terça-feira, abril 17, 2012

Uma noiva para dois - DENISE ROTHENBURG


Correio Braziliense - 17/04/2012


Nas entrelinhas O PSB, nos bastidores, começa a montar uma coreografia política rumo à Presidência da Câmara. Se der certo, será o primeiro passo para tentar tirar Temer do papel de vice de Dilma em 2014



Enquanto os partidos tentam se segurar na CPI para investigar as relações de autoridades com o bicheiro Carlos Cachoeira, começa na Câmara a montagem de uma coreografia que, se der certo, pode ameaçar o casamento entre o PMDB e o PT. O principal coreógrafo é o PSB de Eduardo Campos. E o primeiro bailarino escolhido para interpretar o mocinho da história é o quarto secretário da Mesa Diretora da Câmara, Júlio Delgado (PSB-MG). PSD e PCdoB surgem como parte do corpo de baile.

O deputado do PSB mineiro vive atualmente o que podemos chamar de fase preparatória, ou seja, o alongamento. Delgado se aquece para uma candidatura ao grande espetáculo que se dará em fevereiro do ano que vem, a escolha do próximo presidente da Câmara dos Deputados. Não por acaso, há menos de uma semana, reuniu num inocente café da manhã, integrantes dos três partidos, PSD, PCdoB e PSB.

O objetivo declarado do encontro também era inocente: A formação de um bloco informal desses três personagens. O pano de fundo, entretanto, era bem outro: um aquecimento para uma candidatura de Júlio Delgado à Presidência da Câmara para concorrer contra o PMDB, leia-se, Henrique Eduardo Alves (RN), o líder da bancada que há anos figura como o nome do partido para presidir a Casa com o apoio do PT.

Por falar em PT...
Os socialistas têm vários motivos para tentar se mobilizar no sentido de lançar um candidato próprio à Presidência da Casa. Primeiro, não é segredo para ninguém a proximidade do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Tanto é que o PSB não descarta apoiar Fernando Haddad em São Paulo apenas para não ferir a relação entre Lula e o governador. Enquanto isso, o PMDB segue impávido em carreira solo no cenário paulista.

A verdade é que nunca houve "aquela química" entre Dilma Rousseff e o vice-presidente Michel Temer como acontecia entre Lula e seu vice, José Alencar; ou entre Fernando Henrique Cardoso e seu substituto imediato, Marco Maciel. A pas de deux deles parece fora de compasso. Cada um dança num ritmo. Há quem diga que não é raro Michel Temer ser o último a saber de parte das decisões dela.

Diante desse cenário — a proximidade entre Lula e Eduardo Campos e as desconfianças que minam a relação PT e PMDB — há quem diga que basta o PSB se lançar rumo à Presidência da Câmara e, de quebra, ganhar adeptos, para que o casamento entre o PMDB e o PT termine. Obviamente, nenhum socialista diz de público que isso está em curso. Tampouco seus aliados citam abertamente as tentativas de tirar Henrique Eduardo Alves da pole position para comandar a Casa no ano que vem. Está tudo como no nome desta coluna, nas entrelinhas.

Por falar em PSB...
A quem pergunta o que ele fará em 2014, Eduardo Campos invariavelmente responde que não cuida desse tema com tanta antecedência. Acrescenta ainda que, no momento, está "agarrado no serviço" de governar Pernambuco. Enquanto isso, em São Paulo, aliados de Lula avisam que o sonho de vice para Lula ou para Dilma em 2014 seria mesmo o governador pernambucano. Ocorre que Dilma já prometeu mais quatro anos de casamento ao PMDB de Michel Temer, se forma mesmo candidata à reeleição. Mas, se a relação degringolar daqui para frente, paciência. Cada um seguirá seu caminho. Talvez por isso o PSB esteja tentando montar uma nova coreografia política que tire o PMDB do palco petista e lhe dê o lugar de Temer, atual marido e noivo de 2014.

Afinal, se Júlio Delgado monta uma candidatura e se lança no plenário da Câmara, atrai de quebra o PSD de Gilberto Kassab. Ele já tem uma aliança com o senador Aécio Neves em Minas Gerais e isso pode ter desdobramentos. O PCdoB se diz fechado com os peemedebistas, mas, informam alguns políticos mais desconfiados, tudo pode mudar. E o PT, bem... Parte expressiva do PT, a pedido de Lula, seguiu com o PSB na hora de fazer de Ana Arraes ministra do Tribunal de Contas da União (TCU). A divisão petista não está descartada e, de quebra, irritaria o PMDB e as conseqüências hoje ainda são tão imprevisíveis quanto a CPI do Cachoeira.

O que se sabe hoje é que a eleição municipal, assim como a CPI, vai balançar muitos coretos. E será na Presidência da Câmara onde insatisfações vão desaguar rumo a 2014. Por enquanto, estão todos no aquecimento e o PSB, ao que tudo indica, não quer ficar no fundo do palco.

CPI do submundo - ELIANE CANTANHÊDE

FOLHA DE SP - 17/04/12


BRASÍLIA - A CPI dos Bingos, de 2005, mirou no que viu e acertou no que não viu. A proposta era rastrear velhas propinas de um bicheiro para Waldomiro Diniz, braço direito do braço direito de Lula, José Dirceu. A coisa saiu do controle e acabou derrubando o ministro da Fazenda, Antonio Palocci. O relatório da CPI foi aguado, mas o resultado prático, demolidor: dois coelhos (de Lula) com uma cajadada só.
A CPI do Cachoeira vai no mesmo rumo de abrir demais o leque de investigados e de investigações. Ou não dá em nada, ou pode dar grandes sustos. O PT quis, o PMDB deu a maior força, Lula adorou a chance de empurrar os adversários para o banco dos réus e desviar os holofotes do mensalão. Até que Dilma acordou.
Um cacique de oposição ironiza que "CPI, até contra o Santo Sudário, só é boa para a oposição". Um ministro diz que "CPI só interessa à imprensa". Outro avisa que "o governo abrange 8,5 milhões de quilômetros quadrados, nunca se sabe o que pode aparecer". E todos temem o manancial de surpresas da empresa Delta.
Em comum, as CPIs dos Bingos e do Cachoeira têm um nome, um apelido e um método: Carlos Augusto Ramos, empresário, vulgo Carlinhos Cachoeira, bicheiro. Ele foi o foco da primeira e está sendo o da segunda, mas acabou preso pela Polícia Federal. Com um arsenal explosivo.
Todas as atenções estão nas fitas da PF, que tragaram Demóstenes Torres, do DEM, mas há as do próprio Cachoeira, que explodiram Waldomiro e geraram o primeiro escândalo do governo Lula, em 2004. O PT e Lula comemoram o pacote da PF, mas devem se preocupar com o ainda não sabido pacote Cachoeira.
O advogado do bicheiro é o ex-ministro de Lula Márcio Thomaz Bastos. Na dupla condição de defender o réu e evitar que ele saia do controle?
A CPI dos Bingos virou a "CPI do fim do mundo", e a do Cachoeira, a "CPI do submundo" -porque o submundo está em toda parte.

A visão do Legislativo - MERVAL PEREIRA


O Globo - 17/04/12


A transformação do Orçamento da União de autorizativo em impositivo, com o Congresso atuando diretamente na sua definição; a redução drástica dos cargos em comissão no governo federal; e a adoção de medidas para coibir a proliferação de legendas partidárias são as principais soluções apontadas por políticos experientes para melhorar a relação entre o Executivo e o Legislativo.

O deputado federal Miro Teixeira, do PDT, no Congresso há nove mandatos, defende a profissionalização do serviço público.

"Cargos e comissões de livre provimento seriam limitados ao gabinete do ministro, como no parlamentarismo", define, lembrando que "o serviço é público, não é do governante".

Os 25 mil cargos hoje à disposição do Executivo seriam providos pelo sistema de mérito na carreira do serviço público, com cursos para que o funcionário atinja cargos de melhor remuneração.

"O arejamento se dá com o aperfeiçoamento funcional e também com a mudança da cúpula do ministério, entre eles o controlador e o ordenador de despesas." Essa equipe ditaria a política do ministério, e a estrutura profissionalizada a executaria.

Outro ponto destacado por Miro Teixeira é a questão das emendas de aprovação automática de parlamentares. Para Miro Teixeira, o Orçamento tem que ser impositivo, e não autorizativo como é hoje.

"Como nos Estados Unidos, o debate tem que ser na sociedade. O burocrata que não tem um voto é capaz de fazer o desenho da Transamazônica, mas o deputado está impedido de colocar no orçamento uma grande estrada, mesmo que a fundamentação esteja correta", protesta.

Para ele, o Legislativo está virando um departamento do Poder Executivo. A tramitação das medidas provisórias "deu uma melhorada devido ao Supremo", comenta Miro Teixeira, referindo-se à exigência de que uma comissão do Congresso aprove as medidas provisórias, como está previsto na Constituição.

"As autoridades brasileiras acham que não podem cumprir a Constituição", comenta Miro, lembrando também que o Congresso adotou o hábito de não examinar os vetos do Executivo.

O senador Francisco Dornelles, do PP, acha que a situação melhoraria se os partidos se guiassem por programas para participarem do governo. "Hoje, o governo dá aos partidos um ministério, mas, sem saber que programa vai implementar, a participação fica na base do casuísmo. E o ministro não consegue demitir nem uma secretária", ironiza Dornelles.

Ele lembra que o Parlamento surgiu para votar o Orçamento, mas, como ele é autorizativo, tira toda a autoridade do parlamentar. "Aqui, ao contrário dos países mais desenvolvidos, onde 70% do trabalho é definição do Orçamento, quem define é o Executivo, e, se um parlamentar quiser alguma coisa, tem que negociar com eles."

