sábado, abril 28, 2012

'Negocinho' - VERA MAGALHÃES - PAINEL


FOLHA DE SP - 28/04/12


Trecho do inquérito da Polícia Federal sobre o esquema de Carlinhos Cachoeira mostra um diálogo ocorrido em julho do ano passado entre Demóstenes Torres (GO) e Gleyb Ferreira, auxiliar direto do empresário, no qual o senador fornece o endereço do seu apartamento funcional em Brasília para receber uma encomenda.

"Tô com um negocinho para entregar, queria ver com o senhor onde quer que eu eu leve", diz Gleyb.
Demóstenes dá as coordenadas da residência do Senado e agenda o encontro: "Vem lá pelas 15h".
Segundo a PF, o "negocinho" tratado na conversa eram R$ 20 mil que chegariam às mãos do senador.

Toga 1 O inquérito mostra articulações com o Judiciário. Demóstenes falou com ministros do STJ sobre processos de interesse de Cachoeira. Em telefonema, o senador tranquiliza o amigo sobre um julgamento: "Aquele ministro que nós pedimos votou com a gente; o outro votou contra. Então tá um a um''.

Toga 2 O inquérito afirma que o ministro Guilherme Caputo, do TST (Tribunal Superior do Trabalho), queria patrocínio de empresas do grupo para eventos. Gilmar Mendes e José Toffoli, do STF, são citados em alguns diálogos.

Contatos O grupo trata ainda de negócios no Dnit, do Ministério dos Transportes, e revela preocupação com o então ex-diretor Luiz Pagot. Cachoeira cita o senador Blairo Maggi (PR-MT): "Blairo mandou falar que não tem nada não. Blairo que manda nele".

Tentáculos Os diálogos também mostram a atuação de Demóstenes para tentar levar uma empresa farmacêutica do grupo de Cachoeira para Santa Catarina. O contato do senador, segundo a PF, é Ênio Branco, atual secretário de Comunicação do governo.

Imagem Escolhido para chefiar a CPI, o senador Vital do Rego (PMDB) pediu para trocar a cadeira da presidência. "Se você é pequeno, nessa cadeira fica menor ainda".

O rio... A bancada do Nordeste encaminhou abaixo-assinado para o Planalto pedindo a permanência de Guilherme Almeida na presidência da Codevasf, empresa de desenvolvimento do vale do São Francisco.

... é nosso O movimento, liderado pelo senador Benedito de Lira (PP-AL), conseguiu o apoio de 37 deputados e 19 senadores. Almeida, funcionário de carreira da empresa há mais de 30 anos, ocupa a vaga interinamente desde o início do ano.

Nó PT e PSB brigam pela vaga. Após perder o comando da Petrobras e do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Jaques Wagner (BA) quer indicar o comando do órgão. "A Petrobras vale por dez ministérios", reclama um aliado do governador petista.

Não saio O MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) afirma que o governo Agnelo Queiroz (PT-DF) vai despejar as 400 famílias que ocupam terreno da empresa Terracap em Ceilândia, batizada de "Novo Pinheirinho'', desde o dia 21.

Sinal vermelho O movimento afirma que Agnelo vai provocar a "versão petista do massacre", como chamam a reintegração de posse da área invadida em São José dos Campos (SP). A invasão no DF ocorreu depois que o governo Agnelo cancelou 400 bolsas-aluguel.

Visita à Folha Ronaldo Nazário, ex-jogador e sócio-diretor da 9ine Sports & Entertainment, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava com Marcus Buaiz, seu sócio na empresa.

com SILVIO NAVARRO e ANDRÉIA SADI

tiroteio

"O Acre é terra de planície. Aqui não tem cachoeira, só rios de água limpa e cristalina. A JM atua no Estado muito antes de a Delta aparecer, e nunca houve nenhum problema."
DO GOVERNADOR TIÃO VIANA (PT-AC), que nega influência de empresas ligadas à Delta Construções e ao esquema de Carlinhos Cachoeira no Estado. A JM Terraplanagem, que atua no Acre, é citada em diálogo interceptado pela PF.

Contraponto

A grande família

O ministro Garibaldi Alves (Previdência) se esforçava, na última quinta, para achar um lugar na lotada sessão de "Pela primeira vez", documentário sobre a transição entre os governos Lula e Dilma, quando foi abordado por um fotógrafo, que brincou se ele não teria vontade de voltar a presidir o Senado, já que ainda tem mandato.
- Quando o senhor vai voltar para o Senado?
Garibaldi, primo do candidato à presidência da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), devolveu:
-Pare com isso. Quer matar meu primo do coração?

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