quinta-feira, maio 26, 2011

RENATA LO PRETE - PAINEL DA FOLHA


Deixa comigo
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 26/05/11

Em plena atividade na capital desde a véspera, Lula deu ontem sua contribuição à decisão governamental de engavetar o kit anti-homofobia que vinha sendo discutido pelo MEC e caiu na mira da bancada evangélica. Em reunião com senadores aliados, o ex-presidente contou que, surpreendido pelo debate, resolveu ligar para o ministro Fernando Haddad.
Com base na conversa com seu ex-colaborador, Lula tranquilizou a audiência: não havia, garantiu, nada decidido no governo a respeito daquele material. Horas depois, Gilberto Carvalho, que foi chefe de gabinete do petista e hoje ocupa a Secretaria Geral da Presidência, anunciou o arquivamento da iniciativa.

Despacho 
Na terça, em meio aos preparativos para votar o Código Florestal, Lula mandou chamar o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP).

Sentidos 
De um PhD em Lula, sobre sua súbita hiperatividade: "Ele tem olfato".

Oremos 1 
Em reunião com Gilberto Carvalho, deputados evangélicos pediram a cabeça de Haddad, e ouviram do secretário-geral: "Como cristãos, vocês precisam perdoar o ministro". Resposta: "Perdoamos, mas ele tem que se retratar!".

Oremos 2 
A certa altura, Anthony Garotinho (PR-RJ) sugeriu: "Gilberto, chama lá a presidente. A gente sabe que ela está meio doente. Vamos fazer oração conjunta".

Dúvida 
Pergunta mais ouvida no Congresso ontem: se Antonio Palocci está firme, por que o governo cedeu tão rapidamente a Garotinho, que na véspera ameaçara convocar o ministro?

#prontofalei 
De Lula, na terça, a senadores do PT: "Estão testando a Dilma. Se tirar o Palocci, o governo dela vai se arrastar até o final".

Dueto 
Ao se despedir de Marcelo Déda (PT-SE), Dilma brincou: "Nunca mais cantamos...". O governador se prontificou: "Quando precisar, o gogó está afinado".

Ah, é? 
Se Dilma está brava com o PMDB por causa da atuação do partido na votação do Código Florestal, anteontem, a recíproca é verdadeira. Deputados da sigla aliada dizem que a presidente abusou da intransigência na negociação e precisa entender que não pode ganhar todas. A despeito da tensão, os dois lados devem recolher as armas, ao menos por ora.

Com a barriga 
Sem acordo à vista a dois dias da convenção do PSDB, vozes sóbrias passaram a defender que se deixe para depois a definição do presidente do Instituto Teotônio Vilela. José Serra quer o posto. Aliados de Aécio Neves estão decididos a entregá-lo a Tasso Jereissati. Pelo estatuto, apenas a cúpula partidária propriamente dita precisa ser escolhida no evento de sábado.

Pagar para rodar 
Em sabatina na Assembleia, a nova diretora da agência reguladora dos transportes, Karla Bertocco, anunciou que o governo paulista implantará pedágio pré-pago para massificar a arrecadação eletrônica nas rodovias concedidas. A ideia é que os cartões com chip sejam oferecidos gratuitamente.

Visitas à Folha 
Antonio Anastasia (PSDB), governador de Minas Gerais, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Simone Souto Maior, superintendente de Imprensa, e José Edward Lima, superintendente-adjunto.

Gilberto Leifert, presidente do Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária), visitou ontem a Folha. Estava com Edney Narchi, vice executivo.

com LETÍCIA SANDER e FÁBIO ZAMBELI

tiroteio

"Como diz o amigo e conterrâneo Fernando Sabino, 'no fim tudo dá certo, e se não deu certo é porque ainda não chegou ao fim'."
DO SENADOR AÉCIO NEVES (PSDB-MG), contestando previsões apocalípticas para a convenção tucana deste sábado, que escolherá a nova direção do partido.

contraponto

Assim não vale

O ministro Orlando Silva (Esporte) viajava a Duas Barras (RJ) para participar da inauguração de estátua em homenagem a Martinho da Vila. Como na cidade não há aeroporto, o helicóptero pousou num campo de futebol, durante um jogo de veteranos.
Constrangido por interromper a partida, o ministro cumprimentou cada um dos ex-jogadores do Fluminense que participavam do amistoso beneficente. Um deles, o deputado federal Deley (PSC-RJ), brincou:
-Logo agora que o nosso time estava pressionando, o pouso do helicóptero quebrou o ritmo!

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