sábado, janeiro 07, 2012

Sem marola - ILIMAR FRANCO

O GLOBO  - 07/01/12


A presidente Dilma mandou recado para os aliados informando que não vai mudar os partidos de lugar na reforma ministerial. Ela tomou essa decisão porque não quer provocar nenhuma turbulência na base parlamentar. Para um conselheiro, falando sobre a abrangência das mudanças, ela usou a palavra “mínima”, envolvendo “quatro ou cinco ministérios”. O que está certo que muda: Educação, Ciência e Tecnologia, Mulheres e Trabalho.

A dúvida
Se a presidente Dilma decidir incluir o Ministério das Cidades na reforma de janeiro, o substituto do ministro Mário Negromonte não será o candidato da bancada, o deputado Márcio Reinaldo (MG), mas o ex-ministro Márcio Fortes.

CANSADO DE GUERRA. O líder do MST, João Pedro Stédile, fez uma avaliação do primeiro ano da presidente Dilma para a página do movimento na internet. Ele disse que “o governo Dilma ainda não ajeitou a máquina” e que ela “está em dívida com os pobres do campo”, cobrando um plano de assentamento para as 160 mil famílias acampadas na beira de estradas. Mas elogiou a renegociação das dívidas “dos companheiros inadimplentes”.

A política nacional é uma coisa, a política local é outra. Aqui, o que nos une é a oposição ao PT” — Antonio Carlos Magalhães Neto, líder do DEM na Câmara, sobre a aliança do DEM com o PMDB na Bahia

O MINISTRO Celso Amorim (Defesa) e os comandantes da Marinha, Julio Soares de Moura Neto, e da Aeronáutica, Juniti Saito, vão na terça-feira à Base Comandante Ferraz, na Antártida, para ato pelos 30 anos do Programa Antártico de pesquisa.

OUTROS RUMOS. Aliado histórico do PT, o PCdoB pretende lançar candidato próprio em Porto Alegre, São Paulo, Salvador e Rio Branco.

MAIS UM ministro está saindo de férias. Leônidas Cristino (Portos) só volta dia 20.

Na mesa de negociação
As centrais sindicais de trabalhadores vão voltar à carga em 2012 para tentar aprovar a redução da jornada de trabalho para 40 horas. Querem aproveitar o clima eleitoral. Mas, como a bancada de empresários é maioria na Câmara, tem 273 dos 513 deputados, e a emenda constitucional necessita de 308 votos, as centrais pretendem negociar a redução gradativa da jornada. Os empresários aceitam, mas defendem compensar suas perdas com a redução de alguns direitos trabalhistas.

Bandeira
A rusga entre o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), coordenador da Frente LGBT, e a senadora Marta Suplicy (PT-SP) não se resume à desavença em torno do projeto de criminalização da homofobia. Ele disputam o protagonismo nessa seara.

Espelho meu
O ex-vice-governador de São Paulo Alberto Goldman critica o governo Dilma: “Nas inundações em São José do Paraitinga (SP), o governador José Serra, que estava fora, voltou de imediato e eu pilotei as ações da Defesa Civil Estadual”.

Expectativa
Setores petistas continuam em campanha e no governo há críticas à gestão da ministra Ana de Hollanda (Cultura), mas os poucos que conversaram com a presidente Dilma sobre as mudanças não a ouviram citar a pasta.

Aliados do PT precisam da oposição
A base política de apoio ao governo Dilma é tão ampla que alguns aliados estão se ressentindo de uma ação mais vigorosa da oposição. Acontece que, mesmo sendo aliados no plano nacional, eles têm projetos conflitantes com os petistas no plano regional. Assim, quanto mais a oposição bater no governo petista, melhor. No PMDB, encontra-se o maior contingente de aliados que precisam da oposição. Um dos exemplos é o da Bahia. O partido já fechou aliança com o DEM em oito das dez principais cidades do interior e negocia aliança em Salvador. Mas há outros: Maranhão, Pará, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

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