quinta-feira, setembro 06, 2012

Entre a necessidade e a convicção - CARLOS ALBERTO SARDENBERG

O Globo - 06/09


Diz o Fórum Econômico Mundial que o Brasil é o 48º país mais competitivo do globo. É bom ou ruim? Depende. Considerando que subiu cinco posições em relação ao ranking do ano passado, está bom. Entramos no "top 50" pela primeira vez, uma posição avançada em um grupo de 144 competidores. O Brasil está à frente de Rússia, Índia e México, por exemplo.

Considerando, porém, os que estão à frente, não está bom. Perdemos para China, o que é normal, mas também para Turquia, Polônia e Chile, entre outros emergentes importantes.

O quesito tamanho conta a favor do Brasil. Quanto maior a economia, maiores as possibilidades de negócios. Mas entre os grandões, aqueles países que produzem mais de US$ 2 trilhões ao ano, o Brasil vai para o fim da fila.

Resumindo, essa 48ª posição não dá direito à Libertadores, mas também está longe da zona de rebaixamento. Um tanto acima da média, disputando a Sul-Americana, posição que certamente não é suficiente para uma nação que pretende ser rica um dia.

Onde se pode melhorar? Em tudo que tem a ver com o governo. Isso mesmo. O ranking do Fórum Econômico Mundial, cujo parceiro local é o Movimento Brasil Competitivo, considera vários itens, da macroeconomia à micro e ao ambiente de negócios. Em tudo que o setor público é preponderante, a classificação fica abaixo da média. Ao contrário, o que depende da iniciativa privada vai acima.

Por exemplo: no quesito "comunidade de negócios sofisticada", a posição brasileira é 33ª.

Já no que se refere à regulação do governo, o Brasil vai para o último lugar; impostos e sistema tributário, também o pior do mundo; desperdício de gastos (públicos), 135ª; qualidade da educação (116ª); eficiência do governo (111ª).

Isso confirma a dominância da agenda atual: como derrubar o custo Brasil? A resposta, resumida, está na cara: reduzir o tamanho relativo do governo, aumentar a sua eficiência e desobstruir o ambiente de negócios de modo a abrir espaço para a iniciativa privada.

A boa notícia é que, pouco a pouco, se forma um consenso em torno desse caminho. Lideranças políticas e econômicas têm chegado a essa posição por razões diferentes. Ou por necessidade e por convicção.

No segundo grupo, estão todos aqueles que desde anos vêm sustentando essa doutrina. Já na vertente da necessidade, está o pessoal que gosta de uma economia controlada pelo Estado, mas verifica, no exercício do governo, como a administração é incompetente.

Estamos falando, claro, de parte do governo Dilma. Trata-se de uma ala que privatizou aeroportos não porque acredita na lógica do mercado, mas simplesmente porque percebeu que o governo não conseguiria entregar as obras a tempo.

Tudo bem, pode-se dizer. Se fizerem a coisa certa, de que importa a motivação? Hegel, se não estou me atrapalhando com as longínquas lições da faculdade de filosofia, dizia que a Humanidade só resolve os problemas quando eles se impõem, que os líderes surgem nos momentos necessários.

De certo modo, isso aconteceu com Fernando Henrique Cardoso. Ele vinha da social-democracia, do estado do bem-estar social, da esquerda à europeia, e acabou, por necessidade, avançando na agenda da reforma do Estado, das privatizações e das bases ortodoxas da macroeconomia. Como aliás fizeram muitos outros líderes de sua época (Bill Clinton, Tony Blair e Gerhard Schroeder).

E como Lula, certamente. Por necessidade, ele manteve a base econômica de FHC e até avançou, no primeiro mandato, na agenda de microrreformas que melhoraram o ambiente de negócios.

Assim, Dilma Rousseff. Quem imaginaria que ela poderia comandar um amplo programa de privatizações e de redução de impostos?

O problema é que essa turma que vai pela necessidade tende a abandonar o caminho ao menor sinal de dificuldades políticas na implementação ou, inversamente, de alívio na situação.

É diferente uma privatização tocada por uma Margaret Thatcher, digamos, e pela nossa turma aqui. Convicção faz diferença. Diz-se, por exemplo, que não haverá mais privatizações de aeroportos.

Veremos. A necessidade é forte, o momento exige, mas falta saber se as lideranças são também aquelas exigidas pela situação. Um mau sinal: na pesquisa da competitividade, há um item "confiança nos políticos". Brasil, 121º lugar.

Calma, gente - ANCELMO GOIS

O GLOBO - 06/09


Este cartaz espalhado pelo Facebook, que ganha adeptos entre jovens cariocas, incita a chutar e a derrubar placas de candidatos às eleições.
Diz lá "Você já chutou seu cavalete hoje? Se você já chutou, curta. Se vai chutar, compartilhe”

Só que...
Por mais que haja motivos para o desencanto com a política, ainda assim não há democracia sem eleição. A propaganda eleitoral pode sujar um pouco a paisagem. Mas, como disse o saudoso pensador Alceu Amoroso Lima (1893-1983), "é preferível a poluição da democracia à assepsia da ditadura.”
Democracia é melhor.

Crime e castigo
O Órgão Especial do TJ está para decidir a validade das penas atribuídas ao presidente do Laboratório Enila, Márcio D'Icahahy Câmara Lima, e do químico Antônio Carlos Fonseca da Silva.
Em 2009, foram condenados a 20 e 22 anos de reclusão, respectivamente, em regime fechado, por adulteração e comercialização do contraste radiológico Celobar, que causou a morte de nove pessoas no Rio, em Minas Gerais e Goiás em 2003.

É que...
A1 Câmara Criminal do TJ do Rio acolheu o voto do relator, o desembargador Antônio Jayme Boente, e determinou a remessa do processo para o Órgão Especial.

Mordidão
Joelma, da banda Calypso, foi jantar anteontem em São Paulo e... crack!, quebrou o dente da frente.

CACHOEIRA PODE VIRAR FUMAÇA
Veja que maldade de fazer inveja à Carminha de “Avenida Brasil”. Essa beleza de queda dágua, a Cachoeira da Fumaça, na cidade fluminense de Resende, pode secar, com a ameaça de construção de uma pequena hidrelétrica ali perto, na cidade mineira de Passa Vinte. O secretário estadual de Ambiente, Carlos Minc, descobriu que a indústria Tapirapuan entrou de novo com pedido de licenciamento no Ibama. A ameaça não é nova. Há 11 anos, uma cavalgada ecológica conseguiu parar o projeto que pode atingir de morte a cachoeira de 150 metros de extensão, uma pérola do recém-criado Parque estadual da Pedra Selada. Meu Deus! •

Apesar de vocêVágner Fernandes, autor de "Clara Nunes — A guerreira da utopia” saiu em defesa da falecida cantora por causa de um informe do Centro de Informações do Exército (CIE), de novembro de 1971, que veio a público.
Diz lá que órgãos de imprensa estariam publicando matérias atacando "artistas que se uniram à revolução de 1964” como Clara Nunes, Roberto Carlos, Agnaldo Timóteo e o jogador Jairzinho, entre outros.

Olimpíadas do Exército
Vágner considera a menção a Clara sem pé nem cabeça e atribui o fato a um episódio que começou com a cantora gravando a música "Apesar de você’J de Chico Buarque, hino contra o regime militar:
— Por conta da ira do governo, a Odeon pressionou Clara, que teve que gravar uma horrorosa música para as Olimpíadas do Exército, de 1971.

‘Imprensa marrom’

Entre os órgãos de "imprensa marrom” que estariam difamando os artistas "pró-ditadura” o CIE apontava o "Pasquim” e as revistas "Intervalo”,’ da Abril, e "Amiga” da Bloch.

Os tons do sucesso
A editora Intrínseca festeja os números brasileiros do livro-sensação "Cinquenta tons de cinza”? de E.L.James.
Foram vendidos 260 mil exemplares e dez mil e-books em apenas 40 dias.

Segue...
O segundo volume da trilogia, que se chama "Cinquenta tons mais escuros” (veja a capa), vai chegar às livrarias no dia 15 com uma tiragem inicial de 350 mil livros, sendo que 90% deles já estão reservados para os livreiros.

Já...
O último livro da trilogia erótica, "Cinquenta tons de liberdade” tem data para sair no Brasil: 1° de novembro, Dia de Todos dos Santos.

Djokovic na Rocinha

A Rocinha vai ganhar a primeira quadra de tênis pública em uma comunidade pacificada e, de quebra, terá o sérvio Novak Djokovic, número dois do mundo, como padrinho.
A abertura será dia 16 de novembro com direito a raquetadas do craque.

Fica, Marisa...
O público carioca não quer deixar Marisa Monte ir embora.
"Verdade uma ilusao” ganhou a sua quinta semana na cidade, com três apresentações extras, a partir do dia 21.

Banana assassina
Flora Gil não pôde desembarcar terça em Santiago do Chile com uma banana de sua dieta. A fruta foi confiscada, e a querida produtora, submetida a um rigoroso interrogatório.
A banana, assim como uma maçã de um executivo paulista, terminou sendo incinerada.


Zona Franca

Hoje
 é dia de jazz e bossa no Empório Occhi-ali, no Shopping dos Antiquários.

Eduardo
 Suplicy e Alessandro Molon fazem palestra sobre a democratização do judiciário, hoje, na Amaerj.

O Instituto Brasileiro de Mineração, com a presença de seu diretor José Fernando Coura, abre segunda o Enermin 2012 em Salvador.

