quinta-feira, novembro 03, 2011

CLAUDIO HUMBERTO

“É preciso criar um estímulo para a comunicação dos crimes”
SENADOR WALTER PINHEIRO (PT-BA), DEFENDENDO DAR 10% A QUEM DENUNCIAR A CORRUPÇÃO

MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES OMITE NOVO ESCÂNDALO 
A consultoria jurídica do Ministério dos Transportes se fingiu de morta diante de uma suspeita de conflito de interesses. O subsecretário de Assuntos Administrativos, Moacyr Roberto de Lima, contratou em 20 de janeiro a empresa Confere Comércio e Serviços para prestar serviços à pasta. Ele se desligou em fevereiro e virou consultor da Confere em 21 de março, onde ficou até 16 de agosto, atuando dentro do ministério.

VOLTA DE QUEM NÃO FOI 
Em 17 de agosto, Moacyr Roberto de Lima foi oficializado de volta no cargo que ocupava no ministério. Na cara lavada.

CONFERIDO NA JUSTIÇA 
A Confere é considerada “inidônea” desde 2007, após condenação por improbidade administrativa na Justiça do DF. Não podia fechar contrato. 

BENS BLOQUEADOS 
A Confere teve R$ 3 milhões em bens bloqueados pela 7ª Vara do Trabalho de Brasília, que apurou irregularidades em junho e julho.

BOM CURRÍCULO 
A assessoria do ministério dos Transportes informa que Moacyr Roberto de Lima foi contratado pela Confere pelo “bom currículo”, como assistente.

OIT DENUNCIA TRABALHO ESCRAVO DE ESTRANGEIROS 
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) pressionou o inepto Ministério do Trabalho a investigar o crescente trabalho escravo nas metrópoles brasileiras, onde se usa a força de imigrantes ilegais. A entidade apurou que a maioria é de bolivianos, paraguaios e peruanos. Atuam principalmente em São Paulo e região Centro-Oeste, em confecções clandestinas e em obras de grandes empreiteiras.

FALTA FISCAL 
A OIT começou investigação junto com o Grupo Especial Tático Móvel, do Ministério do Trabalho, que tem equipes insuficientes.

DEVASSA 
A meta da OIT é concluir a pesquisa no tripé Rotas, Setores e Cadeia Produtiva, para que a Polícia Federal faça uma devassa.

GOL DE MÃO 
Sócios do Fluminense, no Rio, ameaçam até virar Flamengo: sem aviso, o clube dobrou a mensalidade de R$ 45 para R$ 90.

SALÁRIOS ILEGAIS 
Antes de um advogado, a Associação dos Delegados de Polícia foi ao MPF contra o secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, pelo acúmulo salarial de mais de R$ 50 mil ao mês, o dobro do teto de R$ 26,7 mil de ministros do STF. Esta coluna revelou o caso em julho.

O BONDE DO CABRAL 
O governador do Rio, Sérgio Cabral, aproveitou o escândalo do exílio forçado do deputado Marcelo Freixo (PSOL), ameaçado por milícias, e se “exilou” em Lisboa, de onde virão novos bondinhos de Santa Tereza.

OS INSACIÁVEIS 
Empreiteiras brasileiras na Líbia, como a Odebrecht, fazem grande esforço para se livrar da fama de manter relações especiais com o filho mais velho de 
Kadhaffi, Seif al-Islan, autêntica hidra insaciável. 

OSTENTAÇÃO 
Quando esteve em Salvador, recepcionado pela famosa empreiteira baiana, que colocou à disposição barcos e aviões, Seif al-Islan se esforçou para entrar no livro dos recordes em matéria de ostentação.

CASA COR 
O Gabinete de Segurança Institucional, comandado pelo general José Elito, vai gastar R$ 1,1 milhão em móveis nos próximos meses. A vencedora da licitação, de Brasília, tem assento permanente na parada: o último contrato com o Exército lhe rendeu R$ 4,2 milhões, em 2010.

MORREU DE VELHO 
A desconfiança dos políticos no SUS é tão velha quanto a lenda da “maldição do cocar”: Tancredo Neves foi o último a se internar no Hospital de Base de Brasília, e o Brasil inteiro sabe no que deu.

JUSTIÇA SEJA FEITA 
A Advocacia Geral da União obteve na Justiça R$ 1,6 milhão a ser pago pela Energisa Sergipe às famílias de 4 operários eletrocutados na montagem da “maior árvore de Natal do mundo”, em Aracaju.

A CONSULTORA 
Ana Claudia Albuquerque, que defende Cândido Vaccarezza (SP) em processos no TSE, garante que recebeu R$ 26 mil do líder do PT na Câmara por serviços de “consultoria”, e não de advocacia. Ah, bom...

PENSANDO BEM... 
Occupy SUS. 

PODER SEM PUDOR
QUESTÃO DE MEMÓRIA 
Na campanha presidencial de 1960, Jânio Quadros, dono de memória prodigiosa, seguia com rigor uma espécie de script, que incluía os gestos teatrais. Repetia o mesmo discurso em cada cidade. Milton Campos, o vice, ao contrário, abordava temas diferentes. Certa noite, Jânio observou:
– Dr. Milton, que maravilha. Um discurso para cada comício! Que cultura!
– Não é cultura, Jânio – respondeu Campos, gentil – é incapacidade de memorizar.

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