segunda-feira, novembro 29, 2010

LUIZ FELIPE PONDÉ

O filósofo Charles Harper
LUIZ FELIPE PONDÉ
FOLHA DE SÃO PAULO - 29/11/10

A sociedade do sucesso tortura meninas para serem magras e meninos para darem dez sem tirar


ADORO TELEVISÃO! Curto muito o dr. House e sua visão trágica de mundo (aliviada estes dias porque ele está pegando a chefe, a dra. Cuddy, e sempre que pegamos alguém a tragédia da vida se dilui na doçura do sucesso sexual, não?).
Hierarquias de poder são grandes afrodisíacos, seja quando envolve mulheres acima (chefes), seja com mulheres abaixo (secretárias). O cinema explora isso há muito tempo com sucesso de bilheteria.
Calma, cara leitora. Não engasgue. Brinco. Aliás, brinco muitas vezes, mas nunca sabemos até onde vai a brincadeira no mundo, não é? Dúvidas são como neblina numa estrada. Escondem curvas e acidentes mortais ou nada além da própria monótona neblina.
Mas tenho um outro herói na TV: Charles Harper, da série "Two and a Half Men". Tenho um amigo que a deu de presente para seu jovem sobrinho. Acertou em cheio: essa série deveria fazer parte da formação de todo menino hoje em dia, porque vivemos em épocas sombrias. A propósito, deveríamos dar de presente neste Natal a coleção inteira de Monteiro Lobato só para deixar os fascistas da censura das raças bravos. Se vivessem na Alemanha nazista, esses fascistas fariam fogueiras com livros do Monteiro Lobato.
Na agonia de diminuir as baixarias do mundo, estamos mesmo é gerando meninos inseguros e confusos e ainda tem gente por aí que nega isso. Sei que escolas "ensinam" em sala de aula que as "mulheres são oprimidas" já na sétima série! Ouvindo isso, fico feliz que já tenho 51 anos e que pude crescer num mundo onde as mulheres não eram "esse bicho de sete cabeças" que viraram. Pena. Agora sofrem com carinhas medrosos e chorões... e fóbicos que não aguentam compromissos. Ainda bem que a velha seleção natural do Darwin impede que a maioria delas acredite nas baboseiras que falam por aí sobre meninas oprimidas na sétima série. Homens e mulheres se amam para além do "ódio de gênero".
Voltando ao filósofo Charlie. O duo dele e seu irmão Alan é ceticismo puro para com as modas do comportamento "correto". Um estudo do comportamento masculino que deixa muita ciência "das masculinidades" (que nome horroroso!) no chinelo. As "militâncias" transformaram muitas mulheres em zumbis emancipados e agora se preparam para fazer o mesmo com os coitados dos caras.
Alan é o típico homem inseguro, mentiroso, "loser", que se esconde no blá-blá-blá atual da "sensibilidade masculina". Mas sua muito para pegar alguém. Falido, "massagista" que queria ser médico, expulso de casa pela sua ex-mulher, Alan vai morar com seu irmão Charlie e leva seu filho, Jake (uma prova de que corremos risco de extinção por estupidez). Charlie é seu oposto: bem-sucedido financeiramente, ganha muita grana fazendo jingle publicitário (o suficiente para deixar as "freiras feias" da esquerda nervosas) e pega todas.
Claro que estamos no mundo dos tipos superficiais de comédias. A vida dos homens não é nem Alan nem Charlie. A sociedade do sucesso (material, sexual, afetivo) de hoje é um fracasso: tortura meninas para serem magras e meninos para darem dez sem tirar. A verdade é que a série brinca com os sucessos vazios dos dois irmãos e expõe a dura realidade: o sucesso na vida afetiva não existe.
Uma pérola para você: num dado momento, Alan reclama que seu irmão Charlie está ensinando bobagens para seu filho. Os dois conversavam sobre mulheres. Alan diz "uma relação é construída com sinceridade e respeito pelo outro" (mentira, ele é um dissimulado, como todo mundo que diz "respeitar o outro"), ao que seu irmão Charlie responde: "Nada disso, uma relação se constrói com diamante e Viagra". Voilà.
Moral da história: para além do blá-blá-blá da "sensibilidade masculina" e da idealização dos afetos (comum em épocas como a nossa, dominada pela sensibilidade infantil da classe média), a maioria das mulheres quer mesmo é homens com "poder" e seguros, que saibam dizer "não" para elas e "sustentar" um mundo onde elas se sintam amadas. A questão é: tem algum cara que queira pagar a conta? Amor é luxo.
Espero que você ganhe um diamante nesta semana.