A Cia Físico de Teatro estreia amanhã “Fã-Clube”, dirigido por Renato Livera, no Sesc.

A ABP apoia a criminalização da psicofobia no novo Código.

Milzana
 Azevedo festejou aniversário ontem em família.

Sushi Barra oferece promoção para mulheres. 

Edimilson Migowski fala sobre gastroenterite no simpósio da Farmoquímica, no Congresso Paulista de Urgências e Emergências Pediátricas.

LIMA, AMOR& SEXO

Fernanda Lima, a bela gaúcha de 35 anos, volta hoje à telinhananova temporada de “Amor & Sexo”. Agora, com o palco maior, inspirado nos grandes programas de auditório, a musa terá a companhia de dez bailarinos. Entre os convidados, Glória Maria e José Loreto

FERAS DE CABELOS PRATEADOS

Vera Mãe Lucinda Holtz e Carlos Lyra trocam uma bicotinhana estreia de “Véspera”, com direção de Hudson Senna, no Maison de France

Ponto Final

Ontem, no Largo da Carioca, uma mulher chamava atenção ao fazer uma performance de estátua viva representando Nossa Senhora Aparecida. A sua latinha, ou melhor, o latão, ficou lotada de moedinhas de devotos. Que a padroeira do Brasil proteja a moça, e a nos não desempare jamais!

Volta triunfal! - TUTTY VASQUES


O Estado de S.Paulo - 06/09


A Justiça suíça fez sua parte liberando a grana, tomara que por aqui já estejam providenciando caminhão do Corpo de Bombeiros e pelo menos um trio elétrico arretado para receber com festa no aeroporto os US$ 6,8 milhões que o ex-juiz Nicolau dos Santos Neto desviou há mais de 12 anos dos cofres públicos brasileiros para suas contas em Genebra.

Não é nada comparado com os R$ 468 milhões que o ex-senador Luiz Estevão topou devolver à prestação, mas se, na média, o Brasil recuperar 10% do que lhe roubaram nas últimas décadas, em 10 anos o País estará no mesmo grupo de Noruega, Dinamarca e Islândia no topo 
do ranking das nações mais ricas do mundo.

Pode ser bom negócio para todo mundo, inclusive para os contribuintes lesados, garantir ficha limpa a quem devolver a décima parte do que embolsou do erário nos últimos 20 ou 30 anos.

Se por um lado o atestado de bons antecedentes sairia a custo de gorjeta, para quem já não tinha esperança de sequer registrar a ocorrência da punga, o dízimo dos corruptos seria muito bem-vindo.

E tome festa a cada nova adesão ao Programa de Devolução Voluntária de 10% dos Malfeitos.


Sinceridade

Nenhum marqueteiro teve ainda a ideia, mas é questão de tempo: o candidato a vereador que aparecer no horário eleitoral dizendo "eu podia estar roubando, podia estar matando, mas estou só pedindo seu voto para a Câmara Municipal" - não tem erro - tá eleito!

Superexposição

Em São Paulo para o lançamento da exposição The Elvis Experience, a viúva Priscilla Presley comentou qualquer coisa sobre "o legado enorme do cantor". Teve fã que caiu pra trás quando soube do tamanho da coisa!

Empreendedorismo

A seca abriu oportunidade de negócio em São Paulo: já tem camelô vendendo água da chuva em vidrinhos na região da 25 de Março. Tem gente comprando para presentear parentes do interior do Estado no feriadão.

Mãe de quem?

Meteram a mãe de Antonio Palocci no meio de novo e, justiça seja feita, dessa vez o ex-ministro não teve nada a ver com isso. Dona Toninha assumiu por conta própria o lugar do filho no palanque do candidato a prefeito do PT em Ribeirão Preto.

Responda rápido

José Serra está caindo mais ou menos do que o Neymar?

Ele merece!

Se é mesmo verdade que o Palmeiras quer renovar o contrato de Felipão pelos mesmos atuais R$ 700 mil por mês, periga o técnico virar o profissional mais bem pago do mundo na segunda divisão em 2013!

Fator Michelle

Entreouvido numa roda de cabos eleitorais na Convenção Nacional Democrata na Carolina do Norte (EUA): "Que saúde a da Michelle Obama, hein? Tomara que isso não prejudique a reeleição do marido!" Talvez falte à primeira-dama aquilo que os republicanos chamam "fator Ann" da mulher de Mitt Romney.

Contorcionismo - PAULO CESARINO COSTA

FOLHA DE SP - 06/09


RIO DE JANEIRO - Na sala de estar de uma bela casa na zona sul, o prefeito Eduardo Paes (PMDB) busca entender a aparente rejeição que sofre das parcelas mais ricas e intelectualizadas da população carioca.

Por que, afinal, grande parte dos chamados formadores de opinião, especialmente a classe artística, está com Marcelo Freixo (PSOL)?

Na sua rotina de prefeito-candidato, que faz o dia parecer ter mais de 24h, tem feito microencontros com representantes dos mais escolarizados (entre os quais, tem 36% das intenções de voto, contra 34% de Freixo) e mais ricos (há empate em 40%).

Vindo de agenda de campanha na zona oeste, o candidato chegou, atrasado, de calça jeans e camisa branca, para conversar com um pequeno grupo, formado majoritariamente por produtores culturais simpáticos a seu principal adversário.

"Eu quero voto", explica com sinceridade o prefeito ao ser questionado sobre porque estava ali, se hoje, com 53% na pesquisa Datafolha, seria eleito em primeiro turno.

"Tem gente que não vai com a minha cara. Não quero ser uma unanimidade." Mas, sem modéstia, diz que "todo mundo está reconhecendo que o Rio está melhor".

Em seu discurso, a palavra "sofisticado" foi repetida inúmeras vezes, seja para se definir, seja para classificar o que almeja em várias áreas.

Sob a desconfiança daqueles que acham que está esquecendo a zona sul, assume que "tem, sim, uma prioridade clara" no subúrbio. Mas "não quero que Madureira seja o Leblon".

Com a habilidade de políticos antigos -que dão respostas que não respondem, mas parecem responder- e o pragmatismo de uma nova geração -que passa longe de opções ideológicas-, Paes tenta quebrar resistências. Pode ter conseguido.

Para um político que já passou por PV, PFL (atual DEM), PTB, voltou ao PFL, PSDB e está no PMDB, o contorcionismo é uma especialidade.

Fecha-se o cerco - MERVAL PEREIRA

O GLOBO - 06/09


No que interessa realmente à elucidação do esquema criminoso em julgamento pelo Supremo Tribunal Federal, começou a ser formado entendimento majoritário de que os empréstimos do Banco Rural às agências de publicidade de Marcos Valério e ao PT foram fictícios, usados para encobrir desvio de dinheiro público distribuído a políticos petistas e aliados do primeiro governo Lula, no que ficou conhecido como escândalo do mensalão.

Os únicos que discordaram dessa tese até o momento foram o revisor, ministro Ricardo Lewandowski, e o ministro Dias Toffoli, que, até quando condenaram acusados de algum crime, o fizeram separando deliberadamente causa e efeito - tenho a impressão de que para, ao final, concluírem que houve mesmo apenas caixa dois eleitoral.

O ministro Dias Toffoli disse ontem, por exemplo, que a fraude do Rural aconteceu com o intuito de dar a impressão ao Banco Central de que o banco estava mais saudável do que na realidade, enquanto Lewandowski disse que o banco queria agradar a Marcos Valério, porque o considerava canal para bons negócios com o novo governo petista.

O ministro Toffoli se baseou num laudo do Instituto de Criminalística da Polícia Federal para dizer que os empréstimos existiram. O relator Joaquim Barbosa esclareceu que esse laudo "foi já elaborado sobre a contabilidade fraudada".

E por isso os peritos fazem a ressalva de que não se manifestavam sobre a veracidade dos empréstimos, mas apenas sobre a formalidade.

A teoria do controle final ou funcional do fato, referida pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, quando fez a acusação ao ex-ministro José Dirceu de ser o "chefe da quadrilha" do mensalão, voltou a ser citada ontem por vários ministros.

Rosa Weber, por exemplo, disse que nos crimes desse tipo "é necessário verificar quem detinha o poder de mando. Mal comparando, nos crimes de guerra, punem-se os generais, os estrategistas; não os soldados".

Ela ressaltou que "o autor é o dirigente ou dirigentes que podem evitar que o fato ocorra". Diante de "empréstimos jamais cobrados, ou empréstimos concedidos ou renovados sem qualquer preocupação de garantia da liquidez", a ministra concluiu que eles eram fraudulentos.

A ministra Rosa Weber citou o fato de Marcos Valério ter sido o responsável pelo agendamento, "por pelo menos três vezes", de reuniões entre o Banco Rural e o então ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, das quais Kátia Rabello participou duas vezes.

Além disso, ela lembrou que Marcos Valério foi utilizado na promoção da instituição financeira junto ao Banco Central, comentando que o banco utilizava "as boas relações de Marcos Valério com o PT".

Para a ministra, "esses crimes não poderiam ser fruto do acaso, de falhas operacionais. Não se trata de pura e simples presunção, mas de compreender os fatos consoante a realidade das coisas".

O ministro Luiz Fux foi o que mais explicitou o cerne da questão, ao explicar que não estavam os ministros a discutir apenas a concessão de empréstimos: "Não, a gestão fraudulenta tem um mosaico de infrações, temos uma demonstração de que o núcleo financeiro deu apoio através de um núcleo publicitário para uma agremiação partidária."

