quarta-feira, julho 24, 2013

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

FOLHA DE SP - 24/07

Setor de blocos de concreto terá semestre fraco
Quase 90% dos empresários da indústria de blocos de concreto esperam que o segundo semestre de 2013 seja pior ou igual ao anterior, segundo pesquisa da BlocoBrasil (associação do setor).

Apenas 11,7% dizem acreditar que crescerão nos próximos meses.

O segmento foi impulsionado, entre 2006 e 2011, pelos bons resultados da construção civil. No ano passado, houve uma acomodação e as companhias passaram a operar com ociosidade.

"As empresas investiram muito até 2011. A capacidade instalada do país passou de 7 milhões de unidades por mês para 28 milhões", afirma o presidente da entidade, Marcelo Kaiuca.

"Agora, como o mercado da construção é muito sensível à taxa de juros, os empresários perderam a confiança. A economia brasileira também está muito conturbada, com alta da inflação e crescimento baixo."

A empresa de Kaiuca, a Multibloco, está com equipamentos desligados. "E não é para que haja uma elevação de preço, é porque não tem necessidade mesmo", diz.

A fabricante Glasser é outra que sentiu o desaquecimento da indústria. Desde o ano passado, demitiu 23% do seu quadro de funcionários e hoje trabalha com 70% de sua capacidade de produção.

"É um número ruim, porque o [setor de] bloco de concreto tem uma margem de rentabilidade muito baixa. A partir de 85% pode ser considerado bom", diz Mário Sérgio Guimarães, da Glasser.

EMBARQUE PAULISTA
O Estado de São Paulo fabrica 41,7% dos produtos industrializados exportados pelo país, segundo pesquisa do Seade (fundação da Secretaria Estadual de Planejamento).

Quando se trata de mercadorias que necessitam de uma maior intensidade tecnológica, a participação chega a 75,7%.

"O Estado concentra as produções das indústrias farmacêutica, aeronáutica e de máquinas e equipamentos. O setor automobilístico está se desconcentrando no país, mas ainda há muitas empresas em São Paulo", diz Haroldo da Gama Torres, diretor da fundação.

"Não sabemos qual será o efeito da mudança cambial nas exportações do Estado, mas não deve haver alterações no tipo de produto embarcado, já que isso é estrutural", acrescenta.

Gasto... O consumo de energia elétrica no mercado livre subiu 0,72% no primeiro semestre de 2013 em relação ao mesmo período do ano passado, segundo levantamento da Comerc (gestora independente do setor).

...energético "A nossa expectativa era a de que o índice ficasse mais baixo, mas a desvalorização do real causou o aumento da produção de alguns setores da indústria", afirma Marcelo Ávila, vice-presidente da gestora.

Cascata tributária
Enquanto um americano paga 7% de imposto por um celular em Miami, o brasileiro arca com até cinco vezes mais tributos pelo mesmo aparelho, constatou o grupo Siqueira Castro Advogados.

A banca analisou o preço de cinco produtos incluindo a Sales Tax --único imposto sobre o consumo nos EUA.

Miami é a cidade que mais recebe os brasileiros que vão às compras. O município que tem o maior imposto é Washington, com 8,9%. Já o Estado com a maior carga é a Califórnia, com 8,5%.

No Brasil, os impostos ultrapassam 40%, com a incidência acumulada de ICMS, PIS, Cofins e, em alguns casos, ISS. "Aqui, temos uma cascata tributária", diz o sócio do escritório Jorge Henrique Zaninetti.

"A tributação no Brasil sobre produtos vem da indústria para o comércio até chegar no contribuinte", diz Marco Antônio Behrndt, do escritório Machado Meyer. "O americano paga um único imposto na boca do caixa."

DE MOTO NO INTERIOR DO PAÍS
A Harley-Davidson prevê a abertura de unidades em Santos, Sorocaba e Cuiabá até o próximo ano.

"Nosso plano é estar nos principais centros econômicos do Brasil", afirma o diretor-superintendente comercial da empresa no país, Longino Morawski.

A companhia não divulga dados de vendas no Brasil, mas, ao menos em 2011 e 2012, o país esteve entre os dez maiores mercados da marca no mundo, de acordo com o executivo.

A expansão da rede de lojas da Harley-Davidson no Brasil começou em 2011, quando a empresa estabeleceu sua própria subsidiária em São Paulo.

Desde então, foram inauguradas 15 concessionárias (dez em 2011, quatro em 2012 e uma em junho deste ano, em Salvador).

Marketing... A primeira pesquisa no Brasil sobre marketing na saúde começa hoje na zona sul de São Paulo durante evento da Healthers, comunidade do grupo Cboard que é formada pelas maiores empresas do setor no país.

...na saúde O 1º Fórum de Marketing para Saúde vai reunir 150 executivos de companhias da área, como os hospitais Oswaldo Cruz e Sírio Libanês. Há 50 mil empresas trabalhando nesse segmento no país, mas inexistem pesquisas.

Carro... O primeiro semestre terminou com cerca de 7 milhões de veículos elétricos em circulação no mundo, segundo a ABVE (associação brasileira do setor). No Japão, os híbridos correspondem a 11% do mercado.

...elétrico No Brasil, a entidade estima que haja atualmente cerca de 500 carros do tipo em circulação. Os números e o panorama do setor serão debatidos em setembro no 9º Salão Latino-Americano de Veículos Elétricos.

COMBUSTÍVEL LIBERADO
O governo do Tocantins emitiu licença de operação que autoriza o início das atividades de armazenamento e distribuição de combustíveis na base da BR Distribuidora em Porto Nacional, próximo à capital Palmas.

A decisão deve ser publicada hoje no "Diário Oficial" do Estado. A unidade terá como principal meio de transporte a Ferrovia Norte-Sul.

De trem, a empresa vai receber gasolina e diesel oriundos do terminal de São Luís (MA) para distribuição na nova sede. No sentido contrário, etanol produzido por usinas será escoado pela ferrovia até o porto maranhense.

"A base está em um ponto que vai atender a demanda de uma região que cresce com a expansão agrícola", diz Jorge Celestino Ramos, da BR.

A construção da unidade, que tem capacidade para 33 milhões de litros, custou cerca de R$ 230 milhões.

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