sexta-feira, outubro 01, 2010

SONIA RACY - DIRETO DA FONTE

Escreveu, não leu...
SONIA RACY

O ESTADO DE SÃO PAULO - 01/10/10

A Promotoria Eleitoral não desistiu da caça ao Tiririca. Desconfia que a declaração entregue à Justiça Eleitoral, que deveria ser escrita de próprio punho para provar que o candidato não é analfabeto, tenha sido redigida por uma pessoa e assinada por outra. O documento passará por perícia grafotécnica no Instituto de Criminalística. Crimes? Falsidade documental e ideológica.

Novo em folha

Corre pelo Sírio-Libanês que Romeu Tuma ganhará coração novo. O caríssimo Biopump, espécie de bomba cardíaca artificial, teria sido encomendado na Alemanha. A cirurgia seria feita por Fábio Jatene. Até o fechamento da edição, a assessoria do candidato não retornou para confirmar a informação.

Cabalístico

O Ministério Público e a Polícia Federal vão investigar se o candidato a deputado federal Ajuricaba Menezes, do PMDB, tem ligações com o PCC. Ex-presidiário, seu tema de campanha é a reforma do sistema penitenciário. E seu número é o mesmo usado para denominar o Primeiro Comando da Capital, 1533 (15= P e 3= C, no alfabeto). À coluna, Ajuricaba defende-se. "Não tenho ligações com o PCC. Consegui o número em sorteio."

Politiquês

O BC e Ministério da Fazenda estão tentando segurar a desvalorização do dólar, frente ao real (foi rompida ontem a barreira de R$1,7 por dólar), no "gogó". Apesar das medidas necessárias estarem prontas e decididas. Tudo para não tumultuar as eleições.

Mãos leves

Antes de sair para a carreata sábado, em Campina Grande, Serra foi avisado por Cássio Cunha Lima: "Tire tudo dos bolsos, aqui roubam muito". O alerta não chegou aos seguranças. Resultado: quatro celulares a menos no fim da visita.

Ideologia pura

Após as eleições, Zé Dirceu ataca de Che Guevara. Em novembro, participa de conferências no Chile, Cuba e Venezuela para palestrar sobre esquerda progressista e América Latina. Garantiu à coluna que não receberá um tostão pelo périplo.

24 horas

Edson Aparecido arrumou uma maneira suis generis de fazer campanha. Vai de um evento para outro na garupa de um motoboy. Tem dois contratados full time.

O eleito

Foi escolhido, após meses de embate entre músicos e direção, o regente titular da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo: o maestro Alex Klein.

Assume lugar deixado por Rodrigo de Carvalho.

Bola na mão

Depois que os novos vizinhos de Ronaldo souberam que o jogador comprou a casa de Pedro Paulo Diniz nos Jardins, por algo como R$ 11 milhões, todos se entusiasmaram.

Também querem vender seus imóveis ao craque bom pagador, caso ele queira ampliar seus domínios.

Pura beleza

Fanny Ardant gostou tanto do Brasil que volta, em dezembro, para a abertura do Sesc Belenzinho.

Ali, encenará um espetáculo sobre a escritora belga Marguerite Yourcenar.

Voilà

A Portadora de Perfume, uma das esculturas mais premiadas de Victor Brecheret, está a caminho de Paris. A obra, de 3 metros de altura, foi doada pela filha do escultor, Sandra Brecheret. Ficará em área restrita do Senado francês, no coração do Jardim de Luxemburgo.

Sinal verde

Eventuais pichações nas obras da mostra Revelarte - que o MASP levou às ruas anteontem - serão catalogadas e integradas à exposição.

Na frente

Carlos Miele pilota hoje festa brasileira em sua loja de Paris com a Vogue Itália. Em prol da Rainforest Foundation.

Estreia hoje Florilégio, com Mira Haar e Carlos Moreno. No Museu da Casa Brasileira.

Õte, selo da BEI Editora, lança hoje Descomplicando a Economia do Século XXI, de Randy Charles Epping. Na Cultura da Av. Paulista.

Tony Bellotto lança o livro No Buraco, segunda, no Astor.

Será lançado hoje o livro Mutações, de Adauto Novaes. No Sesc Vila Mariana.

Anna Tereza Paes de Almeida e Clarissa Khouri organizam coquetel da Téa Panô. Segunda, em Moema.