Para ele, a entidade bancária "serviu de uma verdadeira lavanderia de dinheiro para se cometer um crime que não está nem previsto na lei: deveria ser gestão tenebrosa, pelos riscos que acarreta à economia popular".

Na mesma linha, a ministra Cármen Lúcia, aceitando a tese de que os empréstimos "não seriam verdadeiros", falou sobre a importância de se definir a verdadeira razão dos empréstimos às agências SMP&B e à Graffiti e também ao Partido dos Trabalhadores, para os quais o banco desrespeitou todas as normas:

"Como as instituições financeiras atuam num sistema, tudo o que é do povo não pode ser gerido de acordo com (a decisão) de qualquer um", mas deve obedecer a normas ditadas pelo Estado para que o povo tenha confiança de deixar seu dinheiro ser gerido por uma instituição financeira.

A visão do umbigo - ROGÉRIO GENTILE


FOLHA DE SP - 06/09


SÃO PAULO - O Partido dos Trabalhadores -que, antes da condenação de João Paulo Cunha por corrupção passiva e peculato, dizia confiar na Justiça brasileira- agora acusa ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) de participar de um "golpe" em parceria com "a mídia conservadora".

O discurso, verbalizado pelo eminente presidente do PT, Rui Falcão, além de demonstrar bem o pânico do partido com o que pode ocorrer com José Dirceu, José Genoino e companhia, é uma boa medida da decepção de Lula com ministros escolhidos por ele para o STF. O ex-presidente considera-se traído.
Embora seja difícil imaginar -após todos esses anos de lulismo- que alguém ainda se surpreenda com as suas concepções sobre a política e os deveres republicanos, vale a pena discorrer um pouco sobre o assunto.

Para o ex-presidente, valores como companheirismo e gratidão são muito mais importantes do que os princípios da independência entre os Poderes e da imparcialidade, e o espírito público. Como alguém pode julgar em desacordo com os seus interesses após ter sido beneficiado pela sua generosidade?
Lula sempre enxergou o mundo a partir do seu próprio umbigo. Quem não está com o ex-presidente evidentemente só pode estar contra ele. Não existe meio-termo.

Isso vale para qualquer um. Correligionários que o desobedeceram foram expulsos do partido. Órgãos de imprensa e jornalistas que ousam criticá-lo são tratados como "corruptos" e "vagabundos" nos blogs e sites que estão a seu serviço. E magistrados agora são chamados de golpistas pelo PT.

Ao atacar ministros do Supremo, Rui Falcão fez um alerta em tom de ameaça: "Não mexam com o PT. Quando o PT é provocado, ele cresce, ele reage". É difícil entender o que o presidente do partido de Lula quer dizer exatamente com isso. Mas é bom ficar atento.

A Anac prepara um aperto - EDITORIAL O ESTADÃO


O Estado de S.Paulo - 06/09


Atrasos de voos, extravio ou perda de bagagem, overbooking em períodos de férias ou feriados prolongados, atendimento sofrível de reclamações por telefone - estes e outros transtornos têm motivado um grande volume de reclamações de passageiros contra as companhias aéreas nacionais. No primeiro semestre deste ano, foram registradas 438 queixas pelo Procon de São Paulo contra essas empresas, o mesmo volume do período janeiro-junho de 2011, figurando, em primeiro lugar, a TAM e a Gol, líderes do mercado.

A qualidade dos serviços prestados pelas companhias não tem acompanhado o veloz crescimento do transporte aéreo de passageiros no País, que bateu um novo recorde em julho, quando a taxa de ocupação dos voos domésticos chegou a 78,45%.

É notório também que os grandes e médios aeroportos brasileiros estão congestionados. Nada disso, porém, pode servir de desculpa para tantos e tão repetidos casos de desconsideração pelos direitos do consumidor.

Os Procons estaduais têm postos nos principais aeroportos do País, que acolhem reclamações e lhes dão encaminhamento, e não são poucos os casos que acabam sendo decididos pela Justiça, por descumprimento do Decreto-Lei 6.523/08, conhecido como Lei do SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor). Até recentemente, a defesa dos direitos do consumidor não figurava entre as prioridades da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), vinculada à Presidência da República. A Anac só costumava intervir em situações caóticas. Isso pode começar a mudar. Como o Estado (28/8) noticiou, a Anac vai apertar o cerco às companhias aéreas, a exemplo do que fez a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) com as operadores de telefonia móvel.

A área técnica da Agência Nacional de Aviação Civil trabalha na elaboração de novas normas que devem ser encaminhadas à sua diretoria e, depois disso, serão colocadas em audiência pública. A agência reconhece que o trabalho é complexo e exige a criação de novos indicadores que excluam os problemas ocorridos por fatores externos às empresas, como cancelamento e atrasos de voos causados pelo mau tempo.

Para enfrentar essa situação, os aeroportos brasileiros estão mal equipados. Nos terminais aéreos mais modernos, voos não são suspensos simplesmente porque as condições atmosféricas são adversas, como ocorre no Brasil.

De qualquer forma, se houver atraso superior a duas horas, as companhias devem providenciar acomodações decentes e refeições para os passageiros, o que também não acontece em nossos aeroportos. Além disso, se o aeroporto estiver fechado por longos períodos, isso pode impedir a realização de negócios ou o cumprimento de compromissos agendados. Em tese, os passageiros prejudicados teriam direito a ressarcimento por danos materiais ou morais, mas, para isso, teriam de recorrer à Justiça.

Quanto ao desvio de bagagens, seja por extravio ou furto, as companhias nem sempre têm o cuidado de selecionar funcionários responsáveis para trabalhar em terra, tanto para fazer um check-in correto como para cuidar do transporte de bagagens até as esteiras de retirada. O sumiço de bagagens entre os aviões e as esteiras é bastante comum em aeroportos nacionais.

Isso explica por que tantos passageiros insistem em viajar usando malas pesadas como bagagem de mão. A Agência Nacional de Aviação Civil pretende inovar reduzindo de 30 para 7 dias o prazo para que a companhia faça o ressarcimento aos usuários no caso de desvio de bagagens. Condições ainda mais severas de reembolso deveriam valer para passageiros prejudicados por overbooking, arcando a companhia com as despesas decorrentes.

Não se espera que, de uma hora para outra, a Agência Nacional de Aviação Civil elimine todas as mazelas dos aeroportos nacionais. Mas a agência reguladora deve exercer um papel preventivo de grande valia, fiscalizando mais rigorosamente as companhias aéreas, a Infraero e as novas concessionárias.

Barbas de molho - ELIANE CANTANHÊDE

FOLHA DE SP - 06/09


BRASÍLIA - Os réus do mensalão sumiram, mas os advogados parecem em polvorosa -e com bons motivos.

Considerados os capítulos da Câmara/BB e do núcleo financeiro, o viés do Supremo é claramente pela condenação e a ex-diretora do Banco Rural, Ayanna Tenório, é a exceção a confirmar a regra. Sua absolvição já era prevista, e ela está sendo, até aqui, a única a salvar o pescoço entre os 36 enviados para a guilhotina pela Procuradoria-Geral da República.

Quanto mais o julgamento ganha corpo, mais o enredo faz sentido: os personagens, as instituições e os crimes vão se entrelaçando e formando uma história com princípio, meio e fim, em que o Banco Rural teve um papel-chave. Tanto que os demais diretores estão sendo condenados.

Confirmado que os tais "empréstimos" ao PT e às empresas de Marcos Valério eram fictícios, comprova-se automaticamente também a existência de um esquema e leva-se à dedução seguinte: à formação de "quadrilha", como repete insistentemente o relator Joaquim Barbosa.

Esse enredo, em que uma coisa vai levando a outra, pode ser fatal para os réus do último e mais polêmico capítulo a ser julgado -o do núcleo político. Se havia uma fonte de recursos, operadores e beneficiários, fica caracterizada uma quadrilha. Alguém mandava nisso tudo.

Os ministros já deixaram evidente que a veracidade, as evidências, os testemunhos e o próprio enredo se sobrepõem à eventual falta de provas factuais, como "atos de ofício".

Nesse cenário, cai como uma luva a repatriação de US$ 6,8 milhões (R$ 14 milhões) do ex-juiz Lalau, da Suíça para o Tesouro Nacional, e o anúncio de que o ex-senador Luiz Estevão está devolvendo R$ 468 milhões aos cofres públicos, para desbloquear seus bens. É muito? Pois não faz nem cosquinha na fortuna dele.

O rigor no julgamento de poderosos e a recuperação de dinheiro desviado são novidades no Brasil. A turma deve botar as barbas de molho.

Um crime em um clique na internet? - FÁBIO LOBOSCO


VALOR ECONÔMICO - 06/07


Pense em quantos e-mails você envia em um dia, quantos sites você acessa por hora ou qual o número de caracteres digitados em um minuto da sua vida virtual. São números assustadores que representam não só o lado luminoso da tecnologia, com toda sua facilidade de comunicação e conhecimento, mas também uma faceta obscura, envolvendo violações de direitos e até mesmo a configuração de crimes.

Importante reconhecer que os dados em um ambiente eletrônico não representam apenas "bits" e "bytes", mas também expressam diferentes formas de propriedade imaterial, sendo esta entendida como um conjunto formado por diferentes formas de propriedade intelectual e industrial, tais como direitos autorais, marcas, patentes e diversos outros bens abstratos, todos protegidos por suas respectivas leis.

