terça-feira, julho 19, 2011

JOÃO PEREIRA COUTINHO - Capitalismo, história de humores

Capitalismo, história de humores
JOÃO PEREIRA COUTINHO 
FOLHA DE SP - 19/07/11

A nossa relação problemática com o capitalismo é mais velha que o mundo


OS ESTADOS Unidos podem falir dia 2 de agosto se democratas e republicanos não chegarem a acordo sobre a subida do teto da dívida.
A União Europeia, com três Estados insolventes (Grécia, Irlanda e Portugal) e mais dois a caminho (Espanha e Itália), vive a pior crise financeira da sua história. De quem é a culpa?
Primeira hipótese: a culpa é do endividamento irresponsável a que os dois lados do Atlântico se entregaram nos últimos anos -uma vertigem suicida a que a crise financeira global deu a estocada.
Segunda hipótese: a culpa é do próprio sistema capitalista, que só pode gerar destruição e pobreza.
Não sei qual das duas hipóteses o digníssimo leitor escolhe. Mas, enquanto pensa, posso sugerir um livro luminoso sobre a matéria?
Foi escrito por Jerry Z. Muller e se intitula "The Mind and the Market: Capitalism in Western Thought" (a mente e o mercado: o capitalismo no pensamento ocidental). O conteúdo da obra está expresso no título: a nossa relação problemática com o capitalismo é mais velha que o mundo.
Muller concentra-se no século 18 para começar essa história de amor e desamor. Razão prosaica: terá sido com os inícios da modernidade que o Ocidente passou de um sistema de produção centrado na subsistência dos Estados para um sistema mais vasto de produção centrado na troca. Mas o interesse do livro de Muller está na forma rigorosa, por vezes bem-humorada, como ele faz a ponte entre esses debates modernos e os debates dos nossos ilustres antepassados.
Conclusão melancólica: o capitalismo nunca teve grandes amigos.
Entre os filósofos gregos, a "pleonexia", que podemos traduzir por ganância, era o oposto das virtudes fundamentais que se esperavam do verdadeiro cidadão. E o verdadeiro cidadão é aquele que nutre um amor pelo bem comum, e não apenas pelo bem próprio; esse egoísmo só contribui para arruinar a firmeza e a coesão dos Estados.
Essa postura de hostilidade não foi amaciada pelo cristianismo emergente. Pelo contrário: a "avaritia" e a "luxúria", intimamente ligadas à perseguição dos bens materiais, foram prontamente condenadas pelos doutores da igreja.
Um amor desmedido pelas coisas terrenas era uma forma herética de desviar atenções do fim supremo e celestial. Pior ainda: para retomarmos a formulação de Santo Agostinho, "se nós não perdemos, os outros não adquirem". Ou, inversamente, e adaptando a máxima ao nosso linguajar ressentido e contemporâneo, a existência da riqueza só se faz à custa da pobreza.
E, sobre a "usura", as leis canônicas e civis dos países católicos continuaram a proibi-la até finais do século 18. Os judeus que se encarregassem dessas práticas imundas.
Não é de admirar, perante todo esse patrimônio, que a partir do século 18 os intelectuais "modernos" tenham repetido, consciente ou inconscientemente, os argumentos anticapitalistas centrais da tradição greco-latina e judaico-cristã. Uma postura mimética que suplanta ideologias e que é possível encontrar quer à esquerda, quer à direita.
À direita, temos um conservador reacionário como o alemão Justus Möser (1720-1794), que via no "livre-mercado" uma ameaça à sociedade tradicional (e hierárquica) da sua Osnabrück natal.
À esquerda, encontramos um igualitário como Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), que na sua crítica ao "luxo" das sociedades comerciais apenas repetia o que vários pregadores medievos tinham dito antes dele.
O livro de Muller recorda-nos velhos argumentos contra o capitalismo que são repetidos, no século 21, como se fossem a última moda.
Esses argumentos têm a dupla vantagem de fazer esquecer os horrores comprovados das "economias planificadas" e de desculpar os comportamentos irracionais dos indivíduos com a suposta irracionalidade de todo o sistema.
Lendo Muller, e relendo através dele os textos de autores tão distintos como Voltaire ou o escocês Adam Smith, entendemos que o capitalismo não é anjo nem demônio.
Para retomar as palavras do famoso escocês, o mercado é apenas o mecanismo que permite aos homens perseguir livremente esse desejo universal de melhorarem a sua condição. Com regras e, já agora, com boas maneiras.

JOSÉ SIMÃO - O Mano não é humano!

O Mano não é humano!
JOSÉ SIMÃO Buemba! 
FOLHA DE SP - 19/07/11

E predominou o espírito de equipe na seleção: "Se é pra perder um pênalti, vamos perder todos juntos!"


BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República!
Ainda tô passado na manteiga com Brasil x ParaguAAAAAI! E a Granja do Mano? A Granja do Mano foi dormir com as galinhas!

E um leitor me disse que pior que perder do Paraguai é aguentar a cara de viúva do Galvão.
E o Casagrande que só chama o Ganso de Paulo Henrique? Parece a mãe dele: "Paulo Henrique, já pra casa e não solta pena".

E a Granja do Mano? Como é que consegue perder quatro pênaltis? Eu sei, não dá pra bater pênalti de salto alto. Aí eles acertam o buraco do chão e erram o buraco do gol. Dizem que pênalti é loteria. Então essa foi Mega-Sena acumulada. Rarará!

E o Eramos6: Seleção Baggieira de Futebol. E predominou o espírito de equipe: "Se é pra perder um pênalti, vamos perder todos juntos!".

E as manchetes do Sensacionalista: "Light confirma que bola de Elano subiu mais do que os bueiros". E "Aeroportos e seleção não ficarão prontos pra 2014". E a Argentina tapou os buracos com areia verde, e o Brasil vai tapar com areia movediça. Rarará!

E sabe qual a diferença entre a Argentina e o Brasil? É que eles choraram 24 horas mais cedo! E só sobrou pra um: o Tevez. O Tevez também errou pênalti. O Feio fez feio. Por isso que vai pro Corinthians.

A camisa oficial do Paraguai era pirata. Mas a vitória foi legítima. Rarará! E a seleção paraguaia devia se chamar Filhos do Lugo. No Paraguai todo mundo é filho dele.

E esta é a verdadeira seleção paraguaia: Chapa Fria, Chassi Raspado, Gato de Itaipu e Samsung Genérico! Rarará!

E o Mano, que ficava reclamando da grama? Tava sem sal? Bota ketchup! Aliás, o técnico não é huMANO! E dizem: "Mas o Mano não tem experiência internacional". Claro, era técnico do Corinthians!
E não adianta culpar só o técnico. Jogador brasileiro só quer aparecer na televisão! Eles deram um chute no saco da torcida! Deviam ter levado a seleção feminina. Porque elas gastam menos tempo no salão!