Da mesma maneira que Miro Teixeira, Dornelles acha que no momento "o Legislativo existe para homologar o que o Executivo quer e recebe umas emendas em trocas, mas essas emendas nem mesmo são liberadas".

Ele acha que a proliferação de partidos não ajuda em nada a fortalecer o Legislativo e é a favor de um esquema que leve normalmente à redução dos partidos, acabando com as coligações proporcionais e com o tempo gratuito de TV durante o ano para todos os partidos. "Essas duas medidas reduziriam o número de partidos e desestimulariam os que só existem para vender seu tempo de televisão."

Mas Dornelles acha que é "impossível" governar sem as medidas provisórias. Ele diz que a Constituição de 1988 retirou do Executivo a capacidade de tomar medidas administrativas por decreto, o que o obriga a aprovar leis, o que provoca o abuso das medidas provisórias.

"Medidas que não aumentem despesas deveriam voltar a ser tomadas por atos internos", avalia Dornelles.

A cientista política Argelina Figueiredo, do Instituto de Estudos Políticos da Uerj, acha que "o principal instrumento de poder legislativo do presidente, as medidas provisórias, já sofreu limitações que tornaram sua tramitação no Congresso mais visível, com a proibição da reedição e a exigência de prazo de apreciação, com trancamento de pauta, o que obriga a apreciação em plenário".

Com isso, ela acredita que o Congresso e a oposição passaram a ter maiores oportunidades de influir no processo de apreciação.

O processo orçamentário, outra fonte de poder institucional do Executivo, tem sido limitado pelo Congresso por meio das Leis Diretrizes Orçamentárias e dos Relatórios Preliminares, na visão de Argelina Figueiredo. O Congresso também tem garantido, tanto por legislação ordinária quanto por mecanismos regimentais, a obrigatoriedade de gastos em áreas específicas de políticas públicas, principalmente saúde e educação, assim como aumentos do salário mínimo acima das propostas do Executivo.

"O Congresso imprime nessas áreas a sua marca, mas dentro de limites que nunca geraram desastres fiscais, apesar da oposição ex ante dos ministérios econômicos e dos economistas", analisa Argelina.

Para ela, não há como dizer hoje que as emendas parlamentares são responsáveis por qualquer distorção no gasto orçamentário, e por isso defende que devem ser executadas.

"Elas também podem ser um importante canal de informação para o governo, uma vez que os parlamentares não teriam interesse em aplicá-las onde fosse desnecessário". No entanto, a professora do Iesp diz que "elas são o foco da grande imprensa (por sensacionalismo e não pelo impacto que podem causar) e, consequentemente, uma das causas da percepção generalizada de troca-troca entre governo e sua base".

A professora Argelina Figueiredo vê o chamado presidencialismo de coalizão, em que o papel dos partidos se torna cada vez mais importante, contribuindo para que esses exerçam sua influência, juntamente com suas bancadas no Legislativo.

A coluna de domingo foi publicada no jornal impresso sem um parágrafo, o que dificultou seu entendimento, pelo que peço desculpas aos leitores. A versão correta está no meu blog desde domingo pela manhã.

Tango desafinado - MIRIAM LEITÃO

O GLOBO - 17/04/12


A capacidade da Argentina de errar parece ilimitada. Em pleno século XXI, uma medida que lembra o peronismo dos anos 1950 foi anunciada com um discurso também obsoleto pela presidente Cristina Kirchner: a expropriação da YPF. Isso colocará uma pulga atrás da orelha de todos os investidores, inclusive empresas brasileiras que estão lá, como a Petrobras. E não apenas nessa área.

A Repsol e o governo vinham se desentendendo. A empresa espanhola que controla a petroleira argentina reclama - junto com todas as outras - do controle de preços que faz baixar muito a rentabilidade do negócio. O governo protestava contra a falta de investimento da companhia e o fato de que depois de muitos anos a Argentina passou a importar petróleo.

Segundo dados do FMI, a balança comercial argentina no setor de petróleo começou a ficar deficitária no ano passado. As exportações praticamente não cresceram nos últimos 10 anos, as importações aumentaram. Em 2001, as vendas de petróleo da Argentina foram de US$ 4,7 bilhões e as importações de US$ 0,8 bi. Em 2011, o país exportou cerca de US$ 5 bilhões e importou US$ 8,2 bilhões. A explicação das empresas para a baixa produção no país é a política interna de remuneração muito abaixo do preço internacional.

Há inúmeras formas de intervir na economia dentro das regras do jogo. O governo tem o poder de regulação, o que não é pouco. Mas a Argentina resolveu ir por um caminho que a coloca em choque com a Espanha e a União Europeia, além de quebrar a confiança dos investidores.

O presidente da Repsol, Antonio Brufau, esteve durante toda a semana passada na Argentina à espera de uma audiência com a presidente. Ela não o recebeu, e ele se reuniu com o ministro Julio De Vido, do Planejamento, e o vice-ministro da Economia, Axel Kicillof, quando teria ouvido que a empresa não seria expropriada. Ontem, o governo anunciou exatamente esses dois nomes - De Vido e Kicillof - como interventores na YPF. Ou seja, tudo estava decidido bem antes.

A expropriação não poderia ter vindo em pior hora para os espanhóis. O governo sofre pressão para se financiar, com os títulos públicos pagando as taxas de juros mais altas dos últimos quatro meses. Nas ruas, há protestos contra cortes de gastos, o desemprego se mantém acima de 20%, e entre jovens a taxa supera 50%. O ministro da economia já admitiu que o país entrou em recessão no primeiro trimestre, antecipando dado que só será divulgado no final do mês.

Como sempre acontece em rompantes de populismo, Cristina Kirchner fez discurso cheio de bravatas. O problema é que isso convoca os brios nacionalistas, e em qualquer país acaba arrebatando apoio. A conta acaba sendo paga pelo próprio país. Kirchner decidiu seguir o caminho de Hugo Chávez, que tem custado tanto à Venezuela em termos de baixo crescimento, fuga de capitais, inclusive de investidores nacionais.

Para justificar a decisão, a presidente alegou que o Brasil tem 51% da Petrobras. Tem sim, mas a comparação não faz sentido. A YPF foi privatizada, ela poderia recomprar a empresa em negociação com seus investidores. "Não estamos inventando nada, outros países controlam as empresas líderes do mundo", disse ela, citando Noruega, Rússia e China. O problema não é ter controle estatal na empresa, o problema é usar a força do Estado para ferir direitos, expropriar, rasgar contratos. Isso costuma ter um preço alto. Até porque a Lei que expropriou a empresa não estabelece qualquer garantia para os investidores. O país entra assim num ambiente de insegurança jurídica.

A Lei de Soberania de Hidrocarbonetos, além de expropriar 51% da YPF - justamente a parte da Repsol -, cria um novo marco legal declarando de interesse público toda "produção, refino, transporte, e comercialização de petróleo e gás". Cria-se a brecha para intervenção em qualquer empresa do setor, inclusive na Petrobras, que é a terceira maior produtora e refinadora de petróleo da Argentina, com 6% e 14,1% do mercado, respectivamente.

Dias atrás, o governo cancelou uma concessão da empresa brasileira na província de Neuquén, alegando baixo investimento. No dia, a presidente da Petrobras, Graça Foster, se disse surpresa: "Temos boas relações com a Argentina e estávamos avaliando oportunidades futuras no país." Vale lembrar que, quando atingido por ações como esta, o Brasil prefere encontrar solução negociada. Em 2007, a Bolívia expropriou duas refinarias da Petrobras, mas a empresa brasileira nem tinha grande interesse no negócio. Apenas negociou indenização. Na Venezuela, a estatal brasileira preferiu vender seu negócio antes que ele fosse estatizado.

Como era previsível, a Espanha decidiu recorrer a tribunais internacionais. Isso prenuncia uma longa briga, mas nos últimos dias o governo e autoridades europeias ameaçaram retaliar o país em caso de rompimento das negociações. O embaixador espanhol foi chamado a Madri, e houve reunião de emergência com a presença do presidente espanhol, Mariano Rajoy.

Enquanto isso, no Brasil, a presidente da Petrobras estava reunida com a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, falando de cooperação entre os dois países na área de petróleo. Com atitudes como essa, da Argentina, o Brasil se destaca cada vez mais como país confiável para investimento. Os argentinos estão cavando mais fundo o próprio buraco, quando o governo poderia conseguir o mesmo objetivo através de mecanismos de mercado.