Ao contrário do senso comum, para violar a propriedade imaterial de uma empresa por meio virtual não é necessário ser um agente secreto ou um hacker experiente. Pelo contrário, em razão de sistemas digitais vulneráveis e de políticas de segurança da informação ineficientes, a incidência desse tipo de problema tem sido cada vez mais recorrente não apenas em setores estratégicos, tais como de pesquisa e desenvolvimento, mas também em áreas administrativas, financeiras e contábeis.

Deste modo, um funcionário prestes a se demitir não costuma encontrar grandes dificuldades em inserir um pen drive em sua máquina de trabalho e copiar um enorme volume de arquivos contendo informações confidenciais da companhia, seja para uso posterior ou então para repassá-las a terceiros. Talvez este mesmo empregado não saiba, mas este seu conjunto de atitudes se enquadra perfeitamente em uma das hipóteses do crime de concorrência desleal, previsto no artigo 195, inciso XI, da Lei nº 9.279, de 1996.

Igualmente criminoso é aquele que obtém fraudulentamente senha de terceiro para acessar área restrita da empresa, transferindo determinadas informações confidenciais para sua conta de e-mail pessoal, utilizando-as em proveito próprio. Desta vez, a conduta delituosa está prevista pelo inciso XII do artigo e lei já citados, sendo que em ambos os casos a pena pode ser de três meses a um ano de detenção ou multa.

Já existem julgados fornecendo soluções legais para esses problemas

Em alguns casos, o empregado até reconhece a ilicitude de seus atos, entretanto não consegue dimensioná-la corretamente. A título de exemplo, ao acessar um site de compartilhamento de arquivos, executar o download de um livro e compartilhá-lo com seus colegas de trabalho, talvez não imagine que tal ação está tipificada como o crime de violação de direito autoral, previsto pelo artigo 184 do Código Penal, também com pena de três meses a um ano de detenção ou multa.

Para proteger sua propriedade imaterial e evitar situações em que seus funcionários figurem como réus em uma ação penal, as empresas devem formular políticas de segurança da informação eficazes, controlando e monitorando o conteúdo acessado em seus sistemas, bem como firmar termos de compromisso com seus empregados, cientificando-os do teor de tais políticas, bem como dos riscos do ambiente virtual. Em caso de violação, não há dúvidas quanto à necessidade da adoção das medidas jurídicas adequadas, tanto para reparar a violação consumada, como para coibir futuras.

Entretanto, o maior desafio para solucionar juridicamente tais conflitos reside em sua abordagem concreta, de prática forense. Não que a polícia e os tribunais estejam alheios aos problemas legais atrelados à tecnologia, pelo contrário, é louvável e necessário o esforço dos magistrados e delegados em adequar a aplicação do direito a essa realidade já consolidada; porém, muitas vezes o cerne do problema é estrutural.

Em âmbito policial, apesar das grandes capitais possuírem departamentos especializados para tais matérias, tal como a Delegacia de Delitos Cometidos por Meios Eletrônicos (DIG), em São Paulo, ou a Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos (DRCI), no Rio de Janeiro, grande parte do território carece de órgãos públicos adequados para tratar da questão. Até mesmo estes distritos policiais especializados, bem como os Institutos de Criminalística estaduais (responsáveis pela análise pericial dos objetos dos crimes), encontram dificuldades relacionadas à sobrecarga de procedimentos, falta de pessoal e carência de investimentos em ferramentas de trabalho, tais como softwares e hardwares.

Perante o Judiciário, alguns destes problemas se repetem, bem como surgem outros, relacionados à correta dimensão da gravidade do ilícito. Para melhor entender, conforme previsão legal, alguns destes crimes contra a propriedade imaterial, tais como as hipóteses citadas de concorrência desleal, são processados mediante ação penal privada, ou seja, o particular ofendido é o responsável por constituir a prova do ilícito e dar seguimento à acusação, buscando a condenação do infrator. Em tal cenário, a atuação adequada do advogado é crucial, tanto para elucidar ao julgador as particularidades do tema, demonstrando a necessidade de reprimenda proporcional ao prejuízo sofrido, como para contornar as mais diversas situações, como a escassez de peritos judiciais e a necessidade de medidas legais de urgência.

Apesar dos percalços mencionados, já existem julgados fornecendo soluções legais para esses problemas, entretanto, tais respostas estatais muitas vezes estão aquém do dano causado pelos crimes. Portanto, o trabalho futuro de superar as dificuldades práticas, bem como de interpretar e punir corretamente tais delitos é indubitavelmente árduo. Por ora, a única certeza é o crescimento inexorável da prática destes crimes, bem como a inegável necessidade de buscar maior efetividade para reprimi-los criminalmente.

Os números que não fecham - DENISE ROTHENBURG


CORREIO BRAZILIENSE - 06/09

Analistas em orçamento dedicados à análise dos números para traduzir tudo aos parlamentares vão dizer às excelências que eles podem se preparar porque o Orçamento de 2013 será, na verdade, o Orçamento do ano eleitoral de 2014 ou, talvez, de 2015. Esse resumo da ópera se baseia na constatação do real estado das contas governamentais ao longo dos últimos anos, que torna o Orçamento uma grande obra de ficção, cada vez mais distante do que é liberado na prática pelo Poder Executivo.

O grande vilão de todo esse processo é o que os técnicos chamam de estoque de restos a pagar de anos anteriores. Essa conta cresce como bolo que vai ao forno com boa massa e bom fermento. Este ano, chegamos a R$ 141 bilhões de restos a pagar inscritos. Ou seja, existe um orçamento paralelo àquele que está em execução, daí as dificuldades do governo de fechar a conta, uma vez que a receita para quitar os restos a pagar e o Orçamento de 2012, por exemplo, é a mesma.

Quem tiver o cuidado de avaliar que conta o governo escolhe na hora de pagar, verá que a prioridade tem sido os restos a pagar de anos anteriores. Para se ter uma ideia, vejamos os valores dos investimentos, onde estão as principais obras de infraestrutura do país. Até 3 de setembro, o governo pagou R$ 18 bilhões em restos a pagar e R$ 9,3 bilhões dos valores inscritos em investimentos no Orçamento de 2012, praticamente a metade do que quitou em restos a pagar.

Ok, está certo, é melhor quitar as dívidas antigas do que fazer investimentos novos. Mas, o problema é que o governo não deixa de prometer investimentos novos num ano. Do total de investimentos autorizados n o Orçamento para 2012, incluindo-se aí os créditos adicionais e os remanejamentos, foram R$ 90,1 bilhões. E deste total, apenas 10,4% foram pagos até agora. Ou seja, o estoque de restos a pagar que ficará para 2013 será grande, o Orçamento do ano que vem só será realizado em 2014, e o senador Romero Jucá (PMDB-RR) será o relator das promessas a serem cumpridas no ano eleitoral.

Por falar em promessas…

A culpa dessas contas está na capacidade do governo de fazer promessas aos parlamentares e não cumprir. Quem chega aos gabinetes do Planalto atrás da emenda, costuma sair feliz e contente, porque consegue a promessa de que o valor será “empenhado”, ou seja, separado para pagamento futuro. E aí começa a novela dos restos a pagar. O dinheiro não sai porque o projeto executivo atrasa, o prefeito demora a entregar os documentos, ou, mesmo quando está tudo certo por parte da prefeitura, o tempo passa, o Ministério do Planejamento faz as contas e… tcham-tcham-tcham! Lá vai a emenda do deputado ou do senador parar no bolo de restos a pagar do ano seguinte.

Se isso fosse problema apenas no que se refere às emendas, seria o de menos. Mas essa história de passar as liberações do Orçamento de um determinado ano para o seguinte atinge hoje todas as áreas do governo e quase todos os programas. Na área de transportes, por exemplo, o estoque de restos a pagar é R$ 11 bilhões, dos quais R$ 4,6 bilhões já foram pagos. É assim também na saúde, na educação, e por aí vai.

Diante de tanta conta atrasada, chegará a hora em que o governo terá que deixar de lado as promessas de novas obras e tratar de quitar as obras antigas, os restos a pagar. O problema é que, politicamente, o Congresso só funciona a pleno vapor quando há promessas de liberações de novos recursos, novas obras. Poucos se contentam com a liberação dos restos a pagar. Aliás, virou um vício aceitar o pagamento das emendas em troca de votos no Congresso. Nos Estados Unidos, isso é crime. Aqui, os técnicos já tentaram coibir esse abuso sugerindo dispositivos legais para cessar o toma lá dá cá. O esforço fracassou. Não será surpresa se, em breve, o Supremo Tribunal Federal for chamado a analisar mais esse problema que, tal como o caixa dois de campanha, ganhou, aos poucos, ares de “normalidade”.

Por falar em STF…

A partir de agora, o julgamento do mensalão tomará todas as atenções em Brasília, uma vez que o calendário eleitoral ocupa a agenda dos parlamentares, esvaziando o Congresso Nacional. Além dos capítulos da Ação Penal 470, a cada dia com mais suspense, só mesmo a presidente Dilma Rousseff e as medidas para alavancar a economia. Vamos acompanhar.

Raiva e candura - MARCELO COELHO


FOLHA DE SP - 06/09

A sessão dedicou-se a alguns dos personagens menos importantes de todo o escândalo


IMAGINE QUE você é especialista em recursos humanos, tendo trabalhado em supermercados e fábricas de cigarro.

Abre depois uma firma de consultoria, prestando serviços de reestruturação de quadros funcionais. Ou, para falar mais claro, você ajuda outras empresas a fazer cortes de pessoal.

