segunda-feira, abril 16, 2012

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO


FOLHA DE SP - 16/04/12



Empresários de eólicas questionam retorno no setor

Se os índices de eficiência de empreendimentos de energia eólica dos últimos leilões repetirem os do Proinfa (programa de fontes alternativas do governo, criado em 2003), empresários do setor estimam que haverá prejuízo.

Por ora, a expectativa média de fator de capacidade (relação entre geração e capacidade instalada) de participantes de leilões é de 44%. A média prevista em parques eólicos contratados à época do Proinfa era de 37%, segundo dados da CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica).

Acabou ficando em 30%, patamar semelhante ao de outros países, entre 28% e 34%. Nos últimos leilões, o preço foi a R$ 105 o MWh, bem inferior ao do Proinfa.

"Se houver queda de 44% para 30%, como ocorreu no Proinfa, a perda de receita vai ser de 32%. E ainda tem de entregar a diferença da energia que não for gerada", diz um empresário do segmento.

No Proinfa, que teve tarifa incentivada equivalente a cerca de R$ 300 de hoje, a energia não entregue em um ano podia ter o valor econômico abatido da receita do ano seguinte. Nos leilões, não, e ainda se tem de compensar a energia não gerada em até quatro anos.

"O risco é exponencial e muitos não fizeram conta direito", diz outro empresário.

Mauricio Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisas Energéticas, estatal de planejamento, afirma que "eólica é fonte sazonal. Há ano com mais ou menos vento". No início do projeto, há a curva de aprendizado, lembra ele. "Hoje há novas tecnologias, adaptadas ao vento brasileiro", diz. "Se num ano teve pouco vento, vai pagar menos, mas no ano seguinte pode ventar mais."

A argentina IMPSA projetara média de 36% na eólica Praia do Morgado (CE), mas atingiu apenas 29%.

"Essa queda está na margem de erro", diz o vice-presidente José Luis Menghini. O índice de eficiência pode variar 10%, segundo a presidente da Abeeólica (associação do setor) Elbia Melo.

Para Melo, o preço no último leilão foi possível graças ao ganho de produtividade com novas tecnologias.

O valor está em patamar semelhante ao do último leilão do Uruguai, de acordo com o executivo da IMPSA.

Fábrica recapeada

A Tipler, indústria de borracha do RS com foco em recapagem, está investindo

R$ 40 milhões para ampliar sua capacidade de produção.

O processamento de borracha passará de 3.400 toneladas por mês para 6.000.

O aporte será destinado para aquisição de esquipamentos e mudança da disposição da maquinaria para melhorar o fluxo de produção.

O projeto de expansão estava planejado há cinco anos, mas foi adiado devido à crise internacional.

"Esse é um negócio voltado para o mercado interno, por isso decidimos retomá-lo", diz o presidente da empresa, Sergio Bica Jr.

Carros revisados

O índice de roubo e furto de carros voltou a crescer no Brasil, segundo levantamento da empresa Tracker.

No primeiro trimestre deste ano, houve um aumento de 47,7% na categoria utilitários em relação ao trimestre anterior. Entre os automóveis, o aumento foi de 16,2%.

Apenas os índices referentes a caminhões e motos tiveram queda, de 2,1% e 36,1%, respectivamente.

Dos veículos mais roubados no primeiro trimestre deste ano, 55% são avaliados acima de R$ 50 mil. Os que possuem valor médio de R$ 50 mil correspondem a 20%.

Semelhança hospitalar

O hospital Albert Einstein assina nesta semana um contrato de consultoria e gestão com o MD Anderson, instituição americana de referência no mundo em tratamento oncológico.

As duas instituições já compartilhavam estudos e trocavam informações. Mas a ideia agora é aprofundar a troca no processo de atendimento, segundo Claudio Lottenberg, presidente do hospital.

"Eles vão rever os processos oncológicos do Einstein, nossos biomédicos serão treinados com os deles", diz. Para que o hospital adote o padrão institucional do MD Anderson, haverá encontros constantes do corpo clínico.

Fundo em caixa

A Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil estão administrando volumes semelhantes de regimes próprios de previdência social (que reúnem previdências de servidores da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios).

Cada banco está com cerca de R$ 19,5 bilhões.

Nos últimos três meses, o Banco do Brasil teve incremento de 11,4% no valor dos fundos. A expectativa da empresa é crescer 40% em 2012.

A Caixa administra hoje 37 fundos no segmento de regimes próprios.

O mercado total brasileiro do setor soma mais de

R$ 60 bilhões.

Número

11% foi o aumento no número de títulos protestados no primeiro trimestre, ante igual período de 2011

RETORNO O número de títulos protestados voltou a subir, após três anos em queda, na comparação entre os primeiros trimestres, segundo a Boa Vista Serviços, administradora do Serviço Central de Proteção ao Crédito. O volume cresceu 11% nos primeiros três meses de 2012, ante igual período de 2011. "Ainda não é alarmante. A expectativa para este ano é de recuo no ritmo desse crescimento", diz Flávio Calife, economista.

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