sábado, junho 16, 2012

O chororô - ILIMAR FRANCO

O GLOBO - 16/06

Os governadores fizeram duras críticas ao Congresso, ontem, na reunião com a presidente Dilma. Reclamaram que os parlamentares estão concedendo aumentos salariais para professores e outras carreiras do funcionalismo. Os gastos dos estados crescem, a despeito da crise. E protestaram contra proposta, em debate no Senado, que destina 2% dos orçamentos para a Defensoria Pública. O ministro Guido Mantega (Fazenda) sugeriu que os governadores chamem suas bancadas à razão.

Articulação pretende esvaziar a CPI?
Integrantes da base do governo estão defendendo junto ao relator da CPI do Caso Cachoeira, o deputado Odair Cunha (PT-MG), que ele apresente relatórios parciais das investigações. O primeiro deles trataria do caso do senador Demóstenes Torres (GO), que já está sendo analisado no Conselho de Ética do Senado. Outro relatório deveria sugerir o bloqueio de bens dos investigados como o contraventor Carlos Cachoeira, incluindo uma intervenção na fábrica de fármacos Vitapan, que teria sido constituída com dinheiro obtido em atividades ilícitas. A proposta divide. Aliados veem nela tentativa de esvaziar a CPI e a investigação de outros casos, como o da Delta.

“Como disse o Delfim (Netto), o Brasil era o último peru com farofa no Dia de Ação de Graças. Agora não seremos mais. Por isso batem na gente” 
— Dilma Rousseff, presidente da República, sobre a reação dos investidores externos diante da redução de juros e spreads

A MENTIRA. O governador Marconi Perillo (GO) disse “não” ao deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) quando este lhe perguntou se conhecia Nazir D’Isanto. Miro investiga a participação desse empresário na organização criminosa integrada por Carlos Cachoeira. Numa conversa pelo Twitter, Nazir justificou o fato de ter sido renegado: “O exmo. governador tem o dever de em primeiro lugar cuidar do estado...”; “...não precisava desgastar- se por um simples e humilde ignoto”; e “Aprendi um ditado no Brasil: manda quem tem poder... Obedece quem tem juízo!”

Cúpulas ácidas

A presidente Dilma comentou com os governadores que a reunião do G20 e a conferência Rio+20 serão pautadas por conversas “ácidas”. A crise econômica na Europa e seu desdobramento nos emergentes afetam o humor de todos.

No escuro
A avaliação da presidente Dilma é que pela primeira vez não se consegue visualizar solução para a crise. A Alemanha se mostra sobrecarregada, e os Brics estão sendo atingidos, sobretudo a Índia, cujo problema é o mercado interno limitado.

PT decide não intervir em Fortaleza
O presidente do PT, Rui Falcão, comunicou ao governador Cid Gomes (PSB) que o partido não vai intervir em Fortaleza com o objetivo de evitar a candidatura de Elmano Freitas, apoiado pela prefeita Luizianne Lins. Falcão alegou que já tinha dado a bênção a Elmano e que não dava mais para intervir no processo, como fora feito em Recife (PE). Cid relatou aos demais governadores que não lhe resta outro caminho que não seja lançar outro candidato com o apoio do PMDB.

Bem na foto

A foto da reunião dos 27 governadores com a presidente Dilma, ontem, teve de ser batida duas vezes. Na primeira estava ausente o governador Sérgio Cabral (PMDB). Quando o atrasado chegou, todos fizeram pose para novo retrato.

ChorãoO governador do Amazonas, Omar Aziz (PSD), ficou 20 minutos lamentando a penúria de seu estado, sem recursos e sem investimentos. Virou piada quando Renato Casagrande (PSB-ES) tirou a carteira do bolso e sugeriu uma vaquinha.

A GOVERNADORA
 Roseana Sarney (DEM-MA) não aguentou esperar o fim da reunião no Planalto para fumar. Acendeu um cigarro tão logo Dilma se despediu.

A POLÍCIA
 Federal é alvo de intensa pressão política para não ampliar as investigações iniciadas pelas operações Vegas e Monte Carlo.

COMENTÁRIO
 do líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), sobre o desejo do líder do governo na Casa, Eduardo Braga (PMDB-AM), de deixar o cargo: “Nós não queremos isso. Temos procurado ajudá-lo na interlocução e na articulação”. Então, tá!

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