quinta-feira, julho 04, 2013

"Até tu, Brutus!" - ILIMAR FRANCO

O GLOBO - 04/07

Primeiro foi a presidente Dilma, agora é o PMDB quem está tripudiando em cima do vice Michel Temer. A bancada do partido na Câmara e a sua própria Executiva, por seus atos, demonstram que Temer não os representa mais. O partido, a exemplo do PT, trabalha, na prática, contra o plebiscito. Na terça-feira, na CCJ do Senado, o partido vai votar PEC que acaba com a reeleição.

"É a economia (?), estúpido!"
O marqueteiro James Carville faz escola no governo Dilma. Seus conselheiros acreditam que, superada a desconfiança no rumo da economia, o problema político será superado. Apostam nos investimentos, previstos para o segundo semestre, com leilões de portos, ferrovias e poços de petróleo, para dar a volta por cima. Mas nem todos os aliados do governo compartilham da tese de que a economia resolve tudo. Eles lembram que a economia estava tinindo em 2006, quando o governo Lula enfrentou grave crise política, decorrente do escândalo do mensalão. Esta só foi superada quando Lula corrigiu o rumo político e entregou metade do governo para o PMDB.

"O clima está todo muito ruim. 0 partido (PMDB) está virado de cabeça para baixo"
Geddel Vieira Lima Vice-presidente da CEF, sobre a rebelião da bancada do PMDB na Câmara dos Deputados

Sem ou cem?
Na executiva do PMDB, o ministro Antônio Andrade reclamou que está há cem dias no cargo e não fez quase nada, por falta de recursos. Virou piada. Os peemedebistas perguntavam se era cem ou sem orçamento, sem cargos, sem nada.

No eco das ruas
Os governadores e prefeitos de capitais vão se reunir nos dias 12 e 16 com os ministros Miriam Belchior, na foto, e Aguinaldo Silva. Na pauta, acelerar as obras de mobilidade urbana existentes e definir quais novas obras serão incluídas no novo plano de mobilidade urbana, anunciado pela presidente Dilma, e que prevê investimentos de R$ 50 bilhões.

Operação tartaruga
Circular do diretor-geral do TSE, distribuída ontem, autorizou seus servidores, como ocorre todos os anos, a cumprir jornada de trabalho de cinco horas diárias no mês de julho. O plebiscito não tem a mesma urgência no Tribunal.

Um tiro no pé
Os políticos mais experientes avaliam que a CCJ do Senado, ao aprovar o fim do voto secreto, tirou poder do Legislativo. Com o voto aberto, dizem que será raro derrubar um veto presidencial. E que, devido ao risco de perseguição, será muito mais difícil rejeitar nomeações ao STF, STJ e CNJ. A decisão de dar maior poder ao Executivo e ao Judiciário foi aprovada por unanimidade.

Politicamente incorreto
Desde que os seguranças da Câmara passaram a cobrar o uso de credenciais para entrar no plenário, criou-se um mercado paralelo. Ontem, um lobista da CNI circulava dentro do plenário com um crachá da liderança do PSD.

Na luta política
Para aprovar a regulamentação do trabalho terceirizado, a CNI, CNC, CNA, CNT e Consif estão distribuindo o texto "Terceirização: Mitos e Verdades". Depois de nove anos na Câmara, o tema (PL 4330) está para ser votado hoje na CCJ.

O governo avalia acabar com o reconhecimento de firma. A inspiração: as agruras de Afif Domingos para criar o ministério das microempresas.

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