Ueba! Rubinho teve Indygestão! - JOSÉ SIMÃO


FOLHA DE SP - 17/04/12


Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República!
O Brasil é lúdico! Olha esta placa: "Esqueça o cão! Cuidado com a dona!". Postei essa placa no Facebook e veio a gritaria: "É a casa da minha ex-mulher!". "É a casa da minha mãe." "É a casa da minha sogra!" Aliás, um amigo meu deu para a sogra uma cama redonda. Porque cobra dorme enrolada. Rarará!
E esta placa de Natal: "Tudo para celular! Conserto, compro, vendo e DESBROQUEIO". Ueba! Tá certo! Desbloquear não dá para escrever e nem para falar! Vou "desbroquear" o meu celular em Natal.
E esta de Camaçari, na Bahia: "Prefeitura cuidando de quem vive aqui! Reforma do cemitério da Gleba H".
E o Rubinho na Fórmula Indy? INDYGESTA! Quebrou na última volta! O Rubinho é o nosso anti-herói! Tudo acontece com ele: queima, bate, roda, quebra! Tá indo tudo bem e aí vem um e bate. Quando ele não bate, batem nele! Na última volta!
Torcer pro Rubinho é coito interrompido! E duas coisas que não combinam: piloto e azar. Eu acho que o Rubinho devia correr de táxi. Eu pago a corrida! Rarará!
E a Portuguesa? Rebaixada! Padocas em luto! E o Futirinhas mostra o cartaz na porta da padaria: "Antes de me zoar pelo rebaixamento da Portuguesa, lembre-se, eu posso passar a piroca no pão que você compra. Grato, Manuel Padeiro."
Ai, meu Deus! Será que é a padoca que eu frequento? E padaria é assim: os donos são da Portuguesa e os empregados todos corintianos! Rarará! E a Portuguesa usa a tática padaria: ataca em massa e retranca em bolo! Rarará! E diz que dois portugueses foram jogar tênis. E voltaram descalços! Rarará!
E o chinês do Timão? Não estreou. Ficou no banco! "Agola, não. Tô sem batelia. Batelia tá lecalegando! Só jogo com cheque do Bladesco?"
E a Portuguesa tem torcedor? Tem! O torcedor liga para o time: "Vai ter jogo?". "Vai, se você vier." Rarará! E o Rubinho devia ser baterista da Vai-Vai, de tanto que bate!
E esta: "Senado quer legalizar casas de prostituição". E eu comentei no "TV Folha": tão legislando em causa própria. Rarará!
E bordel é ilegal? Em 2012? E prender dono de bordel só pode ser gozação! Bordel é instituição nacional. Faz parte da nossa cultura: Jorge Amado, Dias Gomes.
Tem que legalizar o bordel e fazer cartão infidelidade. Acumula as bimbadas. E com o slogan: "Legalize Já! Cansei de traçar a patroa!". Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza!
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

A denúncia revisitada - DORA KRAMER


O Estado de S.Paulo - 17/04/12


A ideia de Lula e companhia de convencer a sociedade em geral e o Supremo Tribunal Federal em particular de que as ocorrências registradas sob a rubrica "mensalão" não passaram de uma urdidura da oposição mancomunada com a imprensa municiada de informações por bandidos sofre de um erro de origem.

Para se concordar com a tese é preciso aceitar por consequência que a Procuradoria-Geral da República que ofereceu a denúncia em 2006 e o Supremo Tribunal Federal que no ano seguinte houve por bem transformá-la em processo, são cúmplices de uma farsa e, portanto, farsantes.

Antes de se cometer uma leviandade dessa dimensão conviria aos interessados fazer a leitura, senão das 136 páginas ao menos das 12 primeiras nas quais o então procurador-geral Antonio Fernando de Souza resume o que as investigações o levaram a concluir.

O procurador começa descrevendo a cena deflagradora do escândalo: um diretor dos Correios (Maurício Marinho), gravado em vídeo em conversas "para ilicitamente beneficiar um suposto empresário interessado em negociar com os Correios, mediante contratações espúrias, das quais resultariam vantagens econômicas tanto para o corruptor, quanto para o grupo de servidores e dirigentes da ECT que Marinho dizia representar".

Prossegue o procurador relatando como o então presidente do PTB e deputado, Roberto Jefferson - "acuado, pois o esquema de corrupção e desvio de dinheiro estava focado num primeiro momento em dirigentes dos Correios indicados pelo PTB" - forneceu os detalhes iniciais, "esclarecendo que parlamentares que compunham a base aliada recebiam, periodicamente, recursos do Partido dos Trabalhadores em razão do seu apoio ao governo federal, constituindo-se o que se denominou como mensalão".

A atuação, segundo consta da denúncia, ocorria de duas formas: o loteamento político dos cargos públicos, o que Roberto Jefferson denominou "fábricas de dinheiro", e a distribuição de uma "mesada" entre os parlamentares.

"Relevante destacar, conforme será demonstrado nesta peça, que as imputações feitas pelo ex-deputado Roberto Jefferson ficaram comprovadas", aponta Antonio Fernando de Souza.

Segundo ele, o cruzamento de dados bancários e a quebra de sigilos "possibilitaram a verificação de repasses de verbas a todos os beneficiários" relacionados no inquérito. "Na realidade, as apurações foram além, evidenciando engendrados esquemas de evasão de divisas, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro".

No trecho mais conhecido, no qual se destaca a expressão "sofisticada organização criminosa", o procurador - baseado no "conjunto probatório do presente inquérito" - traça o retrato da "estrutura profissional montada para a prática de crimes como peculato, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, gestão fraudulenta além das mais diversas formas de fraude".

Cita nominalmente José Dirceu, Delúbio Soares, José Genoino e Silvio Pereira (já excluído do processo) como responsáveis, na condição de "dirigentes máximos do partido", por desvios cujos objetivos eram "negociar apoio político, pagar dívidas pretéritas do partido e também custear os gatos de campanha e outras despesas do PT e dos seus aliados".

Tudo isso para "garantir a continuidade do projeto de poder do Partido dos Trabalhadores".

Os detalhes de como foi feito isso, a descrição minuciosa de ações, dos mecanismos utilizados por intermédio do dito publicitário Marcos Valério para atender à "demanda criminosa", o conluio com bancos privados, com dirigentes de empresas estatais estão expostos nas 136 páginas da denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República.

Peça aceita pelo STF não como fator de condenação, mas como conjunto de indícios suficientemente robustos para a abertura do processo.

No julgamento os ministros do STF podem até concluir pela falta de provas bastantes contra os réus. Pode inocentá-los ou deixá-los impunes por força de prescrição de penas. Mas de burla com toda certeza não se pode qualificar a narrativa em tela.

Hora da caneta - VERA MAGALHÃES - PAINEL


FOLHA DE SP - 17/04/12


Enquanto ganha alguns dias para organizar seu time na CPI, devido à internação de José Sarney (PMDB-AP), o governo trata de liquidar algumas faturas atrasadas que poderiam causar ruídos durante as investigações.

Após dois meses de espera, o líder do PMDB, Henrique Alves (RN), emplacou o afilhado Emerson Fernandes na diretoria do Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas). A nomeação ocorre uma semana depois de a ministra Ideli Salvatti ter se indisposto com Alves. Na lista de pendências com aliados a resolver ainda há o Ministério do Trabalho para o PDT e disputa de PT e PSB por cargos na pasta da Integração.

Memória 1 Hoje incumbida de monitorar a criação da CPI, Ideli apresentou projeto de lei para implementar uma política de exploração de loterias em 2003, quando era senadora. No ano seguinte, com o caso Waldomiro Diniz, o projeto acabou arquivado.

Memória 2 Na época, o Palácio do Planalto coordenava, pelas mãos de José Dirceu, um movimento para legalizar os jogos de bingo no país, com o objetivo de aumentar a arrecadação de tributos.

Currículo Cotado para assumir a relatoria da CPI, o deputado Odair Cunha (PT-MG) era da tropa de choque de José Dirceu, com assento na Corregedoria da Câmara, quando estourou o mensalão. A cota de Odair no governo fica por conta de Luis Fernando Paroli, diretor em Furnas.

Informações... A defesa de Roberto Jefferson (PTB) pediu à Justiça a exclusão do ex-deputado na ação penal que o acusa de comandar uma quadrilha nos Correios. A ação ocorreu após a divulgação do vídeo em que o ex-diretor da estatal Maurício Marinho aparece recebendo propina.

...cruzadas Na mesma petição, o advogado de Jefferson solicitou o compartilhamento do inquérito da Operação Monte Carlo, que agora levou à prisão de Carlinhos Cachoeira. Alega que o ex-prefeito de Anápolis Ernani de Paula declarou que o vídeo também foi feito pelo grupo de Cachoeira.

Norte a Sul A Delta Construções, pivô da CPI do Cachoeira, recebeu em contratos com a Prefeitura de São Paulo de janeiro de 2005 até este mês R$ 329.765.040,66.

Maratona Fernando Haddad deflagrou ontem a estratégia de superexposição na TV. Além de estrear o programa "Band Eleições", ele gravou entrevista para a Record News e amanhã irá ao "Manhã Maior", de Daniela Albuquerque, na Rede TV!.

Sola de sapato O tucano José Serra começa nesta semana um giro pelos bairros da cidade, com prioridade para o chamado centro expandido. A ideia é promover reuniões com líderes comunitários e de associações de moradores. A primeira será amanhã, na Mooca, e na quinta-feira ele irá à Lapa.

Fiel Do senador Roberto Requião (PMDB), criticando a ala do PT ligada ao ministro Paulo Bernardo (Comunicações), que defende apoio ao ex-tucano Gustavo Fruet (PDT), um dos algozes do PT na CPI dos Correios, à Prefeitura de Curitiba: "Todo mundo pode se arrepender e merece outra oportunidade, mas o Código Canônico tem que ser aplicado".

Visita à Folha Carlos Ayres Britto, próximo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Silvana de Freitas, assessora de imprensa, e Antonio Caddah, assessor de segurança.

com SILVIO NAVARRO e ANDRÉIA SADI

tiroteio

"O Millôr dizia que a única coisa engraçada na charge era o conceito, porque não existe humor a favor. Agora, o governo quer fazer uma CPI a favor. Não vai ser engraçado."

DO CIENTISTA POLÍTICO RUBENS FIGUEIREDO, sobre o apoio declarado na base do governo Dilma Rousseff à criação de uma CPI no Congresso para investigar os negócios do empresário de jogos Carlinhos Cachoeira com políticos.

contraponto

Doutor House

Em almoço ontem em Brasília, o ministro Edison Lobão (Minas e Energia) falava ao ex-executivo da Rede Globo José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, sobre a internação de José Sarney no fim de semana.

-Foi o Sarney quem salvou o Sarney. De tanto entender de saúde, ele é quase um médico -, disse Lobão.

Um dos presentes lembrou que o presidente do Senado "toma milhares de pílulas todos os dias".

Ao que Lobão, aliado do peemedebista, corrigiu:

-Milhares não! "Só" umas 32...

