quinta-feira, julho 14, 2011

ILIMAR FRANCO - Os mexicanos

Os mexicanos 
ILIMAR FRANCO
O GLOBO - 14/07/11

Os cartéis mexicanos do narcotráfico chegaram à fronteira noroeste do Brasil. A despeito da ação repressiva dos EUA na Colômbia, os mexicanos estão desalojando à bala os fragilizados cartéis colombianos. A informação é dos serviços de inteligência da Polícia Federal e das Forças Armadas. O assunto foi tratado ontem, na reunião sobre o Plano Nacional de Fronteiras, entre o vice-presidente Michel Temer e os ministros Nelson Jobim (Defesa) e José Eduardo Cardozo (Justiça).

Acordo militar Brasil-Colômbia

Para enfrentar essa nova realidade, o ministro Nelson Jobim (Defesa) esteve em Bogotá há dez dias para negociar um acordo militar entre o Brasil e a Colômbia. O objetivo do acordo é que as Forças Armadas dos dois países atuem em conjunto na fronteira, cada um em seu território, para reprimir o narcotráfico, o tráfico humano para fins de prostituição e outras atividades econômicas ilegais. O chefe do Estado-
Maior Conjunto das Forças Armadas, general José Carlosde Nardi, aposta que essa ação conjunta resultará numa maior eficiência na repressão ao crime: “Nós seremos o martelo, e os militares colombianos serão a bigorna.”

"Temos que torcer para que os republicanos apoiem o presidente Barack Obama e ele possa aumentar o limite de endividamento americano” — Michel Temer, vice-presidente da República

CORPO DE DELITO. O governo prepara uma proposta, a ser enviada ao Congresso, para viabilizar que as drogas apreendidas pela polícia sejam imediatamente destruídas. O vice Michel Temer (centro, na foto) propôs, e os ministros Nelson Jobim (Defesa) e José Eduardo Cardozo (Justiça) concordaram, que seja criado um sistema de certificação da prova do crime. O objetivo é prevenir a corrupção policial e evitar que essa droga volte às ruas em decorrência de roubo dos depósitos oficiais.

Prevenção

Há movimento no PT para derrubar o diretor de Infraestrutura Rodoviária do Dnit, Hideraldo Caron, indicado pelo deputado Paulo Pimenta (PTRS). Petistas querem tirá-lo do cargo antes que ele seja atingido pela crise no órgão.

Um símbolo
Apesar das gestões do PR, a presidente Dilma não mudou de opinião. O diretor do Dnit, Luiz Antonio Pagot, vai ser demitido. A permanência dele seria interpretada, pela opinião pública, como um recuo na luta contra a corrupção. 

O estado das coisas
O líder do PT, Paulo Teixeira (SP), e Anthony Garotinho (PRRJ) bateram boca num canto da sala onde o diretor do Dnit, Luiz Antonio Pagot, prestava depoimento. “Vê lá o que você vai falar aí. Não vai vir com essa história de mensalão de novo, se não a gente vai partir pra cima de você”, atacou Teixeira. “Vai me ameaçar? Pode levantar os processos contra mim. Não tem nenhum de enriquecimento ilícito. O que eu disse é que gente boa e ruim tem em todo lugar. Tem o mensalão do DEM; tem o mensalão do PT”, reagiu Garotinho.

Engessar
O governo vai vetar a emenda do senador Aécio Neves (PSDB-MG) à LDO. Ela determina que o Executivo registre na lei orçamentária a finalidade e as emissões de títulos da dívida pública, pelo Tesouro, que serão feitas no ano seguinte. 

A alma do negócio

Senadores do PT reclamam que falta marketing no governo Dilma. Citam como exemplo o esquecimento do plano Brasil Sem Miséria, lançado na crise Palocci. Sentem falta do estilo Lula, que era garoto-propaganda do próprio governo.

 A ECONOMISTA Elena Landau, diretora de desestatização do BNDES no governo Fernando Henrique, foi escalada pelo PSDB para coordenar a formulação de um novo programa econômico para os tucanos.
 A MINISTRA Ideli Salvatti (Relações Institucionais) fala sobre o trabalho com os ministros Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Gilberto Carvalho (Secretaria Geral): “Estamos tão afinados. A gente se entende no olhar”.
● CONFORMADO. Um deputado do PR resumiu assim a atual situação do partido em relação ao Planalto: “Não podemos romper. Trincou, mas não quebrou”.

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