GOSTOSA

RUY CASTRO

 Vou à Penha
RUY CASTRO
FOLHA DE SÃO PAULO - 29/11/10

RIO DE JANEIRO - Alguns dias depois do ataque às torres do World Trade Center, a 11 de setembro de 2001, com a poeira e o medo ainda no ar, Nova York começou a sair às ruas. As pessoas voltaram aos restaurantes, lojas e teatros, a tomar sol nos parques e a andar com seu típico passo firme e acelerado. Muitas fizeram de propósito, para ajudar a devolver à cidade sua velha mística de coragem e resolução.
O dia 25 de novembro último pode ter sido o 11/9 do Rio. Foi necessária uma tragédia para unir população e autoridades contra o que, finalmente, se passou a ver como o inimigo comum. Os aplausos e os oferecimentos de água pelo carioca aos PMs que subiam os morros, os milhares de voluntários que se ofereceram para combater e o recorde de chamadas no Disque-Denúncia, informando nomes e esconderijos de traficantes, provaram isso. Vai para o museu o lema "Seja marginal, seja herói", de Helio Oiticica.
Nos primeiros dias da batalha no Rio, parte do comércio fechou, ônibus pararam, escolas não abriram, shows foram cancelados, um jogo de vôlei, adiado, e alguns eventos tiveram frequência mínima. É natural. O carioca cansou de ser espancado e ver o seu espancamento em rede e ao vivo -tudo que acontece aqui é amplificado a dimensões nacionais. É a única cidade do mundo em que os helicópteros das TVs disputam o espaço aéreo com os da polícia e em que as câmeras sobem o morro junto com os fuzis.
Pesquisas apressadas indicam que, por sua exposição nos últimos dias, o Rio perderá nos próximos meses uma quantidade significativa de turistas, domésticos e de fora. É pena, mas já aconteceu antes, e a cidade sobreviveu.
Cabe ao carioca, ele próprio, ocupar as praias, os bares, as ruas e fazer turismo no Rio. Eu, por exemplo, mesmo sem promessa a pagar, subirei à Penha assim que a pólvora baixar nos morros vizinhos -o Alemão e a Vila Cruzeiro.

MAÍLSON DA NÓBREGA

Reflexões e ideias para Dilma

Maílson da Nóbrega 
Revista Veja 

Merece elogios o primeiro discurso da presidente eleita. Por ele, as agências regulatórias serão autônomas (lembrar que o Banco Central é uma delas), a expansão do gasto público deverá ser sustentável, o câmbio continuará flutuante e não se dará trégua a inflação.
Acontece que o foco das expectativas estará no crescimento. Por mais que esses compromissos devam ser comemorados, eles por si sós, mesmo que cumpridos, não assegurarão uma taxa razoável de expansão do PIB nos próximos anos.

O crescimento requer um conjunto amplo e complexo de condições, que se formam ao longo de anos. Implica a combinação desses elementos: o investimento, a incorporação de mão de obra ao processo produtivo e os ganhos de produtividade.

A produtividade é o ponto central. Resulta da inovação - que gera novos bens e serviços ou novas formas de produzi-lo eficientemente - e de mudanças institucionais que diminuem incertezas, reduzem custos de transação e elevam a eficiência da atividade econômica.

A educação, crucial para a inovação, é um de nossos problemas. Sua qualidade é baixa e uma melhoria não depende de mais gastos, como se apregoa. Tem a ver fundamentalmente com gestão.

A produtividade costuma decorrer de reformas e políticas públicas de períodos anteriores. É o caso do agronegócio brasileiro, cuja eficiência e pujança se devem essencialmente ao trabalho da Embrapa, criada em 1973.

Quando é baixa, a produtividade se explica por más políticas públicas, que inibem a inovação e geram ineficiências. Foi assim na instabilidade dos anos 1980, em grande parte decorrente da exaustão e das distorções do modelo de desenvolvimento autárquico e centrado no estado.

Vale repisar: Lula colheu os frutos de plantios anteriores. Seu mérito - enorme diante de suas anteriores visões de mundo - foi não interromper a política econômica. Evitou o mau tempo que prejudicaria a lavoura, mas pouco fez para fincar novas plantações.

Dilma assumirá em meio a uma onda de investimentos privados que impulsionarão o crescimento, mas a um ritmo bem menor do que o do período recente. Dificilmente ela contará com a expansão da economia mundial que bafejou a sorte de Lula. Nuvens negras se formam no horizonte internacional.

Seu grande desafio está nas reformas que Lula deixou de fazer. Trata-se de mudanças complexas que não dependem apenas de vontade política, como muitos supõem. Exigem liderança política e, assim, capacidade de mobilizar apoios e enfrentar grupos de interesse. Não deverão acontecer na escala necessária.

Mesmo sem reformas, há espaço para ações que reduzem incertezas e aumentam a produtividade. Exemplo: reverter a grave deterioração fiscal patrocinada pelo Ministério da Fazenda. Afora o aumento injustificável de gastos, o uso de artifícios e mágicas contábeis minou a transparência, a previsibilidade e a confiança na gestão fiscal.

No campo da produtividade (e, portanto, da competitividade), o maior potencial de ganhos imediatos está na infraestrutura. O PAC está a léguas de distância de constituir a solução. Quando funciona bem, o que não tem sido o caso, o programa investe menos de 1 % do PIB. É pouca pólvora para o canhão do crescimento.