A verdadeira operação abafa - EDITORIAL O ESTADÃO


O Estado de S.Paulo - 17/04/12


A tática dos lulopetistas de acusar os adversários políticos de praticar as malfeitorias que eles próprios cometem é sobejamente conhecida, mas chega a ser desconcertante o caradurismo da operação abafa que suas lideranças estão tentando instaurar diante da iminência do julgamento do processo do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Temerosa de que a Suprema Corte venha a confirmar a existência do maior escândalo de corrupção da história da República, a cúpula petista tenta por todos os meios - inclusive a pressão sobre os ministros do STF - desqualificar as acusações que pesam sobre os 38 réus do processo e, por meio das mais deslavadas chicanas, provocar a postergação do julgamento para 2013. Com isso estariam os petistas, no mínimo, se poupando de maior desgaste político em ano eleitoral e permitindo a prescrição de muitas das denúncias.

A operação abafa lulopetista se desenvolve em dois planos: o político, com a tentativa de desqualificar perante a opinião pública as acusações que pesam sobre os mensaleiros, sob o argumento cínico de que eles fizeram o que "todo mundo faz"; e o jurídico, técnico, no qual procuram demonstrar tanto a existência de vícios processuais que precisam ser corrigidos quanto a inexistência de provas suficientes contra réus como o notório José Dirceu.

Para demonstrar o que todo mundo sabe - que corruptos existem em todo canto - os petistas assumiram até mesmo o risco de apoiar a CPI do Cachoeira, que está sendo constituída para investigar o envolvimento do contraventor goiano Carlinhos Cachoeira com governantes e políticos. Pretendem, é claro, atingir o governador tucano de Goiás, Marconi Perillo, e fazer barulho em torno do envolvimento do senador oposicionista Demóstenes Torres com os negócios do bicheiro. E não se pejam de alegar que os principais veículos de comunicação do País estão envolvidos - ora vejam - numa operação abafa destinada a acobertar os malfeitos do desmoralizado senador goiano.

A direção do partido foi muito longe, muito depressa. Tanto que a presidente Dilma Rousseff, na sexta-feira, queixou-se da precipitação e dos termos da nota oficial do PT e chegou a pedir a Lula que não jogue mais lenha na fogueira. Como se sabe, Lula não vê a hora de destruir politicamente o seu desafeto Marconi Perillo. Dilma, no entanto, se preocupa com os respingos de lama que a CPI certamente jogará no governo que preside.

Os petistas apressados tentam confundir delitos diferentes cometidos por gente da mesma espécie. O caso Demóstenes é uma coisa - e os culpados precisam ser punidos -, enquanto o mensalão é outra coisa - e os culpados precisam ser igualmente punidos. Os dois casos têm origem na mesma cultura que leva à apropriação indébita dos bens públicos e à desmoralização das instituições. Mas são delitos que precisam ser examinados e julgados, cada um a seu turno.

No que diz respeito ao STF, os petistas confiam, sempre movidos por seu enraizado sentimento de patota, no fato de que a maioria dos atuais ministros foi nomeada por Lula e Dilma. É uma expectativa que não honra a tradição de absoluta isenção partidária com que os juízes da Suprema Corte historicamente se comportam no desempenho de suas altas responsabilidades. Mas, a julgar pelo que circula na área do partido do governo, o próprio Lula estaria empenhado em fazer pressão sobre os ministros, já que é o maior interessado em evitar que a existência do maior escândalo de corrupção de seu governo seja confirmada pela Suprema Corte.

De qualquer modo, se já não bastassem os reiterados exemplos de rigor lógico e técnico em seus julgamentos - como destacamos recentemente em editorial sobre a decisão de que não constitui crime o aborto de fetos anencéfalos -, tudo indica que o STF está convencido de que é mais do que chegada a hora de se pronunciar sobre o escândalo do mensalão, conforme revelou o ministro Carlos Ayres Britto, que na próxima quinta-feira assume a presidência do STF. "É preciso julgar com brevidade, porque há o risco de prescrição", disse ele. Para tanto, o processo precisa ser julgado até o dia 6 de julho, para evitar que a decisão final da Corte só venha a ser proferida no próximo ano.

O alvo: a Delta - ILIMAR FRANCO

O GLOBO - 17/04/12

Petistas e tucanos estão incomodados com a presença, na cena do escândalo Carlos Cachoeira, dos seus governadores Agnelo Queiroz (PT-DF) e Marconi Perillo (PSDB-GO). Mesmo que quisessem, os dois partidos não têm mais como impedir a investigação, mas seus representantes na CPI podem virar os holofotes para o elo mais fraco e demonizar a Construtora Delta. Isso já foi tentado antes com as construtoras Norberto Odebrecht (CPI do Orçamento) e Gautama (CPI do Mensalão).

Governo não assume operação abafa

Mesmo reconhecendo que para o governo era melhor não ter uma CPI, pois ela tumultua o debate político, um ministro da presidente Dilma comentou ontem que o pior que poderia acontecer neste momento “é o governo sair carimbado do processo como querendo abafar uma investigação contra a corrupção”. Por isso, acrescentou que a presidente pediu que seus ministros não se envolvam. A ordem agora é: deixar tocar, doa a quem doer. Além disso, a maioria governista na CPI lhe dará uma grande margem de manobra nos acertos com a oposição. Se essa quiser ouvir Agnelo, por exemplo, é porque aceita a convocação de Perillo.

Saia do comodismo e lute contra a corrupção. Mostre a cara do ladrão” — “Dia do basta!”, texto de convocação, na internet e nas redes sociais, da III Marcha contra a Corrupção e a Impunidade no sábado, dia 21.

‘DOLCE VITA’. Refugiado no Brasil, o ex-ativista italiano Cesare Battisti saboreou uma feijoada, regada a chope e samba, num bar em frente à sede da Polícia Federal, no sábado. À noite, lançou, na 1ª Bienal do Livro de Brasília, o livro “Ao pé do muro”, escrito no período em que esteve preso no presídio da Papuda (março de 2007 a junho de 2011). O presidente Lula lhe concedeu refúgio em dezembro de 2010. Mas o STF só autorizou que ele fosse colocado em liberdade em junho de 2011.

De fora para dentro 
Os partidos aliados estão defendendo que o ex-líder do governo na Câmara Cândido Vaccarezza (PT-SP) seja o relator da CPI do Cachoeira. O líder do PT, Jilmar Tatto (SP), diz que tem muita gente no PT querendo assumir a tarefa.

Alhos com bugalhos
Na conversa entre a presidente Dilma e o ex-presidente Lula, na sexta-feira, ambos estavam incomodados com a declaração do presidente do PT, Rui Falcão, relacionando o Caso Cachoeira com o julgamento do mensalão no STF.

A esperteza de Garotinho e os fatos
No sábado, escrevemos aqui que o deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) tentara ser candidato a presidente em 1998. De fato isso ocorreu em 2006. Naquele ano, em março, Garotinho venceu prévia no PMDB com 48% dos votos. Mas na convenção, em maio, a tese da candidatura própria foi derrotada, por 351 votos contra 303. Portanto, foi nesse ano que o empresário Fernando Cavendish, da Delta, montou um bunker no Lago Sul, em Brasília, para aliciar votos em favor de Garotinho.

Jogo pesado
O advogado dos ex-controladores do Banco Nacional, Marcelo Fontes, diz que os títulos ditos “podres” foram adquiridos durante a intervenção do BC, que os papéis foram emitidos pelo governo e que a briga hoje é pelo valor para resgate.

Outro lado

A assessoria do governador Sérgio Cabral (RJ) ligou para negar que ele tenha conversado sobre CPI com dirigentes nacionais do PMDB. O vice Luiz Fernando Pezão também ligou para dizer que “a preocupação com a CPI é zero”.

A PRESIDENTE Dilma nomeou ontem Emerson Fernandes Daniel Junior diretor-geral do Dnocs. Ele foi indicado para o cargo pelo líder do PMDB na Câmara, Henrique Alves (RN).

RELATO 
do presidente da Vale, Murilo Ferreira, para o vice Michel Temer é de que estão adiantadas as negociações para que os chineses permitam atracar, em seus portos, os supercargueiros da empresa.

A COMISSÃO
 de Ética Pública arquivou pedido para investigar contrato entre o Ministério da Cultura e a Escola da Samba Império Serrano.

(In) solúvel: de como se mata a exportação - ANTÔNIO DELFIM NETO

VALOR ECONÔMICO - 17/04/12




Das exportações de nossos produtos industrializados talvez nenhum tenha a gloriosa história do café solúvel. Sua vantagem comparativa foi construída na dura disputa de uma década com a administração dos EUA, que queriam que impuséssemos um imposto de "exportação" para proteger seus produtores.

Foi o tempo de "o que importa é exportar". A exportação garantia alta taxa de crescimento do PIB sem crises no balanço em conta corrente. Tudo isso hoje parece muito distante, mas se você ficar parado, a história pode voltar a passar por aqui.

Mas qual é o problema? Comecemos pelo começo: 1) o desastrado sistema tributário: com a instituição da Lei Kandir, que entrou em vigor em setembro de 1996, foi criada uma grande distorção no sistema tributário. Enquanto as exportações de café verde ficaram totalmente isentas do recolhimento do ICMS, as indústrias de café solúvel, que compram o café verde de outros Estados para industrialização, foram obrigadas a recolher o ICMS. Com isso acumulam créditos de ICMS cobrados sobre os insumos (café verde) usados na fabricação dos seus produtos.

Em que mundo perdido vivem Itamaraty e Indústria e Comércio?

Esses recursos ficam indisponíveis até que os fiscos estaduais se predisponham a devolvê-los, sem qualquer atualização monetária. O mais indecente é que quando o Estado libera os créditos de ICMS, o faz na forma de "certificados de crédito", que as empresas negociam com um deságio médio de 10%. Isso é prejuízo líquido da empresa transferido como lucro para outros.

