sábado, julho 21, 2012

O segredo do sucesso político do PMDB - JORGE BASTOS MORENO - Nhenhenhém


O GLOBO - 21/07

Não há, na recente História política do país, um partido que tenha chegado à confortável situação em que se encontra hoje o PMDB. Tanto é verdade que, a praticamente dois anos e meio das eleições presidenciais, ninguém sabe o partido que estará na Presidência. Mas o vice, naturalmente, será do PMDB.

A ausência de um projeto nacional de curto prazo, provocada pela carência de quadros, explica a verdadeira salada russa em que se meteu o PMDB nas eleições municipais deste ano — a maior prévia das eleições presidenciais de todos os tempos no país.

Em Fortaleza, o partido está com Ciro Gomes; em Belo Horizonte, com Dilma; em Recife, com Eduardo Campos; em São Paulo, uma candidatura própria que, em último caso, somaria-se com Lula, na hipótese de segundo turno. No Rio, onde historicamente o partido, desde Chagas Freitas, é independente do comando nacional, o PMDB de Cabral tem outros 19 partidos sustentando a candidatura de Eduardo Paes.

E o partido ainda terá de lambuja, no ano que vem, as presidências da Câmara e do Senado.

Segredo do sucesso? Está na música “Já sei namorar”, dos Tribalistas, com única restrição: só não vale beijo na boca.

‘Oi, oi, oi!’
Dilma planejava ir mais cedo para casa ontem só para ver o embate Carminha X Nina/Rita.

Milagre
Mesmo sendo a Anatel uma agência independente, credite-se ao ministro Paulo Bernardo um empenho extraordinário para que as operadoras fossem punidas.
Demonstrou o ministro das Comunicações um elevado espírito público.
Finalmente!

Va pt-vupt
Diálogo entre dois dirigentes do PMDB:
— Tens falado com o Moreira (Franco)?
— Tenho evitado. Todas as vezes em que ele elogia o governo, a conversa fica chata!
— Claro, ninguém acredita. Mas isso passa rápido, viu?
— Já passou! Ele elogiou a Dilma, mas foi hoje.
Depois, quando o chamam de “anjo mau”, ele reclama.

Fofo
O excelente desempenho do ministro Patriota no caso do Paraguai fez com que a presidente desse uma trégua na sua permanente implicância com o chanceler.
O implicado preparou direitinho a próxima reunião do Mercosul, marcada para o dia 31, no Rio, que Dilma mudou de ideia e determinou que o encontro seja em Brasília, com a presença dele, Hugo Chávez.

Dois pesos...
Não gostei nada do tratamento desigual dado pela Dilma aos seus ministros.
A presidente deu férias prolongadas ao Gilberto Carvalho.
Tanto que, por duas semanas, o Palácio viveu um mar de tranquilidade, sem fofocas e intrigas.
Depois, fez o mesmo com o Cardozão e com o Mantega.
Agora, a Gleisi Hoffmann, que carrega este governo nas costas, pediu uma semana e ganhou só dois dias.

Ninguém aguenta!
Quando a gente pensa que já se livrou dele, ele volta com toda a força, tomando espaços da mídia e debates infecundos.
Estou falando do maldito Código Florestal.
Aprovado no Senado com 390 destaques ressalvados, a bomba volta novamente à Câmara para ser votado em agosto.
Vai começar tudo de novo.

‘A luta continua!’
Mercadante, que tem lugar cativo em todas as viagens da Dilma, só embarca para Londres com ela se conseguir acabar com a greve nas universidades.
É motivo mais do que suficiente para todo o PT aderir ao movimento.

Mala de viagem
Como todas as vezes em que viaja, o Marco Maia apronta alguma coisa contra o governo, desta vez Dilma botou o gajo na sua comitiva.

Missão dupla
Gente, eu faço de tudo para a Dilma tirar essa implicância com o seu vice, Michel Temer. Desta vez, achei que estava tudo resolvido no longo e amistoso encontro que tiveram no Alvorada.
Qual não foi a minha surpresa ao procurar Temer, para saber como havia sido a conversa, e descobrir que a Dilma o mandou para a África, inaugurar uma fábrica de medicamentos em Moçambique, viagem esta recusada até pelo caixeiro-viajante Alexandre Padilha.
Quem adorou isso foi o ex-presidente Lula, agraciado pelo prêmio José Aparecido de Oliveira, da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
Lula pediu a Michel para também representá-lo na premiação.
E, por ser um político confiável, trazer os US$ 30 mil, valor do prêmio.
Isso não se faz, Dilma!

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