Um belo dia, recebe o convite de um banco para profissionalizar a administração.

Acaba recebendo um cargo de vice-presidente e passa a participar das reuniões da diretoria. Sem entender nada de empréstimos nem de finanças.

O detalhe: esse banco era o Banco Rural, que estava renovando empréstimos suspeitíssimos ao PT e a Marcos Valério.

Na diretoria, já decidiram: o favorecimento a esses clientes "especiais" será feito. Cabe a você (que chegou há poucos meses) assinar também. Você assinaria? Ayanna Tenório assinou, tornando-se ré do mensalão.

Para Ricardo Lewandowski, relator do processo no Supremo, não dá para considerar, com base nessas circunstâncias, que ela tenha participado de fraude, de ardil, de engodo intencional.

Contrariando a opinião de Joaquim Barbosa, absolveu a acusada, e também Vinicius Samarane, seu subordinado, que não assinou nenhum empréstimo, mas era responsável pela área de inspeção e auditoria do banco.

A sessão desta quarta-feira dedicou-se, como se vê, a alguns dos personagens menos importantes de todo o escândalo. Lewandowski e Barbosa já tinham concordado em condenar os figurões do Banco Rural, Kátia Rabello e José Roberto Salgado.

Mas Ayanna... O caso permitia dúvidas. Lewandowski mencionou inclusive a "candura" da moça, que admitira gazetear as reuniões.

"Candura?" O termo de Lewandowski não agradou a Joaquim Barbosa, que pediu a palavra.

No debate que se seguiu, era possível adivinhar uma questão de classe social em jogo.

Ayanna "não veio de baixo", disse Barbosa; conclua-se que sua inocência era mais difícil de presumir.

Ainda num presumido lance de "solidariedade burguesa", Lewandowski assinalou que Vinicius Samarane só se tornou "diretor estatutário", isto é, gestor efetivo da instituição, muito mais tarde.

"Diretor, diretor estatutário... he he", retorceu-se Barbosa: "Não sei qual é a diferença".

Fuzilou Lewandowski, exagerando intencionalmente na pronúncia da palavra: "Diretor de compliance, Vossa Excelência sabe o que significa?".

Lewandowski engasgou. Seu adversário não estava num dia compreensivo com diretores em geral.

Depois disso, Lewandowski disse que abriria mão da "tréplica".

Barbosa ainda escarneceu.

"Mesmo porque, he he, não há tréplica no nosso regimento."

"Nem réplica", disse alguém.

Um bom juiz colocou panos quentes: "São esclarecimentos, não são réplicas nem tréplicas...".

Com paciência e elegância infinitas, Lewandowski resumiu: "abro mão, então, dos meus esclarecimentos".

O dia estava ganho para ele, de qualquer modo. A fúria acusatória de Barbosa tinha ido além da conta.

Internação e força de vontade - CONTARDO CALLIGARIS

FOLHA DE SP - 06/09


De que adianta nos fecharmos num spa se não temos a força de vontade para respeitar um regime?


O CANAL a cabo A&E propõe a série "Intervenção", às 23 h das quartas-feiras (trechos dos primeiros episódios no sitehttp://migre.me/ay14F).

Trata-se de um reality show, produzido no Brasil, no qual cada episódio apresenta um dependente químico (os de crack foram maioria), que é filmado na sua vida cotidiana e familiar, "para um documentário" -isso é o que o dependente acredita. No fim, o indivíduo é convidado a uma reunião-surpresa com as pessoas mais próximas; nessa ocasião, um psiquiatra sugere que o dependente consinta em ser internado para se desintoxicar e se curar.

Até agora, todos aceitaram. Entrevistados na clínica, alguns meses depois da internação, os dependentes estão "limpos" e bem melhor. Mas o que acontecerá depois que eles voltarem para a dita vida ativa?

Quando "Intervenção" estreou, a reportagem da Folha registrou as críticas de colegas psiquiatras que trabalham com dependentes (http://migre.me/ay5DI). Por exemplo, o programa transmite a impressão de que a internação seja a única solução e um tiro certeiro, enquanto, infelizmente, as estatísticas são deprimentes: no caso do crack, em média, cinco anos depois de qualquer tratamento, mais de 80% voltaram a usar a droga.

O programa tampouco explica que há internações diferentes e que todas se beneficiam de programas simultâneos de trabalho com a família, de reinserção social etc. Além disso, não sei qual valor atribuir ao consenso do dependente, que é arrancado, na reunião final, como se fosse a condição indispensável (não só juridicamente) do sucesso de uma internação. É isso mesmo?

Críticas à parte, considero importante que o grande público tenha uma visão (fiel) do que significa ser dependente e familiar de um dependente num contexto de classe média, diferente daquele dos "noias" errantes pelo centro da cidade.

No mais, o programa da A&E me levou a pensar sobre internação. Por que seria interessante que os outros nos proibissem alguma coisa da qual queremos, mas não conseguimos nos desfazer? Por exemplo, de que adianta nos fecharmos num spa onde passaremos fome se não temos a força de vontade para respeitar um regime? Será que uma imposição externa pode nos ajudar a combater um hábito ao qual não sabemos resistir?

Me lembrei de uma experiência de Roy Baumeister, de 1998, sobre o cansaço do autocontrole. Baumeister a reapresenta num livro recente, escrito com J. Tierney, "WillPower" (força de vontade, Penguin). A pesquisa original pode ser pedida em pdf no site http://migre.me/ay6Y4 : Baumeister, Bratlavsky e outros, "Ego Depletion: is the Active Self a Limited Resource?" (sangria do Ego: o self ativo é um recurso limitado?), "Journal of Personality and Social Psychology", 74,1998.

Os pesquisadores arregimentaram três grupos de estudantes famintos; todos tiveram que resolver problemas de geometria que eram insolúveis, embora os estudantes não soubessem. O grupo 1 foi direto para a tarefa. O grupo 2 ficou, primeiro, diante de cookies de chocolate quentinhos, com a autorização de comer livremente. O grupo 3 também foi exposto aos cookies quentes, mas foi autorizado a comer só rabanetes. O grupo 1 se esforçou em média 20 minutos tentando resolver os problemas insolúveis. Mesma coisa para o grupo 2. O grupo 3 (o dos rabanetes) desistiu em oito minutos. Duas interpretações possíveis.

1) Talvez as frustrações não tenham valor educativo: não é proibindo os cookies que criaríamos pessoas capazes de perseverar no esforço. Ao contrário, liberar os cookies seria uma condição para fomentar em todos uma grande força de vontade.

2) Talvez os que tiveram que se controlar para resistir à tentação dos cookies (que estavam na mesa) tenham esgotado sua força de vontade, a ponto que não lhes sobrou força alguma na hora de abordar os problemas de geometria. Se, em vez de estarem na mesa, os cookies estivessem trancados a sete chaves ou ausentes (como para o grupo 1), os estudantes não precisariam se cansar para se impedir de comê-los. A pesquisa justificaria, por exemplo, a internação: alguém se encarrega de proibir para que eu não tenha que fazer o esforço de me abster -com isso talvez eu possa me dedicar mais eficazmente a outra coisa (meu futuro, o planejamento de minha reinserção).

Então, enigma: a pesquisa de Baumeister justifica o rigor da internação ou a permissividade?

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO


FOLHA DE SP - 06/09

BB vai cortar 30% de taxas do parcelamento de fatura de cartão

Depois de uma outra rodada de redução de juros, o Banco do Brasil vai oferecer taxas cerca de 30% menores no pagamento parcelado de faturas dos cartões Ourocard, segundo o vice-presidente (negócios de varejo do BB), Alexandre Abreu.

Com o corte, as taxas para o parcelamento do cartão no banco caem do patamar entre 2,88% e 5,70% ao mês, para o intervalo entre 1,94% e 3,94% ao mês.

O pagamento parcelado é usado por clientes que não dispõem de recursos para pagamento integral da fatura na data do vencimento.

As taxas vão valer para as faturas que vencem a partir de 17 de setembro e já constarão das novas cobranças emitidas, segundo o vice-presidente do banco.

O parcelamento das faturas alcançou volume de R$ 500 milhões contratados no período de abril, mês em que as taxas de juros começaram a cair, a agosto deste ano.

Esse montante corresponde a um crescimento de 34% em comparação ao mesmo período do ano passado.

"Já reduzimos recentemente as taxas de juros do rotativo do cartão de crédito em até 79%", diz Abreu.

"A taxa máxima hoje é de 5,7% e era de 13,5%. As faturas já estão chegando com a taxa nova do rotativo", diz. Segundo Abreu, são as menores taxas de cartão de crédito, dentre as praticadas pelos grandes bancos de varejo.

DESINTERESSE DIGITAL

Brasileiros, chineses e indianos estão mais interessados nas possibilidades oferecidas pela TV conectada à internet que ingleses e alemães, segundo pesquisa da GfK.

Apenas 28% dos entrevistados pela empresa em 13 países afirmaram achar mais interessantes os programas de TV com os quais se pode interagir. No Brasil, foram 42%.

Americanos e ingleses também não têm interesse em adquirir uma TV com acesso à rede. Enquanto 64% dos chineses disseram que querem comprar uma, 26% dos ingleses e 29% dos americanos afirmaram o mesmo.

GELADO EM DOMICÍLIO

A marca de sorvetes Diletto, que desde 2010 tem mais de 20 quiosques em shoppings, projeta a abertura da primeira loja em 2013. "Vamos fazer um projeto conceito, como foi com o primeiro quiosque. Ainda não projetamos franquias", diz Leandro Scabin, sócio-fundador da empresa.