Aliás, deviam ter levado a equipe de peladeiras de Vila Mimosa no Rio: Maria Banda Larga, Amélia Raspadinha, Vanda Teleférico, Claudinha UPP, Camila Disque Denúncia, Vilma Panela Cheia e Elza Bom Prato! Essas derrubam até a Muralha da China! Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza.
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

CELSO MING - Roscas espanadas

Roscas espanadas 
CELSO MING
O Estado de S.Paulo - 19/07/2011

As cotações das ações dos bancos europeus mergulharam ontem nas bolsas, como reação à divulgação de testes de estresse.

Em vez de tranquilizar o mercado, os resultados obtidos causaram o contrário. Provocaram ainda mais desconfiança, porque não despertaram credibilidade. O que teria de ser um estudo sobre a capacidade dos bancos de enfrentar uma onda de calotes e de corrida a seus depósitos, foi apenas mais uma encenação mal executada. É outra demonstração de falta de vontade política dos dirigentes de enfrentar a vida como ela é.

O primeiro teste de estresse, no ano passado, não serviu para nada. Os cenários aplicados nas simulações foram indisfarçadamente otimistas demais. Como ninguém acreditou, a Autoridade Bancária Europeia (EBA, na sigla em inglês) entendeu que deveria organizar um segundo exame, mais apertado. Mas, também dessa vez, essas avaliações ficaram devendo credibilidade, com consequências provavelmente mais funestas do que as que haveria, caso os testes não tivessem sido aplicados.

Ontem, o Credit Suisse divulgou um estudo demolidor. Lá ficou dito que, feitos os cálculos pelo que realmente valem (a mercado) os títulos que compõem a carteira dos bancos, não pelo valor atribuído pelos operadores dos testes, os bancos europeus precisariam de um capital extra de 82 bilhões de euros (US$ 115 bilhões), e não de somente 2,5 bilhões de euros (US$ 3,5 bilhões), como foi divulgado na sexta-feira.

Conclui-se que a situação dos bancos europeus não está nem um pouco tranquila como os resultados dos testes tentaram apresentar. Como a EBA trabalhou com números irreais, é natural que o mercado fique apreensivo, perguntando-se o que, afinal, esses relatórios pretendem esconder.

Essa é mais uma demonstração do tamanho da perplexidade e paralisia que toma conta das autoridades europeias. Lidam com a crise da dívida como roscas espanadas: giram, giram e não saem do lugar.

Há pouco mais de uma semana, os ministros de Finanças da área do euro (Ecofin), reunidos em Bruxelas, passaram a estudar a proposta de que, a partir de 2013, o Mecanismo Europeu de Estabilidade (ESM, na sigla inglesa) recompre a dívida da Grécia (e, eventualmente, também a de Portugal) a valor de mercado, ou seja, com forte deságio.

Fica difícil entender como um projeto assim chega a ser avaliado pelo Ecofin. Qualquer principiante em Finanças sabe que, se uma instituição de porte do ESM passar a recomprar os títulos micados nas praças, os preços de mercado subirão imediatamente. É uma enorme instituição, antes fora do mercado, que passa a integrá-lo.

Nesta quinta-feira os chefes de Estado da zona do euro estarão reunidos em Bruxelas para mais um encontro de cúpula destinado a encaminhar uma "solução definitiva" para o problema.

Desta vez, circula a proposta de instituição de um imposto sobre os bancos para ajudar a pagar essa conta. Não está claro do que se trata. Mas o presidente da França, Nicolas Sarkozy, não esconde que defende a criação de um imposto sobre movimentação financeira, uma espécie de CPMF europeia. A conferir.

Confira

Saldo gordo
O Banco Central começou este ano projetando um saldo de apenas US$ 11 bilhões na balança comercial (exportações menos importações). O mercado foi ainda mais pessimista: a primeira pesquisa Focus apontava um superávit comercial de somente US$ 8,8 bilhões. Tanto o Banco Central como o mercado erraram feio. Nem bem virou o semestre e o resultado acumulado na balança comercial já é de US$ 15,7 bilhões. É altamente provável que, ao final do ano, o superávit ultrapasse os US$ 35 bilhões.

É o real valorizado
Esse desempenho acontece com o dólar em torno de R$ 1,58, ou seja, com o real valorizado em 30% a 40%, dependendo de como se faz essa conta.

O que ferra o quê?
O discurso recorrente é o de que esse câmbio, baixo demais, está ferrando as exportações. Dá para dizer o contrário: com esse resultado, são as exportações que estão ferrando o câmbio, na medida em que contribuem para uma oferta ainda maior de dólares.

MERVAL PEREIRA - Sem solução


Sem solução 
MERVAL PEREIRA
o globo - 19/07/11

Está ficando claro que a tentativa da presidente Dilma de resolver o caso do Ministério dos Transportes "por dentro", sem romper com o PR, mantendo um ministro, Paulo Sérgio Passos, que faz parte do esquema do partido desde 2004 mas se transformou em seu homem de confiança, não vai dar certo. O ministério está todo corroído, a cada dia surgem novas denúncias, inclusive envolvendo o próprio ministro atual, numa briga de grupos dentro da estrutura funcional que se assemelha a brigas de gangues por um mercado de falcatruas.

Se a presidente Dilma estivesse mesmo disposta a fazer o que seria uma "limpeza" do setor, teria de fazer uma ação vigorosa, nomeando um interventor com plenos poderes para acabar com a influência do Partido da República.

Só começando tudo de novo haveria condições de sanear esse setor de transportes que, há oito anos nas mãos do PR, se transformou em um antro de ladroagem e incompetência.

Mas os sinais não vão nessa direção, pois no próprio Palácio do Planalto há uma disputa política, com o ministro Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência, atuando a favor da manutenção de Luiz Antonio Pagot à frente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), defendendo a posição política de Lula, que tem interesse em preservar o PR.

A questão ética mais uma vez perde para a questão política. Mesmo que seja verdadeira a vontade da presidente de livrar-se dessa "herança maldita", ela não tem condições políticas de fazê-lo declaradamente.

Por isso, sua atitude errática. Negar que tenha recebido uma "herança maldita" até é compreensível para a manutenção da relação direta com o ex-presidente Lula, mas anunciar que quer fazer uma limpeza no setor e, ao contrário, deixar que o mesmo partido continue à frente do ministério é demonstração de fraqueza política.

Para não restarem dúvidas sobre seu comprometimento, a presidente Dilma disse em recente encontro que o PR mora em seu coração.

A frase é tão exagerada quanto uma de Lula, que, depois de ter sido obrigado a ouvir um recital do então deputado Roberto Jefferson na casa do próprio, disse que tinha tanta confiança no presidente do PTB que seria capaz de dar-lhe "um cheque em branco".

Dias depois, estourou a bomba do mensalão, com uma entrevista do mesmo Roberto Jefferson abrindo toda a sordidez que rolava por baixo dos panos na base aliada do lulismo.

Sempre que um presidente é obrigado a fazer esse tipo de malabarismo, com frases de efeito comprometedoras, é porque o grau de risco que seu governo corre se abandonar aquele aliado político é muito grande.

Ninguém consegue dizer no governo, por exemplo, se Luiz Antonio Pagot está ou não demitido do Dnit. Sabe-se, por informações indiretas, que a presidente Dilma está resolvida a demiti-lo, mas mesmo assim a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, não tem certeza para garantir nada: "Tudo indica que sim, até pelas reiteradas vezes em que ela tem se comportado dessa forma" é o máximo que consegue dizer, jogando a batata quente para a presidente Dilma.