Será preciso se despir de preconceitos ideológicos e atuar agressivamente na criação das condições para um surto de investimentos privados em rodovias, ferrovias, vias fluviais, portos e aeroportos. As deficiências dificultam a operação da logística. Para se ter uma ideia, há produtos agrícolas que custam mais para ser transportados do que para ser produzidos.

Haverá que abandonar o modelo de "modicidade tarifária", que mirou mais objetivos políticos do que o compromisso com a oferta adequada de serviços de infraestrutura. Será necessário aprovar marcos regulatórios confiáveis, assegurar a autonomia das respectivas agências e nomear seus integrantes pelo critério exclusivo do mérito.

Maior desafio será a reforma tributária, nossa grande fonte de ineficiências e distorções. A complexidade é enorme. É pouco provável que ocorra na dimensão que se espera. Mas o reconhecimento das dificuldades será fundamental para traçar uma boa estratégia e obter alguns avanços. Este será o tema do próximo artigo.

FUGA

ANCELMO GÓIS

Calma, gente 
Ancelmo Góis 

O Globo - 29/11/2010

Sexta, quando o Rio fervia com boatos sobre um grande confronto na Rocinha, a Kombi da associação de moradores local percorria a Estrada da Gávea tranquilizando a população: “A Rocinha não será invadida porque está pacificada e é ordeira.” Há controvérsia.

Aliás...
Tem alguma coisa fora de ordem na Rocinha e não é só a questão da violência. O censo do IBGE contou 68 mil moradores na Rocinha. Só que ano passado o pessoal do PAC recenseou 87.455 habitantes e estimou a população em 100.829 moradores.

Para concluir...
A vereadora Andrea Gouvêa Vieira defende a recontagem na Rocinha e em outras favelas. Ela ouviu de moradores que em algumas das áreas da Rocinha mais de 60% dos domicílios não foram visitados.

Eike da favela
Tem morador do Santa Marta, no Rio, reclamando que depois da UPP a cerveja subiu R$ 1. Como a procura aumentou, inclusive de turistas, os capitalistas aumentaram a mais-valia. Em tempo: o que se diz é que o Eike Batista local é Zé do Carmo, dono de barbearia e padaria, entre outros business.

Calma, monsieur
O consulado francês enviou a seus patrícios e-mail para evitarem os bairros das zonas Norte e Oeste e os municípios de Caxias e S. J. de Meriti. Já a coluna sugere evitar o réveillon em Paris, onde 1.137 carros foram incendiados.

Acabou em samba
O Bloco do Barbas, de Nelsinho Rodrigues, já tem o tema de 2011, quando completa 27 anos. Será... Tropa de Etílicos. Homenagem à esperança de paz renovada na guerra que o carioca vai vencendo contra os bandidos, amém.

Velha tragédia
A Justiça Eleitoral foi aprovada com louvor na última eleição por 87% (ótimo e bom) dos brasileiros ouvidos pelo Instituto Sensus. Mas a pesquisa, feita uma semana depois da eleição, revela uma velha tragédia: só 67% lembravam em quem tinham votado para federal.

Fogo amigo
Do senador Francisco Dornelles, outro dia, da tribuna, sobre o ministro José Temporão: - Tenho pelo ministro o maior respeito e admiração, é culto, inteligente, preparado, mas a gerência do Ministério da Saúde é do pior gabarito.

Clássico da pesada
A violinista americana Rachel Pine surpreendeu a plateia carioca que, apesar do clima de medo na cidade, lotou sábado o concerto da OSB, no Municipal. Rachel anunciou que executaria sua composição brasileira preferida. Mas nada de Villa-Lobos ou Carlos Gomes. Apresentou músicas da banda de rock pesado Sepultura.

Retratos da vida
Nestes dias de tensão no Rio, a empresária Ana Coutinho mandou seu motorista comprar um galão de gasolina no posto BR da Av. das Américas, na Barra. Queria abastecer o minibugre da filha de 9 anos. Os frentistas, assustados, não quiseram vender.

Segue...
Ana pegou seu Mercedes e dirigiu até o mesmo posto, sem o galão, e pediu três litros de gasolina. Os frentistas venderam e ainda arrumaram duas garrafas PET para a empresária transportar o combustível.

Novo Rio
Depois de lotar o Carnegie Hall, que aplaudiu clássicos brasileiros de Villa-Lobos a Tom Jobim na ultima semana de novembro, “Musica no Museu” faz, em dezembro, um concerto de Natal na favela... Pavão-Pavãozinho.

Madame caloteira
A direção do salão de beleza Crystal Hair, no Leblon, um dos mais caros do Rio, pôs uma plaquinha com os dizeres: “Pendências estão permanentemente proibidas.” É que as madames fazem o cabelo e dizem que “vão ali pegar o dinheiro e já voltam”. E desaparecem.

Cena carioca
Sábado, na feirinha no Largo do Machado, um barraqueiro perguntou a um PM por que ele não estava no Complexo do Alemão. Resposta gaiata: - Eu, não! Lá está muito perigoso...

