domingo, julho 24, 2011

ELIO GASPARI - As fantasias teleféricas do Planalto

As fantasias teleféricas do Planalto
ELIO GASPARI
Folha de sp

Dra. Dilma inaugura serviços inexistentes e seu governo toca com fanfarra programas que estiveram parados


AQUI VAI UM TESTE para medir a qualidade do ceticismo das pessoas. Nos últimos dias, a patuleia recebeu dois anúncios. Num, soube que, desde segunda-feira, o teleférico do Morro do Alemão passou a funcionar das 7h às 12h. Noutro, aprendeu que os contratos de obras do programa Minha Casa, Minha Vida, na sua segunda fase, serão retomados nas próximas semanas e permitirão a entrega de 300 mil chaves até dezembro. Quem não desconfiou de nada vive num perigoso estágio de credulidade.
O teleférico do Alemão, com 3,5 km, custou R$ 210 milhões e beneficiará 30 mil pessoas. É uma joia do PAC e foi inaugurado pela doutora Dilma no último dia 7, acompanhada pelo governador Sérgio Cabral e pelo prefeito Eduardo Paes.
Houve inauguração, mas não havia serviço. Depois da festa, ele passou a funcionar das 9h às 11h e das 14h às 16h. Desde segunda-feira, nem isso, só das 7h às 12h.
Do jeito que está, não atende a quem trabalha.
A presidente da República, o governador do Rio de Janeiro e seu prefeito participaram de uma cerimônia de fancaria sabendo que, em novembro, poderiam inaugurar o serviço que fingiram entregar à população.
No segundo caso, o governo anunciou que o Minha Casa, Minha Vida, na sua segunda fase, voltará a contratar obras. Voltará, por quê? Porque neste ano as contratações pararam.
O programa foi outra joia da campanha eleitoral de Dilma, a "mãe do PAC". Até o final de 2010, havia a promessa de construção de 1 milhão de imóveis. Entregaram 350 mil. Durante a campanha, a doutora prometeu entregar 2 milhões de casas até 2014. Passaram-se seis meses e há na Caixa Econômica projetos para a construção de 200 mil residências. O governo anuncia que entregará 300 mil casas até dezembro. A ver.
Tanto os horários do teleférico como o suspiro do Minha Casa, Minha Vida podem ser explicados. Um está em fase de teste. O outro ajustou-se a novos valores e métodos. A encrenca não está aí, mas na marquetagem da fantasia. A mágica ofende primeiro quem acredita no governo. Quanto mais o sujeito crê, mais é feito de bobo. Numa segunda etapa, dá-se o pior: o governo acredita não só que a choldra é tola, mas se convence das próprias mentiras. Basta perguntar aos 24 ministros da doutora quantos acham que há um serviço de teleférico no Alemão.

PAGOT ANOTOU
É comum que notícias aterrorizantes desse tipo circulem por Brasília sempre que estoura um escândalo, e em geral elas são falsas. De qualquer forma, fica o registro de que há gente com medo do que se vem chamando de "a caderneta do Pagot". Teria nomes, datas e cifras.

OS VENCEDORES

A crise do império de Rupert Murdoch já produziu dois vencedores: o "New York Times" e o "Financial Times". Os dois jornais serão os beneficiários diretos da avacalhação do venerando "The Wall Street Journal", cujo declínio começou logo depois que Murdoch o comprou, em 2007. Um dos rivais ficará aliviado da concorrência no mercado americano. O outro, inglês, herdará o que sobrou do prestígio do "Wall Street Journal" no meio financeiro.

PERIGO
O marqueteiro Duda Mendonça informa que trabalha de graça na campanha pela autonomia das regiões de Carajás e Tapajós. Quando trabalhava a dinheiro para o PT (por dentro e por fora) deu no que deu, imagine-se agora que não cobra.