Os exportadores também acumulam impostos federais, como PIS e Cofins. O motivo do acúmulo dos créditos é o mesmo do ICMS. Entre ICMS, PIS e Cofins, estima-se que o crédito acumulado do setor em 31/12 de 2011 era de aproximadamente R$ 130 milhões, consumindo o capital de giro das empresas. Isso as obriga a tomar empréstimos bancários a juros extorsivos, que destroem ainda mais a sua competitividade. Em que mundo vive tal manicômio fiscal?

2) o descuido da política comercial externa: o Brasil é o único entre os 20 principais fornecedores de café para a União Europeia (UE) que tem exportações de solúvel taxadas em 9%. O Vietnã e a Indonésia, respectivamente segundo e terceiro maiores produtores mundiais de café, mais a Índia, são taxados em apenas 3,1%, de acordo com o Generalized System of Preferences (GSP). Colômbia, hoje o quarto maior produtor mundial de café, México e Equador estão isentos de taxa de importação, beneficiados por acordos bilaterais com a UE.

O Japão, um dos principais mercados do café brasileiro, ratificou acordo de cooperação econômica com os países membros da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) para a eliminação gradual de taxa de importação para o café solúvel e o extrato de café exportados do bloco, que inclui, entre outros, Vietnã, Indonésia e Malásia.

A Indonésia já está isenta de taxa, a Malásia será isenta em 2013, e hoje apenas é taxada em 1,1%. O Vietnã será isento em 2016. Hoje, é taxado em 4,4%. O Brasil tem seu café solúvel taxado em 8,8%, enquanto se enrola em discursos multilaterais! E pior, o extrato de café é taxado em 15% no Japão, nosso maior mercado. Em que mundo perdido vivem o Itamaraty e o nosso Ministério de Indústria e Comércio?

3) Protecionismo mal disfarçado: Vietnã, Indonésia, Colômbia, Índia, México, Equador e Malásia são responsáveis por 60% do volume total de exportação de solúvel. Todos permitem que suas indústrias desfrutem do benefício universal do "drawback" de matéria-prima, para que se mantenham permanentemente competitivos no mercado internacional, alcancem os mais diversos mercados consumidores e ofereçam "blends" diferenciados.

Sob a falsa alegação de "defesa sanitária", o Brasil não dá essa condição, o que deixa sua indústria sem condições de operar com competitividade. A produção de conillon é insuficiente para atender às demandas de consumo interno, exportação in natura e industrialização para o solúvel, mas o setor é impossibilitado de buscar matéria-prima em um ambiente regulado pelo mercado internacional onde estão seus clientes. Com isso, fica refém de preços artificiais e distorcidos do mercado interno nacional de café verde, não podendo importar matéria-prima para exportar produto de maior valor agregado.

Todas essas situações combinadas têm estimulado a expansão da indústria no exterior, que vem recebendo grandes investimentos em novas fábricas e incremento de capacidade das já existentes, enquanto as nossas estão sendo destruídas. Ao liberar o "drawback", sinalizaríamos claramente que temos as condições permanentes para nos manter competitivos a médio e longo prazo. Isso provavelmente daria segurança às indústrias de países consumidores para desativarem suas plantas, transferindo-as para o Brasil. Afinal, onde anda o ministério da agricultura?

Diante desses fatos não é tão difícil entender por que a Alemanha e a Suíça tornaram-se grandes exportadores de café torrado e moído, enquanto matamos nossa indústria de solúvel. Notaram que não se falou nas taxas de câmbio?

Os limites do lulismo - VLADIMIR SAFATLE


FOLHA DE SP - 17/04/12


Há alguns anos, o cientista político André Singer cunhou o termo "lulismo" para dar conta do modelo político-econômico implementado no Brasil desde o início do século 21.
Baseado em uma dinâmica de aumento do poder aquisitivo das camadas mais baixas da população por meio do aumento real do salário mínimo, de programas de transferência de renda e de facilidades de crédito para consumo, o lulismo conseguiu criar o fenômeno da "nova classe média".
No plano político, esse aumento do poder aquisitivo da base da pirâmide social foi realizado apoiando-se na constituição de grandes alianças ideologicamente heteróclitas, sob a promessa de que todos ganhariam com os dividendos eleitorais da ascensão social de parcelas expressivas da população.
O resultado foi uma política de baixa capacidade de reforma estrutural e de perpetuação dos impasses políticos do presidencialismo de coalizão brasileiro.
No entanto é bem possível que estejamos no momento de compreensão dos limites do modelo gestado no governo anterior. O aumento exponencial do endividamento das famílias demonstra como elas, atualmente, não têm renda suficiente para dar conta das novas exigências que a ascensão social coloca na mesa.
É fato que o país precisa de uma nova repactuação salarial. As remunerações são, em média, radicalmente baixas e corroídas por gastos que poderiam ser bancados pelo Estado. Por isso, é possível dizer que a próxima etapa do desenvolvimento nacional passe pela recuperação dos salários.
A melhor maneira de fazer isso é por meio de uma certa ação do Estado. Uma família que recebe R$ 3.500 mensais gasta praticamente um terço de sua renda só com educação privada e planos de saúde. Normalmente, tais serviços são de baixa qualidade. Caso fossem fornecidos pelo Estado, tais famílias teriam um ganho de renda que isenção alguma de imposto seria capaz de proporcionar.
Entretanto a universalização de uma escola pública de qualidade e de um serviço de saúde que realmente funcione não pode ser feita sob a dinâmica do lulismo, pois ela exige investimentos estatais só possíveis pela taxação pesada sobre fortunas, lucros bancários e renda da classe alta. Ou seja, isso exige um aumento de impostos sobre aqueles que vivem de maneira nababesca e que têm lucros milionários no sistema financeiro.
Algo dessa natureza exige, por sua vez, uma mobilização política que está fora do quadro de consensos do lulismo.Porém a força política que poderia pressionar essa nova dinâmica ainda não existe no Brasil. Ela pede uma esquerda que não tenha medo de dizer seu nome.

A falência múltipla dos órgãos públicos - ARNALDO JABOR


O Estado de S.Paulo - 17/04/12


Os corruptos ajudam-nos a descobrir o País. Há sete anos, Roberto Jefferson nos abriu a cortina do mensalão. Agora, com a dupla personalidade de Demóstenes Torres, descortinamos rios e florestas e a imensa paisagem de Cachoeira. Jefferson teve uma importância ideológica.

Cachoeira é uma inovação sociológica. Cachoeira é uma aula magna de ciência política sobre o Sistema do País. Vamos aprender muito com essa crise. É um esplendoroso universo de fatos, de gestos, de caras, de palavras que eclodiram diante de nossos olhos nas últimas semanas. Meu Deus, que riqueza, que profusão de cores e ritmos em nossa consciência política! Que fartura de novidades da sordidez social, tão fecunda quanto a beleza de nossas matas, cachoeiras, várzeas e flores.

Roberto Jefferson denunciou os bolchevistas no poder, os corruptos que roubavam por "bons motivos", pelo "bem do povo", na base dos "fins que justificam os meios". E, assim, defenestrou a gangue de netinhos de Lenin que cercavam o Lula que, com sua imensa sorte, se livrou dos mandachuvas que o dominavam. Cachoeira é uma alegoria viva do patrimonialismo, a desgraça secular que devasta a história de nosso País. Sarney também seria 'didático', mas nada gruda nele, em seu terno de 'teflon'; no entanto, quem estudasse sua vida entenderia o retrato perfeito do atraso brasileiro dos últimos 50 anos.

Cachoeira é a verdade brasileira explícita, é o retrato do adultério permanente entre a coisa pública e privada, aperfeiçoado nos últimos dez anos, graças à maior invenção de Lula: a 'ingovernabilidade'.

Cachoeira é um acidente que rompeu a lisa aparência da 'normalidade' oficial do País. Sempre soubemos que os negócios entre governo e iniciativa privada vêm envenenados pelas eternas malandragens: invenção de despesas inúteis (como as lanchas do Ministério da Pesca), superfaturamento de compras, divisão de propinas, enfrentamento descarado de flagrantes, porque perder a dignidade vale a pena, se a grana for boa, cabeça erguida negando tudo, uns meses de humilhações ignoradas pelo cinismo e pela confiança de que a Justiça cega, surda e muda vai salvá-los. De resto, com a grana na 'cumbuca', as feridas cicatrizam logo.

O governo do PT desmoralizou o escândalo e Cachoeira é o monumento que Lula esculpiu. Lula inventou a ingovernabilidade em seu proveito pessoal. Não foi nem por estratégia política por um fim 'maior' - foi só para ele.

Achávamos a corrupção uma exceção, um pecado, mas hoje vemos que o PT transformou a corrupção em uma forma de governo, em um instrumento de trabalho. A corrupção pública e a privada é muito mais grave e lesiva que o tráfico de drogas.

Lula teve a esperteza de usar nossa anomalia secular em projeto de governo. Essa foi a realização mais profunda do governo Lula: o escancaramento didático do patrimonialismo burguês e o desenho de um novo e 'peronista' patrimonialismo de Estado.

Quando o paladino da moralidade Demóstenes ficou nu, foi uma mão na roda para dezenas de ladrões que moram no Congresso: "Se ele também rouba, vamos usá-lo como um Omo, um sabão em pó para nos lavar, vamos nos esconder atrás dele, vamos expor nosso escândalo por seu comportamento e, assim, seremos esquecidos!"

Os maiores assaltantes se horrorizaram, com boquinha de nojo e olhos em alvo: "Meu Deus... como ele pôde fazer isso?..."

Usam-no como um oportuno bode expiatório, mas ele é mais um 'boi de piranha' tardio, que vai na frente para a boiada se lavar atrás.

