sábado, fevereiro 19, 2011

WALCYR CARRASCO

Ditadura da chapinha
WALCYR CARRASCO
REVISTA VEJA - SP




O penteado é sagrado para as mulheres. Silvana é uma funcionária pública que trabalha no centro da cidade. Em um dia chuvoso, uma jornalista do departamento, negra, bonita e vaidosa, chegou arrasada. Anunciou aos prantos:

— Fui assaltada!

Segundo contou, o ladrão era um travesti. Quando ele a abordou, seguiu-se o diálogo:

— Passa o guarda-chuva!

— Está chovendo muito. Leva a minha carteira.

— Eu não estou de brincadeira. Dá logo esse guarda-chuva. Olha que tenho uma faca!

— Eu dou. Mas me dá uma carona até o final da passarela do Parque Dom Pedro? De lá em diante tem a cobertura das lojas. Assim não molho o meu cabelo.

O travesti agitou as madeixas tingidas.

— Esse horror? Meu cabelo loiríssimo é que precisa do guarda-chuva. Anda logo, senão eu te furo!

No emprego, com os cabelos encharcados, a garota não parava de chorar. Silvana se compadeceu:

— Eu compro uma sombrinha bem bonita para você.

As lágrimas aumentaram:

— Eu não preciso de guarda-chuva. Tenho seis! O problema é meu cabelo. Passei o sábado fazendo chapinha. A cabeleireira disse que eu tinha que ficar três dias sem molhar. E agora vou ter que fazer tudo de novo! Ai, meu Deus, tudo de novo!

E voltou a chorar copiosamente.

Homem não se preocupa em preservar o cabelo. Mulher é capaz de tudo para salvar o penteado. Descobri isso aos 14 anos. Estava em Marília, no clube, nadando com amigos. Cintia, a garota mais bonita da classe, tomava sol. Chamei:

— Vem nadar!

— Eu não quero molhar meu cabelo.

Achei uma completa bobagem. Charme de menina difícil! Hoje constato: Cintia era apenas precoce. Em fins de semana de trovoadas, os entregadores de pizza comemoram. Depois de passar a tarde na escova progressiva, a mulherada não quer se arriscar a sair. E pede pizza. Haja caixinhas!

Um amigo que gosta da noite me contou: em dia de chuva não se sabe se vai ter mulher nas baladas. As filas costumam ser do lado de fora. Só os homens se submetem. Dentro, vira um clube do Bolinha. Mas, se o tempo abre, as garotas chegam em manadas. Refugiam-se nos carros, esperando a chuva passar!

Após um evento em Nova York, certa vez uma amiga topou dividir o táxi com uma modelo. Mal se conheciam. De repente, a modelo arrancou a touca de sua cabeça.

— É só até o carro. Fiz escova progressiva!

As mulheres são capazes de tudo por um penteado. Em um salão sofisticado da cidade, havia uma cliente que sempre usava o truque. Dizia que ia pagar depois, esquecia... Até que resolveu fazer megahair. Nesse caso, o cabeleireiro costuma revender os cabelos, que são colados nos já existentes. Aumentam o volume e o comprimento. O serviço também costuma ser bem cobrado: são quatro ou cinco horas colando mecha a mecha. A conta deu quase 6.000 reais. A cliente tentou o golpe:

— Estou desprevenida. Pago depois.

Iniciou-se o bate-boca. Veio o segurança do shopping. Ela insistia no truque. O cabeleireiro agarrou suas madeixas e ameaçou:

— Eu tiro tudo. Mas o megahair você não leva. Ela pagou. Em dinheiro vivo!

Outra alisou, clareou e penteou. Valor: 800 reais. Ela revoltou-se:

— Pago só 200!

Briga daqui, briga dali, o dono do salão chamou a polícia. Saíram todos na viatura. Durante o depoimento, a cliente desmaiou. Foi levada às pressas para a Santa Casa, novamente na viatura. Depois de internada, deu o chapéu nos policiais. Ninguém sabe como fugiu. Deu o golpe do penteado. É verdade, está fichada. Mas loira e com chapinha!

MARIANA SANCHES


Em contexto: Quem educa melhor? Os pais ou o Estado?
MARIANA SANCHES
REVISTA ÉPOCA


Para enxergar além dos fatos


Todas as manhãs, as irmãs Vitória e Hannah Ferrara, de 11 e 9 anos, dedicam-se às práticas de tênis ou de natação, em Serra Negra, interior paulista, onde moram. À tarde, em vez de ir para a escola, as meninas ficam em casa. A mãe, Leila Brum, decidiu há três anos não fazer mais a matrícula das meninas e assumir totalmente a educação delas. Todas as tardes, Leila se desdobra entre os currículos de inglês, português, matemática, geografia etc. Tenta garantir que as crianças tenham, longe da sala de aula, formação educacional equivalente à escolar. "A família tem deixado cada vez mais a educação de seus filhos na mão do Estado, da escola. Eu não queria isso", diz Leila. "Eu me preparei intelectualmente e financeiramente para que pudesse deixar o trabalho e me dedicar somente à educação delas."

Leila e seu marido, o americano Philip Ferrara, são adeptos do homeschooling, um método de educação em que as crianças ficam em casa e os professores são, em geral, os próprios pais. A educação domiciliar é legal e permitida em dezenas de países. Nos Estados Unidos, onde é mais popular, havia cerca de 2 milhões de crianças estudando em casa, sob responsabilidade dos pais, em 2010. No Brasil, no entanto, a situação é diferente. "Em nosso contexto constitucional não existe nenhuma viabilidade legal para esse tipo de educação", diz Francisco Aparecido Cordão, presidente do Conselho Nacional de Educação, órgão ligado ao Ministério da Educação. Cordão lembra que a Constituição Federal estabelece que a educação é um "direito de todos e dever do Estado e da família" e que o Estatuto da Criança e do Adolescente determina que "os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino". Sem amparo legal para educar em casa, Leila e seu marido foram denunciados em outubro passado ao Conselho Tutelar. Terão agora de responder à Justiça pelo crime de abandono intelectual de seus filhos.

Leila e Philip Ferrara são apenas o caso mais recente de pais que entram em uma queda de braço com o Estado brasileiro pelo direito de determinar como será a educação de seus filhos. "Há no Brasil mais de uma centena de pais que decidiram educar seus filhos e hoje vivem na clandestinidade", diz Cleber Nunes, pai de Davi, de 17 anos, Jônatas, de 16, e Ana, de 3, todos educados em casa. Por ter tirado os dois filhos mais velhos da escola em 2005, Cleber foi condenado pela Justiça a pagar cerca de R$ 6 mil de multa e a rematricular os filhos. Ele não acatou as decisões judiciais. "A gente põe o filho na escola para ele aprender os conteúdos, se relacionar e se tornar cidadão", diz Cleber. "Mas o Estado não nos dá a garantia de que isso aconteça nas escolas, quase sempre ruins, que oferece. Não sei nem se meu filho vai sofrer bullying ali, se a professora vai ser capaz de dar atenção suficiente para tantas crianças ao mesmo tempo." Tão logo completem 18 anos, os filhos de Cleber se submeterão ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Bastará que eles tirem 400 pontos na prova e 500 pontos na redação para que recebam um certificado de conclusão do ensino médio equivalente ao de quem cursou escola regular. Ambos planejam entrar na faculdade.

