sexta-feira, março 16, 2012

Batendo cabeça - ILIMAR FRANCO

O GLOBO - 16/03/12


O ministro Aldo Rebelo (Esporte), em reunião na Casa Civil anteontem à noite, sobre a venda de bebidas alcoólicas nos estádios na Copa, perguntou: "Vocês vão desmoralizar quantas pessoas? Inclusive quem pôs vocês todos aqui?", citando o ex-presidente Lula. Foi assim que terminou a confusão criada pela ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e o subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Ivo Correa, na tarde daquele dia, num encontro com líderes aliados na Câmara.

As assinaturas que podem ser rasgadas
O memorando "Garantia Número 8", que trata da venda de bebidas alcoólicas nos estádios na Copa, foi rubricado pelo ex-presidente Lula e pelos ex-ministros Tarso Genro, Orlando Silva, Miguel Jorge, Sérgio Rezende e Gilberto Gil. Mesmo ciente disso, e de que apesar da divisão no governo tinha prevalecido a posição pela liberação, a ministra Ideli terminou sua fala para os líderes dizendo que "o assunto agora é da Câmara". Em seguida veio Ivo Correa e garantiu: "Não há compromisso do Brasil com a Fifa para vender bebida nos estádios". Foi assim que começou a confusão. Na semana que vem ela vai ter novos ingredientes.

"De tanto falar em bebida, o governo ficou de pileque” — Otavio Leite, deputado federal (PSDB-RJ)

TERCEIRIZAR O ACORDO. A despeito do relator da Lei Geral da Copa, Vicente Cândido (PT-SP), ter dito que seu relatório vai liberar a bebida alcoólica na Copa, o líder do PT, Jilmar Tatto (SP), não considera o assunto encerrado. "Defendo que o tema não conste do texto da lei. O Estatuto do Torcedor diz que é proibido entrar com bebida nos estádios, não diz que é proibido vender", diz Tatto, que quer remeter o cumprimento do acordo do governo federal com a FIFA para os governos estaduais.

Xadrez
O candidato do Planalto à presidência do Senado é o ministro Edison Lobão (Minas e Energia). Como ele é do grupo do atual presidente, José Sarney (PMDB-AP), o governo aposta num racha entre ele e o líder Renan Calheiros (PMDB-AL).

Grito de guerra
A bancada do PR na Câmara se reúne terça-feira para decidir se acompanha os senadores do partido e também vai para a oposição. "Vamos tentar diagnosticar também qual é o problema do governo com o PR", diz uma liderança.

20 anos depois: o mea-culpa
Na despedida do líder Romero Jucá (PMDB-RR), em plenário, o senador Fernando Collor (PTB-AL) fez um paralelo entre o momento vivido pela presidente Dilma com sua base parlamentar e seu processo de impeachment: "O resultado desse afastamento meu, então presidente, do Legislativo brasileiro redundou no meu impeachment. A classe política carece única e exclusivamente, e isso só vim a perceber depois, lamentavelmente, de consideração e atenção".

Linha cruzada
O ex-líder Romero Jucá (PMDB-RR) conta que combinou com a ministra Ideli Salvatti o envio, para a Comissão de Assuntos Econômicos, do projeto que multa empresas que não pagarem o mesmo salário para homens e mulheres.

Genioso
Na audiência no Senado, na última terça-feira, o ministro Guido Mantega reclamou quando os flashes dos fotógrafos flagraram os cochichos do ex-líder Romero Jucá com o novo Eduardo Braga: "Parece que está havendo duas sessões aqui".

O SECRETÁRIO-EXECUTIVO do Ministério do Desenvolvimento, Alessandro Teixeira, trabalhou contra o projeto que garante salários iguais para homens e mulheres no exercício da mesma função.

CAIU A FICHA. O Brasil quer ser membro permanente do Conselho de Segurança da ONU. Desde 1990, o Oriente Médio é tema de 70% de suas resoluções. O Itamaraty não tem nenhum especialista na região.

O PRESIDENTE do PT, Rui Falcão, a prefeita Luizianne Lins, e seu candidato a prefeito, Elmano Freitas, ajustaram os ponteiros anteontem em Brasília. 

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