quinta-feira, outubro 18, 2012

Negócios à parte, torcedores - PAULA CESARINO COSTA

FOLHA DE SP - 18/10


RIO DE JANEIRO - Nem centenas de milhões de reais foram capazes de separá-los. Em defesa de um mesmo objetivo, estão lado a lado personagens de uma disputa milionária: Rodolfo Landim, ex-executivo do grupo de Eike Batista --que reivindica na Justiça cerca R$ 500 milhões, referentes a 1% da holding que Eike teria lhe prometido--, e Flávio Godinho, do conselho de administração do grupo EBX.

"O Flamengo tem capacidade de unir até quem disputa milhões", diz Wallim Vasconcellos, candidato a presidente do clube rubro-negro.

Foi com um telefonema de Godinho para Landim que começou a crescer o movimento para criar a chapa que reúne empresários e executivos --como os presidentes da Sky, da Visa e da Cielo, o ex-presidente do BC Carlos Langoni e o ex-presidente da ANP David Zylbersztajn. Nesta semana, reuniram-se na casa do humorista Cláudio Manoel, do Casseta & Planeta, para acertos finais.

Ainda faltam estudos acadêmicos e/ou científicos que expliquem o comportamento do torcedor. Impressiona o que a paixão por um time é capaz de fazer com o ser humano.

Torcedores são capazes de tudo. Da irracionalidade flagrada durante uma partida, que faz homens civilizados agirem de maneira quase selvagem, à capacidade de fazer qualquer coisa pelo time que torce --ultrapassar divergências ideológicas, pessoais e disputas comerciais.

Como torcedores, esses executivos apostam numa receita moderna: profissionalizar a gestão contratando diretoria executiva, equacionar as dívidas, eliminar as ambições políticas e explorar melhor a marca valiosa. São quase 40 milhões de torcedores que não compram outro produto.

Mas eles disputam com várias chapas, entre elas a da presidente do Flamengo, Patrícia Amorim. Num ambiente em que a incompetência alimenta a má-fé, e vice-versa, pode vir a ser só mais uma ilusão de torcedor.

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