quarta-feira, setembro 05, 2012

Barreira de contenção - VERA MAGALHÃES - PAINEL


FOLHA DE SP - 05/09


O esforço de Lula para desconstruir a imagem de Celso Russomanno como "candidato dos pobres" nas novas inserções de TV de Fernando Haddad deve-se ao avanço do líder na disputa sobre o eleitorado com baixa renda, baixa escolaridade e que aprova gestões do PT, atestado pelo novo Datafolha. De olho no segundo turno, o ex-presidente quer desidratar Russomanno nos setores em que Haddad tem potencial de crescimento associado à sua popularidade e à de Dilma Rousseff.

Bumbo O pronunciamento que Dilma fará em rede nacional amanhã, em comemoração ao 7 de Setembro, pretende dar o mote para que candidatos do PT usem o governo em suas campanhas. Na fala, em tom ufanista, a presidente destaca a redução do valor da conta de luz.

Tô chegando Dilma avisou a líderes do PMDB e do PRB que vai participar de eventos públicos da campanha de Haddad a partir do dia 15. Nas conversas, disse atender a um apelo de Lula.

Pode vir quente A campanha de José Serra comemorou o ingresso de Marta Suplicy na ofensiva pró-Haddad, em especial quando a ex-prefeita usou o Twitter para defender as contas de sua gestão. Na TV, o tucano exibirá extrato bancário da prefeitura em 1º de janeiro de 2005, com R$ 16 mil em caixa.

Tudo novo O slogan de campanha de Haddad contagiou o time do petista. No debate de segunda-feira, sua mulher, Ana Estela, e o marqueteiro João Santana ostentavam etiquetas na bolsa e no sapato recém-comprados.

Lanterna Aliados de Geraldo Alckmin começam temer os efeitos colaterais da performance de Serra, a mais discreta entre candidatos apoiados por governadores do Sudeste. Em Belo Horizonte, Rio e Vitória (ES), os nomes de Antonio Anastasia (PSDB), Sérgio Cabral (PMDB) e Renato Casagrande (PSB) estão na dianteira.

Premonição Dois dias antes da publicação do polêmico artigo de FHC, Lula criticou o tucano em Belo Horizonte. O ex-presidente disse que Patrus Ananias (PT), quando prefeito (93-96), não recebia dinheiro do governo federal: "FHC não liberava dinheiro para ninguém".

No vermelho A indefinição sobre o segundo turno em São Paulo dificultou ainda mais a coleta de recursos para as campanhas. Doadores mais generosos das três candidaturas à frente nas pesquisas optaram por aguardar a cristalização do cenário antes de abrir os cofres. Com isso, fornecedores estão faturando serviços e materiais para até 30 dias.

Como dantes Parlamentares ligados a João Paulo Cunha têm dito nos bastidores que o deputado federal "perdeu a vida por R$ 50 mil'', enquanto campanhas do partido continuam arrecadando por meio de caixa 2.

Classe... Com a aposentadoria de Cezar Peluso, a ministra Cármen Lúcia quer ocupar a vaga do ex-ministro na segunda turma do Supremo Tribunal Federal.

... nova Ministros reclamam que o trabalho na primeira turma é mais lento, devido, entre outras razões, ao fato de Marco Aurélio Mello não aceitar julgamento em lista e promover longos debates sobre os processos.

Faixa... A comunidade árabe de São Paulo avisou a petistas graúdos que abraçou a candidatura de Ali Mazloum para uma vaga no STF.

... de Gaza A articulação para ter um ministro de ascendência árabe no Supremo cresce desde que Luiz Fux, primeiro judeu da história da corte, foi nomeado pela presidente no ano passado.

com FÁBIO ZAMBELI e ANDRÉIA SADI

tiroteio

"Seguindo a escola de Maluf, Haddad batiza projetos com nomes de efeito. Esqueceu que o Fura-Fila e o PAS infernizaram São Paulo?"

DO CANDIDATO DO PSOL EM SÃO PAULO, CARLOS GIANNAZI, sobre o Bilhete Único Mensal e o "Hora Certa", que estão na vitrine da campanha petista.

contraponto

É o amor

Aloizio Mercadante se preparava para entrevista coletiva no Planalto em que anunciaria sanção da lei que reserva metade das vagas em universidades federais para alunos de escolas públicas. Depois de ajeitar-se, mirou as câmeras e estufou o peito para começar a falar. Naquele instante, o celular de uma repórter, que era utilizado como gravador, começou a tocar.

O ministro da Educação retirava o aparelho do púlpito, quando viu no visor do telefone a foto do marido da jornalista, identificado como "amor". Então, perguntou:

-A coletiva é minha e quem rouba a cena é este cara?

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