Para dar apoio a quem quer trilhar o caminho da educação domiciliar, Cleber criou a Aliança Nacional para Proteção à Liberdade de Instruir e Aprender (Anplia) e pretende filmar, ainda neste ano, um documentário sobre o cotidiano das famílias que optaram por educar os filhos em casa. A iniciativa de Cleber fez com que ele recebesse dezenas de e-mails de pais interessados em adotar educação domiciliar. Ele diz que sua ideia não é fazer propaganda do método, apenas defender o direito dos pais de decidir como educar. "Não posso aceitar que o Estado entre na minha casa para me dizer o que é melhor para o meu filho", diz Cleber.

MANOEL CARLOS

Pais & Filhos
MANOEL CARLOS

REVISTA VEJA - RJ
Quando temos filhos, um dos nossos mais importantes projetos, como pais, é acompanhar o desenvolvimento deles, sem perder um único momento de suas vidas, por mais banal que esse momento pareça aos olhos dos outros: o primeiro dente, os primeiros passos, as primeiras palavras, a primeira papinha, o primeiro tombo... Registramos os pequenos acontecimentos com a importância que o nosso grande amor confere a essas crianças que nos dão continuidade. A continuidade do nosso nome e do nosso sangue. Então, indiferentes aos lucros e perdas da herança genética, esses pequenos progressos nos encantam e nos fazem rir até chorar. Era esse o tema, digamos assim, que ocupava a nossa habitual roda de conversa, na semana passada, no Café Severino.
— Eu, por exemplo, sempre anotei em diários e agendas a evolução de cada um dos meus filhos. E hoje, quando eles deparam com esses registros, se divertem e se emocionam.
Todos palpitaram, sendo que o Norberto, como sempre, acrescentou uma pitada de filosofia popular:
— Pois é, a vida é feita de grandes e pequenos acontecimentos, e os pequenos, muitas vezes, são os mais lembrados. Afinal, como disse alguém de quem não recordo o nome, não se constrói uma catedral sem antes colocar uma primeira pedra.
Experimentávamos, com deleite, um cabernet sauvignon que o Hélio trouxera de Santa Catarina.
— Trouxe uma garrafa para o Renato Machado — disse ele. — É o vinho de São Joaquim, cidade onde eu nasci.
— Depois nos diga o que ele achou.
E voltamos ao tema do dia, eu com a palavra:
— Como esquecer, por exemplo, o primeiro dia de aula da minha filha Júlia? Ela tinha 3 anos, e eu e minha mulher fomos levá-la até a entrada da escola. Estávamos certos de que ela faria uma cena para não entrar. Mas ela simplesmente foi caminhando pela mão da professora, percorrendo um longo corredor, voltando-se apenas para nos acenar, sorrindo, antes de desaparecer.
— Uma criança de 3 anos, assim, tão confiante e segura, é um presente dos céus — acrescentou o Norberto.
— É verdade — continuei eu. — Nós nos orgulhamos de tanta independência, mas me lembro que também ficamos um pouco desapontados. Depois desse episódio, por mais lembranças fortes que eu acumule, a imagem da minha filha de 3 anos caminhando ao lado da professora está sempre presente na minha memória.
Foi aí que o nosso amigo Deodato, o Deo, até então calado, entrou na conversa:
— Se assim nos comportamos com os filhos, desde que nascem e por todo o período de crescimento, procurando não perder nada do progresso que fazem, seria natural que eles também pensassem em não perder nada das nossas vidas, quando envelhecemos. Não acham?
Concordamos, claro, mas um pouco surpresos com o tom de desabafo do nosso amigo, pai de uma jovem de 22 anos, a bela Silvinha. E ele arrematou:
— Minha filha chega em casa e dá bom-dia, boa-tarde ou boa-noite, sem nem olhar na minha cara. Sempre com o celular na mão, mandando e recebendo mensagens, rindo do que lê e do que escreve aos amigos. Depois deixa o celular e vai para o computador. Acho mesmo que, se eu pintasse o meu cabelo de verde, ela nem perceberia.
Rimos, embora sentindo que ele não falava para ser engraçado, mas para mostrar que estava magoado. Antes que o encontro enveredasse pela amargura, o Norberto entrou com sua habitual tirada filosófica, desanuviando:
— Deixa pra lá. Os jovens estão vivendo em tribos que se comunicam através das redes sociais, tal como os índios se comunicavam através dos sinais de fumaça. A internet é a fogueira. Serve para aquecer o convívio virtual.
E o Deo, inconformado:
— E queimar o convívio real.