Os planos fazem parte da introdução à internacionalização da marca, segundo o empresário.

"Acreditamos que via varejo vai ser mais fácil contar a nossa história do que com freezer em supermercado", conta.

A empresa, que já distribui em grandes pontos de venda, começa neste mês a fazer entrega em casa e terá embalagens que conservam o produto entre três e 70 horas, segundo Scabin.

"Estamos tentando eliminar o ponto fraco do produto, que é derreter quando é comprado para consumir em casa. Desde que pensamos no projeto, há dois anos, investimos R$ 5 milhões em tecnologia. Não é como abrir uma pizzaria", diz.

SEGURA TIMÃO

A holding de corretagem Brasil Insurance começa a operar neste mês um contrato de seguros voltado para o torcedor corintiano.

O negócio é fruto de um acordo de exclusividade assinado pelo Sport Club Corinthians Paulista, a Corretora de Seguros 4K, que compõe a Brasil Insurance, e a seguradora Zurich Seguros.

Chamado "A Sorte é Fiel", o produto será comercializado na rede de lojas Todo Poderoso Timão e no site do clube a R$ 9,99 mensais.

"A ideia do produto não é nova, mas a chave para a parceria foi a distribuição através das lojas do time", diz Roberto Abdalla, sócio da Brasil Insurance.

O plano cobre R$ 5.000 em caso de invalidez permanente total por acidente ou morte acidental, além do sorteio de um caminhão de prêmios mensal no valor de R$ 50 mil, segundo Abdalla.

Gesso A venda de chapas de gesso para "drywall" cresceu 10% no primeiro semestre de 2012, ante igual período de 2011, segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Chapas para Drywall.

Comércio Mesmo com alta no volume de embarques, as brasileiras que vendem ao Iraque tiveram queda de 15,5% no faturamento dos primeiros seis meses do ano, segundo a Câmara de Comércio Brasil Iraque.

Pluralismo de fachada - EUGÊNIO BUCCI


O ESTADÃO - 06/09


A maioria dos maiores jornais do Brasil não cumpre ao menos uma parte dos seus compromissos com a sociedade. Essa maioria proclama solenemente que pratica o pluralismo de opiniões, mas, nos seus procedimentos habituais, repele a diversidade. Eis aqui um fato simples e irrefutável, que deveria ser assunto prioritário dos editores de jornais, mas tem sido apenas ignorado.

Antes de qualquer outra consideração, vamos demonstrar por que esse fato é verdadeiramente simples e irrefutável. Estamos falando aqui dos 154 jornais que estão filiados à Associação Nacional dos Jornais (ANJ), a elite da imprensa diária no Brasil. Ao todo, existem 684 diários no País (número de 2011), mas os 154 que integram a ANJ concentram aproximadamente 80% da circulação total, que alcançou em 2011 a marca de 8,65 milhões de exemplares por dia, segundo estimativas da própria entidade. Sozinhos, os 154 teriam uma circulação média diária de aproximadamente 7 milhões de exemplares. Que deveriam ser pluralistas.

Por quê? Muito simples. Sendo filiados à ANJ, esses 154 veículos se submetem ao Código de Ética da entidade, um código conciso e muito claro. Em seu artigo 5.º diz que os jornais se comprometem a "assegurar o acesso de seus leitores às diferentes versões dos fatos e às diversas tendências de opinião da sociedade". Aí está o compromisso expresso com o pluralismo, que é reforçado por pelo menos outros dois dispositivos. O artigo 10.º, que afirma o dever de "corrigir erros que tenham sido cometidos em suas edições", e o artigo 6.º, que garante "a publicação de contestações objetivas das pessoas ou organizações acusadas, em suas páginas, de atos ilícitos ou comportamentos condenáveis", complementam e dão mais consistência ao princípio do artigo 5.º. Com esses mandamentos, o código afirma que seus jornais estão empenhados em cobrir e refletir as diversas opiniões sobre os fatos, tão empenhados que corrigirão prontamente erros eventuais cometidos pelas reportagens.

Até aqui, tudo ótimo. Não se esperaria outra coisa de um bom diário contemporâneo. Acontece que, segundo um levantamento exposto pelo diretor executivo da ANJ, Ricardo Pedreira, durante o 9.º Congresso Brasileiro de Jornais, realizado em São Paulo no final de agosto, não é bem isso que encontramos na prática. Para começar, apenas 50 dos 154 adotam em seu cotidiano o princípio de "reconhecimento e publicação de erros". Isso mesmo, somente 32% dos maiores e mais lidos jornais brasileiros cumprem o artigo 10.º do seu próprio Código de Ética. Pedreira mostrou ainda que, embora todos os 154 filiados da ANJ tenham canais de atendimento ao leitor, nem todos veiculam as cartas que recebem: só 96 deles (62%) dizem ter o hábito de publicar as mensagens dos leitores.

Bastam esses dados para escancarar o contraste que existe entre o Código de Ética da associação e a prática rotineira dos filiados. Algo vai mal nesse campo. Em matéria de pluralismo na imprensa, a sociedade ainda tem muito do que reclamar. As preocupações com a ética ainda não se tornaram uma agenda obsessiva - como deveria ser - nas redações. Tanto é assim que apenas uma minoria ínfima, 17% dos 154 diários, elaborou códigos ou manuais de ética para sua administração interna. Somente 25 (ou 16%) mantêm conselhos editoriais - que talvez não sejam uma grande maravilha, mas sempre ajudam na crítica interna. São menos ainda os que mantêm algum conselho de leitores. Tais números desencorajam qualquer leitura otimista.

É claro que ninguém vai cobrar que um veículo informativo seja plural só porque a gente gosta de pluralismo. Existiram e existem publicações abertamente partidárias e nem por isso elas foram ou são desonestas ou de má qualidade. Não se pode exigir, por exemplo, do francês L'Humanité, histórica e abertamente ligado aos comunistas, que abrigue multidões de colunistas de direita, assim como não se vai impor ao L'Osservatore Romano, órgão do Vaticano, que desfralde a bandeira do materialismo histórico. Esses e muitos outros jornais têm uma causa declarada, não a escondem. Nada de errado com eles, embora não sejam exatamente plurais.

Agora, de um órgão de imprensa que se compromete publicamente com o princípio do pluralismo, aí, sim, a sociedade tem o direito de cobrar condutas compatíveis com esse compromisso. Dos jornais filiados à ANJ o leitor brasileiro tem o direito de demandar uma postura editorial pluralista, seja nas reportagens, seja nas páginas de opinião. Se é isso o que prometem, que seja isso o que entregam. Logo, não se trata de medir o desempenho de veículos informativos segundo uma baliza vinda de outro planeta, mas de cobrar deles o compromisso que eles mesmos dizem abraçar.

Eis aí o problema. Um problemaço! Um problema tão crítico que deveria ser a prioridade n.º 1 dos jornais brasileiros. Eles estão em descompasso consigo mesmos e, por extensão, estão em dessintonia com o que a sociedade brasileira espera da imprensa. O cidadão vem aprendendo - finalmente - a exigir transparência dos negócios públicos. Do mesmo modo, exige e exigirá mais transparência dos critérios que governam a imprensa.

Os jornais não têm escolha: ou abrem canais mais eficientes para o leitor reclamar e, mais ainda, participar da confecção do conteúdo editorial, ou ficarão para trás, defasados, não apenas em razão da crise do modelo de negócio - já tão conhecida -, mas principalmente por não estarem à altura da função que a democracia lhes reserva de mediar o debate público. Para acompanhar o tempo eles terão, além de preservar a sua própria independência (artigo 1.º do Código de Ética da ANJ), de aumentar o seu nível interno de transparência e radicalizar seu compromisso com o pluralismo.

É pegar - ou ser largado.

Falta de juízo e compostura - EDITORIAL O ESTADÃO


O Estado de S.Paulo - 06/09


Os petistas ajuizados, que certamente compõem a grande maioria do partido, estão precisando urgentemente chamar à ordem seu presidente nacional, o iracundo Rui Falcão. É bem verdade que os destemperos do deputado estadual paulista que comanda nacionalmente o PT deixaram há muito tempo de surpreender seus correligionários ou os jornalistas. Notório ferrabrás, Rui Falcão foi o primeiro a acatar a palavra de ordem de Lula e a sair por aí esbravejando contra a "farsa do mensalão". Sua conhecida subserviência a José Dirceu ajuda a compreender esse comportamento. Mas agora Falcão extrapolou os limites do tolerável: acusou os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) de serem "instrumento de poder" a serviço de uma oposição "conservadora, suja e reacionária".

É claro que o destempero do presidente do PT tem a ver com os rumos que está tomando o julgamento, no STF, da Ação Penal 470 - o processo do mensalão. Contrariando as expectativas dos petistas mais otimistas, aqueles que comemoraram prematuramente com champanhe o voto do ministro revisor Ricardo Lewandowski pela absolvição do companheiro João Paulo Cunha, os demais votos prolatados pelos ministros da Suprema Corte, por ampla maioria condenando os envolvidos no escândalo, indicam claramente que, no que depender desse julgamento, o partido contempla perspectivas sombrias. Mas nada justifica que seu comandante perca as estribeiras e a compostura.