Demóstenes foi uma isca. O PT inventou a isca e foi o primeiro a mordê-la. "Otimo!" - berrou o famoso estalinista Rui Falcão - "Agora vamos revelar a farsa do mensalão!" - no mesmo tom em que o assassino iraniano disse que não houve holocausto. "Não houve o mensalão; foi a mídia que inventou, porque está comprada pela oposição!" Os neototalitários não desistem da repressão à imprensa democrática...

E foi o Lula que estimulou a CPI, mesmo prejudicando o governo de Dilma, que ele usa como faxineira também das performances midiáticas que cometeu em seu governo. Dilma está aborrecida. Ela não concorda que as investigações possam servir para que o Partido se vingue dos meios de comunicação e não quer paralisar o Congresso. Mas Lula não liga. "Ela que se vire..." - ele pensa em seu egoísmo, secretamente, até querendo que ela se dane, para ele voltar em 14. Agora, todo mundo está com medo, além da presidente. O PT está receoso - talvez vagamente arrependido. Pode voltar tudo: aloprados, caixas 2 falsas, a volta de Jefferson, Celso Daniel, tantas coisinhas miúdas... A CPI é um poço sem fundo. O PMDB, liderado pelo comandante do atraso Sarney, também está com medo. A velha raposa foi contra, pois sabe que merda não tem bússola e pode espirrar neles. Vejam o pânico de presidir o Conselho de Ética, conselho que tem membros com graves problema na Justiça. Se bem que é maravilhoso o povo saber que Renan, Juca, Humberto Alves, Gim Argello, Collor serão os 'catões', os puros defensores da decência... Não é sublime tudo isso? Nunca antes, em nossa história, alianças tão espúrias tiveram o condão de nos ensinar tanto sobre o Brasil. A cada dia nos tornamos mais sábios, mais cultos sobre essa grande chácara de oligarquias. E eu estou otimista. Acho que tudo que ocorre vai nos ensinar muito. Há qualquer coisa de novo nessa imundície. O mundo atual demanda um pouco mais de decência política. Cachoeira, Jefferson, Durval Barbosa nos ensinam muito. Estamos progredindo, pois aparece mais a secular engrenagem latrinária que funciona abaixo dos esgotos da pátria. A verdade está nos intestinos da política.

Mas, o País é tão frágil, tão dependente de acasos, que vivemos com o suspense do julgamento do mensalão pelo STF.

Se o ministro Ricardo Lewandowski não terminar sua lenta leitura do processo, nada acontecerá e a Justiça estará desmoralizada para sempre.

Cristina, à la Chávez - CELSO MING


O Estado de S.Paulo - 17/04/12


A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, lembrou ontem o governo populista do venezuelano Hugo Chávez. Decretou a renacionalização da YPF (Yacimientos Petrolíferos Fiscales), que em 1999 havia sido vendida em leilão público para a Repsol - controlada por capitais espanhóis. A YPF é responsável por 65% da produção de petróleo e gás natural do país.

A decisão foi empacotada como operação de soberania energética, do tipo "o petróleo é nosso". A expropriação de 51% das ações será paga por valor a ser determinado pelo Tribunal de Contas, sabe-se lá com que critério.

A acusação contra a YPF é de que se tornou uma empresa predatória, que não reinveste seus lucros na Argentina: "Entre 1999 e 2011, a YPF registrou lucro de US$ 16,5 bilhões e distribuiu US$ 13,2 bilhões em dividendos. Não temos problema com a rentabilidade, mas com que esses lucros não sejam reinvestidos na Argentina para atender às necessidades do país", disse Cristina.

Só as ditaduras determinam o que uma empresa pode ou não fazer com seus lucros. No caso da Argentina, grande número de empresas - e não somente a YPF - não tem interesse em investir, porque o atual governo tabelou os preços ao consumidor. Eles seguem sendo reajustados muito abaixo da inflação, porque os números oficiais são achatados, por manipulação do governo.

A YPF não é a única do setor que vinha sendo pressionada a investir. A Petrobrás, que também atua na Argentina, vinha sendo cobrada pelo mesmo motivo.

Um dos desdobramentos dessa decisão tomada é seu potencial gerador de crise diplomática. Há dias, o primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, advertiu o governo da Argentina que um ataque aos interesses da YPF seria entendido como um ataque ao próprio Estado espanhol. No passado, fantásticos carregamentos de ouro e prata provenientes de suas então colônias latino-americanas chegavam aos portos de Espanha. Em alguma medida esse afluxo está se repetindo agora (veja o Confira) e o governo espanhol teme perder essa riqueza quando mais precisa dela para tirar a economia da crise. Cristina avisou que vai pagar para ver: "Esta presidente não vai responder a nenhuma frase insolente que alguns disseram. Sou chefe de Estado, y no una patotera".

A motivação mais profunda de Cristina é interna. Assim como tentou redespertar movimentos nacionalistas com a reabertura do caso Malvinas, parece determinada a evocar questões de soberania para tirar do foco as sérias condições da economia, que enfrenta inflação de 24% ao ano, desemprego já próximo dos 7% e forte desaceleração econômica.

O momento é de escassez de moeda estrangeira. Depois do calote de mais de 80% da dívida externa em 2001, a Argentina tem de viver da mão para a boca. Só pode usar os recursos externos que vem obtendo com exportações, hoje cadentes. Daí por que passou a controlar um a um os pedidos de importação.

Os relatórios não oficiais são de que os próprios argentinos esperam pelo agravamento da crise externa. Tiraram do País ou entesouraram (guardando debaixo do colchão) nada menos que US$ 30 bilhões em 2011, o equivalente a quatro meses de exportação.

VOZ DISSONANTE - MÔNICA BERGAMO

FOLHA DE SP - 17/04/12



Mais divergências no STF (Supremo Tribunal Federal) em relação ao mensalão: o ministro Marco Aurélio Mello diz que é "terminantemente contra" a convocação da corte em julho apenas para apressar o andamento do processo, como defendem alguns de seus colegas. "Entre as coisas extravagantes que tenho visto, esta é a maior de todas", diz ele.

CRAVO
Mello diz que o mensalão "é um processo como outros 700 que temos que apreciar. Por que pinçar este para julgar a toque de caixa?". Ele diz que o STF não deve "ceder à turba, que quer justiçamento, e muito menos à pressão política", que tenta adiar o julgamento.

FERRADURA
Neste sentido, ele refuta os argumentos que atrasariam o caso. Entre eles, o de que o mensalão não deve ser julgado no segundo semestre, no meio das eleições. "E eu com isso? Não estamos engajados em política partidária." O fato de que o STF terá apenas dez ministros, já que Cezar Peluso vai se aposentar, também não seria impedimento. "Em caso de empate, o voto do presidente conta duas vezes."

NERVOS
O clima é tão tenso no STF que há dias dois ministros, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes, também se desentenderam na frente de outros colegas sobre o tema.

VAI, "BIG TEAM"
O cantor Henry Wolfe, filho da atriz Meryl Streep que se apresenta nesta semana em São Paulo, pretende ir amanhã ao jogo do Corinthians pela Libertadores, no Pacaembu.

JORGE ILUSTRADO
A exposição "Jorge Amado e Universal", que será aberta hoje ao público no Museu da Língua Portuguesa, terá ilustrações que artistas como Carybé, Renina Katz e Calasans Neto fizeram para obras do escritor. Carybé desenhou os personagens Dona Flor e Quincas Berro D'Água. Os trabalhos de Renina e Calasans apareceram em coleções dos anos 60 e 70.

HOLLYWOOD ME ESPERA
A atriz Tainá Müller, que está na novela "Cheias de Charme", vai tentar carreira internacional. Ela agora integra o elenco da agência americana William Morris.

Foi escolhida por Stephanie Ritz, agente também dos atores Robert Pattinson, Claire Danes e Chloë Sevigny.

"MINHAS AMIGUINHA"
A culinarista e apresentadora Palmirinha Onofre, 80, dona do bordão acima, será garota-propaganda da campanha de vacinação contra a gripe do governo do Estado de São Paulo.

Estrelará cartazes e folhetos em postos de saúde, farmácias, hospitais, supermercados, terminais de ônibus e estações de metrô.

EU VOU SAMPLEAR
A cantora de tecnobrega Gaby Amarantos fará um dueto pela primeira vez com Zeca Pagodinho.

Os dois se apresentam juntos no Prêmio da Música Brasileira, no dia 13 de junho, no Rio.

OTÁRIO MESQUITA
O apresentador Otávio Mesquita diz que sabe "do carinho" que os humoristas do "Pânico" têm com ele e que não ficou chateado com a sátira "Otário Mesquita" no programa na Band.

"Me preocupou o nome, mas já superei. O Emilio Surita [líder do programa] me falou: 'Você tem 25 anos de carreira, é rico, bem casado, de otário não tem nada'."

ABREM-SE AS CORTINAS
O diretor Antunes Filho e o cineasta Bruno Barreto assistiram à peça "A Última Gravação de Krapp", de Bob Wilson, no Sesc Belenzinho. Camila Miranda e os produtores Maristela Gaudio e Franco Laera foram à estreia do espetáculo.

CURTO-CIRCUITO

O cantor e compositor carioca Luiz Ayrão recebe hoje, às 19h, na Câmara Municipal, o título de Cidadão Paulistano.

É hoje o lançamento da coleção Huis Clos para Riachuelo, no Baretto.

A Veuve Clicquot promove degustação de champanhe para convidados, hoje, na Tânia Bulhões Home.

Será lançado hoje o batom Operação Sorriso. As vendas do produto irão ajudar a ONG homônima.

O livro "Enfeitamento" será lançado no dia 28, às 11h, na Amoreira.