Quem tirou segunda via do título de eleitor nos últimos dois dias encontrou fila de dobrar o quarteirão nos cartórios. Cruzes!

NELSON MOTTA

No palanque
Nelson Motta 
O Estado de S.Paulo - 01/10/10



Poucas situações podem levar um ser humano - até mesmo os mais dignos, honestos e respeitáveis - a parecer tão ridículo ou patético como em um palanque eleitoral. É onde até os melhores ficam piores, mais falsos e paródicos, pela própria natureza da situação.
O melhor, ou pior, exemplo é o grande escritor Mario Vargas Llosa, que foi candidato a presidente do Peru e perdeu por um focinho para Fujimori. Nos palanques, a inteligência e a lucidez de um dos maiores escritores vivos se diluíram em demagogia e arrogância, e o fizeram parecer um personagem do ficcionista Vargas Llosa.

Com apoio político qualificado e ótimo programa de governo, era infinitamente superior ao facinoroso Fujimori. Mas, nos palanques, ele tinha que se "vender" à massa, dizer que é melhor do que os outros, que é o bem e eles o mal, numa situação-limite para alguém dotado de um mínimo de compostura e autocrítica. Vacilou, perdeu.

Alguns poucos homens e mulheres, discretos e corretos, se submetem ao sacrifício pelo seu país, por seus filhos, sua causa ou sua fé. Outros sobem prazerosamente nos palanques e os fazem palco para exibicionismo, picadeiro para bravatas e autoelogios, oportunidade para se sentirem "amados" pelas massas amorfas e anônimas. Há gosto para tudo.

Experimentem ver imagens de um candidato discursando em um palanque e tirem o som. Tirem também as crianças da sala porque a cena é apavorante: homens e mulheres gritando e esbravejando, com as veias saltadas, de dedos em riste e punhos fechados, entre esgares e sorrisos congelados, aplaudidos por suas claques e militâncias amestradas. Será que eles pensam que aquele pessoal gosta mesmo deles? Ou fingem que não sabem quem está pagando a conta ?

Diante das novas linguagens, mais sintéticas e objetivas, que a televisão, a publicidade e a internet trouxeram para as campanhas eleitorais, o discurso político de palanque, por sua forma e conteúdo, soa tão antiquado e anacrônico como um Sarney.

E para não dizer que não falei de flores, como não estou satisfeito com o discurso da situação, nem com o da oposição, voto em Marina Silva.

GOSTOSA

TUTTY VASQUES

Suprema rejeição
Tutty Vasques 

O Estado de S.Paulo - 01/10/10


A caminho das urnas, o eleitor anda por aí tropeçando a toda hora em pesquisas de opinião para tudo. Nenhuma delas, lamentavelmente, afere a rejeição ao STF às vésperas do pleito. Pelo que a gente ouve nas ruas, todavia, já tem ministro do Supremo disputando com Joaquim Roriz o recorde nacional de queda livre de popularidade.

Nada que, noutras ocasiões, o fígado do brasileiro já não tenha manifestado seu intenso mal-estar com a mais alta instância do Poder Judiciário. Dessa vez, entretanto, o colegiado de meritíssimos inovou métodos: além de avançar em território dominado pela forte concorrência das campanhas políticas de dar dó, conseguiu irritar todo mundo sem precisar, como no passado, conceder um único habeas corpus de repercussão nacional.

A indecisão quanto a aplicação imediata da Lei da Ficha Limpa, somada à indefinição - até ontem - sobre a documentação necessária para votar no domingo, encheu as medidas do eleitor. Fez transbordar novamente a indignação da opinião pública com a Corte Suprema. A boa notícia é que, para tanto, não foi preciso soltar nenhum grande inimigo público do País. Cá pra nós, melhor assim!

Ou não!

Caetano Veloso declarou seus votos para o Senado em Cesar Maia (DEM) e Lindberg Farias (PT). Para quem não conhece a política do Rio de Janeiro, isso é mais ou menos como um corintiano eleger o Palmeiras seu segundo time do coração.

Melô do STF

"Não se afobe não, que nada é pra já!"

GILMAR MENDES, CANTANDO CHICO BUARQUE NO CHUVEIRO

Que exagero!

Na dúvida sobre os documentos que precisa para votar, tinha eleitor ontem cogitando levar fiador e duas testemunhas para o escrutínio.

Quem dera!