SONIA RACY - DIRETO DA FONTE

Tique-taque
SONIA RACY

O ESTADO DE SÃO PAULO - 19/02/11

O imbróglio em relação ao relógio do Itaú parece não ter hora para acabar. Kassab, defensor do Cidade Limpa, pediu formalmente sua retirada do topo do Conjunto Nacional.
O Condephaat, por sua vez, entende que o objeto faz parte do patrimônio histórico da cidade. E os condôminos estão em polvorosa porque a retirada doerá no bolso. O prédio recebe mensalmente pagamento pelo uso do espaço.
Querido diário
Edemar Cid Ferreira conseguiu determinação do juiz Regis Rodrigues Bonvicino. E terá de volta seus documentos pessoais e computadores levados de sua casa após ordem de despejo.
E mais. Vânio Aguiar, administrador da massa falida do Banco Santos, terá que apresentar relatório de tudo o que aconteceu dentro da mansão de 20 de janeiro até hoje. E prestará contas semanais.
Diário 2
Rubens Decoussau Tilkian, advogado de Edemar, pedirá perícia para checar eventual quebra de sigilo das máquinas. O juiz quer a volta da climatização e da segurança do imóvel para preservar obras de arte.
Alta de preços
Ontem, em conversa com Andrea Calabi - responsável pela sua indicação para o BB no governo FHC - Rossano Maranhão, explicitou preocupação com os sinais de retomada da inflação. Mas deixou claro ao secretário da Fazenda paulista que a atual equipe do BC conhece os caminhos do que fazer.
Sobre sua indicação para Secretaria da Aviação Civil do governo Dilma, nenhuma só palavra. Sabe-se, no entanto, que foi o PT que derrubou o hoje presidente do Banco Safra da sua cadeira do BB. O técnico, por sua vez, tirou muitos petistas do banco. Dentre eles, um dos aloprados.[17 E 18/12]
Happy, happy
Não se sabe se Sadia e Perdigão vão preparar algum bolo para comemorar os dois anos de espera no Cade. No dia 18 de maio de 2009, entregaram a papelada da criação da BR Foods para análise no órgão. Que está sem quórum para votar a fusão.
Rei é rei
Kate Moss pediu para trocar o ícone do futebol que seria clicado ao seu lado no especial que Mario Testino monta para a Vogue Brasil. A produção sugeriu Ronaldinho Gaúcho, mas ela pediu... Pelé.
Rei 2
A top soube que o "rei" havia dito sim quando estava ao lado de outro mito, Oscar Niemeyer. E deu três pulinhos de alegria.
Telona
Sopram os ventos que o roteiro do filme sobre Leandro e Leonardo será de... Glória Perez. Na direção? Diogo Boni.
Na frente
Flávia Ribeiro de Castro lança Flores do Cárcere, terça, na Livraria da Vila da Fradique.
Fafá de Belém ataca de DJ, domingo, no Glória. Com o quinteto 5 a Seco.
A Galeria Luisa Strina abre hoje a exposição Fair Trade, de Alexandre da Cunha.
Guilherme Corrêa, bicampeão brasileiro do concurso de sommeliers, está no júri do Argentina Wine Awards. De 21 a 25 de fevereiro, em Mendoza.
O Insper - Instituto de Ensino e Pesquisa é que inaugura duas salas de aula batizadas de Sebastião Camargo e Amador Aguiar.
Cabala feminista
De passagem pelo Kabbalah Centre, em São Paulo, para realizar palestra na segunda, a americana Karen Berg - cofundadora do centro - conversou com a coluna.
Em que o Kabbalah Centre difere de outros?
Queremos que pessoas se encontrem e tenham a consciência do diferente. E temos tecnologia para isso. Nossos professores são treinados para trazer à tona valores da humanidade.
Como a senhora recebe as críticas de que o centro é muito badalado e frequentado por celebridades, como Madonna?
Quanto mais crescemos, mais somos criticados. Isso é típico quando se faz sucesso. Quem quiser checar as críticas, que venha ao centro, um lugar de portas abertas. Apesar de a Madonna ter um papel importante na disseminação do nome do centro, aqui dentro ela não é uma celebridade, é como qualquer outra pessoa.
O Brasil acaba de eleger uma mulher presidente. Qual é a importância da mulher na história da cabala?
Desde que a humanidade existe, a mulher tem papel preponderante. Principalmente em momentos de revoluções, de viradas.
Exemplo?
Esther, jovem judia que se tornou a rainha da Pérsia, segundo o antigo testamento da Bíblia. Na teoria cabalística, a energia feminina tem um papel receptor. Ou seja, captamos a energia dos homens e passamos adiante. Não é à toa que somos nós quem damos à luz. A mulher é sinônimo de iluminação e poder. / MARILIA NEUSTEIN 

GOSTOSA

MÔNICA BERGAMO

CAFÉ AMARGO
MÔNICA BERGAMO
FOLHA DE SÃO PAULO - 19/02/11

A dona do imóvel onde Romário tinha o bar Café do Gol, no Rio, está cobrando R$ 4,8 milhões de IPTUs atrasados. Seus advogados estudam pedir falência da empresa do craque, ré no processo e atualmente inativa, para enquadrar a pessoa física do atacante. As contas da firma foram penhoradas, mas não havia saldo. E a empresa foi multada porque a Justiça entendeu que Romário estava atrasando propositalmente o pagamento.

COM OS RUSSOS
O advogado de Romário, Norval Valério, contesta o valor da dívida. Diz que o jogador alugou o imóvel concordando em pagar R$ 3.000 de IPTU. Tempos depois, a prefeitura reajustou para R$ 15 mil. Afirma que Romário e a proprietária fizeram um acordo para que ela negociasse o valor com a administração. O compromisso não teria sido cumprido, e a dívida, cobrada do Baixinho.

NOMEAÇÃO
A ministra Ana de Hollanda (Cultura) indicará Vera Zaverucha para a quarta vaga na direção da Ancine.

MULHER NAS ALTURAS
A Aeronáutica fez um levantamento do número de mulheres que integram a corporação. Elas são 10% de um total de 74,5 mil militares.

CHAPA ÚNICA
O empresário Marcos Arbaitman concorrerá à reeleição na associação de moradores AME Jardins. João Doria será o vice.

SONHO MEU
Um psiquiatra de SP vai viajar para a Europa como o agente 007 no filme "Cassino Royale", acompanhado de "Bond girls" em carrões do espião britânico. Ele venceu uma promoção da grife Gant, em que as pessoas poderiam realizar um sonho de até R$ 50 mil. Quis ser James Bond por uma semana.

"RICARDO TEIXEIRA SEMPRE FOI
INCRÍVEL COMIGO"

Ronaldo apressa o passo, cercado por seguranças e fotógrafos, em direção à Pajero que o espera na saída da inauguração da filial paulistana da Bodytech. Ele é sócio da academia com Alexandre Accioly, João Paulo Diniz e Bernardinho. No caminho, conversa com a coluna:

Folha - Você esteve com o Ricardo Teixeira [presidente da CBF] num evento nesta semana. Como foi o encontro?
Ronaldo - Foi legal.

Você é um dos poucos que já teve coragem de criticá-lo (Ronaldo disse em 2009 que Teixeira tem "duplo caráter"). Ele melhorou?
Ele sempre foi um cara incrível comigo.

Ele te deu algum conselho sobre a sua nova fase de vida?
Ele sempre foi um grande amigo.

O Fenômeno chega ao shopping Granja Vianna, em Cotia (a 30 km de SP), às 20h33, e segue para o mezanino da academia, acompanhado do amigo e sócio na empresa 9ine de marketing esportivo, Marcus Buaiz. "As menores [academias] são mais charmosas", diz para João Paulo sobre o espaço de 1.600 m2. Na sequência, brinca com Abilio Diniz, dono do grupo Pão de Açúcar: "Tô aposentado, descansando".

Dez minutos após sua chegada, o Fenômeno e seus sócios se dirigem à porta para uma foto oficial. Terminada a tarefa, ele avisa Accioly: "Vou vazar em cinco minutos". "Vamos lá para casa. Os caras vão", diz para o amigo Álvaro Garnero. Mais tarde, ele receberia convidados para um jantar em torno do lutador Anderson Silva, seu agenciado na 9ine.

"O Ronaldo é meu sócio mais antigo. É parceiro, pragmático, tá sempre de cara boa. Os futuros sócios dele terão o privilégio de ter alguém tão bom numa sala de reunião, fazendo planejamento estratégico, quanto ele era no campo", diz Accioly. "Como empresário, o Ronaldo tem muito bom senso. Já é meio caminho andado", afirma Diniz.

Às 20h48 o Fenômeno "vaza" na Pajero preta.

CURTO-CIRCUITO

A "Monolito", revista monográfica de arquitetura editada por Fernando Serapião, será lançada na segunda, das 19h às 22h, na Cinemateca.

A dupla Brothers of Brazil, de Supla e João Suplicy, tocará uma música com Bebe Buell amanhã na Don Hill's, em Nova York.

Lorena Calábria é a nova apresentadora do programa "Rádio Café", da Oi FM-SP.