Por enquanto, Pagot está de férias e, tecnicamente, não pode ser demitido, o que não impediria que sua demissão, logo na volta das férias, fosse anunciada.

O que o governo procura é ganhar tempo para negociar o silêncio de Pagot, que já foi comparado a um "homem-bomba" pelas informações que teria acumulado sobre as atividades ilegais do Dnit e o dinheiro desviado, também, para as campanhas eleitorais do PT, inclusive, dizem, para a presidencial que levou Dilma ao Palácio do Planalto.

O caso mais emblemático do estado de desorganização funcional que impera no Ministério dos Transportes, especialmente no Dnit, é o de Frederico Augusto de Oliveira Dias, o Fred, "assessor do diretor-geral" desde 2008.

Ele na verdade é o "representante legal" da eminência parda do ministério e do PR, o deputado-mensaleiro Valdemar Costa Neto.

Com sala própria e direito a fazer parte de comitivas oficiais - acompanhou Paulo Sérgio Passos, quando este era ministro interino, em uma viagem à Bahia -, Fred negociava com prefeitos e vereadores, e encaminhava suas reivindicações aos órgãos competentes.

Quando a presidente Dilma, como sempre alertada por denúncias da chamada grande imprensa, decidiu demiti-lo, descobriu que não poderia fazê-lo porque ele simplesmente nunca havia sido nomeado.

A presidente, para cumprir seu desejo, precisaria seguir o exemplo de famoso patriarca de um império jornalístico.

Reza a lenda que, no auge do prestígio do seu grupo, subiu no elevador do prédio recém-construído, projeto de renomado arquiteto, e não gostou de ver um homem que comia um sanduíche de mortadela sujando-o com as migalhas do pão.

Irritado, chamou a atenção do "funcionário", que não ligou para a admoestação, no que foi sumariamente demitido pelo "patrão".

Acontece que o sujeito era um visitante, não um empregado do grupo. Decepcionado com a ineficácia de seu gesto, o patriarca não pestanejou: deu ordens para que o porcalhão fosse contratado, para que pudesse demiti-lo em seguida.

BENJAMIN STEINBRUCH - Brasil Maior


Brasil Maior
BENJAMIN STEINBRUCH
FOLHA DE SP - 19/07/11

Entre 7 mil e 30 mil metalúrgicos, dependendo da fonte responsável pela estimativa, fecharam a pista local da Rodovia Anchieta na sexta-feira, dia 8, no ABC paulista. Quem olhasse de longe certamente imaginaria que aquela fosse uma passeata de trabalhadores para reivindicar aumentos de salários.

Não era, diria um observador pouco atento, ao se aproximar da passeata. Nas faixas que os manifestantes carregavam, produzidas pelos sindicatos dos metalúrgicos do ABC e de Mogi das Cruzes, um da CUT e outro da Força Sindical, a maioria dos protestos era contra a importação desenfreada e a armadilha da desindustrialização.

Na fala das lideranças, apareceram frases sobre o risco da crescente valorização do real em relação ao dólar, a elevada carga tributária e a deficiência da infraestrutura, fatores que corroem a competitividade da indústria brasileira. Um discurso aparentemente muito mais frequente entre os empresários.

O observador mais atento, porém, veria não haver nenhuma incoerência no discurso dos metalúrgicos. No fundo, ao protestar contra a valorização do real, os impostos elevados e a falta de infraestrutura, eles estavam brigando mais uma vez por empregos e salários. E tocando no ponto mais sensível do atual momento da economia brasileira.

Nessa briga, como em muitas outras, trabalhadores e empresários estão no mesmo lado. É a briga pela indústria brasileira, que vem sendo fortemente golpeada pela concorrência estrangeira. Em quatro anos, a indústria de transformação, que tinha elevado superávit nas suas transações com o exterior, tornou-se altamente deficitária.

O resultado do primeiro semestre é assustador: déficit de US$ 21 bilhões. No primeiro semestre de 2007, houve um superávit de US$ 11,5 bilhões.

O déficit é maior em segmentos de média e alta tecnologia, mas até setores tradicionalmente superavitários, como os de têxteis e calçados, já apresentaram resultados negativos no primeiro semestre. No setor de veículos, 1 em cada 3 unidades vendidas é fabricada no exterior. Neste ano, a importação de automóveis deverá atingir 1 milhão de unidades, um recorde histórico.

Esse cenário não pode ser considerado normal. A indústria perde força, e a balança comercial brasileira vem sendo sustentada pelas exportações de produtos primários, que felizmente estão com preços elevados no mercado internacional. Os próprios investimentos estrangeiros diretos na indústria começam a minguar. Nos primeiros cinco meses do ano, caíram 17% em relação ao mesmo período do ano passado.

Os investidores externos procuram colocar mais capital em agricultura, serviços e indústria extrativa mineral, numa demonstração de que não acreditam na performance da indústria de transformação.

Mais do que nunca, quando 60% a 70% do PIB mundial se encaminha para a estagnação, com graves problemas na Europa, no Japão e nos EUA, exige-se extremo cuidado com a preservação do mercado interno brasileiro e estímulo ao desenvolvimento de setores estratégicos da velha e da nova economia.

Na nova situam-se tecnologia da informação, bioenergia, energias renováveis e inovação em saúde. Na velha, entre os setores em que o país pode ser competitivo estão mineração, celulose, alumínio, siderurgia, têxtil, calçados e agrobusiness.

Essas áreas precisam urgentemente de programas específicos de apoio e proteção, com desonerações, desburocratizações e incentivos. Não há porque ter vergonha de preservar e cultivar a empresa brasileira. A afirmação nacional, nessa matéria, não significa voltar as costas para o mercado internacional, mas dar atenção aos setores tradicionalmente competitivos e aos setores inovadores.

Passou da hora de o governo criar medidas para melhorar a competitividade da indústria. Felizmente, pelo que se noticia, um conjunto de medidas nesse sentido deve ser anunciado em breve, com desoneração da folha de salários, revisão de regimes tributários, privilégio a empresas nacionais em compras governamentais e outros estímulos.

Um dos nomes aventados para o pacote de medidas é Brasil Maior. Um bom nome, que evoca a afirmação nacional, pela qual devem brigar trabalhadores, empresários e a sociedade em geral.

JORGE MARANHÃO - Quem paga o pato...


Quem paga o pato... 
JORGE MARANHÃO
O GLOBO - 19/07/11

Uma interessante pesquisa foi divulgada pelo Instituto Mises, de São Paulo, que resolveu fazer as contas do volume de recursos que cada estado recebe do governo federal em comparação com quanto cada um contribui sob a forma de impostos federais. Os dados são de 2009, mas foram consolidados em 2010 e continuam atuais. O resultado não chega a ser surpreendente, mas é um exemplo muito claro de como a desigualdade é grande entre os estados brasileiros.

