sexta-feira, junho 28, 2013

COLUNA DE CLAUDIO HUMBERTO

“Condições precárias por si só não explicam resultados tão pífios”
Joaquim Barbosa (STF) sobre o desempenho dos tribunais em ações de improbidade


CÂMARA NÃO PRENDERÁ DONADON

Apesar de manter uma “Polícia Legislativa”, que aliás custa muito caro ao contribuinte, a Câmara dos Deputados confirmou ontem que não vai prender Natan Donadon (PMDB-RR), deputado ladrão transitado em julgado, foragido da Justiça, ainda que ele apareça por lá. A Câmara foi buscar em tecnicalidades o pretexto para o corporativismo: o mandado de prisão do Supremo Tribunal Federal foi dirigido à Polícia Federal.

PILATOS

A assessoria da Câmara garante que “ninguém mais” pode prender o deputado, além da PF. Nem a “Polícia Legislativa” nem a Civil.

CUMPLICIDADE

É antiga a atitude “legalista” da Câmara, em defesa de meliantes com mandato, criando dificuldades ao cumprimento de sentenças judiciais.

TUTTI AMICI

Donadon está condenado por roubo desde 2010, e só agora Henrique Alves, presidente da Câmara, vai abrir processo de cassação.

CORPORATIVISMO

É frequente a Mesa Diretora da Câmara se recusar até mesmo a tomar conhecimento de ordens judiciais nos casos de cassação.

LULA SILENCIA E MANIPULA

O constrangedor silêncio de Lula na mais grave crise da República esconde uma estratégia marota, típica dele, um ex-agitador de porta de fábrica: manobrar a reforma política por meio de sindicatos e dos “movimentos sociais”. Seu objetivo, com a “convocação” do plebiscito, é fazer o PT se apropriar das reivindicações espontâneas das ruas, e solidificar o projeto de poder do partido, caso decida retornar em 2014.

A LUTA CONTINUA

Lula admitiu a interlocutores que não abre mão dessa bandeira e que irá conduzir o processo de reforma política que Dilma não conseguiu.

UM DEMOCRATA

Questionado, o ex-presidente avisou através do Instituto Lula que como sempre “não tem nada a dizer” e “muito menos” a esta coluna.

BUSCA APOIO

Na tentativa de diminuir a resistência ao plebiscito, Dilma passou o dia ontem em uma maratona de reuniões com os parlamentares.

DILMA FOI ALERTADA

Há mais de ano, Dilma vinha sendo alertada para os perigos de desatenção com os grandes eventos no Brasil. Deu no que deu e ainda não tivemos os eventos principais. Foi alertada várias vezes. Agora, está colhendo os frutos que plantou.

ATÉ O PT RECLAMOU

Até o PT, que demora a entender as coisas, percebeu os erros do governo. Ela foi severamente criticada na reunião da bancada do PT na Câmara, esta semana, por desprezar a Fifa e os grande eventos.

É OU NÃO É?

A presidente, agora, jura que não há dinheiro público na construção dos estádios, mas fez questão de colar a imagem do seu governo às obras, mandando o ministro Aldo Rebelo (Esporte) visitá-las e fiscalizá-las.

MORTE ANUNCIADA

O advogado e ex-delegado da Polícia Federal Paulo Magalhães, 57, foi executado
a tiros em Campo Grande (MS). Sua ONG Brasil Verdade moveu ação popular contra Lula e denunciou políticos e judiciário.

ENGANA QUE EU GOSTO

Apesar de ter prometido reduzir a quantidade de medidas provisórias, a presidente Dilma mantém o mesmo ritmo. Desde a votação da MP dos Portos, ela já enviou três novas medidas ao Congresso Nacional.

TAMANHO CERTO

Tem 302 hectares a fazenda Buriti, de Ricardo Bacha, objeto de desejo de índios espertos em Mato Grosso do Sul, mas compõe um conjunto de 30 outras, totalizando 15 mil hectares. Essas terras devem ser compradas pelo governo, que ainda não definiu o valor do negócio.

NADA DE ESPECIAL

Para o senador Humberto Costa (PT-PE), os telefonemas trocados entre Eduardo Campos (PSB-PE) e a presidente Dilma e Lula não significam reaproximação. “Eles ligaram para todos os governadores”.

ALLONS ENFANTS

Em artigo traduzido no Le Monde on-line ontem, o assessor top-top Marco Aurélio Garcia defendeu “reforma rápida” na lei eleitoral. Não parece, mas Top-top formou-se em Filosofia em Paris.

PENSANDO BEM…

…o “Minha Rua, Minha Vida” é o programa mais bem-sucedido do governo Dilma.


PODER SEM PUDOR

POLÍTICA E LEGALIDADE

Não interessava a José Maria Alkmin, secretário da Educação de Minas, prestigiar o líder do PSD na Câmara, Tancredo Neves, por isso o recebeu junto a um deputado estadual, advogado mineiro, que estava na sala de espera. O deputado pediu a transferência da irmã e foi atendido. Tancredo queria um remanejamento de funcionários em São João Del-Rey. Alkmin reagiu:

- Mas, Tancredo, isso é absolutamente ilegal...

Tancredo devolveu:

- Se fosse legal, meu caro, eu teria contratado aqui o nosso correligionário e advogado para impetrar um mandado de segurança.

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