O seminário da Escola Latino-Americana de Verão de Epilepsia começa amanhã no hotel Santa Mônica, em Guarulhos (SP).

com DIÓGENES CAMPANHA, LÍGIA MESQUITA e THAIS BILENKY

AUGUSTO NUNES

O governo e o Congresso tentam constranger o STF com a absolvição simbólica dos mensaleiros
AUGUSTO NUNES
VEJA ONLINE

Vista de longe, a ascensão do deputado João Paulo Cunha à presidência da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara parece uma patifaria a mais na rotina de obscenidades que transformou o Congresso numa Casa do Espanto. Se um José Sarney preside o Senado, se reuniões de líderes frequentemente lembram rodas de conversa em pátio do presídio, se o corregedor da Câmara chegou ao posto por ter sido o melhor aluno do professor de bandalheiras Severino Cavalcanti, não há nada de espantoso na entrega do comando da mais importante comissão a um parlamentar acusado de corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro no processo sobre o mensalão que corre no Supremo Tribunal Federal.

Sim a escolha feita pela bancada do PT não surpreendeu ninguém: essa gente não não desperdiça chances de debochar dos brasileiros honestos. Mas a exumação festiva do presidente da Câmara do Mensalão não foi um ultraje qualquer, alerta a contemplação menos ligeira do episódio. Associada a meia dúzia de infâmias recentes, a afronta atesta que está na fase dos arremates a ofensiva, concebida em parceria pelo governo e pelo Congresso, destinada a constranger o STF e livrar do merecidíssimo castigo a quadrilha que protagonizou o maior escândalo da história da República.

Em 17 de julho de 2005, depois de 40 dias de sumiço e mudez impostos pelo dilúvio de revelações desencadeado pelo deputado Roberto Jefferson, Lula recuperou a voz em Paris para explicar que onde todos viam uma roubalheira de dimensões amazônicas ele só conseguia enxergar um caso de caixa 2. Em agosto, num pronunciamento transmitido pela TV, o presidente ainda na defensiva declarou-se “traído” sabe-se lá por quem, reconheceu que o PT cometera “erros” e recomendou ao partido que pedisse desculpas ao país.

Mudou abruptamente de rumo em janeiro de 2010. “O mensalão não existiu”, decidiu a metamorfose ambulante. Como é que é?, deveriam ter berrado em coro milhões de brasileiros estarrecidos com o colosso de provas e evidências expostas nas conclusões da CPI dos Correios, na denúncia encaminhada ao STF pelo procurador-geral da República Antonio Fernando Souza e no processo conduzido pelo ministro Joaquim Barbosa. Num país menos surreal, o assassino da verdade seria alvejado por pilhas de depoimentos e malas abarrotadas de dinheiro. Aqui, a frase virou manchete.

(Abro um parêntese para registrar que o azar de Al Capone foi ter nascido um século mais cedo e no lugar errado. Caso agisse no Brasil deste começo de milênio, poderia afirmar sem medo de réplicas que a máfia só existiu na cabeça de um bandido chamado Elliot Ness, e garantir que trata o Fisco com tamanho respeito que acabou de ser convidado para cuidar das declarações de renda das carmelitas descalças. Terminaria a entrevista como forte candidato a acumular a superintendência da Receita Federal com a chefia Casa Civil. Fecho o parêntese).

A frase de Lula, sabe-se agora, foi a senha para o início da operação destinada a premiar os pecadores com absolvições simbólicas antes que o bando dos 40 fosse julgado pela última instância do Judiciário. No banco dos réus, estariam bons companheiros inocentados pelo Executivo e pelo Legislativo. “O mensalão não existiu”, repetiram Dilma Rousseff, José Sarney e Marco Maia até que o mantra se transformasse em síntese da versão partilhada pelos dois poderes. Se o mensalão não existiu, não houve crimes. Se não houve crimes, não há criminosos a punir. Há injustiças a reparar e injustiçados a redimir. Como João Paulo Cunha.

ESPERTEZA PERIGOSA
É ele o terceiro da lista que começou com José Dirceu, prosseguiu com José Genoíno e será completada por Delúbio Soares e Sílvio Pereira. Dirceu recuperou o direito de entrar no Planalto pela porta da frente e foi incorporado à coordenação da campanha de Dilma Rousseff. Rebaixado pelas urnas a suplente de deputado federal, Genoíno foi convidado pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, para servir ao país como assessor especial. No processo que o STF promete julgar ainda neste ano, Dirceu se destaca como “chefe da organização criminosa sofisticada” e Genoíno, então presidente do PT, capricha no papel de gerente da fábrica de dinheiro sujo.

Ambos acusados de formação de quadrilha e corrupção ativa, um já virou conselheiro da presidente e outro logo estará aconselhando o ministro que, envergando uma toga, presidiu o Supremo nos piores momentos do escândalo. Falta agora reconduzir Delúbio e Silvinho à direção do PT. Consumada a reabilitação da dupla, os cinco oficiais graduados do bando dos 40 poderão sentar-se no banco dos réus exibindo na lapela o crachá com a inscrição “inocente”.

“Não há pena definitiva ou perpétua”, declamou nesta semana o deputado Marco Maia. “O Delúbio, como outros dirigentes do partido, já pagaram uma pena altíssima pelas atitudes que tiveram”, prosseguiu o assassino da verdade e da gramática. “Precisamos dar oportunidade ao Delúbio ou a qualquer outro que tenha passado por essa situação a reconstruir sua vida política”. Uma pausa ligeira e, de novo, o mantra: ” Tenho dito em todos os momentos que essa questão de mensalão não existiu”.

Se tudo não passou de miragem, Delúbio nem precisa ser julgado por formação de quadrilha e corrupção ativa. E Sílvio Pereira merece reaparecer nas seções de polícia dos jornais como vítima de um grave erro judicial. Também enquadrado por formação de quadrilha, resolveu confessar as bandidagens cometidas em troca de uma pena mais branda: 750 horas de trabalho comunitário na subprefeitura do Butantã. Se o mensação foi inventado pela imprensa, pela oposição ou pela elite golpista, recolocá-lo na secretaria-geral do PT é pouco. Silvinho decerto se declarou culpado por não resistir a torturas. Deve exigir do governo uma indenização maior que as boladas das malas pretas de Marcos Valério.

Confiantes na exasperante lentidão da Justiça e na amnésia endêmica do país, os comandantes da ofensiva contra o Estado Democrático de Direito apostam na prescrição dos prazos e na discurseira sobre “falta de provas”. Acham que o processo dará em nada. Acham, sobretudo, que já não há juízes no Brasil. Enganam-se. Lula e seus generais podem aprender tarde demais que a esperteza, quando é muita, fica grande e come o dono.

A maioria dos ministros sabe que, se o STF absolver os quadrilheiros, estará avalizando a falácia segundo a qual o mensalão não existiu. E o Judiciário deixará de existir como poder independente.

