlato, diretor-superintendente da empresa.

O executivo estima que 90% da frota brasileira ainda não aderiu ao sistema de pagamento de pedágio.

"Foi muito boa [a quebra do monopólio das rodovias estaduais], pois diversificou a oferta dos serviços e despencou o preço dos tags --que antes custavam R$ 68 e hoje podem ser comprados por R$ 20 ou R$ 30."

A companhia opera nas estradas de São Paulo desde abril deste ano, após a abertura do mercado em 2012.

Enquanto aguarda uma regulamentação da ANTT (agência de transportes) que poderá pôr fim ao monopólio nas federais, a ConectCar pretende conquistar usuários do vale-pedágio --vendido por empresas como DB Trans e Roadcard.

"O caminhoneiro autônomo tem um custo de R$ 1,80 com combustível a cada parada. Isso traz um prejuízo grande no final do ano, além do tempo perdido nas viagens", diz Cumerlato.

ALÉM DA FRONTEIRA
A Auto Expresso, da empresa de pagamento eletrônico DB Trans, fechou contrato com o grupo Ecorodovias para operar em três concessionárias no Sul do país.

Ecocataratas, que atende Foz do Iguaçu (PR), Ecovias, que liga Curitiba ao porto de Paranaguá (PR), e Ecosul, que atua na região de Pelotas (RS), devem receber o sistema de pagamento eletrônico da companhia ainda em 2013.

A empresa está em fase de implantação das antenas e leitoras dos novos trechos.

Para diversificar seu canal de vendas, que até agosto se limitava apenas ao site e ao SAC (serviço de atendimento ao cliente), a Auto Expresso firmou contratos com 60 parceiros e deve fechar mais 150 até o fim deste ano.

Com a expansão, os tags passaram a ser vendidos em shoppings, postos de combustíveis e supermercados.

"Nossa expectativa é que o número de clientes cresça 50% neste ano e dobre em 2014", de acordo com Wagner Muradian, diretor-executivo da companhia.

Desde 2001 a empresa é habilitada a fornecer o vale-pedágio ao transporte rodoviário de cargas.

Vendas em shoppings crescem 10% em julho
As vendas dos shopping centers do Brasil cresceram 10,35% em julho na comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo dados da Abrasce (associação brasileira do setor).

Os segmentos de alimentação e entretenimento foram os principais responsáveis pela alta, com expansão de 18% e 17%, respectivamente, em relação a julho de 2012.

"Apesar de ser um aumento típico do mês de férias, esse número sinaliza também uma reação após a baixa decorrente das manifestações e dos protestos de junho", afirma Luiz Fernando Veiga, presidente da Abrasce.

No acumulado dos sete primeiros meses deste ano, no entanto, houve queda no ritmo de crescimento --dos 9,47% registrados no ano anterior para 8,21%.

"Se considerarmos o momento atual da economia, é uma proeza do setor, que consegue trazer números melhores que os de mercado", acrescenta Veiga.

No início do ano, a Abrasce projetou em 12% a elevação das vendas para 2013. Agora, porém, espera que o ano feche com 10% --número considerado mais realista pelo executivo.

Cerca de 30 shoppings devem ser inaugurados em 2013.

Parceria 
A agência digital norte-americana 360i abrirá no Brasil sua terceira unidade fora dos EUA. A vinda da empresa é uma parceria com a brasileira Lov, comandada por João Muniz e André Piva.

Ativos 
O setor de manutenção e gestão de ativos movimentou R$ 207 bilhões em 2012, segundo a Abraman (associação do segmento). Hoje, cerca de 30% das empresas do país têm profissionais na área.

investimento em iene

Cerca de cem executivos japoneses, entre eles Shunichi Nakanish (Toyota) e Takashi Kuroko (Mitsubushi), se reunirão com brasileiros na próxima semana em Belo Horizonte para um encontro de negócios.

Do lado brasileiro, participará o presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson Braga de Andrade, além de representantes de empresas como Vale e Grupo Ultra.

"O principal foco dessa reunião será atrair investimentos. O Japão já aportou muito capital no país, mas hoje não investe um valor relevante", afirma Diego Bonomo, da CNI.

"Queremos que eles tragam recursos para as áreas de infraestrutura e indústria", acrescenta.

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