DEMÓFOBOS
O PSDB paulista e o PSD da capital farão da saúde suas bandeiras eleitorais. Se não o fizerem, seus adversários o farão. A rede de Gilberto Kassab tem uma espera de oito meses para uma ultrassonografia, e a Secretaria de Saúde diz que a culpa é da choldra, pois marca exames e não comparece. O tucano Geraldo Alckmin quer vender aos planos de saúde 25% da capacidade dos hospitais públicos gerenciados por organizações sociais. O superintendente do Hospital das Clínicas, Marcos Fumio Koyama, já defendeu para a repórter Laura Capriglione a destinação de 12% dos atendimentos para os planos privados.

CHOQUE

Os marajás do sistema elétrico estão com as barbas de molho. Pela lei da gravidade, as crises que começam na infraestrutura rodoviária migram para o setor elétrico.

BUEIROS
A cúpula do PR nega que tenha saído de seus hierarcas a afirmação de que Dilma Rousseff está "brincando com fogo". Fica combinado assim.
De qualquer forma, o comissariado petista no Congresso será obrigado a trabalhar mais. Será insuficiente a tática da ameaça, do gosto do líder Paulo Teixeira, que detesta ouvir falar em mensalão.
Com a ajuda da oposição e da bancada volante do PTB, os chamuscados do PR (41 deputados e sete senadores) poderão colocar bueiros explosivos no caminho da maioria governista. Dois exemplos:
1) Basta que o PT descuide das presenças em reuniões da Comissão de Fiscalização e Controle para que seja surpreendido por constrangedoras convocações de ministros. Com jeito de quem não quer nada, a comissão poderá chamar o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, para explicar a alta dos juros.
2) Em agosto, o Congresso deverá apreciar o veto de Lula ao projeto de partilha dos royalties do pré-sal. Votação secreta, fará a alegria dos descontentes.
Nos dois casos a rebeldia dará até mesmo alguma popularidade aos dissidentes.
Sejam quais forem os interesses do surto de autonomia de um pedaço da bancada do governo, o PT deverá lidar com ele apresentando seus argumentos à opinião pública.
No grito ou na costura com os métodos utilizados no Dnit, o comissariado arriscará surpresas e derrotas.

DILMA, PATRIOTA, LORCA E VICTOR JARA
Dilma Rousseff e o chanceler Antonio Patriota estão entre as pessoas que lembram com tristeza o episódio da Guerra Civil Espanhola em que os franquistas fuzilaram o poeta Federico García Lorca. Ele tinha 38 anos. Ou ainda a execução do cantor chileno Victor Jara, em 1973, no Estádio Nacional de Santiago, depois do golpe do general Pinochet. Nos dois casos, a diplomacia brasileira ficou do lado dos assassinos.
Nenhum dos dois acreditaria se Madame Sesostris, uma famosa vidente, lhes dissesse que o destino poderia lhes reservar o mesmo papel. O governo brasileiro dá um discreto apoio ao ditador sírio Bashar al Assad que, em quatro meses de repressão, matou cerca de 1.500 pessoas.
Os manifestantes sírios cantam um hino que, numa tradução livre, chama-se "Pede pra Sair, Basher". O autor da canção seria Ibrahim Qashoush, cujo corpo, degolado, foi achado num rio no início do mês. O repórter Anthony Shadid ressalva que, como muitas histórias vindas da Síria, não se pode garantir que o morto seja o da "andorinha da Revolução".
No dia 20, o vice-ministro sírio Fayssal Mikdad passou por Brasília, esteve com Patriota e permitiu-se o seguinte relato:
"O ministro Patriota expressou como seu país aprecia as reformas do presidente Assad, indicando que o diálogo político é a melhor forma para resolver os problemas".