Vociferando no ato público realizado na última segunda-feira em Osasco para lançar o substituto do condenado João Paulo Cunha na cabeça de chapa petista que concorre à prefeitura da cidade, Rui Falcão denunciou uma conspiração para "destruir" o PT. Verbis, como diriam os ministros do STF: "Essa elite suja, reacionária, não tolera que um operário tenha mudado o País, que uma mulher dê continuidade a esse projeto, mostrando que o preconceito que atingia as mulheres não sobrevive mais".

Por cumprir seus desígnios malignos, explicou Falcão, a "elite suja" e os oposicionistas "lançam mão de instrumentos de poder de que ainda dispõem: a mídia conservadora e o Judiciário". E, depois da acusação, a bravata: "Não mexam com o PT, porque quando o PT é provocado, ele cresce, reage". Ou seja: a reação dos petistas à condenação de vários companheiros poderá abalar as estruturas da República.

Mesmo levando em consideração que os despautérios foram proferidos num ambiente partidário impregnado de natural sentimento de dor e frustração pela "queda" de um companheiro proeminente, os termos da manifestação do presidente do PT são condenáveis sob todos os aspectos. Rui Falcão disse com todas as letras que o Poder Judiciário, neste caso representado por seu tribunal maior, se submete ao papel de "instrumento" da oposição; que cada um dos ministros que até agora declararam voto de condenação aos réus petistas está a serviço de uma "elite conservadora, suja e reacionária".

É o caso de perguntar: afinal, o que o PT está esperando do STF no julgamento da Ação Penal 470? Será que o fato de 8 dos 11 ministros que integram a Corte terem sido nomeados de 2003 para cá, pelos presidentes Lula e Dilma, levou os petistas a imaginar que a absolvição da companheirada e de seus cúmplices eram favas contadas? Certamente Lula tem grande responsabilidade por esse estado de espírito, considerando que depois de, num primeiro momento, ter-se declarado "traído" pelos mensaleiros e afirmado que o PT deveria "pedir desculpas à nação" pelos malfeitos, passou a propagar a tese da "farsa" urdida por seus "inimigos", na tentativa, que tudo indica resultará frustrada, de evitar que recaia sobre seu governo, com o aval da Suprema Corte, o estigma da improbidade.

Diante das inevitáveis consequências negativas de seu destempero, não é impossível que Rui Falcão venha a público para se desdizer, fazer reparos ao trabalho dos jornalistas ou até mesmo, o que será absolutamente surpreendente, desculpar-se. Em qualquer das hipóteses, trata-se de um grave caso de falta de juízo e compostura.

Martelo batido - SONIA RACY

O ESTADÃO - 06/09


Está tudo organizado para que Dilma anuncie, semana que vem, a tão esperada desoneração na folha de pagamentos das empresas.

Fogo amigo
Após a divulgação da pesquisa confirmando altíssima rejeição de Kassab, a rivalidade interna no PSDB pega fogo. De um lado, alckmistas defendem que o prefeito seja sumariamente retirado da campanha. De outro, serristas que o apoiam pregam coerência.

É, em casa onde falta pão…

Ombro amigo
Mônica, mulher e sócia de João Santana, tem participado dos debates (a exemplo do marido) de forma quase invisível. Entre suas tarefas, monitorar as pesquisas qualitativas com grupos que avaliam o desempenho de Haddad.

Parabéns!
Gabriel, netinho de Dilma, passa o feriado em Brasília. A presidente aproveita para comemorar o aniversário de 2 anos do menino.

Aliás, segurança reforçada no desfile de 7 de Setembro. Para evitar o que ocorreu ano passado – quando manifestantes tomaram uma arquibancada.

Emprestado
A Aneel pretende usar o protocolo do Banco Central na intervenção do Grupo Rede.

Vai reverter operações que Jorge Queiroz de Moraes, dono do grupo, fez com várias partes relacionadas ao processo.


De dentro
Nem a recente liberação do Conpresp animou Juvenal Juvêncio. Na conta do presidente do São Paulo, tem conselheiro – aliado a moradores do bairro – patrocinando liminares para atrasar as obras de reforma do Morumbi.

Made in Brazil
Arnaldo Cohen anda se dedicando à obra de Liduíno Pitombeira. É que o pianista dividirá a cena com Alex Klein em Chicago, dia 30, em noite que homenageará o Brasil.

Com direito a Carlos Gomes e Osvaldo Lacerda, além de… Tchaikovsky.

Internacional
Roberto Feith comemora: o Herald Tribune publica hoje matéria especial sobre a revista literária Granta.

Com destaque para a edição dos melhores jovens escritores brasileiros, lançada este ano na Flip, em Paraty.

Ameaça
Cresce nos corredores do STF – com os ministros sinalizando punições duras aos réus do mensalão – o temor de que acusados como Henrique Pizzolato e Marcos Valério (até agora calados) busquem acordo de delação premiada.

Pode sobrar para muita gente.

Bienal
A fila de uma hora e meia atrapalhou a abertura da Bienal, anteontem, em noite só para convidados. A certa altura, a organização acabou… abrindo as portas, para evitar mais confusão.

Bienal 2
Sem pegar a tal fila, Kassab, que deu R$ 2 milhões para o Projeto Educativo da mostra, adorou a área dedicada às obras de Arthur Bispo do Rosário.

Ausências sentidas? Os candidatos à Prefeitura, que simplesmente não deram o ar da graça.

Bienal 3
Um dos mais populares do pavilhão é o trabalho de Hans Eijkelboom, fotógrafo holandês. Indagado pela coluna por que começou a clicar pessoas diferentes com o mesmo tipo de roupa, revelou: “Queria me encontrar”.

Na frente
Steve Guerdat e Nick Skelton, campeões olímpicos em Londres, estão confirmados no Athina Onassis Horse Show. Em outubro, na hípica do Rio.

É dia 12 o Prêmio Master Imobiliário, que terá Maria Fernanda Cândido como mestre de cerimônia. No Monte Líbano.

Marcio Kogan acaba de chegar de Veneza, onde apresentou o filme-instalação Peep na Bienal de Arquitetura.

Alckmin deu uma de tiete, sábado, no Fórum Nacional do Esporte. Pediu… autógrafos para Emerson Fittipaldi, Guga Kuerten, Raí e Hortência.

De FHC para Dilma - VERA MAGALHÃES - PAINEL


FOLHA DE SP - 06/09


O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso diz que a nota de Dilma Rousseff em resposta a seu artigo sobre o legado de Lula se atém a adjetivações e não rebate os fatos descritos. "O que escrevi se refere a fatos e não a adjetivar pessoas, e os fatos não foram contestados", afirmou FHC à coluna. O tucano, que, no texto, fala em "crise moral" no primeiro ano de Dilma, ressalva que não quer "bater boca" com a presidente e que a crítica não foi endereçada a ela, mas "ao governo anterior".

Com afeto FHC acredita que o episódio não deixará sequela na sua relação com Dilma, que era amistosa: "Até agora, ela tem me tratado com consideração".

Oremos Para fazer frente à dianteira de Celso Russomanno no eleitorado evangélico, a campanha tucana distribui marcadores de Bíblia junto com santinhos de José Serra. Pela lei, esse material não pode ter número e foto. A saída foi usar salmos.

Replay Satisfeito com o desempenho de Russomanno no debate Folha/Rede TV!, o PRB usará a íntegra das considerações finais do candidato no seu programa de TV.

Mano Fernando Haddad (PT) exibirá em seu site a partir de hoje vídeos com depoimentos de apoio dos rappers Emicida e Rapin Hood, expoentes do movimento hip-hop, forte na periferia paulistana.

Vai indo Na conversa que teve com Lula ontem, em São Paulo, Dilma ficou de pensar se comparecerá ao encontro do ex-presidente com o governador Eduardo Campos (PSB-PE) em prol de Haddad. Ela deve ligar para Campos para acertar sua presença.

Lá e cá Adversário de Márcio Pochmann (PT), candidato de Lula em Campinas, Jonas Donizette (PSB) terá o ministro Fernando Bezerra (Integração Nacional) hoje no palanque. A visita foi intermediada pelo mesmo Eduardo Campos que tenta se reaproximar do ex-presidente.

SOS... Lula pediu também ajuda de Dilma para Nelson Pelegrino em Salvador. Pesquisas internas do PT mostram que ACM Neto (DEM) pode vencer a disputa já no primeiro turno.

... Nordeste Ministros de Dilma criticam a falta de ideias novas na propaganda de Humberto Costa (PT) no Recife. E temem que o tucano Daniel Coelho, que subiu 10 pontos em dois meses e tem 15% segundo o Ibope, tome seu lugar no segundo turno.

Mequetrefe 1 Quem acompanha os votos dos ministros do STF estranhou a absolvição de Ayanna Tenório, ex-diretora do Rural, e a condenação de seu subordinado Vinicius Samarane pelos ministros Dias Toffoli, Luiz Fux e Rosa Weber.

Mequetrefe 2 O relator, Joaquim Barbosa, interrompeu o voto de Toffoli, que absolveu Ayanna, para lembrá-lo de que decidiu pela condenação da ex-diretora porque ela era chefe de Samarane.

Em aberto Até segunda-feira Ricardo Lewandowski ainda estava em dúvida sobre se estenderia a Ayanna e Samarane a condenação por gestão fraudulenta, dada à cúpula do Rural. Ficou aliviado com a adesão de colegas a seu voto pela absolvição.

Digital O Planalto atribui o avanço do projeto que destina 10% do PIB à Educação à articulação do líder do PDT, André Figueiredo (CE). O projeto foi encaminhado ao Senado na terça-feira à revelia do governo, que atribui a manobra à pauta eleitoral.

