quarta-feira, março 28, 2012

Subalterno - ILIMAR FRANCO

O GLOBO - 28/03/12


Com dois temas relevantes para serem votados, a Lei Geral da Copa e o Código Florestal, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), e os líderes aliados chegaram à conclusão de que pegaria muito mal para a Casa esperar a presidente Dilma voltar do exterior para retomar as votações, como havia sido anunciado. Os mais experientes dizem que o Congresso sempre se submeteu aos governos que formam maioria, mas que, no passado, havia a preocupação de salvar as aparências.

A posição do relator do Código Florestal
Relator do Código Florestal, o deputado Paulo Piau (PMDB-MG) fechou sua proposta e adotou como linha a posição do ministro Mendes Ribeiro (Agricultura). No artigo 1º, que trata da função da propriedade rural, vai retomar o texto aprovado pela Câmara, pois o texto do Senado fere a Lei Complementar 98. Assim, a função será produzir alimentos, e não preservar o meio ambiente. No artigo 62, vai ficar com o texto do Senado, rejeitando os incisos 5, 7, 13 e 14. Essa condução desagrada a ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente) e também os ruralistas mais radicais. Numa reunião reservada, Mendes Ribeiro manifestou otimismo: "Nunca estivemos tão perto de um acordo".

"Não foi vitória acachapante. Melhor assim, não humilha ninguém” — Alberto Goldman, vice-presidente do PSDB, sobre o desempenho de José Serra nas prévias

JEITO. O ex-presidente Lula tem se mostrado preocupado com a tensão crescente entre a presidente Dilma e o Congresso. Ele não questiona suas decisões, mas sim a metodologia. Lula tem repetido a aliados que ela poderia fazer as mesmas coisas, mas de outra forma. O ex-presidente considera a truculência de Dilma desnecessária. Um exemplo recente foi o processo de troca dos líderes do governo na Câmara e no Senado.

Bola com Sarney
Contrariando a resolução que impede a participação seguida na Comissão do Orçamento, o PSD indicou seus únicos senadores, Sérgio Petecão (AC) e Kátia Abreu (TO), como membros novamente. Está sendo questionado pelo PT.

Modus operandi
Sobre o congelamento da receita do Rio com royalties no patamar de 2011, o deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) propõe a correção desse valor por um indexador. Os não produtores defendem a conversão em barris de petróleo.

Fim da guerra fiscal
A pedido do governo, o senador Armando Monteiro (PTB-PE) apresentará hoje, na CCJ, um voto em separado a favor do projeto de unificação do ICMS para produtos importados, contrariando o governador Renato Casagrande (ES). O parecer do relator, Ricardo Ferraço (PMDB-ES), é contrário. E os outros estados se opõem à proposta feita por Casagrande de um período de transição. Como compensação, o estado deve receber cerca de R$ 3 bi em antecipação de royalties e linhas de financiamento para obras de infraestrutura.

Ex-biônico
O PMDB substituiu o ex-senador Wilson Santiago (PMDB-PB) pelo senador Luiz Henrique (PMDB-SC) no Parlamento do Mercosul. Santiago tomou posse no Parlasul após ter perdido o mandato para Cássio Cunha Lima (PSDB-PB).

Racha
A bancada do PSB no Senado se dividirá na votação do Funpresp. A líder, Lídice da Mata (BA), e Antonio Carlos Valadares (SE) votarão a favor, enquanto João Capiberibe (AP) será contra. Rodrigo Rollemberg (DF) ainda é dúvida.

A VICE-PRESIDENTE da Câmara, Rose de Freitas (PMDB-ES), está uma arara por causa da demissão do assessor da diretoria-geral da ANP Fernando Câmara.

PLANO B. Além de Luiza Erundina, o advogado Pedro Dallari é citado por dirigentes do PSB como opção para disputar a prefeitura de São Paulo.

DUPLA JORNADA. Enquanto tentava desatar o nó na Câmara, a ministra Ideli Salvatti dividia suas preocupações com o nascimento da neta, quinta-feira passada, em Santa Catarina. "E eu aqui, naquela semana simples", disse ela ontem, em um fórum sobre saúde da mulher. 

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