CARLOS ALBERTO SARDENBERG

Por que não colocam na lei?
Carlos Alberto Sardenberg
O Estado de S. Paulo - 29/11/2010
Vamos repetir: todo esse zunzunzum em torno da troca de comando no Banco Central (BC) simplesmente não existiria se o BC tivesse sua autonomia fixada em lei. Reparem: Henrique Meirelles passou sete anos e meio construindo a credibilidade, dele e da instituição, com sucesso. Consolidou a convicção de que o BC determinava a taxa de juros conforme as estritas regras técnicas e a prática do regime de metas de inflação. Mesmo assim, quando o BC interrompeu inesperadamente o ciclo de alta de juros, em setembro deste ano, surgiram dúvidas sérias, inclusive aqui levantadas por este colunista: parecia que a política - a disputa eleitoral, a necessidade de não atrapalhar a candidatura de Dilma Rousseff - havia sido mais determinante na posição do Banco Central.

Dizíamos, então: se a autonomia do BC estivesse na lei, ninguém desconfiaria de nada. Com mandatos fixos, em períodos diferentes do presidente da República, os diretores do Banco Central decidiriam sem as pressões políticas do momento.
Hoje, Alexandre Tombini, escolhido por Dilma para a presidência do BC, disse que a presidente eleita afirmou com todas as letras: "Não existe meia autonomia." Ou seja, Dilma Rousseff garantiu que fará como FHC e Lula, que concederam plena autonomia à instituição.
Está bem. Mas, como apontamos aqui na semana passada, há dois movimentos contrários em curso. De um lado, a inflação está em alta forte, correndo bem acima da meta, num ambiente de economia aquecida, o que leva, seguindo a lógica do regime de metas, à alta dos juros. Um BC autônomo faria isso sem problemas, sem temer ruídos políticos.
De outro lado, políticos e economistas ditos desenvolvimentistas, no entorno da presidente eleita, diziam claramente que a estratégia estava mudando. Em vez da ortodoxia monetária, a nova administração faria o contrário: reduziria a taxa básica de juros, o que permitiria uma substancial economia na despesa financeira do governo. Com o dinheiro que sobrasse, seriam feitos investimentos de modo a ampliar a capacidade produtiva do País. Com maior capacidade para atender à demanda, reduz-se a possibilidade de inflação, tal é a tese.
Parecia que a presidente eleita, economista de formação, sempre alinhada a esse pensamento, tentaria a mudança. A substituição de Henrique Meirelles pareceu um movimento nessa direção. Ele representaria um BC "muito" autônomo.
Designado o núcleo da nova equipe econômica, o que vemos? Firmes declarações de fé na... ortodoxia monetária e fiscal. Tombini diz que terá autonomia. Guido Mantega, na Fazenda, que vai fazer um corte de gastos "com mão pesada". E Miriam Belchior, escolhida ministra do Planejamento, que o governo vai fazer mais gastando menos.
O mercado, aqui tomado no sentido amplo - incluindo, claro, o pessoal do mercado financeiro, mas também o universo dos agentes econômicos, do empresário que decide produzir e vender ao consumidor que decide comprar, com todos os intermediários -, esse mercado gostou. Pelo menos é o que se deduz das manifestações divulgadas na imprensa e do que a gente ouve aqui e ali.
O pessoal tem medo da inflação. E isso é bom.
Mas o mercado acreditou nas declarações? Com um pé atrás. Quer ver para crer. Esperam-se os testes. No caso de Mantega, demora um pouco para saber se a mão dele vai mesmo pesar. Será preciso avaliar o andamento dos gastos mês a mês.
No caso de Tombini, vai acontecer logo. Em janeiro tem reunião do Comitê de Política Monetária do BC (Copom), já com a nova diretoria. Os dados e as circunstâncias estarão indicando a necessidade de alta de juros para conter a escalada inflacionária.
Eis o quadro: primeira reunião do Banco Central de Dilma, juros subindo. E aí?
De novo, se o BC fosse autônomo na lei, não haveria o teste. E reparem na ironia: é bem capaz de o BC de Tombini ter de elevar os juros só para demonstrar ao mercado sua fidelidade ao regime de metas. (Meirelles elevou os juros nas suas duas primeiras reuniões em 2003, e até hoje muita gente acha que fez isso só para firmar autoridade.)
Com autonomia legal, o Copom de janeiro próximo poderia perfeitamente não elevar os juros e ninguém desconfiaria ter sido uma ordem de Dilma.
De fato, a história do regime de metas mostra isto: bancos centrais independentes na lei praticam juros mais baixos e conseguem inflação menor.
Ora, dadas essas circunstâncias e considerando que Dilma diz garantir a autonomia do Banco Central, por que não envia projeto de lei ao Congresso fixando essa regra?
Especulação: por que no fundo, no fundo, não acredita muito nisso. Apoia a autonomia porque o momento sugere que essa é a melhor fala para hoje. Está querendo nos dizer que, se o BC não subir os juros, foi por escolha autônoma.
Mas, não aceitando a legislação, indica também que quer guardar na manga a carta da intervenção e deixar essa perspectiva sobre os diretores do Copom. A gente percebe isso, por isso todo esse debate e essa desconfiança.
Má vontade com o governo?
Não, apenas realismo. O mesmo Guido Mantega, logo depois de ter profissão de fé ortodoxa, voltou ao normal em entrevista ao jornal Valor de sexta-feira. Disse que a inflação é circunstancial, provocada apenas por alimentos e combustível; que não há excesso de demanda e que não precisa subir os juros, que já são elevados demais. E ele foi o primeiro ministro escolhido por Dilma.
Aliás, perguntaram a Mantega se ele apoiaria uma lei determinando que o gasto público crescerá menos que o Produto Interno Bruto (PIB). Disse que não precisa. Claro, pela mesma razão por que não colocam na lei a autonomia do BC.
A ver.

