domingo, agosto 14, 2011

RENATA LO PRETE - PAINEL DA FOLHA


Preto no branco
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SP - 14/08/11

O escândalo de desvio de dinheiro público via convênios do Ministério do Turismo com ONGs dá força a uma providência que Dilma Rousseff pretende introduzir no marco regulatório da relação do governo com essas organizações, cuja elaboração está sob a responsabilidade do secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho. Trata-se da exigência de que todos os contratos sejam assinados pelos próprios ministros.
A medida é controversa. Ninguém duvida da "picaretagem" -expressão usada por Carvalho- reinante na área, mas há quem questione a viabilidade de fixar gargalo tão estreito, dado o volume de convênios.
Memória A seção do Amapá da Polícia Federal, na berlinda em razão de procedimentos da Operação Voucher, tem antecedente de rebeldia em relação ao comando da corporação. Em Macapá nasceu a Operação Toque de Midas, de 2008, que resultou em mandados de busca na casa do empresário Eike Batista e na prisão do então número dois da PF, Rogério Menezes, por vazamento indevido de informações.

Recall De modo geral, o Planalto não viu motivo de preocupação na pesquisa Ibope/CNI que registrou queda na popularidade de Dilma. Mas chamou a atenção o fato de os principais programas até agora lançados pela presidente -com o Brasil sem Miséria e o Pronatec- terem ficado na lanterna entre os itens do noticiário sobre o governo mais lembrados pelos entrevistados.

Fora de área 1 Dilma não gosta que as conversas no gabinete presidencial sejam perturbadas pelo toque de telefones celulares. Assim, visitantes rotineiros e eventuais são convidados a deixar seus aparelhos na entrada com o segurança, que os armazena numa gaveta.

Fora de área 2 Um frequentador assíduo do local comenta: "Imagine se o segurança se confundir na hora devolver aquele monte de iPhones e Blackberries".

Tempo de tela 1 As inserções de propaganda do PSDB na TV que vão ao ar em setembro já provocam disputa na seção paulista do partido. Deputados que pretendem disputar prefeituras em 2012 reivindicam espaço nos comerciais, até então reservados exclusivamente para a divulgação dos feitos da gestão de Geraldo Alckmin.

Tempo de tela 2 Os deputados tucanos querem dividir a tela com o governador e regionalizar os programas veiculados, com cada praça levando ao ar a plataforma de seu representante, a exemplo do que o partido faz em outros Estados.

Na planilha No plano plurianual que remete amanhã à Assembleia paulista, Alckmin projeta R$ 30 bilhões em investimentos via PPPs até o final de seu mandato. Outros R$ 85 bilhões estão previstos em recursos diretos do Tesouro estadual -mesmo patamar indicado no PPA produzido pela administração de José Serra.

Além do jogo 1 O BID escolheu quatro cidades-sede da Copa para o piloto do programa que destinará US$ 6 bilhões ao país até 2014. Focados no "legado social" do evento, os recursos serão empregados conforme as necessidades locais. No Rio, o tema será segurança pública; em Manaus, meio ambiente; em Fortaleza, turismo; em São Paulo, educação.

Além do jogo 2 Com a verba, o governo paulista lançará, em outubro, projeto que utilizará a atmosfera da Copa para tentar aprimorar o desempenho escolar e aumentar a assiduidade na rede de ensino, além da capacitação de professores.

com LETÍCIA SANDER e FABIO ZAMBELI

tiroteio
Se ela não consegue entender o Congresso brasileiro, como entenderia o americano?
DO DEPUTADO EDUARDO CUNHA (PMDB-RJ) sobre a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais), que recomendou aos parlamentares não "ousar" fazer no Brasil "o que o Congresso dos EUA fez diante da crise". Lá, a paralisação foi comandada pela oposição. Aqui, porém, as ameaças partem da base aliada.

contraponto
Desde pequeno


Em reunião sobre o Plano Nacional de Educação, o deputado José Linhares (PP-CE) cumprimentava Cid Gomes (PSB-CE), em visita à Câmara, lembrando que conhece o governador desde que este tinha seis anos.
Ângelo Vanhoni (PT-PR) manifestou curiosidade:
-Ele foi seu aluno?
-Eu era diretor do colégio- explicou Linhares.
O colega Esperidião Amin (PP-SC) brincou:
-Então o senhor assume a culpa?
-Assumo, sim, a culpa pelo que ele é hoje...

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