ROBERTO ROMANO - Segredo e bandalheira

 Segredo e bandalheira
ROBERTO ROMANO
O Estado de S.Paulo - 24/07/11

O Brasil é o país da corrupção e do segredo, lados da vida nacional que impedem qualquer confiança nas instituições. Os operadores do Estado, sobretudo com o "privilégio de foro", desobedecem às regras basilares da fé pública. O roubo dos recursos coletivos é respondido, entre nós, com perseguição à imprensa, compra de movimentos sociais, sigilo no financiamento de obras. Sem consciência histórica, os nossos políticos e partidos retomam séculos de tirania. A prudência mínima aconselha ligar a censura (o caso do jornal O Estado de S. Paulo é prova) e o segredo que encobre as piores ilicitudes cometidas à sombra do poder. Como disse alguém, "o dia pertence à opinião pública. Nele, os segredos são espancados e os governantes não podem usar o beleguim que realiza o serviço sujo "sob ordem superior". A noite aninha o segredo, covarde razão de Estado".

Os séculos 19 e 20 reuniram censura e hábitos políticos corrompidos, a começar pelo Império de Napoleão I, que espalhou o terror e a guerra com base nas imunidades do Poder Executivo. O fascismo, o nazismo e o stalinismo exibiram o exato contrário da transparência e do respeito à cidadania. Hannah Arendt afirma que a vida totalitária significa a reunião de "sociedades secretas estabelecidas publicamente". Hitler assumiu, para a sua quadrilha, os princípios das sociedades secretas. Ele promulgou algumas regras simples em 1939:

Ninguém, sem necessidade de ser informado, deve receber informação;

ninguém deve saber mais do que o necessário;

e ninguém deve saber algo anteriormente ao necessário.

Segundo Norberto Bobbio, não lido no Congresso Nacional e nos demais palácios de Brasília, "o governo democrático (...) desenvolve a sua própria atividade sob os olhos de todos porque todos os cidadãos devem formar uma opinião livre sobre as decisões tomadas em seu nome. De outro modo, qual razão os levaria periodicamente às urnas e em quais bases poderiam expressar o seu voto de consentimento ou recusa? (...) O poder oculto não transforma a democracia, perverte-a. Não a golpeia com maior ou menor gravidade em um de seus órgãos essenciais, mas a assassina" (O Poder Mascarado).

Quem abre os jornais brasileiros "antigos" percebe o caminho dos que hoje defendem mistérios nas contas públicas e não têm coragem de abrir arquivos ditatoriais. A luta pela transparência, que muitos fingiam conduzir, não passou mesmo de "bravata". O segredo embaralha interesses de grupos privados e assuntos de governo, como no caso Antônio Palocci e no recente episódio no Ministério dos Transportes. Ele ameaça as formas democráticas: nele, os administradores governamentais exasperam aspectos ilegítimos das políticas no setor público. Entramos no paradoxo: o público é definido fora do público e se torna opaco. O segredo, de fato, manifesta-se em todos os coletivos humanos, das igrejas às seitas, dos Estados aos partidos, dos advogados aos juízes, das corporações aos clubes esportivos, da imprensa aos gabinetes da censura, dos laboratórios e bibliotecas universitários às fábricas, dos bancos às obras de caridade. Mas vale repetir a suspeita de Adam Smith: "Como é possível determinar, segundo regras, o ponto exato a partir do qual um delicado sentido de justiça ruma para o escrúpulo fraco e frívolo da consciência? Quando o segredo e a reserva começam a caminhar para a dissimulação?" (Teoria dos Sentimentos Morais, 1759.)

A prudência define a passagem da prática correta do sigilo para uma outra, em que o poder abusivo e tirânico se manifesta. O pensamento ético sempre se opõe ao sigilo, salvo em situações de guerra. Segundo Bentham, a publicidade é "a lei mais apropriada para garantir a confiança pública". O segredo, pensa ele, "é instrumento de conspiração; ele não deve, portanto, ser o sistema de um governo normal. (...) Toda democracia considera desejável a publicidade, seguindo a premissa fundamental de que todas as pessoas deveriam conhecer os eventos e circunstâncias que lhes interessam, visto que esta é a condição sem a qual elas não podem contribuir nas decisões sobre elas mesmas".