RENATA LO PRETE - PAINEL DA FOLHA

Integração nacional 
 Renata Lo Prete 

Folha de S.Paulo - 29/11/2010

Com outras questões amortecidas pela vitória de Dilma Rousseff, as disputas regionais deram o tom dos bastidores do encontro do antigo Campo Majoritário do PT, agora chamado Construindo um Novo Brasil, no final de semana em São Paulo. Há muita gente incomodada com o advento de um "paulistério" -os descontentes contam nove ministros, anunciados ou em vias de, oriundos do Estado onde o partido nasceu e a liderança de Lula se consolidou.
Para completar, são de SP os nomes mais cotados para presidir a Câmara (Cândido Vaccarezza) e liderar a bancada (Paulo Teixeira). O líder do partido no Senado deverá ser Wellington Dias (PI).

Se der, deu Embora tudo indique que o novo ministro da Integração Nacional será indicado pelo governador Eduardo Campos (PSB-PE), seu colega Jaques Wagner (PT-BA) ainda não perdeu a esperança de fazê-lo. Se for impossível emplacar um petista, ele se daria por satisfeito com a baiana Lídice da Mata (PSB). Campos quer Fernando Bezerra.

Frota Na reunião do CNB, um petista lamentava o fato de o partido ter sinalizado que aceita abrir mão do Turismo em troca de um ministério mais robusto, como o das Cidades, correndo o risco de ficar sem nenhum dos dois: "Fomos atrás de uma Mercedes e agora podemos perder o nosso Fusca, que pelo menos funciona."

Procura-se Dilma ainda não encontrou um nome para a Secom. A jornalista Helena Chagas deve ser a assessora de imprensa da presidente, mas Dilma busca outra pessoa para substituir o ministro Franklin Martins.

Flashback O médico Paulo Buss, um dos cotados para a Saúde, chegou a ser sondado para a pasta em 2006, quando da substituição de Saraiva Felipe (PMDB). Rejeitou a oferta por ter dúvidas sobre as perspectivas do governo petista na época e receio de se indispor com José Serra (PSDB).

Excludentes A escolha de Gilberto Carvalho para a Secretaria-Geral da Presidência praticamente sepulta as chances de Márcia Lopes, irmã do chefe de gabinete de Lula, de permanecer como ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome no próximo governo.

Nunca antes Pela primeira vez, o Itamaraty dará a um negro o título de embaixador. A promoção de Benedicto Fonseca Filho está para sair no "Diário Oficial".

Caminho do mar Ao acompanhar Lula em viagem à Guiana, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB), estava imbuído da "missão diplomática" de garantir o asfaltamento da estrada que liga Roraima a Georgetown, facilitando a rota dos moradores de seu Estado para o Atlântico.

Ampulheta Depois de Geraldo Alckmin (PSDB) anunciar a criação da Secretaria de Gestão Metropolitana, o governo de São Paulo decidiu lançar, a um mês do final do mandato, um programa de fomento ao desenvolvimento regional.

Caneta Rui Falcão (PT) está cotado para assumir a primeira secretaria da Assembleia paulista no próximo biênio. Seu correligionário Ênio Tatto também quer o posto, que controla a estrutura administrativa da casa.

Para ontem O PSDB de São Paulo corre para regularizar as comissões provisórias em cem municípios nos quais está ameaçado de exclusão nas eleições de 2012. Um mutirão tentará reunir até o fim de dezembro a documentação pendente.

tiroteio

"Se a nova secretaria especial de aeroportos tiver o mesmo sucesso do leilão do trem-bala, jogadores e torcedores terão que viajar de ônibus para a Copa de 2014 no Rio."

DO DEPUTADO JOÃO ALMEIDA (PSDB-BA), sobre o plano da presidente eleita Dilma Rousseff de criar um ministério para o setor aéreo, revelado na mesma semana em que o leilão do trem-bala foi adiado por falta de competidores.
Contraponto

Dá azar

Em reunião da Comissão de Serviços e Obras da Assembleia paulista, o secretário de Habitação, Lair Krahenbühl, discorria em clima de despedida sobre suas realizações à frente da pasta. Após ouvir representantes de entidades populares em defesa de sua permanência, ele foi abordado pelo petista Adriano Diogo:
-Estamos torcendo para o senhor ficar.
O secretário respondeu, imediatamente:
-Assim você me complica. Quando a oposição apoia, nem sempre é um bom sinal.