RUY CASTRO

Fantasmas no Facebook
RUY CASTRO
FOLHA DE SÃO PAULO - 19/02/11

RIO DE JANEIRO - Como todo mundo, passo o dia recebendo mensagens estapafúrdias por e-mail. Mas uma, que chegou há pouco, me deixou particularmente intrigado. Intitulava-se "Um convite especial" e, incluindo as batatadas e exclamações, dizia o seguinte:
"Olá, Ruy. Criei um perfil no Facebook com minhas fotos, vídeos e eventos [sic] e quero adicionar-lhe [sic] aos amigos para que você possa ver meu perfil. Primeiro, você precisa cadastrar-se no Facebook! Uma vez cadastrado, você também poderá criar o seu próprio perfil! Obrigada. Dick". E a informação: "Dick Farney tem 2 amigos".
Dick Farney. Seria o cantor, o fabuloso intérprete de "Copacabana", "Não Tem Solução" e "Alguém Como Tu"? O pianista de jazz, especialista em "Tenderly" e "The Lady is a Tramp"? O homem que tantos estimavam como pessoa e muitos mais admiravam como artista? Um retratinho 3x4 na mensagem não deixa dúvida: é Dick, sim. Lá está ele na foto, com seu sorriso bonito e classudo. Mas há algo errado na história: Dick Farney morreu em 1987, em São Paulo, aos 65 anos.
Quando Dick morreu, não existiam o Facebook, o Orkut, o Twitter, a internet, o celular e acho que nem o próprio fax. As pessoas morriam e continuavam mortas. Não reencarnavam nas "redes sociais" implorando amigos, como se fossem ectoplasmas abandonados e carentes. Mesmo porque Dick Farney não precisa disso para ganhar amigos -qualquer um que o escute cantar, em disco ou em MP3, toma-se de imediato amor por sua voz, dizia-se, "de travesseiro".
E que triste que, por esses novos meios, o fantasma que se faz passar por Dick tenha "adicionado" apenas dois amigos. Culpa, talvez, do próprio fantasma, que se assina "Dick", mas se despede dizendo, "Obrigada" -será uma mulher?
Amo Dick Farney, mas estou fora. Não frequento "redes sociais" que têm fantasmas como sócios.

CALDO DE BATATA

RUTH DE AQUINO

A outra Martha Rocha

RUTH DE AQUINO


REVISTA ÉPOCA
Época
RUTH DE AQUINO
é diretora da sucursal de ÉPOCA no Rio de Janeiro
raquino@edglobo.com.br
Ela tem o mesmo nome da loura que, em 1954, perdeu o título de Miss Universo por ter duas polegadas a mais nos quadris. As semelhanças param aí. A nova chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Martha Rocha, aos 51 anos, é “cheinha” – como ela diz. Com 1,52 metro de altura, não dispensa jamais os saltos altos e finos que às vezes a desequilibram. Ao lado dos quatro seguranças corpulentos que passaram a acompanhá-la à igreja e ao hortifrúti, Martha dá impressão física de fragilidade. Para quem a conhece desde os primeiros tempos de delegada, a fama é outra. Está mais para “Rocha” do que Martha.
Vai comandar 12 mil policiais. Tentará moralizar uma instituição dividida e sem credibilidade. Dos últimos chefes da Polícia Civil no Rio, três saíram acusados de crimes pesados – corrupção é o mais leve deles (leia mais). Existem alguns símbolos na escolha de seu nome para fazer a enésima faxina na polícia do Rio. Além de ser a primeira mulher a ocupar o cargo, sua biografia e sua fé não parecem comportar tolerância a desvios de conduta.
Encontrei-a no gabinete invadido pelo cheiro adocicado de flores enviadas em sua homenagem. Martha acabara de comprar em Ipanema um vestido e um par de sapatos para a cerimônia de posse. Esperava a manicure. Dito assim, pode parecer que a nova chefe da Polícia Civil é vaidosa. Não é verdade. A maquiagem é leve. “Sou uma pessoa básica, posso dizer isso?” Seu adereço essencial é um pingente de Nossa Senhora da Conceição, de quem se diz devota. “Ela representa a Anunciação, era a que vinha à frente, protegendo os outros”, diz.
Martha não tem nada dos pavões que a antecederam. É um trator. Mas trator de saia. Não usa calças compridas. “De vestido, fico mais bonitinha.” Conta que dorme no máximo seis horas por dia, não casou nem teve filhos. Diz não acreditar em horóscopo, mas já fez mapa astral. “Sou taurina mesmo; leal, pragmática.” Sua mensagem é “competência, qualificação e ética, no sentido amplo, de respeito à população que precisa encontrar nas delegacias um atendimento humanizado”. É possessiva: “Agora, são meus policiais”.
Pressionada a dar um recado à tropa, afirmou: “Eles vão ver a chefe muito mais do que imaginam. Sempre valorizei o trabalho de ponta na delegacia. Não serei chefe de gabinete, mas de campo. Como não gosto de dormir muito, quem sabe em alguma noite insone eu não chego de surpresa numa delegacia. Policiais e delegados têm de ser educados, barbeados, honestos, eficientes e gentis”.
Quem conhece a nova chefe da Polícia Civil do Rio diz que sua fama está mais para “Rocha” do que Martha
Não adianta perguntar a Martha o que ela acha do corporativismo na Polícia Civil. Um corporativismo que permite a um delegado ter carros importados e apartamentos milionários sem ser denunciado. É inútil perguntar a ela sobre a imagem esfacelada da instituição e os eternos crimes dos policiais. Caça-níquel, jogo do bicho, venda de armas e informações a traficantes, ligações com a milícia. Sua resposta é sempre um sorriso. “Crise não faz parte de meu vocabulário. A Polícia Civil terá apenas uma equipe, não haverá divisão. Não haverá jogo de vaidade porque a chefe não é vaidosa”, diz.
A tranquilidade de Martha diante do desafio e do risco parece artificial. Pergunto se toma calmante à noite. Diz que não. Filha de portugueses, é vascaína, mas só por origem. Sua última recordação do time é o Roberto Dinamite. O pai era dono de padaria no subúrbio da Penha. Foi professora primária e fez concurso para delegada em 1990. Teve dúvidas, mas o pai, “feminista sem saber”, disse: “Por que não?”. Martha conta que vai à missa todo domingo na Igreja de Bom Jesus do Calvário, no bairro da Tijuca, onde mora.
Quando o secretário de Segurança Beltrame comunicou a ela a escolha, Martha diz ter tido um momento de contrição, alguns segundos em que se abstraiu de tudo. Fez três pedidos: primeiro, um copo d’água. Água é seu maior vício. Ligou então para a mãe e para o antecessor, Allan Turnowski. Ao ser sondada, dissera a Beltrame: “Sei que você vai decidir o melhor para a Polícia Civil, e Nossa Senhora vai decidir o melhor para mim”. Talvez venha dessa fé a rocha de Martha.

RENATA LO PRETE - PAINEL DA FOLHA

Às escuras
RENATA LO PRETE

FOLHA DE SÃO PAULO - 19/02/11 

Enquanto Dilma Rousseff manifesta o desejo de reforçar a fiscalização preventiva nas linhas de transmissão do país para evitar novos apagões, adormece no Planejamento um pedido da Agência Nacional de Energia Elétrica para nomeação de 76 especialistas em regulação de serviços aprovados em concurso.
A solicitação para reforço do quadro, hoje com 240 agentes em todo o país, foi feita pela primeira vez em novembro passado e reiterada em janeiro. Com o anunciado corte de R$ 50 bilhões no Orçamento, a ministra Miriam Belchior analisa individualmente os casos de concursados para estabelecer os critérios de contratações. Não há, contudo, prazo para liberá-las.