A Amcham-SP promove hoje, às 8h, debate sobre a formação de preço de exportação e a conquista de novos mercados.

com DIÓGENES CAMPANHA, LÍGIA MESQUITA e THAIS BILENKY

Pobres bancos - JORGE HEREDA

FOLHA DE SP - 17/04/12


Um turista, lendo sobre como os bancos do país não podem reduzir juros, acharia que eles estão em crise. Ficaria confuso ao descobrir seus altos lucros



Imagine um estrangeiro que chegasse ao Brasil sem nenhum conhecimento prévio da nossa economia e lesse algumas análises feitas por especialistas sobre a decisão dos bancos públicos de reduzir o custo do crédito para famílias e empresas.

A que conclusão este visitante chegaria? Entenderia, provavelmente, que o setor bancário brasileiro está passando por período de vacas magras, com baixa rentabilidade, até mesmo com prejuízo, decorrente de níveis de inadimplência estratosféricos, de um elevado padrão de insegurança jurídica e de tributos escorchantes.

Impossível não imaginar que se trata de um setor com margens de lucro muito estreitas e que, portanto, induzido a comprimir ainda mais seus "spreads" (diferença entre o que os bancos pagam ao captar recursos no mercado e o que eles cobram nos financiamentos), seria atirado rapidamente a uma situação de insolvência generalizada.

"Pobres bancos!", talvez dissesse o viajante.

Mas, curioso, nosso turista poderia acionar o Google para conhecer um pouco melhor a situação. Ao fazer isso, ficaria confuso e surpreso ao descobrir que, dos oito maiores lucros auferidos por empresas no Brasil em 2010, cinco foram obtidos por bancos.

Sua confusão aumentaria quando lesse que, segundo pesquisa feita pela empresa de consultoria Economatica, no ano passado o setor bancário foi o de maior volume de lucro entre as empresas de capital aberto, excluídas da amostra a Petrobras e a Vale. E abocanharam 39,4% do total de lucro obtido pelas 344 empresas avaliadas.

"Pobres bancos?", agora se perguntaria o turista estrangeiro, a esta altura disposto a abandonar suas conjeturas para se dedicar a conhecer país tão bonito e acolhedor.

Para o cidadão acostumado a pagar os juros mensais nas dívidas do cartão de crédito e do cheque especial, assim como o pequeno e médio empresário, conhecedor das taxas cobradas em empréstimos para capital do giro, a resposta para tal pergunta é um óbvio não.

Para o cidadão e para o empresário, a resposta ficou ainda mais taxativa ao observar que nos últimos meses a Selic vem caindo, mas as taxas de juros cobradas pela maioria dos grandes bancos tiveram pouco decréscimo.

Fica difícil justificar os níveis de "spread" bancários no Brasil apenas pelo argumento de elevação da inadimplência, da existência de tributos ou de compulsórios, sem mencionar as margens líquidas nesses "spreads", diante dos recorrentes recordes de lucros das grandes instituições financeiras nos últimos anos.

Compreendendo isso, a Caixa quer demonstrar que os bancos podem, sim, reduzir seus "spreads" neste momento em que o Brasil tem controle da inflação e estabilidade de todos os seus indicadores econômicos. A queda da taxa básica de juros precisa se refletir na vida real dos brasileiros.

A Caixa está reduzindo os seus "spreads" porque oferecer crédito mais barato a um número muito maior de pessoas é um ótimo negócio para qualquer instituição bancária que tenha objetivos estratégicos pautados pela rentabilidade e pelo dever de atender aos interesses dos seus acionistas.

Em 2008 e em 2009, quando o setor bancário se retraiu para se precaver dos efeitos da crise internacional, a Caixa fez o oposto: facilitou o crédito e ampliou sua participação no mercado. Andou na contramão e ganhou dinheiro.

Hoje, a situação não é muito diferente. Apoiada na baixa inadimplência de seus clientes -bem menor que a média do mercado-, a Caixa planeja ampliar a sua carteira de crédito em mais de 30% neste ano.

Vamos oferecer crédito mais barato e, com isso, atrairemos mais 2 milhões de clientes. Vamos ganhar dinheiro vendendo dinheiro, como os bancos costumam fazer, sempre de forma bastante lucrativa. E talvez, na próxima viagem, aquele turista não tenha de se esforçar para entender o Brasil.

O suicídio econômico da Europa - PAUL KRUGMAN

O ESTADÃO - 17/O4/12


Com políticas que têm se mostrado equivocadas, parece que os dirigentes europeus estão determinados a empurrar a economia e a sociedade para um abismo



No sábado, o jornal The New York Times reportou um fenômeno aparentemente crescente na Europa: "suicídio por crise econômica", pessoas tirando as próprias vidas por desespero com a situação de desemprego e falência de empresa. A matéria é de cortar o coração. Mas estou certo de que não fui o único leitor, especialmente entre economistas, a se perguntar se a história maior não diz respeito tanto a indivíduos como à aparente determinação dos dirigentes europeus de cometer o suicídio econômico do Continente como um todo.

Há apenas alguns meses, eu tinha alguma esperança com a Europa. O leitor talvez se lembre de que, perto do fim do ano passado, a Europa parecia estar à beira de um derretimento financeiro.Mas o Banco Central Europeu (BCE), contraparte europeia do Federal Reserve (Fed) americano, saiu em defesa do Continente. Ele ofereceu linhas de crédito ilimitadas aos bancos europeus desde que eles aceitassem bônus de governos europeus como garantia. Isso sustentou diretamente os bancos e sustentou indiretamente os governos, e acabou com o pânico.

A questão de então era se essa ação corajosa e eficaz seria o começo de um repensar amplo, se os líderes europeus usariam o espaço de desafogo bancário que criaram para reconsiderar as políticas que levaram as coisas àquele ponto.

Mas eles não usaram. Em vez disso, reforçaram suas políticas e ideias falidas. E está ficando cada vez mais difícil acreditar que alguma coisa os fará mudar de rumo.

Considerem o estado de coisas na Espanha, que está agora no epicentro da crise. Nem é o caso falar de recessão. A Espanha está em plena depressão, com a taxa de desemprego total em 23,6%, comparável à dos Estados Unidos nas profundezas da Grande Depressão, e a taxa de desemprego de jovens acima de 50%. Isso não pode continuar - e a percepção disso é que está jogando os custos de captação espanhóis ainda mais para cima.

De certa maneira, realmente não importa como a Espanha chegou a esse ponto, mas quer isso valha ou não, a história espanhola não tem nenhuma semelhança com os contos morais tão populares entre autoridades europeias, especialmente na Alemanha.

A Espanha não estava fiscalmente irresponsável - na véspera da crise, ela estava pouco endividada e com superávit orçamentário. Infelizmente, tinha também uma enorme bolha imobiliária, uma bolha possibilitada, em grande parte, pelos enormes empréstimos de bancos alemães a seus congêneres espanhóis. Quando a bolha estourou, a economia espanhola foi deixada à míngua. Os problemas fiscais da Espanha são uma consequência de sua depressão, não a sua causa.

No entanto, a receita que vem de Berlim e Frankfurt é, o leitor acertou, ainda mais austeridade fiscal.

Isso é, sem medir as palavras, simplesmente insano. A Europa teve vários anos de experiência com programas duros de austeridade, e os resultados são exatamente o que estudantes de história lhes disseram que ocorreria: esses programas empurraram economias deprimidas ainda mais fundo na depressão. E como os investidores olham para o estado da economia de um país quando vão avaliar sua capacidade de saldar dívidas, os programas de austeridade nem sequer funcionaram como uma maneira para reduzir os custos de captação.

Qual é a alternativa? Bem, nos anos 30 - uma era que a Europa moderna está começando a reproduzir em detalhes cada vez mais fiéis - , a condição fundamental para a recuperação era a saída do padrão ouro. A medida equivalente agora seria sair do euro, e a restauração de moedas nacionais. Pode-se dizer que essa medida é inconcebível, e seria de fato enormemente disruptiva tanto econômica como politicamente. Mas o inconcebível é mesmo continuar no curso presente, impondo uma austeridade ainda mais dura a países que já estão sofrendo um desemprego de era da Depressão.

De modo que se os dirigentes europeus realmente quisessem salvar o euro, eles estariam buscando um curso alternativo. E a forma dessa alternativa já está bastante clara, aliás. O Continente precisa de mais políticas monetárias expansionistas, na forma de uma disposição - uma disposição anunciada - da parte do BCE de aceitar uma inflação um pouco mais alta. O banco precisa de mais políticas fiscais expansionistas, na forma de orçamentos na Alemanha que compensem a austeridade na Espanha e em outros países em dificuldade na periferia do Continente, em vez de reforçá-la. Mesmo com essas políticas, os países periféricos enfrentariam anos de tempos difíceis. Mas ao menos haveria alguma esperança de recuperação.

O que estamos vendo realmente, contudo, é uma absoluta inflexibilidade. Em março, líderes europeus assinaram um pacto fiscal que na verdade se fixa na austeridade fiscal como resposta para qualquer e todos os problemas. Enquanto isso, autoridades de peso do banco central estão fazendo questão de enfatizar a disposição do banco de elevar as taxas ao menor indício de um aumento da inflação.

É difícil evitar, portanto, um sentimento de desespero. Em vez de admitir que estiveram errados, os dirigentes europeus parecem determinados a empurrar sua economia - e sua sociedade - para um abismo. E o mundo inteiro pagará o preço. / TRADUÇÃO DE CELSO PACIORNIK

Outros alvos - JOSÉ PAULO KUPFER


O Estado de S.Paulo - 17/04/12


O governo voltou a se valer dos bancos públicos para tentar animar a produção. Repete o movimento bem-sucedido levado a efeito em 2008-2009, auge da primeira etapa da crise econômica global que ainda segue seu curso. Mas, agora, há outros objetivos na mira de Brasília, além de estimular a demanda e a concessão de crédito.