Primeiro, para cada estado foram somados uma série de impostos pagos, como IPI, IRPF, IRPJ, IRRF, IOF, ITR, CPMF, Cofins, PIS/Pasep, CSLL, Cide, Fundaf, e alguns outros impostos dessa autêntica "sopa de letras" que é a carga tributária brasileira. Depois, com dados do Portal da Transparência do governo federal, foram somados os repasses de verbas federais que cada estado recebeu em um ano através do Fundo de Participação de Estados e Municípios. E aí descobrimos que são apenas oito estados que dão mais dinheiro para a União do que recebem de volta, na prática financiando o caixa dos outros estados deficitários. Evidentemente, são os estados mais desenvolvidos, como Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Amazonas e Santa Catarina.

Na outra ponta, estados eternamente envolvidos com oligarquias retrógradas, coronelismo despótico, fisiologismo atávico, corrupção explícita e os mais variados tipos de boicotes ao desenvolvimento de uma cultura de plena cidadania, como Maranhão, Pará, Roraima, Piauí, Alagoas, Sergipe etc.

Não custa lembrar que toda a história da cidadania no mundo é no fundo uma história de cidadania fiscal, de cidadãos que se compreenderam como pagadores de impostos. Desde a revolta dos barões do século XIII, a Revolução Gloriosa inglesa no século XVII, a revolução americana no século XVIII e mesmo as várias insurreições havidas no Brasil durante os séculos XVIII e XIX. Todos esses movimentos, sem exceção, frutos da injustiça na repartição da arrecadação do bolo tributário. Mas, longe de se pensar em qualquer tipo de separatismo entre estados ricos e pobres, a verdade é que a atual carga tributária, somada com a recorrente impunidade de políticos e gestores públicos, tem transformado o equilíbrio entre estados numa peça de ficção, fazendo com que aqueles que pagam mais acabem pagando o pato dos demais que sequer têm condições produtivas para serem independentes de fato. E que, por isso mesmo, ficam condenados à condição de meros feudos eleitoreiros ao sabor dos senhores caciques e demagogos do momento. Resta saber até quando a nossa vanguarda da cidadania vai suportar!

GOSTOSA

JANIO DE FREITAS - Ideia fronteiriça


Ideia fronteiriça 
JANIO DE FREITAS
FOLHA DE SP - 19/07/11

Ocupar fronteira tão extensa poderia resultar, no máximo, em núcleos com intervalos que continuariam floresta

Está de volta a ideia de um grande plano para ocupação populacional da fronteira norte, agora incorporando a fronteira noroeste. O deslocamento humano para criação de concentrações populacionais se faria por meio de incentivos que só podem ser financeiros. E de investimentos, forçosamente gigantescos, para criação da infraestrutura necessária à ocupação humana de área equivalente a um país de bom tamanho.

O ministro José Eduardo Cardozo, da Justiça, juntou-se na ideia ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, e está convocada para amanhã reunião também com as ministras Tereza Campello, do Desenvolvimento Social, e Izabella Teixeira, do Meio Ambiente -como noticiou "O Globo" no domingo. Todos no gabinete do vice-presidente, Michel Temer.

A ideia básica não é nova. Valeu-se, de início, do argumento de proteger a soberania territorial de invasão e nacos de apropriação pela guerrilha colombiana. Enfraquecida tal hipótese já nascida onírica, veio o argumento de proteção contra ameaças, não se soube de quê, vistas em Hugo Chávez. Agora a ideia se reforça como pretendida solução para a permeabilidade da fronteira ao contrabando.

Na semana passada, o "Jornal da Bandeirantes", que tem qualidades, criou curiosidade em torno do motivo de uma série, injustificada pelo que expôs, contra os índios de Roraima, em especial os da reserva Raposa/Serra do Sol. Ainda mais que lá estava, como uma espécie de orientador, o general Augusto Heleno Pereira, já condicionado a um vulgar jeans em lugar do verde oliva, mas com as opiniões de sempre sobre índios e reserva indígena.

E também aparecia o governador José de Anchieta, para criticar os índios por cobrarem certos benefícios em troca de permissão para uma ponte dentro de suas terras. É claro que, ou agem desse modo, ou não recebem os recursos. Mas esse Anchieta contra índios ataca-os sem se incomodar com a indecência de que aliados seus no Congresso exijam a troca de seu votinho ordinário, não por necessidades dos eleitores, mas por vantagens pessoais e grupais.

Seja como for, se a ideia da ocupação está de volta, deve ser discutida outra vez. Há, no mínimo, um bom motivo para tanto. Bom porque factual, comprovado e continuadamente comprovável, até no próprio território brasileiro. É a experiência histórica.

Exceto a exploração de determinados recursos naturais, as aglomerações sempre serviram melhor às atividades ilegais do que as zonas pouco ou não habitadas. Oferecem ao contrabando mais mão de obra, mais atividades como cobertura para o contrabandista, meios de transporte mais variados e mais numerosos, infraestrutura que facilita a ação, como mais vias vicinais e intermunicipais sem repressão, e muitas outras vantagens.

O passado brasileiro tem muitos exemplos do papel múltiplo das aglomerações de ocupação territorial. No que respeita à utilidade presumida pela ideia de ocupação das fronteiras norte e noroeste, a atualidade mesma oferece um caso exemplar de todos conhecido: Foz do Iguaçu. Iniciada a aglomeração ali para exploração turística e apoio ao transporte legal entre Brasil e Paraguai, criavam-se também as condições favoráveis que levaram à formidável edificação do contrabando, de um lado e de outro da fronteira. Em menores dimensões, as fronteiras com o Paraguai, a Bolívia e o Peru têm numerosos outros exemplos do mesmo processo.

O plano que vinha em desenvolvimento, de núcleos militares e policiais com respectivas áreas sob sua vigilância permanente, faz sentido. A floresta e a falta de ocupação humana podem oferecer algumas facilidades à penetração fronteiriça, mas também facilitam muito a percepção do transporte ilegal, com movimentos e vias onde não deviam ocorrer, e indicativos de anormalidade.

A ideia de ocupação de fronteira tão extensa poderia resultar, no máximo, na criação de núcleos. Com intervalos que se prestariam ao que hoje é e continuará sendo floresta. E não haverá mal em que os proponentes da ideia pensem no custo e no tempo demandados por uma nova e muito maior versão da malfadada Campanha da Borracha.

ANCELMO GÓIS - De quem é o câncer?

De quem é o câncer?
ANCELMO GOIS
O GLOBO - 19/07/11

A doença de Hugo Chávez virou queda de braço entre Lula e Fidel, vencida pelo cubano. O ex-presidente articulava a vinda do venezuelano para o Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, quando Fidel entrou no circuito, considerando um demérito para a medicina cubana. 

Palmas para ela
Dilma achou a festa de abertura dos Jogos Mundiais Militares simples, de bom gosto e mais bonita que a do Pan. A presidente foi aplaudida no mesmo Engenhão, onde Lula foi vaiado no Pan de 2007. 

Crise na OSB 
Veja como a paz ainda não chegou totalmente à OSB. Mais um artista de fora cancelou apresentações com a orquestra em solidariedade à demissão dos 34 músicos. O bandoneonista argentino Rodolfo Mederos mandou email, suspendendo três concertos que faria em outubro. 