A cizânia 1 O PT trabalha para matar no nascedouro a aproximação entre centrais sindicais e oposição, ensaiada quando da votação, na Câmara, do derrotado salário mínimo de R$ 560. 

A cizânia 2 Os petistas lembram aos sindicalistas que, se vingar a ideia das oposições de derrubar a fixação do mínimo por decreto, nada garante que a política para o reajuste, segundo a qual o valor será elevado, em 2012, para algo em torno de R$ 613, permaneça em pé. 

Calculadora 1 O PMDB do Senado pode não dar todos os seus votos para o governo, como fez o da Câmara, mas tudo indica que as defecções serão poucas. Waldemir Moka (MS), que muitos consideravam incógnita, afirmou ontem que votará "como o partido decidir". Ou seja, a favor dos R$ 545. 

Calculadora 2 E Pedro Simon (PMDB-RS), antes considerado voto certo por um mínimo mais elevado, fez chegar ao líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), que ainda avalia como votar na quarta. 

Avermelhados No embalo dos protestos contra o apoio do PC do B ao salário mínimo de R$ 545, militantes do partido e da Central dos Trabalhadores do Brasil anunciaram sua desfiliação pelo portal de notícias mantido pelos comunistas. 

Eu não O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, nega ter oferecido a Gilberto Kassab (DEM), que negocia sua transferência para o PSB, controle total sobre o diretório paulistano e 50% do estadual.

Curto-circuito Vereadores e deputados petistas invadirão hoje a reunião do diretório paulista com um único objetivo: demover a cúpula partidária de qualquer gesto de aproximação com Kassab. Avaliam que uma eventual aliança com o prefeito fragilizaria precocemente o projeto eleitoral do partido para 2012 na capital. 

Comitê Sérgio Guerra (PE) recebeu seis senadores e 27 deputados tucanos em seu apartamento. A despeito da crise gerada com José Serra pela moção de apoio que obteve da bancada federal, disse que está "totalmente no páreo" por um novo mandato na presidência do PSDB. 

Locomotiva Depois de cumprir quarentena, o ex-governador Alberto Goldman reapareceu anteontem na reunião da Executiva do PSDB-SP e pediu combate ao que chamou de sentimento "antipaulista" no partido. Insistiu na tese de que São Paulo é o "pilar do PSDB". 

Varejo Antes de abraçar um nome de sua confiança para a direção do PSDB paulistano, Geraldo Alckmin determinou a seus aliados que trabalhem para aumentar a representação alckmista entre os membros do diretório a partir das convenções zonais que precedem a eleição. 

Anabolizante Opção do DEM para a eleição paulistana em 2012, Guilherme Afif consolida o status de supersecretário. O programa estadual de desburocratização acaba de migrar da Secretaria de Relações do Trabalho para o Desenvolvimento, pasta dirigida pelo vice-governador. Afif deve ainda encampar a chefia da Nossa Caixa Desenvolvimento. 
com LETÍCIA SANDER e FABIO ZAMBELI

tiroteio

"Aécio, que governou Minas com lei delegada, subjugando a Assembleia, acusa Dilma de autoritarismo. O que é isso, companheiro?"
DO MINISTRO DAS COMUNICAÇÕES, PAULO BERNARDO (PT), sobre crítica do senador tucano ao fato de que o salário mínimo passará a ser reajustado por decreto; Paulo Bernardo lembra ainda que, há anos, a correção das aposentadorias é definida por portaria da Previdência.

Contraponto

Sessão de acupuntura 

Na antessala do evento em que Ronaldo foi anunciado como novo integrante do comitê paulista para Copa-2014, o secretário particular Fábio Lepique mostrava a Geraldo Alckmin como pôr a medalha no peito do Fenômeno. Corintiano, pediu ao governador, santista, que relevasse os dois gols de Ronaldo no Santos na final do estadual de 2009. O ex-jogador aproveitou o embalo:
-É, governador, vê se não vai me espetar...

GOSTOSA

ANCELMO GÓIS

DOSE DUPLA 
ANCELMO GÓIS
O GLOBO - 19/02/11

Lula saiu da temporada carioca animado com o que ouviu de intelectuais e do amigo Sérgio Cabral.
Continua resistindo à criação de um instituto com seu nome, como fazem ex-presidentes mundo afora.

MAS... 
Nas conversas, a ideia evoluiu para a criação de dois projetos ligados a seu nome.
Um seria o Memorial da Democracia, em São Paulo. Outro, o Instituto de Políticas Públicas, no Rio.

DOAÇÃO... 
O Instituto de Políticas Públicas pode ficar mesmo no palacete que pertenceu à família Guinle Paula Machado, em Botafogo.
A ideia é que o imóvel, avaliado em uns R$ 10 milhões, seja doado por empresários e não comprado diretamente pela prefeitura.

SAPUCAÍ COLORIDA 
O “M” desenhado por Oscar Niemeyer no fim Passarela do Samba ganhará iluminação especial da Prefeitura do Rio para os desfiles de 2011.
O símbolo, um dos cartões-postais do carnaval, ficará das cores da escola que estiver na avenida.

MUSEU DE SANT’ANA 
A mecena das artes Angela Gutierrez, cansada de tourear com a burocracia do Iphan em Minas, deve desistir de criar o Museu de Sant’Ana, na antiga Cadeia Pública de Tiradentes.
O museu abrigaria 270 imagens da santa, esculpidas entre os séculos 17 e 20.

FUNDO DE QUINTAL 
O grupo Fundo de Quintal, que completou 33 anos em janeiro, voltará a estúdio, depois de cinco anos, para gravar o CD de sambas inéditos Nossa verdade.
O novo disco vai sair pela Biscoito Fino.

DILMA É “MAIS VOCÊ” 
Dilma vai participar, no Dia Internacional da Mulher, 8 de março, do programa Mais Você, de Ana Maria Braga, na TV Globo.
São duas vencedoras da luta contra o câncer e se aproximaram por isto.

ELE É O CARA 
As merecidas homenagens a Ronaldo em sua decisão de se aposentar dos campos deixaram mais tranquila gente próxima ao Fenômeno.
O temor, provavelmente infundado, era que, com a decisão, Ronaldo perdesse alguns contratos de publicidade.

ALIÁS... 
Ronaldo, até mês passado, pretendia esperar o fim do Campeonato Paulista para pendurar as chuteiras.
Terminou antecipando.

TEMPLO DAS CANÇÕES 
Elymar Santos, o cantor que alugou o Canecão para seu primeiro grande show, há 26 anos, também tem sugestão de nome para a casa de espetáculos, que a UFRJ, dona do imóvel, planeja reabrir: Templo das Canções.

SOLAR DA MÚSICA...
Já Sérgio Cabral, pai, prefere Solar da Música.
O mestre se inspirou na sugestão de Ruy Castro (Solar), para lembrar o velho Solar da Fossa, que existiu nas redondezas.

FONTE DA SAUDADE
Um grupo de moradores da Fonte da Saudade, no Rio, entre eles Ziraldo, prepara uma vigília para tentar impedir a demolição de dois imóveis na Rua Carvalho Azevedo (números 60 e 72), onde se planeja erguer um prédio.