Os democratas ou republicanos autênticos devem se acautelar contra o segredo, pois ele se instala na raiz do poder ditatorial e dos golpes de Estado. Não admira que os nossos políticos, herdeiros de costumes definidos nos porões de duas ditaduras, considerem "normais" (com bênçãos de alguns magistrados) tanto o disfarce no manejo das contas públicas quanto a censura à imprensa. Oligarcas manhosos de partidos fisiológicos estão bem no retrato do controle oficial secreto e corrupto. Eles se acostumaram a dobrar a espinha diante dos poderosos porque tal hábito lhes permite corroer as franquias dos "cidadãos comuns". Presos aos favores, vendem a preço vil a dignidade pública na bacia das almas dos Ministérios. Mas cobram caro, das pessoas livres, a crítica aos seus desmandos. A sua técnica de aliciamento usa os laços do "é dando que se recebe", que lhes propicia o controle das informações. Só pode chegar ao público o que eles autorizam. Os coronéis estão mais vivos do que nunca, na pretensa República brasileira.

Já os que, antes de chegar aos postos de autoridade, sempre criticaram os donos do poder, embora queiram exibir uma face polida e bela, escondem (nas paredes escuras dos corredores palacianos) uma repulsiva adesão à bandalheira. A sua figura efetiva? A carantonha de Dorian Gray ou a estátua de Glauco, imagem divina que, por causa das muitas trapaças do tempo, se transformou em bestial. Nada mais desprezível do que o paladino da ética que, por "realismo", age como secretário de práticas contrárias à transparência no manejo dos recursos públicos.

ELIANE CANTANHÊDE - Vitória pela metade

Vitória pela metade
ELIANE CANTANHÊDE
Folha de SP

Segundo a revista ‘The Economist’, o lulismo venceu o chavismo, que está em ‘declínio terminal’. Apesar disso, Lula desertou de ideias, discursos e batalhas que o PT nasceu e cresceu combatendo. E, assim, ele perdeu uma outra guerra _pela ética. Dilma resgatou a responsabilidade.

A posse do esquerdista Ollanta Humala na Presidência do Peru, na próxima quinta, é mais um dado do isolamento do ‘chavismo’, que encantou parte da América do Sul na década passada e entra em declínio justamente quando o venezuelano Hugo Chávez enfrenta uma nova frente, desta vez pela vida.

Humala se lançou candidato como chavista, mas já na campanha deu uma guinada para o lulismo. Quem assume não é o Humala anti-imperialista e anticapitalista. Vem aí o Humala moderado, determinado a aprofundar a inclusão social mas também a garantir a estabilidade econômica e a atrair investimentos privados. A ver.

É assim que a Venezuela vai se tornando uma ilha. A direita recupera espaços e a velha esquerda se acomoda e cede ao pragmatismo na região. Quando olharem em volta, Rafael Correa, do Equador, e Evo Morales, da Bolívia, vão descobrir que estão à deriva.

O projeto político e econômico de Lula venceu, sim, o de Chávez. Mas Lula usou o pretexto da governabilidade para se aproximar perigosamente, até alegremente, de oligarquias agonizantes, de conhecidos corruptos e das elites corruptoras. Empurrou a sujeira, como a dos Transportes, para a sucessora.

Tão diferentes, um democrático, outro autoritário, o lulismo e o chavismo se fundiram na complacência com desvios, comprovando que o discurso é um e, no poder, a prática é outra. Ambos se renderam à cultura de corrupção que se alastrou pelas Américas desde suas origens e não perdoou o Brasil.

Que a economia dê forças a Dilma para fazer o que Lula não teve coragem, ou vontade, de fazer.

LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO - Aquele olhar

Aquele olhar
LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO
O Globo - 24/07/11

Antigamente, depois que erravam um chute a gol, os jogadores batiam com a chuteira no chão. Era uma maneira de culpar um desalinhamento passageiro do pé, ou alguma imperfeição da chuteira, pelo chute torto. A batida no chão corrigiria o defeito. Felizmente, a hipocrisia acabou e hoje nenhum jogador faz isto.
O gesto mais repetido depois de um gol perdido é o das mãos na cabeça, significando que nem ele acredita no que aconteceu. De certa maneira, a culpa foi transferida da matéria – o pé descalibrado, a chuteira traiçoeira – para o destino, para o etéreo. Enfim, para longe. O chute errado é do jogo. Pertence aos imponderáveis do futebol. Aquelas coisas que enlouquecem torcedores e derrubam técnicos, mas contra as quais nada se pode fazer.
Os quatro jogadores da seleção brasileira que erraram os chutes na decisão por pênaltis do jogo com o Paraguai fizeram a mesma coisa depois dos chutes (três para fora, sendo um para outro estado, e um nas mãos do goleiro).
Os quatro olharam para a marca de pênalti como se olhassem para alguém em quem confiavam e que acabava de se revelar um calhorda, com incompreensão e ressentimento. O olhar dizia muita coisa.
Culpava a marca de pênalti, e através dela todo o gramado, plantado, era o que parecia,
sobre areia movediça, pelo vexame.
Dizia: “O que é que eu estou fazendo aqui, neste pântano, quando podia estar na Europa jogando em grama cultivada, com curso de extensão universitário?”. Dizia: “O que vai ser do mundo, se uma reles marca de pênalti, que não tem patrocínio nem da Adidas nem da Nike nem sequer do fornecedor da cal, pode sabotar o chute de um pé milionário como o meu, e ainda ficar rindo desse jeito?!”. Dizia: “Eu estou ficando louco ou essa marca se mexeu?”.
Mas o que o olhar dos quatro dizia acima de tudo era que a culpa não era deles nem do imponderável, era da marca de pênalti. A mesma marca de pênalti não tinha atrapalhado os paraguaios? Mais uma prova da sua calhordice, concreta e explícita. O mínimo que se quer num jogo de futebol internacional é que as marcações do campo sejam neutras. E aquela marca de pênalti era claramente uma torcedora.
Quer dizer: o olhar dos quatro foi o equivalente a baterem com a chuteira no chão, como antigamente.

CLÁUDIO HUMBERTO

“Não vou participar de nenhuma eleição”
José Sarney, presidente do Senado, ao anunciar que encerra sua carreira em 2014

Preocupado com Dilma, Lula quer voltar 
Não são motivadas só por saudade do poder as reaparições em eventos públicos, país adentro, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele está convicto de que deve se candidatar em 2014 ao Palácio do Planalto. Dois senadores da base aliada e próximos da presidente Dilma Rousseff corroboram isso. “Dilma é corredora de 100 metros, não de maratona”, ilustra um deles. O outro crava: “Ele já começou a campanha, vai voltar”.

Suspense 
Aliados avaliam que Dilma Rousseff, de perfil notadamente técnico, terá pouca margem para atuar. Ou seja, é cobaia do projeto de poder do padrinho.

Olho no saldo 
Para outros, Dilma pagará a conta deixada por Lula. Terá de priorizar o corte de gastos e os juros altos para controlar a inflação. Faltarão obras. 

Os insaciáveis 
Não bastassem as críticas da oposição, Dilma tem de conviver com Lula. E com o fogo amigo dos insatisfeitos fisiológicos do PT e do PMDB. 

Ele viaja... 
Aliás, Lula deveria dar exemplo de estadista ao povo. Viajar menos. Tanto em jatinhos particulares quanto em declarações inoportunas.

Família de Senna põe mansão à venda 
Foi colocada à venda por 10,2 milhões de euros a bela casa onde morou na praia do Algarve, em Portugal, o falecido campeão de Fórmula 1 Ayrton Senna. A casa à beira-mar, onde Senna viveu os últimos momentos de lazer, ao lado de sua então namorada Adriane Galisteu, tem seis suítes (mais três em uma casa de hóspedes, anexa), 850 metros quadrados de construção e 10.500 metros de terreno.