O paletó de Ataulfo
Ataulfo Alves Júnior, o cantor, filho do grande compositor Ataulfo Alves (1909-1969), procura
um terno cor de chumbo que doou a um memorial de Miraí, MG, terra de seu pai, e... sumiu. O autor de “Atire a primeira pedra” e “Ai, que saudades da Amélia” (ambas com Mário Lago) andava de paletó e chegou a figurar na lista dos dez mais elegantes de Ibrahim Sued.

Calma, gente
Um badalado deputado federal do Rio deu um tapa no rosto de uma moça e a empurrou, na boate Melt, no Leblon, quinta passada, numa discussão. 

Silêncio de Vinicius

Edu Lobo, o nosso grande compositor, está em poder de um manuscrito inédito de Vinicius de Moraes (1913-1980), o saudoso Poetinha, chamado “Silêncio”. A ideia seria musicá-lo para um próximo CD.

Cadernos de Paulo
O acervo do mineiro Paulo Mendes Campos já está no Instituto Moreira Salles, no Rio. O que mais chamou a atenção foram 40 cadernos escritos a mão, com anotações para futuras crônicas. Um deles, bem curioso, é só sobre palavras. O escritor se divertia, desvendando o significado das palavras.

Máfia no Brasil

A editora Bertrand Brasil lança, no fim do mês, o livro “Máfia export”, do italiano Francesco Forgione. A obra mostra (como se não bastassem os bandidos daqui) a atuação de três grupos da máfia italiana no Rio, em Brasília e Fortaleza.

Segue...
No livro, Forgione, que presidiu na Itália a Comissão Parlamentar Antimáfia, conta como um chefão comprou um imóvel em... Búzios, RJ.

Tema delicado 
Domingo, a Rádio Tupi do Rio transmitia Chile x Venezuela, e o coleguinha Sérgio Américo disse que o Rincón em campo não era o que atuou no Brasil. “Aquele era moreno”, explicou. No que o locutor Jota Santiago o corrigiu: “Aquele Rincón era negro, não moreno.” Nosso Américo se esquivou: “Isso é você quem está dizendo.” 

Plástica pelo SUS 
Veja a má fama da saúde pública no Brasil. Domingo, na sessão de 20h20m do último filme do bruxo Harry Potter, no Shopping Tijuca, no Rio, surgiu na tela um close de Voldemort, o vilão sem nariz, e uma mulher gritou: 
— Ele fez plástica pelo SUS!!!
A gargalhada foi geral.

De arromba
Uma festa na casa de Ronaldinho Gaúcho voltou a agitar o condomínio Santa Mônica, na Barra, no fim de semana. Vizinhos, incomodados com o barulho, chamaram a polícia. 

Nelson e Tom 
O filme do mestre Nelson Pereira dos Santos sobre outro mestre, Tom Jobim, foi selecionado pelo Festival Internacional de Cinema de Nova York, em setembro, no Lincoln Center. 

Cena carioca 
Um parceiro da coluna que andava de bicicleta domingo no Aterro do Flamengo é testemunha. De uma mulher gaiata, que corria na Maratona do Rio, ao ultrapassar um concorrente já cansado, ambos amadores:
— Corre olhando minha bunda para ver se você se anima!

VINÍCIUS TORRES FREIRE - Loucura política no mundo rico






Loucura política no mundo rico
VINÍCIUS TORRES FREIRE 
FOLHA DE SP - 19/07/11

Qualquer solução para a falência do Estado grego será dolorosa e terá efeitos ruins sobre as finanças do mundo. Mas vários estudiosos sensatos do assunto indicam saídas que podem evitar uma catástrofe como a de 2008, quando partes do sistema financeiro americano começaram a explodir em série.

No entanto, várias autoridades europeias disputam um cabo de guerra sobre as moribundas finanças da eurozona. É uma querela quase tão louca quanto a que opõe republicanos e democratas sobre a dívida do governo americano.

Note-se de passagem que a querela nos Estados Unidos é de certo modo mais demente, pois não há problema algum de solvência ou liquidez a afetar o governo.

Ontem mesmo, dia de paniquito nos mercados do mundo e de novo impasse nas negociações entre Barack Obama e republicanos, os investidores compravam títulos da dívida americana. Os Estados Unidos podem se financiar pagando 2,9% ao ano em títulos de dez anos.

O impasse leva os juros da dívida italiana e espanhola à lua. Ontem, o preço que Itália e Espanha teriam de pagar para tomar empréstimos voltou ao nível tido como crítico -aí ficando, os dois países entram numa situação greco-portuguesa.

Para piorar, sabe-se agora que bancos britânicos, espanhóis, italianos e ao menos um grande francês iriam à breca caso tivessem de registrar perdas da desvalorização terminal dos títulos da dívida da Itália, da Espanha etc.

Na Europa, a disputa é encabeçada, por um lado, pelo Banco Central Europeu (BCE), e, por outro, pelo governo da Alemanha. O governo alemão quer, na prática, que os credores privados gregos deixem de cobrar um pedaço da dívida.

A premiê Angela Merkel não quer que dinheiro de impostos apenas banque o rombo da Grécia. O BCE diz que o calote, por miudinho que seja, transformará em lixo os papéis da dívida grega, elevará os juros para Itália e Espanha (levando esses países à breca) e provocará onda de quebras bancárias e coisa pior.

Quase mais ninguém sério acredita que a solução passe por "austeridade" (arrochando o país, a dívida seria paga) e que a dívida grega será toda paga, ideias estúpidas defendidas mesmo agora pelo BCE e até outro dia pelos ministros das Finanças da Europa, as quais só ajudaram a agravar a situação.

Qual alternativa sobra? Várias boas e experientes cabeças econômicas de EUA e Europa sugerem que a União Europeia terá de assumir a dívida grega e reemprestar dinheiro a juros baratos ao país.

Trata-se quase o início de uma união fiscal (isto é, um governo europeu com dinheiro de impostos para ajudar Estados encrencados). Os países mais ricos, Alemanha à frente, não gostam da ideia.

A seguir, dizem entendidos mais sensatos, seria possível pensar em estratégias de reduzir a dívida grega e mandar parte da conta para os credores privados -sem que se permita, claro, a quebra de um grande banco, como nos EUA de 2008.

O calote grego é tão favas contadas que até o lobby da banca mundial, o Institute of International Finance, negocia faz duas semanas os termos da rendição condicional.

Nos EUA, há uma disputa ideológica demencial louca. Na Europa, a loucura política suicida nem ousa dizer o seu nome.