JOSÉ SIMÃO

Ueba! Chegou a Transexual Surda!
JOSÉ SIMÃO
FOLHA DE SÃO PAULO - 19/02/11

Tensão no mundo árabe: Egito, Iêmen, Líbia, Bahrein. Falta pouco pra chegar na 25 de Março!


BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! E olha o anúncio da "Tribuna de Santos": "Natalia, transexual surda". Cortou o som também? Cadê o pingolim que tava aqui? HEIN? Rarará. Programa sem áudio!
Tensão no mundo árabe: Egito, Iêmen, Líbia, Bahrein. Falta pouco pra chegar na 25 de Março!
E mais uma do Sensacionalista: "Elefante alega hipotireoidismo e se aposenta do circo". Ih, esqueci que não pode mais fazer piada com o Ronaldo gordo, me acusam de bullying! Rarará!
E mais essa: "Para evitar intermediários, Nem da Rocinha é o novo chefe da polícia do Rio". Rarará! Diz que os bandidos têm que trabalhar em dobro. Pra pagar os policiais corruptos e pra tirar o lucro!
E desde quando o Sarney sofre de HIPERNEPOTISMO? Desde 1500! Pegou do Cabral! Mas eu tenho uma foto de dois meninos fantasiados de múmias. Devem ser os bisnetinhos do Sarney. As Muminhas. Tem Sarney até 2060!
E esse Carnaval que não chega? Pensamento pré-carnavalesco: se a Gretchen soltar um pum num saco de confete, é carnaval o ano inteiro! Então o que ela tá esperando?! Rarará!
Tô adorando os blocos de 2011. Direto do Recife, o bloco dos psicanalistas: Nem Freud Nem Sai de Cima! E direto de Mossoró, no Rio Grande do Norte, umas coroas fizeram um bloco da terceira idade: As Fiscais do Sarney. Rarará! E direto de São Luís do Maranhão: Chupa Mas Não Morde.
Eu recebi a foto do bloco com uma agência do Bradesco atrás. Porque toda foto que a gente tira no Brasil tem uma agência do Bradesco?!
E São Paulo? Chove tanto em São Paulo que um amigo meu foi transar com a namorada e ela estava MOFADA! Rarará!
O Brasileiro é Cordial! E essa seguidora do Gervásio: "Se eu pegar o deputado petista cabrunco que votou no mínimo de R$ 545, vou fazer ele beijar de língua a Erenice Guerra até ela se convencer que é a Gisele Bündchen e gritar: "Vai com tudo, Brad Pitt". Conto com todos. Assinado: DILMA". Rarará. Ela é a nossa Gervásia! Rarará.
E a polícia de São Paulo é polícia de ditador árabe? Dá cacetada e joga bomba de gás em manifestante! A situação está uma goma arábica! Rarará.
Nóis sofre mas nóis goza.
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

GOSTOSA

GUILHERME FIUZA

Dilma no país das maravilhas
GUILHERME FIUZA
O GLOBO - 19/02/11
A "presidenta" assumiu e sumiu. Ninguém sente falta
Os brasileiros estão encantados com as manifestações de rua no Egito. Nem bem Dilma Rousseff assumiu a Presidência, Hosni Mubarak tomou conta das manchetes. Deve ser difícil viver num país cheio de pirâmides e problemas. Por aqui está tudo bem. A "presidenta" assumiu e sumiu. Ninguém sente falta. Dilma acionou o piloto automático e foi cuidar de suas pirâmides.

Uma das mais visíveis fica na Câmara dos Deputados, e não é obra de Niemeyer. Num impressionante trabalho de engenharia, a "presidenta" colocou no alto da comissão mais importante do Legislativo uma peça de colecionador. Importado diretamente do escândalo do mensalão, João Paulo Cunha será o presidente da Comissão de Constituição e Justiça. Nada mais justo. A comissão que decide o que poderá ou não ser lei no país tinha mesmo que ficar nas mãos de um réu. É uma questão de notória especialização.

O PT também está muito interessado nas manifestações populares no Oriente Médio. Quanto mais o Brasil olha para lá, mais fácil fica a reabilitação de seus faraós por aqui. José Dirceu e Delúbio Soares já estão se aquecendo à beira do gramado. Erenice e sua pirâmide familiar terão que esperar um pouco mais. Mas o gerente da Caixa Econômica que violou o sigilo do caseiro já está na área: foi nomeado assessor do Gabinete Pessoal de Dilma Rousseff. Como se vê, os egípcios estão em maus lençóis.

A opinião pública está cada vez mais fascinada com tudo que Dilma não fala. Dizem que é o silêncio de quem trabalha. É verdade. A "presidenta" trabalhou como ninguém para manter o faraó do Maranhão na presidência do Senado. As sete vidas de José Sarney no poder têm hoje o PT como principal acionista. É um investimento plenamente justificável: um político que é flagrado fazendo tráfico de influência e se mantém intocável tem mesmo é que comandar o Poder Legislativo. De lei ele entende.

Na pirâmide de Sarney, além dos simpatizantes empregados no Senado, tem ministro de Estado. Seu afilhado mais célebre no momento é Edison Lobão, o explicador de apagões. Se o Brasil ficar às escuras de novo, ninguém precisa se preocupar, porque Lobão já tranquilizou todos: "O sistema é robusto." Para o sujeito que está preso no elevador, não pode haver alívio maior do que saber que o sistema é robusto.

Essa robustez teve grande impulso na gestão de Dilma como ministra de Minas e Energia. Como especialista em gestão, ela comprimiu as tarifas para o consumidor sentir toda a bondade do governo popular - seguindo a escola dos Kirchner, o casal que levou a economia argentina ao pântano. O setor elétrico buscou então a solução mais criativa contra a falência: parar de investir no sistema.

Isso não chega a ser um problema, quando se tem um ministro eloquente e bem apadrinhado como Lobão. Agora a conta da Light vai subir acima da meta de inflação, mas tudo bem, porque o sistema é robusto.

Sob um governo que trabalha em silêncio, a população pode dormir em paz. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, por exemplo, anunciou na posse que vai espalhar UPPs "pelos quatro cantos do país". Não se sabe exatamente o que significa essa precisão científica toda, mas também não interessa. Depois que as tropas de elite passaram a vender as armas do tráfico para as facções rivais, o ministro não disse mais nada. Deve estar em algum dos outros três cantos do país, talvez pedindo conselhos ao Capitão Nascimento.

Mesmo com toda essa eficiência, silêncio tem limite. E Dilma resolveu falar. Convocou cadeia nacional de rádio e TV para um pronunciamento à nação. Devia ser algo muito importante, a ponto de levá-la a interromper sua rotina laboriosa. Quem sabe, era o momento de tirar o véu por sobre os grandes projetos que o Brasil resolveu imaginar estarem sendo geridos pelo novo governo. Mas não era bem isso.

Forjada na lábia populista de Lula, Dilma estava com saudades dos comícios - que, como se sabe, são a alma do negócio. Ela caprichou. O gancho era um programa de apoio ao ensino técnico, desses que se anuncia com um press-release do segundo escalão. Naturalmente, o tal programa tomou só alguns segundos do pronunciamento à nação. A grande mensagem da "presidenta", essencial e inadiável, era um paralelo conceitual entre educação e pobreza (a especialidade da casa).

