quarta-feira, dezembro 05, 2012

Fora da órbita - ILIMAR FRANCO

O GLOBO - 05/12

A direção do PMDB perdeu o controle sobre a escolha do próximo líder do partido na Câmara. O ambiente é de radicalização. Os oito candidatos fazem um discurso ora de oposição, ora de crítica, ora de cobrança ao governo Dilma. A temperatura está elevada. O candidato mais forte, Eduardo Cunha (RJ), tem como lema "4 anos em 2", ou seja, "tudo o que o PMDB não levou vai ter agora".

Redução de tarifa x intervenção
O governo Dilma e o PSDB estão travando um debate ideológico em torno da MP do Setor Elétrico. Os tucanos acusam o governo petista de promover uma intervenção estatal federal nas empresas estatais estaduais (Cesp, Cemig, Copel e Celesc). Por causa disso, as empresas geridas pelos tucanos estão se recusando a renovar as concessões de geradoras de energia, que serão submetidas a novo leilão em 2015. O governo Dilma sustenta que o objetivo da MP é fazer uma redução média da tarifa de 20,2%. E que, sem as geradoras tucanas, a redução cairá para 16,7%. Os governistas dizem que os tucanos terão que responder por isso junto aos eleitores. É guerra!

“Não será uma agenda udenista que vai nos levar à vitória nas eleições presidenciais de 2014”
Marcus Pestana Deputado federal e presidente do PSDB de Minas Gerais

Me dá um dinheiro aí
Os líderes aliados reclamaram ontem com a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) do baixo empenho das emendas parlamentares. A média é de R$ 7 milhões para os aliados de um total previsto de R$15 milhões por deputado.

O rebelde
Durante almoço que ofereceu aos deputados do PMDB, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), arrancou risos de todos os presentes ao saldar seu eventual sucessor, o líder do PMDB, Henrique Alves (RN). Maia proclamou: "O Henrique será, com certeza, um presidente da Casa muito melhor do que eu, porque ele é menos rebelde".

O poder do voto
A Frente da Agropecuária entregou sua agenda para o líder do PMDB na Câmara, Henrique Alves (RN): aprovar legislação trabalhista para o campo e criar comissões especiais para definir trabalho escravo e degradante; e as questões indígenas.

Força Sindical ameaça romper
Presidida pelo deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), a Força se reunirá sexta-feira em São Paulo para aprovar o rompimento com o governo Dilma. A entidade quer reunir, em fevereiro, 50 mil pessoas para protestar em frente ao Planalto. A recepção hostil de ontem pesou. Paulinho diz: "Nem na ditadura aposentado era recebido com policiais portando metralhadoras no Palácio".

Os últimos serão os primeiros...
O prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, está bufando com o sorteio da Copa das Confederações. A reforma do Mineirão foi a primeira a ficar pronta. Ele queria mais do que o Taiti e um time da África na partida inaugural.

Um novo alinhamento
Os senadores da bancada dos independentes receberam reforço. Os tucanos aderiram na reunião de ontem à noite. Eles estão juntando forças porque querem a presidência da estratégica Comissão de Constituição e Justiça.

O vice-presidente Michel Temer abona hoje a ficha de filiação ao PMDB do ex-presidente do DEM da cidade de São Paulo, Alexandre de Moraes. 


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