Não há por que duvidar do Serra quando ele diz que não tem duas caras. Se tivesse, convenhamos, não andaria por aí o tempo todo com aquela.

Cabra macho

Amigos cearenses de Ciro Gomes estão preocupados. Corre em Fortaleza boato de que o deputado teria comprado uma peixeira no centro da cidade. Parece que cansou de trocar insultos com adversários de seu irmão na disputa pelo governo do Estado.

SANDRA CAVALCANTI

Qual é o preço da liberdade? 
Sandra Cavalcanti 


O Estado de S.Paulo


Estamos vivendo dias constrangedores. Muita gente no Brasil não tem a menor noção do que seja exercer uma atividade pública. Tanto representantes do povo como esmagadora parte do próprio povo, todos demonstram que não sabem fazer a correta distinção entre o que é público e o que é privado.
O comportamento da maioria dos cidadãos e dos governantes revela esta realidade: os conceitos de bem público e de bem privado aparecem sempre muito misturados, de forma confusa e até ardilosa, sufocados pelos interesses particulares de pessoas, famílias, corporações, sindicatos, ONGs suspeitas e seitas pseudorreligiosas.
Os resultados dessa criminosa contaminação são aterradores. Populismo, demagogia, uso perverso dos meios de comunicação, acirramento dos ressentimentos entre categorias sociais. Total falta de transparência no gerenciamento dos tributos arrecadados, nepotismo, enriquecimentos inexplicáveis. E o pior: o apodrecimento dos valores morais. Por isso tem sido tão deprimente enfrentar o que vem sendo trazido à tona nestes últimos tempos.
Não adianta alegar que em épocas anteriores também havia pilhagem do bem comum. Sabemos disso. Mas havia reação. Havia quem se escandalizasse. Havia quem se envergonhasse... Hoje, não. A impunidade está sendo aceita. Virou regra geral. Parece que todo o talento de nossa gente se aplica à fantástica criatividade de novas modalidades de golpes.
Pior do que isso é ter de aturar, na mídia, as declarações e as explicações dos nossos caciques. Pedem respeito às suas pessoas incomuns. Exigem consideração por sua biografia. E o fazem alegando valores republicanos!
É muito cinismo!
É muita arrogância!
A palavra República nada tem que ver com esses comportamentos. República não é nada disso. A expressão res publica, que herdamos da língua latina, significa coisa pública. A República, portanto, cuida da coisa pública. Seu objetivo principal é o bem comum.
Ser republicano é dar primazia ao bem comum. Significa que cabe ao político cuidar do bem comum. Significa que a atividade política se desenvolve na área da justiça. E se vincula integralmente à ética. Sem ética não há política nem políticos. Sem justiça não há política nem políticos.
Diante do panorama que temos à nossa vista, vale a pergunta: de que cuidam os políticos em nosso país, nestes tempos negros? A resposta é aterradora: só pensam em chegar ao poder. Ficar no poder. Usufruir o poder. Gozar o poder. Aproveitar o poder. Tirar vantagens do poder.
Acontece que na verdadeira República o poder só existe para que alguém exerça a tarefa de governar. É isto o que os brasileiros devem exigir de quem chega ao poder: cuidem apenas de governar.
O significado republicano de governar exige zelo pelo bem comum, honesto gerenciamento dos recursos públicos, prestação de contas rigorosa de todos os atos e respeito às leis. As leis, na República, são votadas para ser cumpridas por todos, governantes e governados.
Não é isso o que estamos vendo, mas exatamente o contrário. Os encarregados de zelar pelo bem comum cuidam somente de interesses particulares, partidários, ideológicos, sindicais, corporativos e familiares. Desdenham dos objetivos do bem comum. Apropriam-se dele sem nenhum sinal de vergonha ou constrangimento.
E é nesta realidade deprimente que o Brasil, no domingo, vai escolher de novo seus governantes! Raras vezes vivi um clima pré-eleitoral tão esquisito. Tão absurdamente apalermante! Qual vai ser a reação de nosso povo diante de tudo o que vem acontecendo, como uma enxurrada em dias de tempestade? Onde está a indignação de nossa gente?
Encarapitado no planalto goiano, o governo vive fora da vigilância da população. Ali é quase milagre escapar da contaminação. O presidente, seus subordinados, os senadores, os deputados, os ministros, os membros do Judiciário e mais os aliciantes amigos dos Poderes, todos os que atuam nesse ambiente à parte do País respiram o dia inteiro as vantagens e os privilégios; os conluios e os conchavos marcaram a implantação da capital. Em Brasília, tudo o que é coisa pública está pronto para virar coisa privada! Ninguém conhece limites. Emprego para aliado, protegido, marido, filho, esposa, nora, sogra, avó... Supostas verbas indenizatórias. Luz, telefone, passagens, gastos com as bases, malícias nos artigos das medidas provisórias, espertíssimas emendas orçamentárias, concorrências de fachada, licitações com cartas marcadas, recibos e notas frias. Enfim, um labirinto burocrático infernal, onde o poder jamais cuida do bem comum.
Qual a solução? Existe alguma? Existe. Mas para isso é preciso que apareçam lideranças de verdade. Não há de ser com a UNE subordinada de hoje, nem com candidatos que se escondem sob as ordens de marqueteiros.
Qual o caminho? Tentar acabar com a passividade do eleitor brasileiro. Dando-lhe voz. Dando-lhe meios para exigir dos partidos a indicação de nomes sérios. Dando-lhe meios para cobrar fichas limpas. Sem isso, nada feito. Pelo sistema de hoje, nosso voto não passa de um simples voto de boas-festas, de parabéns, de pêsames ou de louvor. Os partidos atuais não vivem pela força de seus filiados atuantes. Sobrevivem por causa de alianças passivas com o poder. Essa mudança tem de ser feita. Quem fará? Nós! Cabe a nós lutar para garantir a liberdade de opinião e o direito de escolha. Nossa liberdade está prestes a ser agredida. Mas nós vamos reagir. A imprensa mudou o mundo, mas a internet ainda mudou mais. Essa revolução é a nossa força. A turma que está no poder quer impedir a nossa praça!
Na hora de votar, lembre-se disso. O preço da liberdade é a eterna vigilância. Vigiai e orai! Quantos somos? Onde estamos? Qual nosso alvo? Dia 3 de outubro vamos reproclamar a República?