Nem aí Figueiredo diz que educação é prioridade do partido. "Se o governo se acha tão onipotente que os partidos tenham que dizer amém, precisa repensar. Não somos subservientes."

com FÁBIO ZAMBELI e ANDRÉIA SADI

tiroteio

"Todos devem opinar, mas não combina com a democracia a falta de respeito, por mais que se discorde do outro."

DO SENADOR PEDRO TAQUES (PDT-MT), relator da comissão do Novo Código Penal, sobre o questionamento técnico a juristas que redigiram o anteprojeto.

contraponto

Teste de fidelidade

Após o segundo debate entre os candidatos à prefeitura paulistana, segunda-feira, o presidente do PSOL na capital, Maurício Costa, se dirigiu ao palco da Rede TV! para cumprimentar Soninha Francine (PPS) e disse:

-Gostamos das suas perguntas. Quero te entregar uma ficha de filiação ao nosso partido.

A candidata respondeu, lembrando que costuma dividir com Carlos Giannazi (PSOL) as mesas de debates promovidos por ONGs e escolas na periferia de São Paulo:

-Melhor não. Se eu entrar no seu partido, muitos eventos só terão um debatedor. Fica sem graça.

Prejuízo realizado - DORA KRAMER

O ESTADÃO - 06/09


Das 26 capitais onde há eleição municipal as pesquisas mostram o PT na dianteira folgada apenas em Goiânia e com chance maior ou menor de ir ao segundo turno em outras seis.

Apesar de todos os reclamos sobre a coincidência entre o julgamento e o período eleitoral, tal placar não pode ser atribuído a prejuízos decorrentes do exame do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal.

Primeiro porque o partido do poder já entrou mal na disputa, antes do início das audiências. Em segundo lugar, porque as mexidas mais importantes nos últimos números não autorizam qualquer conexão entre uma coisa e outra.

Em São Paulo, o petista Fernando Haddad subiu significativamente ao ponto de se tornar competitivo a uma vaga no segundo turno e ainda aparecer como vencedor na simulação de uma disputa com o tucano José Serra.

Movimento registrado ainda sob o calor da condenação de João Paulo Cunha e da veemente recusa da tese do caixa 2 como argumento de defesa.

A outra alteração importante apontada nas pesquisas foi a deslanchada do candidato do PSB à prefeitura do Recife, que tirou da liderança o petista Humberto Costa. Deve-se exclusivamente ao empenho pessoal do governador Eduardo Campos.

Causa mais plausível do desempenho aquém do razoável para o PT nas capitais parece ser a perda gradativa do eleitorado urbano, instruído e politizado, hoje acentuadamente substituído pela clientela dos programas sociais.

Nessa mudança de perfil haveria, sim, uma conexão com o mensalão. Não por causa do julgamento, mas pelo fato de ser o registro mais visível do conjunto da obra desde que o PT decidiu trocar a defesa da ética na política pela bandeira da permissividade no trato do aparelho estatal.

Para 2013. Se a presidente Dilma Rousseff levou seis meses para indicar Rosa Weber ao Supremo em condições, digamos, normais de temperatura, não seria lógico pensar que indique substituto para a vaga do ministro Cezar Peluso no meio da confusão.

Ainda que o fizesse, o nome teria de passar pelo crivo do Senado em "recesso" eleitoral até meados de outubro quando o julgamento, se não tiver acabado, terá ido longe demais para aceitar o embarque de novatos.

Vencidos. A decisão sobre a metodologia da imputação de penas evidentemente será do colegiado, mas o presidente do STF, Ayres Britto, antes do início do julgamento manifestava o seguinte entendimento a respeito: quem acompanha o relator pela condenação tende a acompanhá-lo também na chamada "dosimetria".

Na visão dele, quem opta pela absolvição ficando vencido ainda assim precisaria escolher uma punição. Pela lógica escolheria a pena mínima.

Exéquias. Na falta de empenho para dar às investigações o rumo que naturalmente deveriam tomar diante das evidências de que a construtora Delta funcionava como uma espécie de "valerioduto" para os negócios do bicheiro Carlos Cachoeira, a CPI preferiu suspender os trabalhos até outubro.

A justificativa não poderia ser mais capenga: evitar a influência dos "humores eleitorais" nos trabalhos da comissão.

Quais humores mesmo andam a influir no silêncio exagerada e placidamente consentido aos depoentes e na ausência de produtividade no exame de documentos que já mostram a existência de um grande esquema de transferência de recursos decorrentes de contratos governamentais a empresas fantasmas de Cachoeira?

As eleições transcorrem numa dimensão e a CPI em outra completamente diferente. A suspensão dos trabalhos nada mais é que a assinatura do recibo de pagamento da (conveniente) cerimônia do adeus à chance de o Legislativo seguir o Judiciário na trilha da intolerância à corrupção.

REZA FORTE - MÔNICA BERGAMO


FOLHA DE SP - 06/09

O padre Marcelo Rossi procurou Celso Russomanno (PRB-SP) há alguns dias para convidá-lo para a missa que celebra em seu santuário, em SP. Na cerimônia, abraçou o candidato, disse que padre não pode fazer campanha eleitoral -mas rasgou elogios. Lembrou que celebrou o casamento de Russomanno e também o batizado de seu filho, Celsinho, e disse que "confia" nele.

VER PARA CRER
No fim, padre Marcelo deu a Russomanno a fita em que a cerimônia foi gravada. "Ele nos liberou para usar as imagens na campanha", diz Campos Machado (PTB-SP), coordenador da equipe eleitoral de Russomanno.

PADRINHO DE SOBRA
As imagens de padre Marcelo podem servir de "vacina" às informações, já exploradas por adversários, de que o padrinho político de Russomanno é o bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus e dono da TV Record, onde o candidato tinha um programa.

CHORA, SERRA
O religioso tomou a iniciativa de telefonar para Russomanno depois da divulgação das imagens em que José Serra (PSDB-SP) aparece chorando em missa com ele.

NO DENTE
Já quando o candidato petista Fernando Haddad foi à missa, padre Marcelo não apareceu. Afirmou que "estava com dor de dente", segundo dirigente do PT.

LADO A LADO
E a aliança político-religiosa em torno de Russomanno pode ser ampliada: além da Igreja Renascer, liderada pela bispa Sônia, os dirigentes de sua campanha conversam com o apóstolo Valdemiro Santiago, da Igreja Mundial Poder de Deus. Ex-pupilo e desafeto de Edir Macedo, ele tem conseguido atrair os fiéis do bispo para a sua agremiação.

PLIM-PLIM
E os mesmos dirigentes da campanha de Russomanno pretendem conversar também com a TV Globo. Eles temem que a emissora, por ser concorrente da TV Record, de Macedo, tenha posição crítica em relação ao candidato. A Globo diz que não comenta informações sem que o autor se identifique.

PLIM-PLIM 2
Os números do Datafolha confirmam as piores expectativas do PT, que já havia captado em pesquisas internas o efeito do julgamento do mensalão, e da extensa cobertura televisiva dada a ele, em sua imagem: a preferência dos eleitores de São Paulo pelo partido caiu de 35%, em janeiro, para 26% agora.

PLIM-PLIM 3
A expectativa de parte do partido é que os pacotes de bondades do governo Dilma possam aliviar o desgaste. Ela hoje deve anunciar redução de 16% para as contas de luz de residências e de 28% para a indústria.

PLIM-PLIM 4
Artistas da Globo, entre eles Gabriela Duarte e Domingos Montagner, gravaram comercial para incentivar a doação de órgãos. Aparecem com uma pilha estampada na camisa. O tema: "A vida é recarregável". O projeto é do Comitê de Ação e Cidadania do Tribunal de Justiça de São Paulo, coordenado por Claudia Sartori.

Luan Santana e Amaury Jr. também devem gravar.

DOIS ANOS EM UMA NOITE

A 30ª Bienal de Arte de SP começou com festa na terça. O presidente da Fundação Bienal, Heitor Martins, recebeu no pavilhão do parque Ibirapuera o arquiteto Martin Corullon, os artistas plásticos Nino Cais e Ricardo Basbaum e a estilista Marcia Lagos Atala. A mostra, gratuita, abre para o público amanhã e termina no dia 9 de dezembro.

ELVIS VISTO

A viúva de Elvis, Priscilla Presley, veio ao Brasil para a abertura da mostra "The Elvis Experience", anteontem, no shopping Eldorado. A atriz Jacqueline Dalabona viu os 500 itens pessoais do rei do rock que vieram dos EUA.

HOJE SIM, FARO

A modelo Lisi Benitez foi ao aniversário do promoter Danilo Faro, irmão do apresentador Rodrigo faro, na boate 00 paulistana, nos Jardins.

CURTO-CIRCUITO

Alessandra Ambrosio vai hoje à loja da Victoria's Secret no Soho, em NY. "Anja" da marca há 11 anos, ela participa do evento Fashion's Night Out.

Alda Marco Antonio recebe no parque Ibirapuera a chama da paz, símbolo do Festival Mundial da Paz.

Candidatos à Prefeitura de SP foram convidados a assinar, na próxima quinta, o Pacto pela Juventude. Na Câmara dos Vereadores.

O italiano Marco Fusinato apresenta a performance "Guitarra/Eletrônicos Noise Spit Tsunami". Hoje, no clube Funhouse, às 22h.

Julio de Paula faz a performance "Edgard", inspirada na primeira transmissão de rádio no Brasil, há cem anos. Amanhã, às 16h, na abertura da Bienal. Participa Arrigo Barnabé.