CARLOS ALBERTO DI FRANCO

O fascínio dos jornais
Carlos Alberto Di Franco 


O Estado de S.Paulo - 29/11/10
A melhor arma do jornal para se adaptar às novas tecnologias digitais é a qualidade do seu conteúdo. Há mais de uma década, falando do alto da tribuna da Associação Mundial de Jornais, Bill Gates fez um exercício de premonição. O dono da Microsoft previu que no ano 2000 não haveria mais jornais impressos. Hoje, ao contrário da sombria profecia de Gates, os diários continuam vivos. No Brasil, para além da razoável saúde dos diários tradicionais, explodiu o fenômeno dos populares de qualidade. O novo segmento não tem apenas incorporado novos leitores. Ele, de fato, representa uma esplêndida plataforma educativa. É fascinante ler alguns depoimentos dos novos leitores. São pessoas simples, frequentemente marginalizadas do debate público, que encontraram nos jornais populares de qualidade a porta de entrada da cidadania.
Os diários têm conseguido preservar o seu maior capital: a credibilidade. A confiança da população na qualidade ética dos seus jornais tem sido um inestimável apoio para o desenvolvimento de um verdadeiro jornalismo de buldogues. O combate à corrupção e o enquadramento de históricos caciques da política nacional, alguns sofrendo o ostracismo do poder e outros no ocaso do seu exercício, só é possível graças à força do binômio que sustenta a democracia: imprensa livre e opinião pública informada.
Os jornais brasileiros têm cumprido um papel singular. Transformaram-se, de fato, numa instância decisiva de uma sociedade abandonada por muitas de suas autoridades. O Brasil, graças também à qualidade dos seus jornais, está experimentando uma profunda mudança cultural. A corrupção, infelizmente, sempre existirá. Faz parte da natureza humana. Mas uma coisa é a miséria do homem; outra, totalmente diferente, é a indústria da negociata e a certeza da impunidade. Estas, sem dúvida, devem e podem ser combatidas com os instrumentos de uma sociedade civilizada. A transparência informativa é o elemento essencial na renovação dos nossos costumes políticos.
Mas o cidadão que confia na integridade dos jornais é o mesmo que nos envia alguns recados: quer menos frivolidade e mais profundidade. Tradicionalmente fortes no tratamento da informação, alguns diários têm sucumbido às regras ditadas pelo mundo do entretenimento. Ao atribuírem à televisão a responsabilidade pelo emagrecimento de suas carteiras de leitores, partiram, num erro estratégico, para um perigoso empenho de imitação. Acabamos, frequentemente, imobilizados por uma falácia. A força da imagem, indiscutível e evidente, gerou um perverso complexo de inferioridade em algumas redações. Perdemos a coragem de sonhar e a capacidade de investir em pautas criativas.
É hora de proceder às oportunas retificações de rumo.
A revalorização da reportagem e o revigoramento do jornalismo analítico devem estar entre as prioridades estratégicas. É preciso atiçar o leitor com matérias que rompam a monotonia do jornalismo de registro. Menos aspas e mais apuração. O leitor quer menos show e mais informação de qualidade. O sensacionalismo, embora festejado num primeiro momento, não passa pelo crivo de uma visão retrospectiva. Curiosidade não se confunde com aprovação. O prestígio de uma publicação não é fruto do acaso. É uma conquista diária. A credibilidade não se constrói com descargas de adrenalina.
Apostar em boas pautas (não muitas, mas relevantes) é outra saída. É melhor cobrir magnificamente alguns temas do que atirar em todas as direções. O leitor pede reportagem. Quando jornalistas, entrincheirados e hipnotizados pelas telas dos computadores, não saem à luta, as redações se convertem em centros de informação pasteurizada. O lugar do repórter é na rua, garimpando a informação, prestando serviço ao leitor e contando boas histórias. Elas existem. Estão em cada esquina das nossas cidades. É só procurar.
O leitor não quer receber o noticiário do telejornal da véspera. Quer análise, interpretação, explicação. Quer, no fundo, algo que sirva para a sua vida. O que vai conquistar novos leitores é uma ágil e moderna prestação de serviços, é a matéria que ultrapassa a superficialidade eletrônica, é a denúncia bem apurada, é o texto elegante e bem escrito.
Há muito espaço para o jornalismo de qualidade. Trata-se de ocupá-lo. Com competência, ousadia, criatividade e, sobretudo, com ética. A percepção do cidadão a respeito do papel do jornal é um inequívoco reconhecimento do seu vigor editorial e da força da sua credibilidade. Isso é bom. Mas deve ser um ponto de partida. Não podemos deixar a peteca cair. O Brasil depende, e muito, da qualidade técnica e ética dos seus jornais.
Finalmente, precisamos ter transparência no reconhecimento de nossos eventuais equívocos. Uma imprensa ética sabe reconhecer os seus erros. As palavras podem informar corretamente, denunciar situações injustas, cobrar soluções. Mas podem também esquartejar reputações, destruir patrimônios, desinformar. Confessar um erro de português ou uma troca de legendas é fácil. Mas admitir a prática de atitudes de prejulgamento, de manipulação informativa ou de leviandade noticiosa exige coragem moral. Reconhecer o erro, limpa e abertamente, é o pré-requisito da qualidade e, por isso, um dos alicerces da credibilidade.
A força de uma publicação não é fruto do acaso. É uma conquista diária. A credibilidade não combina com a leviandade. Só há uma receita duradoura: ética, profissionalismo e talento. O leitor, cada vez mais crítico e exigente, quer notícia. Quer informação substantiva.
O jornalismo moderno, mais do que qualquer outra atividade humana, reclama rigor, curiosidade, ética e paixão. É isso que faz a diferença.
DOUTOR EM COMUNICAÇÃO, É PROFESSOR DE ÉTICA E DIRETOR DO MASTER EM JORNALISMO