No epicentro do cataclismo deflagrado pela quebra do banco Lehman Brothers, o que se impunha era driblar o colapso que interrompeu os fluxos financeiros globais. Com isso, pretendia-se evitar que o ciclo do crédito também estancasse no mercado doméstico, a partir da paralisia, mais por medo do que por contágio, dos bancos privados.

Agora a aplicação da mesma estratégia parece apontar mais na direção do aproveitamento da oportunidade aberta pelo corte na taxa básica de juros para forçar os bancos privados a reduzir os spreads. Não se trata mais, como em 2008-2009, de ocupar um lugar deixado vago pelo setor privado. Trata-se de uma tentativa de aumentar a concorrência num mercado altamente concentrado.

O caráter do problema que se propõe agora resolver é diferente. O cerne da questão localiza-se no mundo microeconômico das estruturas de mercado. Em resumo, o que está em jogo é a concorrência - melhor dizendo, a falta dela - no mercado bancário. É isso o que determina os odiados spreads.

A história do mercado brasileiro, como é a de qualquer mercado bancário, é uma história de concentração. No Brasil, isso é verdade sobretudo nas últimas cinco décadas, quando se tornou irreversível o processo de urbanização - na esteira da qual avançou a industrialização. Aquisições ou fusões, muito mais do que crescimento orgânico, são a marca dessa evolução.

Com o Plano Real e o fim da hiperinflação - que dissolveu, quase instantaneamente, as receitas com o floating garantido pelos depósitos não remunerados -, esse movimento se acentuou ainda mais. De 1997 para cá, sem contar pequenos negócios ou compra de carteiras isoladas, ocorreram 35 operações de fusões e aquisições de bancos, que reduziram o número total de instituições, nos dias atuais, a menos de 130.

Muito mais do que o número relativamente baixo de estabelecimentos, chama a atenção o fato de que apenas seis deles - Banco do Brasil, Itaú-Unibanco, Bradesco, Caixa, Santander e HSBC - respondiam, há dez anos, por 62% dos depósitos e 48% dos empréstimos. Chama mais ainda a atenção que, hoje, respondam por mais de 80% dos depósitos e 77% dos empréstimos.

Até os caixas eletrônicos sabem o que tal concentração significa para quem depende ou se arrisca a buscar financiamento. Não é por outra razão que há forte rejeição aos bancos. Nem mesmo os bancos parecem discordar disso. Um deles, depois incorporado por um outro, não faz muito tempo, vangloriava-se de ser "um banco que nem parece banco".

Não seria necessário recorrer a estudos econométricos, embora eles existam, para saber que os spreads bancários são também função da concentração de mercado. E que só uma ação de governo poderá abrir espaços para estimular mais competição.

Uma ação indutora, como a determinação de que os bancos públicos operem taxas e prazos mais agressivos, pode ter algum impacto positivo, mas será insuficiente, pois esbarra no limite da capacidade de comprimir margens dos bancos oficiais - sem esquecer que metade do mercado já é ocupada por eles. Até mesmo um bate-boca com os bancos, como esse a que se lançaram a presidente Dilma e seu ministro Mantega, pode ter lá algum efeito. Se, no entanto, pretende, verdadeiramente, ir além da colheita de pontos nas pesquisas de popularidade, o governo - e isso inclui o Banco Central - terá de acionar outras armas. Alvos interligados: competição e transparência.

A concentração de mercado, que reduz a competição, é também a mãe da falta de transparência nas relações entre bancos e clientes. Muitas medidas já foram adotadas no esforço de abrir a caixa-preta das tarifas, das taxas de administração, dos índices de carregamento. Só que, como certas vacinas, quase nada pegou. Tentar mais e mais é obrigação do governo para com seus governados.

Para reduzir os spreads, os bancos pedem, entre outros benefícios, reduções de impostos e dos compulsórios. Não há garantia alguma, dada a ausência de competição verdadeira no mercado, que eventuais isenções não serão simplesmente aplicadas no aumento das margens operacionais. Por que, então, não atendê-los, desde que a cada unidade de corte de tributos ou nos depósitos compulsórios corresponda uma dada unidade de corte nos spreads? Quem sabe não esteja na hora de também formular uma espécie de "regime automotivo" para bancos.

CLAUDIO HUMBERTO

“Minha obrigação institucional é não acreditar, até prova em contrário”
Tadeu Filippelli (PMDB), vice-governador do DF e suposta vítima de espionagem do PT

SUPOSTA DOAÇÃO DE CACHOEIRA A LULA ARREPIA O PT

Fantasmas da história recente andam assombrando lideranças do PT que veem na CPI do Cachoeira a chance de vingança dos adversários. É o caso da revelação à CPI dos Bingos, em 2004, feita por Rogério Buratti, amigo e ex-assessor do ex-ministro Antonio Palocci: uma suposta doação de R$ 1 milhão do bicheiro Carlinhos Cachoeira à campanha de Lula, por meio de empresas de jogo do Rio e São Paulo. 

ANTES ERA O LIXO

O advogado Buratti confirmou a arrecadação de empresas de lixo para prefeituras do PT, através do então tesoureiro Delúbio Soares. 

QUEM É VIVO...

Buratti postou no Twitter que a “CPI do Cachoeira vai esclarecer muita bobagem que foi dita de muita gente”. Talvez queira se incluir nessa. 

NÃO VAI ACABAR BEM

A frase “o governo nada tem a ganhar com CPI” é tão ouvida no Planalto quanto “governo leva a pior até em CPI do Santo Sudário”.

SANGUE NA BOCA

O governo pode estar preocupado com a CPI, mas Lula impressiona os interlocutores. “Ele quer sangue”, definiu um deputado do PT.

ALIADOS USAM DENÚNCIAS PARA DAR TROCO EM IDELI

Pode não dar em nada a denúncia contra Ideli Salvatti sobre a compra milionária de lanchas quando era ministra da Pesca, beneficiando a empresa que financiou sua campanha, mas, para partidos governistas, ao menos isso servirá para desgastá-la. Para não petistas, a bronca é que Ideli não cumpre compromissos como articuladora política. Já os petistas não perdoam sua atuação na substituição de Cândido Vaccarezza por Arlindo Chinaglia na liderança do governo na 

Câmara. 

FOGO AMIGO

Lulistas da facção Construindo um Novo Brasil, majoritária no PT, são os mais exaltados na exigência da cabeça da ministra Ideli.

INVESTIGADA

A Comissão de Ética Pública da Presidência acatou a representação do PSDB contra Ideli, mas é improvável que a repreenda.

NOVO CANDIDATO

A reunião da executiva do PTB-MG, hoje, deve definir o deputado Eros Biondini como pré-candidato a prefeito de Belo Horizonte.

LULA NA POSSE DE BRITTO

O ex-presidente Lula disse, ontem, que nada o fará perder a posse do sergipano Carlos Ayres Britto na presidência do Supremo Tribunal Federal, quinta (19). Será o primeiro nordestino a ocupar o posto. 

ENCONTRO POLÍTICO 

Os senadores Gim Argello (PTB-DF) e Renan Calheiros (PMDB-AL) já haviam visitado o colega José Sarney pela manhã, mas voltaram ao Sírio-Libanês para uma nova visita, à tarde, a pedido de Lula.

DANOS NO CASCO

A avaliação do poder de dano, na CPI do Cachoeira, de uma investigação da Delta – a maior empreiteira do PAC – também pesa nas reservas que o governo passou a fazer das investigações.

PITIMAN DEFINIDO

Com dois representantes na CPI mista, o PMDB da Câmara definiu que um deles 

será o deputado Luiz Pitiman (DF), um dos coordenadores da campanha de Gabriel Chalita à Prefeitura de São Paulo.

FENÔMENO

Dilma é a segunda personalidade com mais influência política no Twitter, diz a consultoria internacional Burson-Marsteller. Mas a presidente não escreve no microblog desde outubro de 2010. 

MÃO NO NARIZ

O rompimento de uma tubulação inundou de excrementos o apartamento funcional do deputado Gladson Cameli (PP-AC) em Brasília. Uma reforma de R$ 400 mil foi concluída no ano passado.

VETADO

O PR decidiu vetar o ex-governador Anthony Garotinho (RJ) na CPI do Cachoeira. 

O partido teme que Garotinho participe da comissão com o objetivo único de atingir o governador do Rio, Sérgio Cabral.

MAIS ESSA

O presidente porra-louca do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, continua sendo bajulado pela política externa brasileira. Atendendo a convite, ele fará sua primeira visita oficial 

a Dilma. Ainda não marcou a data. 

ACIDENTE GEOGRÁFICO

Rio todo mundo sabe que tem. Mas Cachoeira com Delta é novidade. 

PODER SEM PUDOR

UM MAR DE LEITE

A base eleitoral do senador potiguar Agenor Maria era o Sertão, município de Currais Novos, onde tinha uma fazenda de gado leiteiro. Certa vez, alugou uma casa à beira-mar, em Natal, e levou com ele um velho empregado de sua fazenda, seu Chico. O homem nunca tinha visto o mar.

– Chico, veja só que imensidão. Imagine tudo isso sendo nosso e, em vez de água, leite! – disse Agenor, puxando conversa na varanda da casa.

A resposta do velho vaqueiro foi carregada de significado:

– Prestava não, dr. Agenor. E onde a gente ia achar tanta água pra misturar nesse leite?

TERÇA NOS JORNAIS


Globo: Argentina expropria petroleira e provoca crise com Espanha
Folha: Argentina toma controle de petroleira espanhola
Estadão: Argentina estatiza petrolífera e Espanha ameaça retaliar
Correio: Cachoeira na Papuda, e CPI na berlinda
Valor: Governo agora planeja ajuda a empresas aéreas
Jornal do Commercio: Prefeito apoia obra no Cais José Estelita
Zero Hora: Planalto traça plano para controlar CPI incentivada por Lula