quinta-feira, janeiro 26, 2012

Cortina de fumaça - ILIMAR FRANCO

O GLOBO - 26/01/12


A cúpula do PMDB segurou temporariamente o presidente do Dnocs. O partido cobrou do ministro Fernando Bezerra Coelho (Integração) reciprocidade, pois o defendeu quando ele esteve para cair. Para a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais), foi dito que era inaceitável a desmoralização de seu líder, Henrique Alves (RN). Ficou combinado assim: quando a poeira baixar, Elias Fernandes deixará o cargo. A ideia é diluir a queda com trocas também na Sudene e na Codevasf.

Mais turbulência pela frente
Depois do Dnocs, a próxima crise do PMDB com o governo será a substituição do superintendente da Sudene, Paulo Sérgio Fontana. Ele é apadrinhado do peemedebista Geddel Vieira Lima, atual vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa. A maioria dos atuais diretores do Dnocs, da Sudene e da Codevasf vem do governo Lula. A bancada do Nordeste sugeriu nomes, ano passado, para a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais), mas nada aconteceu. "O pior de tudo é a não definição. Ficar com interinos gera lentidão na tomada de decisões", disse o senador Wellington Dias (PT-PI). A presidente Dilma quer nomes técnicos.

"Meu projeto é concluir a construção das linhas de transmissão de energia para o Paraguai. A minha candidatura a prefeito de Foz de Iguaçu está mais para marola” — Jorge Samek, presidente de Itaipu

EFEITO MARTA. Como a senadora Marta Suplicy (PT-SP) se recusa a cumprir o acordo para ceder a vice-presidência do Senado a José Pimentel (PT-CE), Delcídio Amaral (PT-MS) também não pretende fazer um rodízio com Eduardo Suplicy (PT-SP) na presidência da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Tampouco Paulo Paim (PT-RS) vai deixar a presidência da Comissão de Direitos Humanos para Ana Rita (PT-ES).

Cabo de guerra
O PT quer reduzir o poder do PMDB na Funasa. Quer derrubar os superintendentes na Bahia, no Amazonas, no Pará e em São Paulo, ligados ao PMDB. No Amapá, o presidente do Senado, José Sarney, manteve o seu.

Saído
Apesar da pretensão de disputar o governo da Bahia, o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli não pretendia deixar a estatal tão cedo. Ele foi substituído porque perdeu autoridade e não tinha mais o comando da diretoria.

Até tu, Dilma?
Na inauguração de uma creche em Angra, na semana passada, o governador Sérgio Cabral aproveitou para fazer propaganda do Rio para a presidente Dilma. "Não há cidade no mundo como o Rio onde, em meia hora, você sai do trabalho e está de bermuda na praia", disse ele. E a presidente: "O Rio e Paris, né?". O governador, que não perde uma oportunidade para dar uma escapada para aquela cidade, caiu na risada.

Bastidor
Desde a transição de governo que a presidente Dilma pretendia mudar a direção do Dnocs. O cargo só ficou com o PMDB porque seus dirigentes fizeram uma troca com o PT, pelo qual este manteria um dos seus à frente da Embratur.

Lambendo a ferida
Setores do PMDB estão irritados com o noticiário negativo provocado pela crise do Dnocs. Reclamam que o partido foi parar na lata do lixo, reabilitando o ministro Fernando Bezerra (Integração Nacional), que assumiu a condição de faxineiro.

DIANTE do pedido do presidente Barack Obama para que seja facilitada a concessão de vistos para brasileiros, o senador Francisco Dornelles (PP-RJ) diz que o Brasil devia abolir o visto para americanos.

O SUPERINTENDENTE de Comunicação de Itaipu, Gilmar Piola, é pré-candidato à prefeitura de Foz de Iguaçu. Ele tem 13% nas pesquisas do PT. Nelas, a presidente Dilma, a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Jorge Samek (Itaipu) são grandes eleitores.

O DEPUTADO Otávio Leite (PSDB-RJ) quer que a nova presidente da Petrobras, Graça Foster, dê apoio para sua emenda que proíbe privatizar a empresa.

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