PROFESSORA, JORNALISTA, FOI DEPUTADA FEDERAL CONSTITUINTE, FUNDOU E PRESIDIU O BNH NO GOVERNO CASTELO BRANCO

GOSTOSA

DORA KRAMER

Atos erráticos 
Dora Kramer 

O Estado de S.Paulo - 01/10/2010

Em 1986, um pouco antes do lançamento do Plano Cruzado, que daria ao então presidente José Sarney um ano de alta popularidade e ao fim dele uma vitória eleitoral espetacular na eleição de governadores do PMDB em quase todos os Estados, Fernando Lyra (ex-ministro da Justiça) e Fernando Henrique Cardoso (senador) fizeram duras críticas a Sarney. A de FH bem mais contundente, em longa entrevista ao Jornal do Brasil.


Comentário de Lyra entrou para os anais das melhores tiradas da política: "Eu pisei no tomate, mas Fernando Henrique pisou no tomateiro."

Entre o ministro e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes e o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, difícil distinguir quem pisou no tomate e quem esmagou o tomateiro.

Impossível decidir quem teve o pior desempenho na história exposta ontem pelo jornal Folha de S. Paulo sobre um telefonema entre Serra e Mendes, ao que tudo indica, ocorrido pouco antes de o ministro pedir vista da ação direta de inconstitucionalidade do PT contra a lei que exige do eleitor apresentação de dois documentos para votar.

Segundo o relato da Folha de S. Paulo, um profissional do jornal estava presente quando Serra pediu para que fosse feita a ligação. Testemunhou quando um assessor passou o telefone dizendo quem era do outro lado da linha e ouviu quando o candidato atendeu dizendo "meu presidente!".

O candidato e o magistrado erraram feio. Um por telefonar, outro por atender. Isso na hipótese de que não tenham conversado sobre o julgamento que transcorria no STF, coisa que jamais se saberá com certeza.

Não conspira a favor do exigido de um magistrado que no curso do julgamento esteja a conversar com uma das partes.

Sim, porque da forma errática como foi posta em debate essa questão da exigência do título de eleitor e mais um documento oficial com fotografia, ficou convencionado que a lei desfavoreceria o PT e, consequentemente, favoreceria o PSDB.

Da parte do candidato, o gesto de telefonar para o ministro durante a sessão é de uma inconveniência ímpar. Até porque dá margem a comentários, interpretações e suposições que de fato foram feitas a respeito do telefonema e obrigaram o ministro a se justificar várias vezes por meio de indiretas na sessão de ontem.