CLAUDIA ANTUNES - Nossos Sudões do Sul



Nossos Sudões do Sul
CLAUDIA ANTUNES
FOLHA DE SP - 19/07/11

RIO DE JANEIRO - Há dez dias foi fundado o Sudão do Sul, um dos países mais pobres do mundo, que por muitos anos dependerá da ajuda externa.
A decisão, tomada em plebiscito pelos habitantes da região, foi festejada por organizações internacionais que oferecem o pouco de assistência social ali existente e por países que, ao apoiarem a separação, terão mais chance de vir a explorar as reservas petrolíferas locais.
A secessão pode ser considerada, no máximo, a solução menos pior, depois do fracasso em se alcançar um pacto para dividir as riquezas e estender direitos iguais a todos os sudaneses. A Frente de Libertação do Povo, à frente do novo Estado, não defendia originalmente a divisão do território, mas o fim da tirania instalada em Cartum.
Uma análise simplificada reduziu aquela disputa à oposição entre árabes do norte e negros africanos. Acontece que o Sudão do Sul não nasceu em decorrência dessa suposta incompatibilidade atávica, ademais matizada por séculos de migrações internas. Como todas as nações, ele foi construído por um programa político.
Há um paralelo com os grupos que, no Norte e no Nordeste do Brasil, reivindicam a criação de Estados próprios. Na busca de adeptos para sua causa, parte deles apela às especificidades de tradições locais. Essas afinidades, porém, são apenas a cobertura de um bolo cuja massa foi fermentada pelo choque de ambições por poder.
Novas unidades federativas parecem uma solução fácil diante das divergências persistentes sobre fórmulas de compartilhamento de receitas e da falta de transparência de governos estaduais.
No entanto, se um sentido maior de justiça não se impuser a interesses particulares e à cobiça por cargos e dinheiro, esse é um conflito que continuará a se reproduzir até que cada um acredite que pode ser autossuficiente dentro de casa.

FERNANDO DE BARROS E SILVA - Por que não reagimos?


Por que não reagimos? 
FERNANDO DE BARROS E SILVA
FOLHA DE SP - 19/07/11

SÃO PAULO - Por que os brasileiros não reagem à corrupção? Por que a indignação resulta apenas numa uma carta enviada à Redação ou numa coluna de jornal? Por que ela não se transforma em revolta, não mobiliza as pessoas, não toma as ruas? Por que tudo, no Brasil, termina em Carnaval ou em resmungo?
A pergunta inicial não foi feita por um brasileiro -o que é sintomático. Foi Juan Arias, correspondente do jornal "El País" no Brasil, quem a formulou num artigo recente. "
Es que los brasileños no saben reaccionar frente a la hipocresía y falta de ética de muchos de los que les gobiernan?". Y entonces???
Não existe resposta simples aqui. Em primeiro lugar, a vida de milhões de brasileiros melhorou nos últimos anos, mesmo sob intensa corrupção, e apesar dela. Ninguém que leve o materialismo a sério pode desconsiderar esse dado básico.
Além disso, o PT, na prática, estatizou os movimentos sociais. Da UNE ao MST, passando pelas centrais sindicais, todos recebem dinheiro do governo. Foram aliciados. São entusiastas e sócios do poder, coniventes com os desmandos porque têm interesses a preservar, como o PR de Valdemar e Pagot.
Há ainda um terceiro aspecto, menos óbvio, que leva muita gente progressista a se encolher diante da corrupção. É a ideia introjetada de que qualquer movimento político ou mobilização contra a bandalha acaba sendo uma reedição do espírito udenista, coisa da direita ou que serve a seus propósitos. O lulismo soube explorar esse enredo, como se estivesse em jogo no mensalão uma disputa entre Vargas (o pai dos pobres nacionalista) e Lacerda (o moralista a serviço das elites).
Lula nunca moveu uma palha para mudar o sistema político podre que o beneficiou. Com a corrupção sob seu nariz, preferiu posar de vítima da imprensa golpista. Enquanto isso, seus aliados, no PT ou à direita, golpeavam os cofres da Viúva, exatamente como sempre neste país. Está aí a gangue dos Transportes, na estrada há 10 anos.

ILIMAR FRANCO - Partido Liberal

Partido Liberal
ILIMAR FRANCO
O GLOBO - 19/07/11

Apesar de Gilberto Kassab ter declarado que o PSD não seria de direita, de esquerda nem de centro, o partido terá feição liberal. Participantes da elaboração do programa de governo dizem que ele pretende ser o que o DEM não conseguiu. O PSD vai defender o Estado mínimo e a redução de impostos. O novo partido vai investir nas redes sociais, para conquistar militantes, e fará parte da base do governo Dilma.

O Brasil quer um africano

Depois de eleger José Graziano para o comando da FAO (órgão das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), o Brasil quer agora um africano dirigindo a Associação Internacional dos Conselhos de Desenvolvimento Econômico e Social. A organização é dirigida hoje pelo italiano Antonio Marzano. O novo presidente será escolhido esta semana em Roma. Os africanos vão decidir pela indicação do representante de Guiné-Bissau ou do Senegal. O governo brasileiro vai propor realizar a próxima reunião anual da associação no Rio, em junho, durante a conferência internacional do meio ambiente, a Rio + 20.

"O DEM ficou menor, mas está mais unido, e o PSDB tem um comando mais homogêneo” — Aécio Neves, senador (PSDB-MG), sobre a nova oposição.

PRIVILÉGIO. Escondida na ala de serviço do sétimo andar do anexo IV da Câmara, uma sala serve de escritório para o exdeputado Paulo Rocha (PT-PR), que perdeu as eleições para o Senado no ano passado. Na porta, uma placa identifica o espaço como “Coordenação da Bancada do Pará”. Mesmo sem mandato, Rocha costuma despachar no local. A regalia foi concedida ao companheiro pelo presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS).

Fidelidade
Tensão na bancada do PMDB. Os deputados estão cobrando do líder Henrique Eduardo Alves (RN) seu apoio a um candidato do partido à vaga do TCU, que será aberta com a aposentadoria do ex-deputado tucano Ubiratan Aguiar.

Pré-candidato
Sem espaço no PR e à frente da criação de um novo partido, o PDN (Partido do Desenvolvimento Nacional), o senador Clésio Andrade
(PR-MG) quer ser vice de Fernando Pimentel (PT) em eventual candidatura ao governo de Minas.

O que quer a nova classe média?
O governo Dilma quer se antecipar à oposição. A Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência está organizando um seminário reunindo economistas, sociólogos e integrantes do governo para identificar os integrantes da nova classe média e quais os seus valores. No encontro, diz o ministro Moreira Franco, o governo espera formular propostas de novas políticas específicas voltadas para esse setor da sociedade. 

Script
A oposição quer que a Comissão Representativa do Congresso ouça o ministro Paulo Sérgio Passos (Transportes) no recesso. “Essa é
uma questão política que exige apreciação da Casa toda”, reage o deputado Vicentinho (PT-SP).

Ecos
O inconformismo na base do governo continua com a forma pela qual foram feitas as mudanças no Ministério dos Transportes. Aliados dizem que é fácil ser “valente” contando com o ex-presidente Lula sentado no banco de reservas.

 O MINISTRO Paulo Sérgio Passos (Transportes) enviou ontem ao Planalto uma lista de nomes para dirigir a Valec, o Dnit e as secretarias da pasta. 
 A OPOSIÇÃO ao prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), trabalha para que vários partidos lancem candidatos ao cargo. No DEM, o candidato é o deputado Rodrigo Maia. No PSDB, o nome mais forte é o do deputado Otávio Leite.
● PÉ NA ESTRADA. A programação do ex-presidente Lula no próximo mês e meio tem agendadas 23 conferências internacionais.