O Brasil foi convocado a ver e ouvir Dilma Rousseff explicar que o país tem agora que enfrentar a "fome do saber".

Não se sabe o que seria desta pobre nação sem os slogans do PT. Depois dessa emocionante ordem unida em cadeia nacional, teremos certamente um sistema educacional robusto. E tecnologias como a do Enem e do Sisu serão espalhadas pelos quatro cantos do país.

Quem depois disso continuar com fome de saber que vá se alimentar do noticiário sobre o Egito. Por aqui, estamos de barriga cheia.

MERVAL PEREIRA

Manobra petista
MERVAL PEREIRA
O GLOBO - 19/02/11
A indicação, pelo PT, do deputado João Paulo Cunha como presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, além de ser um menosprezo à opinião pública e uma demonstração de que a Câmara já não tem mais força moral para impedir gestos que a desmoralizem, faz parte de uma ampla manobra petista para constranger o Supremo Tribunal Federal no julgamento do mensalão que se avizinha, tratando os acusados como virtualmente absolvidos.

Dessa manobra participa, sobretudo, o ex-presidente Lula, que, depois de ter feito um discurso à nação dizendo-se traído, ainda em 2005, tem se dedicado nos últimos anos a tentar apagar da História do país o maior escândalo de corrupção já registrado, alegando que se tratou de uma tentativa de golpe para tirá-lo do governo.

Ainda na Presidência da República, Lula recebeu no Palácio o ex-ministro José Dirceu, acusado pelo procurador-geral da República de ser o "chefe da quadrilha" do mensalão.

Dirceu saiu alardeando que Lula se dedicaria, quando deixasse a Presidência, a esclarecer "a farsa" do mensalão para provar que ele não passara de um golpe político. Ele, que dissera anteriormente que "mensalão não é corrupção, é financiamento de campanha com caixa 2", agora adota a teoria conspiratória que transforma o episódio em uma luta dos legalistas do PT contra os golpistas.

O próprio Lula adotou o discurso, sendo essa pelo menos a terceira versão que abraçou. Primeiro se disse "traído", sem acusar ninguém - insinuou que quando deixasse a Presidência revelaria -, depois alegou que o caso não passava de uso do caixa 2 em campanha eleitoral, o que seria tradicional no Brasil, e agora vem com essa história de golpe antidemocrático.

"Vocês viram o que aconteceu comigo em 2005?", gritou em recente comício. "Mais uma vez se tentou truncar o mandato de um presidente democraticamente eleito."

Dentro do PT há também diversos movimentos concatenados para tratar os acusados do mensalão como se tivessem sido virtualmente absolvidos dos crimes de que são acusados.

O ex-tesoureiro petista Delúbio Soares, por exemplo, expulso do partido ainda em 2005, quando o escândalo de que foi protagonista estava quente, agora está querendo que a direção partidária reconsidere sua situação. Ele, que se diz um "petista histórico", quer ser reinserido nos quadros do PT.

Delúbio ficou famoso ao cunhar a expressão "dinheiro não contabilizado" para tentar explicar a fortuna que ele fez circular entre petistas e aliados no episódio do mensalão, dinheiro que, segundo a acusação aceita pelo Supremo Tribunal Federal, foi desviado dos cofres públicos e de empresas privadas para comprar votos no Congresso a favor do governo.

Ele foi responsabilizado pelos empréstimos fraudados com o empresário Marcos Valério, feitos em nome do partido, mas hoje tem apoio da principal corrente, à qual continua ligado - o antigo Campo Majoritário, hoje chamado de Construindo um Novo Brasil -, para retornar oficialmente ao grupo, do qual nunca se separou mesmo depois de expulso.

Delúbio tem uma visão particular do mensalão: disse em entrevista, ao completar 50 anos, que o caso acabaria "virando piada de salão". Da sua parte, está fazendo o possível para tornar a previsão realidade.

Também o ex-secretário-geral do partido Silvio Pereira, que pediu desfiliação na mesma época para evitar a expulsão, pretende pedir a reintegração partidária. Silvinho, como era conhecido nos meios políticos, era quem fazia as seleções dos "companheiros" e aliados para os cargos públicos, e entrou no noticiário do mensalão por meio de uma prova ostensiva de corrupção: ele recebeu um jipe Land Rover de um empresário, na intermediação de uma negociata na Petrobras.

Segundo a denúncia do procurador-geral da República, Pereira "atuava nos bastidores do governo, negociando indicações políticas espúrias que proporcionavam desvio de recursos em prol de parlamentares, partidos e particulares".

Silvinho não está mais entre os acusados pelo mensalão do processo do Supremo: ele fez um acordo com a Procuradoria Geral da República e aceitou fazer 750 horas de serviços comunitários em três anos, numa aceitação de culpa.

O crime de que ele era acusado, o de formação de quadrilha, pode prescrever ainda em agosto deste ano caso a condenação venha a ser de apenas um ano. Outras nove pessoas, entre elas, José Dirceu, estão acusadas nesse crime e podem ser beneficiadas pela prescrição.

Apesar dos esforços do relator, ministro Joaquim Barbosa, para acelerar o processo - e de fato, apesar de já terem corrido três anos, o processo do mensalão está acelerado pelos padrões do Supremo -, o julgamento só deverá ocorrer no fim deste ano ou no início de 2012.

A complexidade do caso e o grande número de envolvidos (38 réus) fizeram com que o procurador-geral da República na época, Antonio Fernando de Souza, só formulasse a denúncia perante o STF em abril de 2006, que viria a aceitá-la em agosto de 2007.

Barbosa tem conseguido, com o apoio de seus pares no Supremo, evitar boa parte dos recursos protelatórios, utilizados especialmente por dois dos réus: o ex-deputado Roberto Jefferson, que detonou o episódio ao denunciar o mensalão em uma entrevista à "Folha", e o empresário Marcos Valério.

Não consigo ver onde se caracteriza a perda de poder do Congresso com a aprovação do projeto de lei que define a regra para o aumento do salário mínimo até 2015.

A Câmara estabeleceu que o governo deverá aumentar o mínimo com base no crescimento do PIB dos dois últimos anos e mais a inflação do período anterior de 12 meses. Ao governo caberá apenas colocar os números dentro dos parâmetros definidos pelo Congresso.

Entendo, no entanto, que há problema técnico na decisão, que a torna inconstitucional. Como, pela Constituição, é uma lei que deve definir o salário mínimo, um decreto não pode substituí-la. Provavelmente o governo terá que fazer aprovar uma lei delegada no Congresso, que exige um quórum maior.

Embora tenha uma ampla maioria, é possível que essa discussão traga problemas para o governo, se o clima ficar muito emocional com acusação de que o Congresso está abrindo mão de suas prerrogativas.

É possível também que esse dispositivo do projeto do mínimo nem vá a votação no Senado, pois, enquanto está em tramitação, qualquer senador pode pedir ao Supremo que o retire de pauta até que sua constitucionalidade seja decidida.