Serra e Mendes foram mal, mas se lhes serve de conforto, não estão sozinhos no que tange à falta de apreço à melhor conduta.

Deixemos de lado o comportamento do presidente da República, por já exaustivamente comentado, e passemos direto aos votos do restante do colegiado no momento em que Gilmar Mendes interrompeu o julgamento: sete votos em favor da ação indireta de inconstitucionalidade.

Todos absolutamente lógicos no tocante à dificuldade que sem dúvida alguma a exigência impõe ao eleitor. Mas naquela sessão não houve a decretação da inconstitucionalidade da legislação. Tampouco isso ocorreu na sessão do dia seguinte (ontem) que concluiu a votação com o resultado de 8 a 2 em favor da não-obrigatoriedade da apresentação do título de eleitor.

Os magistrados recorreram a critérios de "proporcionalidade" e "razoabilidade" - e não a normas constitucionais - para atender ao que pedia a ação direta de inconstitucionalidade.

Aos partidários que se revoltam ou comemoram a decisão do tribunal convém lembrar que em tese não estava em jogo uma questão eleitoral.

Tanto que no ano passado quando o Congresso votou a emenda à legislação eleitoral nenhum líder partidário discordou e, depois disso, o presidente Lula sancionou a lei.


Só ocorreu ao PT que ela poderia ser prejudicial ao eleitor quando teve certeza de que seria maléfica para a candidatura Dilma. Antes de essa hipótese ser aventada com rigor, até a semana passada não havia reparos a serem impostos à legislação.


Ao Supremo realmente não cabe examinar a motivação, embora coubesse analisar a constitucionalidade e não a conveniência, de todo modo muito pertinente quanto ao mérito da questão.


Confuso? Pois é, como tudo o mais nesta brasileira República federativa.

JOSÉ SIMÃO

Ueba! A Tiririca do Cerrado!
JOSÉ SIMÃO
FOLHA DE SÃO PAULO - 01/10/10

Agora só documento com foto. Sendo que a minha foto é de 1980 e a minha cara é de 2010! Rarará!
BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O Esculhambador-Geral da República! Ereções 2010! Oba! E o novo slogan da dona Weslian Roriz: "Você sabe o que fais um governadô? Nem eu. Vota ni mim que o meu marido sabe!". A Tiririca do Cerrado. Rarará!
E uma coisa que todo eleitor quer saber do candidato: se a mão que ele balança o pingolim é a mesma que ele cumprimenta o eleitor!
E a manchete: "Dilma para de cair". Eu não sei se a Dilma parou de cair ou o Lula que gritou: "DILMA, PARA DE CAIR!". Rarará. E essa: "Serra sobe um pouco, chega a 28 pontos e já ameaça o São Paulo". Rarará!
E Dapadaria informa: se a Dilma ganhar, ela despacha direto do Palácio do Jaburu. Se o Serra ganhar, despacha direto da cripta na Transilvânia. E se a Marina ganhar, despacha direto da gôndola de orgânicos do Pão de Açúcar! Rarará!
E diz que petista é um corintiano que torce para partido. E tá mais fácil ver uma orelha de freira que achar um eleitor do Serra!
E faltam dois dias. Todo mundo com cara de sala de espera de dentista. Esperando a pesquisa das 14h22, a pesquisa das 16h34 e a pesquisa das 18h29. E uma vez eu estava no aeroporto de Salvador e vi uma menina fazendo pesquisa: "O senhor ganha quanto?". "Mil e setecentos reais". "Posso colocar dois mil pra arredondar?". Rarará! Arredonda as pesquisas!
Oba! Não precisa mais de título de eleitor! Ainda bem. O meu deve estar enfurnado embaixo do CIC, rasgado no meio e colado com durex num envelope pardo escrito documentos importantes, na última gaveta, que tá emperrada! Agora só documento com foto. Sendo que a minha foto é de 1980 e a minha cara é de 2010! Rarará!
E um amigo quer saber qual o real significado da palavra zona eleitoral! E sabe qual o nome do advogado do Netinho? Alexandre ROLLO! E o Beto Richa barra mais uma pesquisa no Paraná. Nome do advogado: Luciano CARRASCO! Agora eu não sei se voto no Biju Furacão do Forró ou na força da mulher rondoniense; "Ana da 8". Só? Tô achando essa força muito fraca. Rarará.
A situação tá ficando psicodélica. Eu acho que o Brasil tomou um ácido no café da manhã. Ainda bem que nóis sofre, mas nóis goza. Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
Mais ética na demagogia!