BRAZIU: O PUTEIRO

MÔNICA BERGAMO - AS DAMAS DE ROSA E OS VIRA-LATAS CAMPEÕES

AS DAMAS DE ROSA E OS VIRA-LATAS CAMPEÕES
MÔNICA BERGAMO
FOLHA DE SP - 19/07/11


"Quero ouvir todo mundo latindo", clamou a apresentadora Luisa Mell de cima do trio elétrico atrás do qual 1.230 cachorros e 5.400 donos marcharam na manhã do sábado, na oitava edição do Passeio de Cães de Campos do Jordão. "Au, au, au!", latiu em resposta a empresária Giuliana Garmoni, 46, com a poodle Milly, 4, em seu colo.

O evento se estendeu por um quilômetro. Ao som de CDs de Ivete Sangalo e Perla, cães de raças e roupas diversas fizeram a "micãoreta".

Para as poodles minitoy Lua, 4, e Sol, 8, foi um desfile. "Elas têm mais de 200 vestidos cada uma. Hoje estão estreando os óculos de sol rosa que mandei trazer do Canadá por R$ 180", diz Célia da Silva, a "mãe" das cadelinhas.

Já o pincher Joe Taveira, 7, adotou moda mais rebelde. Imitava com uma peruquinha o corte moicano do jogador Neymar. "Comprei buchinha na loja de bijuteria e fiz o topete. Ele adora!", diz Adamita Taveira, 27. O penteado rendeu a Joe prêmio de cachorro mais bonito, entregue por Victor Fasano e Christiane Torloni.

Uma das empresas que apoiou a marcha vende plano de saúde para cachorro. Garotas de avental ofereciam seguro canino, com direito a dentista e acupuntura, por até R$ 119 ao mês. "Mas nem o plano Top cobre cirurgia estética, tá?", avisa uma delas.

Para o casal Cecília e José Santos, a marcha teve clima fúnebre. Os dois usavam uma camiseta branca com fotos de uma cadela fantasiada de joaninha, mosqueteira e havaiana."Xuxa faleceu há dois meses e cinco dias", explica Cecília. "Quinze dias antes de terminarmos a casa nova que havíamos construído pensando nela, com piso antiderrapante e sem escadas", diz José.

Xuxa era figura cativa do evento. Foi em cinco edições e fazia tamanho sucesso que motivou a criação de um novo prêmio: o de vira-lata mais bonito. Nesta edição venceram os dois cães do carroceiro Valdemir Aport, 28.

"E como chamam os lindos vira-latas?", perguntou no microfone o empresário João Doria Jr. ao carroceiro. "Paranga e Bagana", respondeu Aport. "Bacana Um e Bacana Dois!", replicou Doria Jr., que organizou o passeio. O empresário então agradeceu e disse que Valdemir era um exemplo que "qualquer um pode ajudar os cãezinhos de rua". O trio toca a música tema de Ayrton Senna.

Valdemir sai do pódio com uma cafeteira Nespresso na carroça, encobrindo latas de guaraná e garrafas de cachaça Tatuzinho. "É Paranga e Bagana o nome deles. Pa-ran-ga e Ba-ga-na!", disse ao sair da área VIP. "E eles não são cachorro de madame!"

CHÁVEZ SOB CUIDADOS
Profissionais que tiveram acesso aos exames de Hugo Chávez no Brasil dizem não ter dúvidas: ele tem mesmo um câncer de próstata. Além de mostrar as avaliações, diplomatas venezuelanos que conversaram com o governo e com médicos brasileiros fizeram a revelação -mas não abriram informações sobre a extensão da doença.

OUTRO LADO

Procurado pela Folha, o urologista Miguel Srougi, especialista em câncer de próstata que foi chamado para a reunião com os venezuelanos, mantém silêncio. "Não quero falar. Mesmo quando tenho um doente na minha frente, acontece de eu cometer falhas. Quando ele está do outro lado do planeta, seria uma impertinência minha comentar o caso."

RESPEITO
Srougi acha que Chávez "fez muito bem" de ir para Cuba, onde terá a intimidade preservada. "O hospital é um templo sagrado em que o sofrimento humano é compreendido e as pessoas são resgatadas para a vida. Não pode virar uma "Casa dos Artistas" [reality show]." Ele acha que "o povo coloca a vida nas mãos dos homens públicos" e por isso eles não podem "ter mistérios e segredos". Ainda assim, "seu momento de sofrimento físico e espiritual deve ser respeitado. O silêncio é importante".

PORTA FECHADA

A Justiça de SP determinou que os principais provedores bloqueiem o acesso dos internautas brasileiros ao Blog do Paulinho, site do jornalista Paulo Cezar Prado que critica dirigentes como Ricardo Teixeira, da CBF, e Andres Sanchez, do Corinthians. Ele foi processado pelo empresário Franck Henouda por ter dito que o agente lavava dinheiro. A família dele foi ofendida em comentários de internautas.

MAOMÉ E A MONTANHA
O site está hospedado na França após ter sido tirado do ar no Brasil e nos EUA. Como o servidor europeu mantém a página na rede, o escritório Moraes Pitombo, que defende Henouda, solicitou então que seja vedado o acesso a ela. Paulinho diz que vai recorrer. "Estou sendo vítima de censura. Sites com pedofilia e racismo no Brasil não são bloqueados." Ele promete espalhar o blog em servidores do mundo todo para driblar a medida.

TORPEDO

A jornalista Rebekah Brooks, que chegou a ser presa por envolvimento no escândalo de Rupert Murdoch, também teve forte ligação com o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair (1997-2007). Foi a ela que Blair mandou a primeira mensagem de texto pelo celular após sair do governo, em 2007, segundo disse sua mulher, Cherie, à coluna.

MINITURNÊ
O ex-ministro da Cultura Gilberto Gil realizará turnê pelo interior de São Paulo e também na capital ao lado do maestro Jaques Morelenbaum e do filho Bem Gil, guitarrista. Estão previstos shows em cidades como Sorocaba, Ribeirão Preto, Santos e Paulínia. Duas das apresentações serão realizadas no Auditório Ibirapuera, em SP, segundo projeto apresentado por ele ao Ministério da Cultura, que aprovou a captação de R$ 1,9 milhão. Uma delas será gratuita.

PROFISSÃO ATOR
O cantor Moacyr Franco, 74, diz que vai levar um ano "para a ficha cair" e ele entender o prêmio de melhor ator coadjuvante no Festival de Paulínia, por sua participação no longa "O Palhaço". "É a primeira vez que faço cinema. O Selton [Mello, diretor] me chamou para uma pontinha de três minutos. Não cogitava ganhar prêmio nenhum", diz. "Tô empolgadíssimo, me abre novo horizonte nessa altura da vida!"

PROFISSÃO ATOR 2
Franco, que ganhou R$ 15 mil com a premiação, diz que usará o dinheiro para quitar a viagem de férias com os filhos. "Tinha parcelado em 12 vezes as passagens pra Disney. Agora vou pagar tudo."