GOSTOSA

MARIA INÊS DOLCI

Não ao assédio comercial
MARIA INÊS DOLCI

FOLHA DE SÃO PAULO - 29/11/10

É lícito vender, mas obrigar o consumidor a comprar é assédio comercial e um grande espanta-freguês


O CLIENTE enfrenta fila para pagar um produto de que necessita ou foi induzido a adquirir. Vai gastar dinheiro naquela loja. Pode ser de eletroeletrônicos ou de moda feminina.
Inevitavelmente, perguntam-lhe se não quer aproveitar a promoção e levar um produto que não deseja comprar. Se comprou um sapato, oferecem meias, cintos, outro calçado, um chinelo.
Ou indagam se já tem o cartão da loja. Mesmo respondendo que já tem outros cartões, tem de ouvir uma ladainha sobre os benefícios únicos daquele retângulo de plástico. Ora, é constrangedor ter de reafirmar, de repetir várias vezes, que não se quer algo, mesmo, muito obrigado!
É embaraçoso ver o sorriso amarelo de profissionais, em sua maioria mal remunerados, no comércio ou em bancos, tentando empurrar um produto ou um serviço para cumprir suas cotas de venda.
Em uma farmácia, então, é mais do que desagradável, é irritante, porque muitas vezes quem vai até lá necessita urgentemente de um medicamento. Não é incomum que um consumidor esteja com dor de cabeça, resfriado ou até com problemas mais graves de saúde.
Ainda assim, tem de manter a calma e a boa educação, pois sabe que os vendedores não têm outra opção. Paira sobre eles a ameaça, raramente velada, de demissão ou de marcar passo na carreira se não conseguirem aumentar o valor da compra alheia.
Os precursores dessa política comercial, sem dúvida, foram os bancos. Que sempre dão um jeito de vincular um empréstimo à aquisição de um seguro, ou de um maldito título de capitalização.
Costumavam, também, enviar cartões não solicitados. E hoje colocaram toda a movimentação de uma conta em cartões com crédito.
Ou seja, de uma forma ou de outra, você acaba fazendo o que eles querem. Não bastasse tudo isso, operadoras de TV por assinatura, de telefonia e, de novo, bancos têm exércitos armados com telefones até os dentes para "oferecer" bônus que você nem imaginou. Experimente, contudo, solicitar que a oferta seja feita por e-mail, com as informações sobre alteração de contrato que implicam. Pode esperar sentado, leitor.
Ninguém gosta de ser alvejado por ofertas não solicitadas de produtos. Nem que seja pela dupla de "vendedores" de um restaurante por quilo do shopping. Quem já deu uma volta maior na área de alimentação para fugir deles sabe do que estou falando.
Para complicar ainda mais, há os ambulantes nos semáforos das grandes cidades, que empurram produtos ou penduram pacotes de bala e de chiclete no espelho externo do carro. Alguns deles, mais agressivos, só deixam o motorista prosseguir após oferta insistente do produto ou do serviço -por exemplo, limpeza do para-brisa com líquido suspeito e pano idem.
É lícito, evidentemente, vender. Vendedor é um profissional respeitável como qualquer outro. Isto posto, é incorreto pressionar indevidamente consumidores para que "ajudem" um desses profissionais a cumprir suas cotas.
Fala-se e escreve-se muito sobre fidelização. Ou seja, sobre como uma empresa poderia fisgar corações e mentes dos consumidores. Vai aqui uma dica: não nos aborreçam com vendas empurradas. Poderíamos até, ocasionalmente, comprar algo que não houvéssemos planejado. Mas, nesses casos, as possibilidades de arrependimento são grandes. Isso não fideliza ninguém.
Na verdade, declaro-me pronta para ser fiel a um estabelecimento que simplesmente me venda o produto que procuro, com qualidade comprovada e preço justo, na média do mercado. A uma loja que não cobre mais por compra paga com cartão de crédito. E que me dê a oportunidade de só adquirir, se for o caso, o produto barato e simples de que necessito, sem me assediar com perguntas do tipo "não quer aproveitar para levar este kit de beleza?".
Comprar não precisa se tornar um suplício para o consumidor, embora haja filas, dúvidas e preços nem sempre convidativos. Obrigar a comprar é assédio comercial e um dos melhores espanta-fregueses do mercado.
MARIA INÊS DOLCI, 54, advogada formada pela USP com especialização em business, é especialista em direito do consumidor e coordenadora institucional da ProTeste Associação de Consumidores. Escreve quinzenalmente, às segundas, nesta coluna.