VERGONHA

MERVAL PEREIRA

Dilma, na margem de erro 
Merval Pereira 

O Globo - 01/10/2010

O que parece que está acontecendo neste momento da campanha presidencial é que a decisão está mesmo na margem de erro. A média das últimas pesquisas dá uma vantagem para Dilma Rousseff sobre a soma dos demais candidatos de 2 a 5 pontos percentuais, o que permitiria sua vitória já no primeiro turno. Mas pode faltar fôlego no final da campanha, dependendo de alguns fatores, como uma abstenção maior no Nordeste, por exemplo, que em parte foi amenizada pela decisão do Supremo Tribunal Federal de exigir apenas um documento com fotografia para o eleitor votar, sem necessidade de mostrar o título de eleitor.

Também o crescimento da candidata do Partido Verde, Marina Silva, pode ser maior do que está sendo captado por alguns institutos de pesquisa.

O Partido Verde tem levantamentos próprios que indicam que sua candidata está crescendo muito em capitais como Rio e Belo Horizonte, tirando votos especialmente de Dilma Rousseff.

Tanto os levantamentos do PV quanto os do PSDB indicam que Marina tem potencial para chegar a mais de 15% de votos válidos, os mais otimistas achando que ela pode beirar os 20%.

Mas qualquer escorregão de qualquer dos candidatos pode influenciar na decisão final do voto. Não é à toa que a candidata Marina Silva, além de visar a favorita Dilma Rousseff na questão do aborto, está também atacando o candidato tucano José Serra, afirmando que ele não tem competitividade para disputar um segundo turno.

Apresentando-se como a única alternativa real para derrotar Dilma num eventual segundo turno, Marina procura esvaziar seu adversário tucano e estimular o voto útil dos que querem derrotar o PT.

Os temas delicados serão colocados para os candidatos, como a questão do aborto, que também é uma complicação para Marina junto ao eleitorado mais progressista, que considera que ela é muito conservadora em questões morais justamente por ser evangélica.

Marina poderá receber votos de um eleitorado mais conservador, e perder votos em um eleitorado mais progressista que normalmente teria o Partido Verde como opção ao petismo.

Também o candidato tucano José Serra será confrontado com suas últimas promessas claramente eleitoreiras, como o 13osalário para o Bolsa Família ou aposentadoria integral para o funcionalismo público.

Ao mesmo tempo ele acenou com a possibilidade de mudar a idade para a aposentadoria, um tema tabu para os que estão com projetos de aposentadoria.

Mais uma vez parece que a eleição será decidida dentro da margem de erro, como vem acontecendo desde 1998, na reeleição do então presidente Fernando Henrique Cardoso.

Sua eleição em 1994 foi mais tranquila, já no primeiro turno com 54,3% dos votos válidos, sem grandes emoções.

Quatro anos depois, com a crise econômica forte e a desvalorização do Real se tornando incontornável, ele foi reeleito com 53,1%, mas ficou até o último momento da apuração em suspense.

Em 2002, o candidato do PT, Lula, foi para o segundo turno com 46,4% dos votos, e em 2006 ficou com 48% no primeiro turno.

O país tem ficado muito dividido em todas as eleições. E mesmo que o presidente Lula chegue perto de 80% de popularidade, não conseguiu retirar do pleito esse caráter de divisão de forças políticas, como se verifica agora.

Há estudos que demonstram que os institutos de pesquisas tendem a aumentar os índices dos candidatos favoritos nas eleições, o que quase sempre não se confirma nas urnas.

A decisão final do eleitor fica dependendo de pequenos fatores. Por isso, o presidente Lula voltou a entrar na campanha para defender sua candidata dos ataques que vem sofrendo nos últimos dias por conta das questões delicadas — como o aborto — no último programa eleitoral.

Essa questão está abalando tão fortemente os votos dos eleitores religiosos, católicos ou evangélicos, que uma movimentação maior foi necessária para tentar apagar o foco de incêndio, e até mesmo o Bispo Edir Macedo, da Igreja Universal, foi convocado pelo governo para defender Dilma.

Logo ele, que se declara a favor do aborto.

