terça-feira, março 27, 2012

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

FOLHA DE SP - 27/03/12
Mercado livre de gás avança pouco sem consumidores

A abertura de um mercado livre de gás no Brasil, em que consumidores industriais possam escolher seus próprios fornecedores, deu mais um passo neste mês.

São Paulo autorizou dois agentes que poderão atuar como comercializadores.

Segundo especialistas, entretanto, o mercado livre ainda está longe de se tornar praticável para o gás, como hoje ocorre com a energia elétrica.

Embora tenham sido criadas em 2009, com a publicação da Lei do Gás, as figuras do consumidor livre, autoprodutor e importador são raras.

Para ser um consumidor livre em São Paulo, é preciso ter consumo mínimo diário de 10 mil m3. Nenhum consumidor pediu ainda autorização para se tornar livre, mas existem 212 em potencial, segundo a Arsesp.

No Rio, onde o piso é 100 mil m3, a quantidade dos que podem entrar é baixa, segundo a Abrace (associação de consumidores).

São necessários 35 mil m3 no Espírito Santo, "onde o mercado se tornará livre a partir de 2013", diz Luiz Schettino, da agência Aspe.

"Ainda são poucos os que exploram e produzem", diz Ricardo Pinto, da Abrace.

"O pré-sal é uma promessa que pode trazer mais oferta", diz Silvia Calou, da agência reguladora paulista Arsesp.

"Além da Petrobras e das importações de Bolívia e Argentina, é preciso que avancem as construções de estações de regaseificação", diz.

Para a ANP, há desafios que devem ser transpostos.

"É um mercado que ainda engatinha. Precisa aumentar os ofertantes"

SILVIA CALOU

diretora-presidente da Arsesp

Custo médico-hospitalar pago por plano de saúde sobe 11%

A variação dos custos médicos e hospitalares (VCMH), calculada pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (Iess), foi de 11,6% entre dois períodos de 12 meses. O último período encerrou-se em setembro de 2011.

O VCMH/Iess continuou superior à variação da inflação geral de preços medida pelo IPCA, que foi de 6,36% nos mesmos períodos.

O cálculo dos custos médicos e hospitalares inclui todas as despesas assistenciais pagas pelas operadoras de planos e seguros de saúde para uma amostra de beneficiários de planos individuais.

O superintendente do instituto, Luiz Augusto Carneiro, afirma que as causas do aumento ainda não foram mapeadas por completo.

"De certo, houve aumento da frequência da utilização dos procedimentos, terapias e exames, de um lado, e elevação dos preços de cada serviço, de outro", diz.

O Iess tem como associados cinco grandes operadoras do país.

Adoção de pagamento em moeda local não deslancha

Mesmo com o apoio dos governos de Brasil e Argentina, o SML (Sistema de Pagamentos em Moeda Local) ainda não deslanchou no comércio entre os dois países.

Em fevereiro deste ano, 398 operações foram pagas em real ou em peso, número mais baixo desde março de 2011.

"A vantagem para o exportador é não pagar tanta corretagem, mas a moeda argentina tem menos liquidez e é menos aceita internacionalmente. Isso limita um pouco o desenvolvimento desse processo", afirma Paulo Bastos Tigre, professor do Instituto de Economia da UFRJ.

Para Julio Gomes de Almeida, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, mudanças no valor do dólar podem produzir oscilações na adoção do SML.

"É uma medida que tende a não se desenvolver muito nos próximos meses, pois há excesso de dólar no Brasil."

Desde que o sistema passou a ser usado, em outubro de 2008, o recorde de operações ocorreu em setembro de 2011, com 500 negociações.

Na ocasião, o valor comercializado foi de cerca de R$ 154,5 milhões.

HOSPEDAGEM CORPORATIVA

O Transamérica Hospitality Group investirá cerca de R$ 120 milhões nos próximos 12 meses para o lançamento de quatro empreendimentos voltados para o público corporativo.

A companhia escolheu o segmento, pois suas vendas nesse setor registraram alta de 72,9% no ano passado, em relação a 2010.

"A indústria de hotelaria corporativa está perto do teto, com ocupação máxima de segunda a quinta-feira", diz o principal executivo do grupo, Heber Garrido.

Os hotéis estarão localizados na cidade de São Paulo, no interior do Estado de São Paulo e no Nordeste.

Os empreendimentos não serão construídos do zero: a companhia negocia três projetos que já estão em obras e pretende realizar uma troca de bandeira.

Entre os principais concorrentes do grupo estão Accor, Atlantica, Estanplaza, Sol Meliá, Blue Tree, Slaviero e Intercity.

R$ 137 mi foi o faturamento do grupo em 2011

20 hotéis são administrados pela companhia

EUA CONFIANTES

A confiança do consumidor americano atingiu o patamar mais elevado desde o começo da crise econômica, em setembro de 2008.

O índice Ipsos/RBC ficou em 47,5 pontos em março (2,4 pontos a mais que em fevereiro).

A queda da preocupação com a situação financeira do país e a melhoria no mercado de trabalho elevaram a confiança, segundo a Ipsos.

Dos 1.008 entrevistados, 34% afirmaram ter um conhecido que perdeu o emprego recentemente -o menor nível nos últimos 12 meses.

Estrada A empresa Guerra, de implementos rodoviários, vai investir R$ 10 milhões neste ano para modernizar suas quatro fábricas -90% do valor deve ir para a planta de Caxias do Sul (RS). A companhia faturou cerca de R$ 500 milhões em 2011.

Farmacêutico A Panvel planeja abrir mais cinco farmácias em Curitiba em 2012. Uma filial na cidade tem vendas 30% acima do registrado em unidades em SC ou RS. Neste Estado, de origem da rede, a empresa prevê mais 12 lojas até o mês de outubro.

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