CLÁUDIO HUMBERTO

Corrupção ameaça 90% das empresas


Estudo da empresa Kroll Associates, ao qual esta coluna teve acesso, mostra que, no Brasil, 90% das empresas estão sujeitas à corrupção. Especialista em gerenciamento de risco, Kroll revela, no estudo, que o país está acima da média mundial em três categorias - roubo de informações, fraude e corrupção ativa e lavagem de dinheiro. E 43% das empresas, neste ano, foram alvo de roubo de dados eletrônicos.


Lavagem

O índice de empresas brasileiras atingidas pela lavagem de dinheiro mais que triplicou nos últimos 12 meses: ultrapassou os 17%.


Oportunidade

O medo da corrupção e fraude no Brasil dissuadiu 48% de novos investidores a buscar oportunidades no país, diz o relatório da Kroll.


Bons exemplos

Duas áreas corruptas, segundo a Kroll: transporte e infraestrutura, que usam "superfaturamento, empregados fantasmas, contratos falsos etc".


Sérgio Galileu

Se a Terra fosse quadrada, o Governo do Rio estaria salvo: era só tirar bandidos das UPPs e empurrá-los para tão longe que cairiam no vazio.


Antaq

A atitude arrogante da Agencia Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) não é apenas em relação ao Tribunal de Contas da União, cujas notificações ignora solenemente. Em sua sede, no Rio, a Antaq é conhecida pelos incômodos que causa aos vizinhos, no prédio de 22 andares, na Rua Rodrigo Silva, no Centro. Estacionam carros na calçada, que é estreita, e exibem um numero incomum de seguranças.


Festas

Chama a atenção dos vizinhos da sede da Antaq, no Rio, as festas frequentes e o sobe-e-desce de uma mulherada, digamos, bandeirosa.


Manda chuvas

A prefeitura do Rio pediu chuva à Fundação Esotérica Cacique Cobra Coral para "apagar os incêndios". O tráfico comprou a "chuva de balas".


Dia do pendura

Só Matusalém pagará à Caixa a dívida dos que pediram Crédito de Financiamento Estudantil. É impagável, com juros e correção.


Cartaz sujo

A Infraero tem dinheiro em caixa, mas não paga contas. Servidores de sua área de comunicação assumiram despesas do hotel, em Salvador, onde participaram de evento oficial no fim de semana. É que o cartaz da estatal, na tesouraria do hotel, está sujo como pau de galinheiro.


Peão tucano

O Governo paulista tem paixão pelo Hospital de Barretos: o governador Goldman liberou mais grana para nova sede em Paulínia, fora os R$ 88 milhões até agora. Para os outros hospitais de câncer, só R$ 5 milhões.


Gostou

A presidente da Anac, Solange Vieira, briga nos bastidores por sua recondução ao cargo, no Governo Dilma. Ela conversou sobre o assunto com seu chefe, o ministro Nelson Jobim (Defesa), terça, às 17 horas, e com o deputado Carlos Zaratini (PT-SP), um de seus patronos.


Ouvidos moucos

O Serpro vai estrear quarta-feira sua rádio na internet. Mas, para escutá-la, os funcionários - que ganham salários merrecas - estão sendo avisados de que precisam comprar fones de ouvidos.


FRASE DO DIA


"O eleitor não pode se decidir por pesquisas tabajara"
Deputada Iris Araújo (PMDB-GO), contra divulgação de pesquisas a 45 dias da eleição

PODER SEM PUDOR

O mais importante
Folclórico ex-prefeito de São Mateus (ES), Amocim Leite (também conhecido por "Loveyesmilk") tomava um demorado chá-de-cadeira na ante-sala de Gérson Camata, então governador capixaba, quando interpelou a secretária, irritado, sobre o motivo de tanta demora.
- É que ele está falando com um pessoal que veio de Brasília...
- Não entendo, reagiu Amocim. Eu vim de Monza, e eles são mais importantes do que eu?!

O ALEMÃO

SEGUNDA NOS JORNAIS

Globo: O Rio mostrou que é possível

Folha: Polícia ocupa morro do Alemão

Estadão: Polícia ocupa Alemão; traficantes fogem

JB: Não deu nem para resistir

Valor: Megaoferta de gás reativa investimento em térmicas

Estado de Minas: Polícia toma refúgio de traficantes no Rio