No paraíso 
Se “um cara que come do bom e do melhor, viaja para onde quer, passeia, já está no céu”, como diz Lula, ele já chegou lá de jatinho. 

Pecado mortal 
O leitor Delmiro Gouveia, de Maceió (AL), matou a charada: “Lula tem inveja de Jesus, porque conseguia transformar água em vinho.”

Luxo & lixo 
Enquanto o prefeito Elias Gomes passeia em Buenos Aires, vai mal a coleta de lixo na comunidade Buenos Aires, em Jaboatão (PE).

PMDB enquadra o líder 
A bancada do PMDB na Câmara enquadrou o líder Henrique Alves (RN), que apoia Ana Arraes (PSB-PE) para vaga no TCU. Os deputados querem compromisso de Alves para um dos nomes do partido: Átila Lins, Osmar Serraglio ou Fátima Pelaes. A reunião será dia 1º de agosto.

Gritaria 
Como publicou esta coluna, Henrique Alves tomou sozinho a decisão de apoiar a socialista em troca do apoio do PSB para sua eleição à Presidência da Câmara. Acabou irritando todo o seu partido.

Brinde aos yankees 
Ecoa pela Esplanada a frase de Dilma Rousseff no brinde com grupo mais próximo de aliados, há duas semanas: “O mundo está de cabeça para baixo. Quem diria”. Ela se referiu aos títulos da dívida americana. 

Escondidinho 
Assessor do ministro Nelson Jobim (Defesa) e expoente da guerrilha do Araguaia, o ex-deputado e ex-presidente do PT José Genoino ficou fora da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. 

Refúgio no Brasil 
Apaixonado pelo Brasil, o alto comissário das Nações Unidas para Refugiados, António Guterres, está feliz. Terá a oportunidade de morar no país que escolheria “em caso de exílio político”. Seu filho, executivo da Portugal Telecom, vai representar os sócios no Rio de Janeiro. 

Mestre Lula 
Ele é mesmo “o cara”: o primeiro-ministro britânico, David Cameron, e o magnata da mída Rupert Murdoch alegaram no Parlamento que “não sabiam de nada” sobre os grampos ilegais do News of the World. 

Grama do vizinho 
O Chile supera o Brasil em média de salários, educação, saneamento, habitação, democracia e segurança na América Latina, revela estudo da Fundação Ethos, do México, país que ficou em terceiro lugar no ranking.

De cara 
Quem vê o ex-presidente da estatal ferroviária Valec e agora rico fazendeiro José Francisco das Neves, o Juquinha, lembra logo o que disse Oscar Wilde: “Só os superficiais não julgam pelas aparências.”

Pensando bem... 
após demissão virar “ajuste”, suborno agora é “aditivo”. 

PODER SEM PUDOR
O código SQR 
Então prefeito de Muriaé (MG), o peemedebista Odilon Carvalho (2005-2008) costumava receber com camaradagem os vereadores que o procuravam para suas demandas nos bairros. Depois os encaminhava aos secretários com um bilhete, levado em mãos por alguns edis da oposição, com um “favor atender ao vereador”, e um código abaixo de sua assinatura, o SQR. Mas todos reclamavam que, apesar de atendidos, suas demandas não andavam. Foi quando um deles atentou para a sigla comum nos bilhetes. E descobriu o recado secreto do prefeito para os secretários:
“Sai Que é Rabo”.

DOMINGO NOS JORNAIS

Globo: Demissões não eliminam foco de corrupção no Dnit

Folha: Rodoanel deixa rastro de ‘órfãos’ depois das obras

Estadão: Expansão de universidades federais tem 53 obras paradas

Correio: Maldição dos 27 cala a voz do século 21

Jornal do Commercio: Foragidos do crack recebem proteçã 

Zero Hora: Câmaras já criaram 183 vagas de vereador no RS