LEÃOZINHO FESTEIRO
O estilista Wilson Ranieri e a designer Elisa Stecca foram comemorar um ano da festa Ultralions, no clube Lions, no Centro. Os DJs Zé Pedro, Roque Castro e Fernando Moreno animaram a pista da balada.

CURTO-CIRCUITO
O Instituto Moreira Salles abre hoje a exposição "Retratos do Império e do Exílio", com imagens da família imperial brasileira, em Higienópolis.

O projeto Dança em Foco -Festival Internacional de Vídeo & Dança começa hoje no Sesc Pinheiros. Livre.

O cantor Criolo se apresenta hoje e amanhã, às 23h, no Studio SP. 18 anos.

O coletivo de design Circleline expõe a partir de hoje suas peças no Cartel011, com apoio da Lunelli.

com DIÓGENES CAMPANHA, LÍGIA MESQUITA, THAIS BILENKY e CHICO FELITTI

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Empresários de eletroeletrônicos perdem otimismo
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SP - 19/07/11

Abalados pelo câmbio, os negócios do setor de eletroeletrônicos no Brasil vão abaixo das expectativas dos empresários, de acordo com a Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica).
A última sondagem da confiança dos empresários, realizada em junho pela entidade, aponta que aproximadamente 60% deles afirmam que o ritmo dos negócios está aquém das expectativas.
"Somente 9% das empresas informam que os seus negócios ficaram acima do esperado, o que confirma um quadro de preocupação do setor com os resultados para deste ano", de acordo com Humberto Barbato, presidente da entidade.
Além da valorização do real ante o dólar, a alta da inflação e das taxas de juros e a concorrência dos produtos importados, principalmente os chineses, ainda preocupam, segundo Barbato.
As exportações continuam retraídas, segundo empresários pesquisados, que indicam que o mercado interno permaneceu como a alternativa de negócios.
No primeiro semestre, as exportações ficaram no mesmo patamar de igual período de 2010, com US$ 3,6 bilhões. Convertidas para reais, a queda é de 9%.
Em 2010, o deficit do setor foi de US$ 27 bilhões. Para este ano, a previsão é que o número alcance US$ 34 bilhões, com importações de cerca de US$ 42 bilhões.
Outro termômetro, o consumo industrial de energia no setor, de janeiro a junho, caiu 1,2% ante o mesmo período de 2010, ano de Copa, em que os estoques estavam antecipados, segundo dados da Comerc, gestora e comercializadora de energia.
A variação de junho sobre maio de 2011 foi de 0,71%.

CONSTRUÇÃO PAULISTA

A construtora e incorporadora Kallas vai lançar 13 empreendimentos no Estado de São Paulo até o final deste ano.
Além da capital paulista, a companhia construirá nas cidades de Guarulhos e Santos, e na região do ABC.
A incorporadora espera fechar este ano com VGV (Valor Geral de Vendas) de mais de R$ 1 bilhão.
Dois empreendimentos estarão localizados na Vila Leopoldina, em São Paulo: um condomínio residencial, com 600 unidades de um a três quartos, e outro comercial, com 400 escritórios.
Os investimentos nas obras do bairro serão superiores a R$ 130 milhões, de acordo com o presidente da companhia, Emílio Kallas. "Não podemos concentrar nossas construções em apenas um segmento do mercado", afirma Kallas.
No início deste mês, a empresa lançou um imóvel comercial no bairro de Santana, em São Paulo, com VGV de R$ 80 milhões. "É uma região com taxa de vacância de 5%, enquanto o índice de equilíbrio é acima de 10%."
O lucro líquido da companhia no ano passado foi de R$ 112 milhões.

Fast... 
A rede KFC prepara a sua expansão para o Estado de São Paulo. Até o final deste ano, serão abertas seis unidades na região da Grande São Paulo. Com investimentos de cerca de R$ 8 milhões, serão três lojas próprias e três unidades franqueadas.

...food
Os shopping centers concentram a maioria dos novos restaurantes: são cinco, ante um em loja de rua. A marca KFC tem no Brasil 13 restaurantes, sendo 12 no Estado do Rio e um em São Paulo. No país, a marca está sob o controle da empresa BFFC (Brazil Fast Food Corporation).

Nutrição... 
Após 25 anos no mercado brasileiro, a marca de geleias Queensberry vai ingressar em outro segmento no segundo semestre.

...líquida 
A empresa passa a comercializar uma linha de "smothies", bebida de frutas preparada com valor nutricional. Para este ano, a estimativa é crescer mais de 20%.

Reforma 
Para falar sobre construções sustentáveis, o arquiteto responsável pelo "retrofit" do prédio do "New York Times", Glenn Hughes, estará no Brasil para participar da conferência 2ª Greenbuilding Brasil. O evento será realizado em agosto, na cidade de São Paulo.

Móvel
A Marton + Marton investiu R$ 2,5 milhões para a criação da marca M2, especializada em móveis. O valor inclui a ampliação da fábrica da companhia, em Catanduva (SP), de 1.000 m2 para 6.000 m2.

Perfil... 
De olho no crescimento do mercado da terceira idade, a Ag2R vai realizar a 1ª Expo Longevidade e o 1º Fórum Internacional Maturis em setembro, em São Paulo.

...sênior 
O fórum receberá palestrantes internacionais e abordará assuntos como o novo perfil dos seniores brasileiros e os empreendimentos voltados para terceira idade.

IMÓVEL NO CONSÓRCIO


O Itaú acaba de lançar um grupo de consórcio para os interessados em comprar imóveis de alto padrão.
As cartas de crédito serão de R$ 350 mil a R$ 700 mil, e os participantes poderão pegar o montante nas assembleias mensais por meio de lances ou sorteio.
No Santander, o valor máximo por carta de crédito é de R$ 500 mil. No Bradesco e no HSBC, as cotas podem ser de até R$ 300 mil.
"Os clientes nos questionavam sobre a contratação de mais de uma carta de crédito, e esse grupo nos permite atender essa demanda, oferecendo uma carta com valores mais altos", diz o vice-presidente do Itaú Unibanco de Consórcios, Luis Matias.
O valor da carta é escolhido pelo cliente no momento do cadastro no grupo.
O banco pretende ter 800 adesões até o final deste mês.
Não é necessário ser correntista para participar do novo grupo, que terá 180 meses de duração, segundo o próprio banco.
O valor mínimo da parcela mensal, que dependerá da carta desejada pelo cliente, é de R$ 2.531,52.

TANQUE VAZIO


O álcool combustível ficou mais caro na primeira quinzena deste mês na cidade de São Paulo.
De acordo com o levantamento da Ticket Car, o preço médio praticado pelos postos de combustíveis subiu, em média, 8,1% nos primeiros 15 dias deste mês na comparação com igual período de junho, para R$ 1,86 o litro.
A gasolina, porém, não apresentou variação de preço no período, se mantendo a R$ 2,71 o litro.
O aumento do etanol, entretanto, é pontual, segundo Eduardo Lopes, da Ticket Car.
"Até o final da safra, que acaba em outubro, a tendência do preço é de queda, com pequenas oscilações", diz.
Para os veículos flex, abastecer com etanol ainda é vantagem, segundo Lopes.

com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e VITOR SION