terça-feira, julho 05, 2011

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Restrição à venda de terra já prejudica novos negócios
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SP - 05/07/11

Indefinição em projeto de lei em estudo pela AGU (Advocacia-Geral da União), que restringe a venda de terra a estrangeiros, tem causado insegurança e levado empresas a desistir de projetos de novas fábricas em áreas rurais. Até agosto de 2010, não havia restrição à compra de terras por empresas brasileiras de capital externo. "Não importava a origem do capital", lembra o advogado Ivandro Trevelim, do escritório Souza Cescon.
"Ainda não há nada definido, mas traz desconforto e alguns clientes já desistiram", diz a advogada Maria Cristina Cescon. "A compra pode vir a se tornar nula, e o comprador fica com crédito com quem recebeu."
Para Cescon, "a intenção [ao que parece] não é retroagir, mas gera insegurança para novos negócios". É o caso da fabricante de papel International Paper, que tem três fábricas no Brasil, onde chegou em 2000, ao comprar a Champion.
"Se tivéssemos de fazer agora um investimento no Brasil, teríamos de analisar melhor", diz Jean-Michel Ribieras presidente da companhia na América Latina. "E quem estiver para entrar, pode desistir por causa da lei." Para Ribieras, é correto evitar especulação, mas sem prejudicar investimentos.

"É preciso diferenciar o que é investimento produtivo do que é especulativo [na compra de terras por empresas brasileiras com capital estrangeiro]"
JEAN-MICHEL RIBIERAS,
presidente na AL da International Paper na AL

ALÉM DO PAPEL
A International Paper, multinacional fabricante de papel, vê espaço para a consolidação do setor de embalagens no Brasil. "Temos interesse em 'joint ventures' para entrar nesse mercado. Estamos abertos a parcerias", diz Jean-Michel Ribieras, presidente da companhia na América Latina.
Além do investimento médio anual, de cerca de US$ 80 milhões, a companhia destinará US$ 90 milhões para a construção de uma caldeira de biomassa na fábrica de Mogi Guaçu. A empresa exporta cerca de 50% da produção brasileira. A taxa de câmbio, porém, não favorece as vendas para o exterior, segundo Ribieras. "Exportar manufaturado com um dólar a R$ 1,57 é um desastre."

Nota 

A agência de classificação de risco Austin Rating elevou a nota da cidade de Jundiaí (SP) de A+ para AA. É a terceira vez em dois anos que o município tem a sua avaliação melhorada.

Distribuição

A Natura fechou parceria com a empresa Panalpina para melhorar a distribuição de produtos na França e na América Latina. O acordo prevê ainda armazenamento em Cajamar (SP).

Cobrança 

O crédito deve chegar a 60% do PIB até 2015 no Brasil, segundo o Igeoc, instituto de empresas de recuperação de crédito. Esse dado será apresentado hoje no 9º Congresso Latino-americano de Crédito e Cobrança realizado na Argentina.

Médico 
A Bradesco Saúde lança nesta semana um plano voltado para empresas e que poderá ser adotado em todos os Estados brasileiros

MAIS R$ 125 MI EM 'RESORT'
O espanhol Fiesta Hotel Group investirá cerca de R$ 125 milhões na expansão de seu "resort" na praia de Imbassaí, na Bahia. O grupo acaba de obter licença ambiental para uma área litorânea de 70 mil m2, onde serão construídos 210 quartos, dois restaurantes e uma piscina.
Aberto em novembro passado com um custo de obra de R$ 249 milhões, o Grand Palladium Imbassaí Resort & Spa é o primeiro da companhia no continente. "Nossas atividades no Brasil não deverão ficar restritas a esse hotel. Por questões climáticas, queremos ter mais negócios no Nordeste", afirma o diretor do grupo para a América Latina, Oscar Mas.
O hotel será levantado em duas fases, pois a companhia não conseguiu licença ambiental para construir perto da praia em 2010. Até o momento, 85% dos hóspedes são brasileiros. "Temos que pagar muitas taxas no Brasil, então é difícil competir com o México e o Caribe", diz Mas.

BENEFÍCIOS
Aumentar a satisfação dos empregados no trabalho é o principal objetivo dos empresários brasileiros que concedem benefícios, segundo estudo da empresa MetLife feito com 4.472 pessoas.
Dos entrevistados brasileiros, 83% afirmaram que essa é a meta principal. Em outros três países analisados, a satisfação dos trabalhadores fica na segunda colocação. Aumentar a produtividade dos empregados e manter o trabalhador no posto são prioridades nos outros quatro países pesquisados.
com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK, VITOR SION e LUCIANA DYNIEWICZ

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