É bom lembrar que na última eleição para senador no Rio o candidato do PP, Francisco Dornelles, superou Jandira Feghali nos últimos dias de campanha justamente devido à posição dos partidos de esquerda a favor do aborto.

Esse tema pode ter levado o Datafolha a captar uma reação mais intensa do eleitorado na segunda-feira, dia 27, quando registrou uma queda mais acentuada da diferença entre Dilma e os adversários.

Acontece que, no fim de semana anterior, as igrejas haviam feito pronunciamentos fortes contra o PT e sua candidata por conta do apoio ao aborto.

Segundo especialistas, as diferenças nas medições se devem às metodologias utilizadas pelos institutos de pesquisa.

O Ibope, o Vox Populi e o Sensus adotam os setores censitários do IBGE como base para as entrevistas domiciliares, indo às áreas urbana e rural do país, segundo as variáveis sexo, idade, escolaridade e renda da população.

O Datafolha utiliza o método do fluxo de ponto, com pesquisas realizadas com as pessoas circulantes em pontos específicos dos municípios, segundo as variáveis sexo e idade.

O fluxo de ponto é uma metodologia mais fluida do que a domiciliar. O National Opinion Research Center da Universidade de Chicago recomenda que as pesquisas de fluxo de ponto devam ter o dobro do tamanho amostral que as domiciliares para obterem a mesma margem de erro, com o controle mínimo das variáveis sexo, idade, escolaridade e renda para a obtenção apropriada da amostra coletada.

Por isso, a amostra do Datafolha é sempre de 10 mil pesquisados, quase o triplo dos demais institutos. Numa eleição apertada como essa, qualquer desvio de cálculo pode comprometer o resultado final. Somente no domingo saberemos quem está com a razão.

MÔNICA BERGAMO

WWW.ARTE.COM
MÔNICA BERGAMO
FOLHA DE SÃO PAULO - 01/10/10

Obras de arte produzidas entre 1980 e 2010, de artistas como Jesus Rafael Soto, Waltércio Caldas e Vik Muniz, estão na exposição "Novos e Consagrados Artistas Masterarte", que foi inaugurada anteontem em Pinheiros. A curadora da mostra é Daniela Seve Duvivier, sócia da galeria virtual Masterarte.

SENHORAS DO CÁRCERE

A Defensoria Pública de SP vai iniciar em outubro um mutirão em todas as penitenciárias femininas do Estado. A ideia é que, ao final de um ano, as 11 mil detentas tenham sido visitadas pelo menos duas vezes. Os defensores vão traçar um perfil da população carcerária e oferecer assistência judiciária para pedidos de liberdade, progressão de pena e atendimento médico. E depois informarão sobre o encaminhamento dos pleitos.

PRESTAÇÃO DE CONTAS
A Defensoria fará relatórios mensais sobre o mutirão para a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, que financia o projeto.

BRINCANDO DE ELEIÇÃO
Em enquete feita entre os dias 28 e 29 de setembro pelo Habbo Hotel, comunidade virtual de adolescentes de 13 a 17 anos, a presidenciável Dilma Rousseff (PT) teve a preferência de 40% dos internautas. José Serra (PSDB) tem 32%, Marina Silva (PV), 21%, e Plínio de Arruda Sampaio (PSOL), 2% . A enquete não é uma pesquisa eleitoral, mas um mero levantamento de opiniões que não tem controle de amostra nem utiliza método científico, e depende apenas da participação espontânea do internauta.

CURRAL ELEITORAL
Os 15 integrantes de "A Fazenda" (Record) não votarão nas eleições de domingo. Confinados em Itu, nenhum deles estará em seu domicílio eleitoral. Terão 60 dias para justificar a ausência ou pagarão multa de R$ 3,50.

POLÍTICA FASHION
O estilista Ronaldo Fraga será um dos representantes do Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC), com o maior número de votos dos 150 delegados. Paulo Borges, da SPFW, também foi eleito.

PROVA
O ex-deputado Cunha Bueno tirou uma foto na frente do teatro Lincoln Center, em Nova York, para provar ao maestro João Carlos Martins, seu amigo, que tentou de tudo para assistir à apresentação que ele fez na semana passada na cidade. Os ingressos estavam esgotados e Bueno tentou comprá-los num cambista, mas se assustou com o ágio: de US$ 30, os bilhetes estavam sendo vendidos por US$ 600 cada um. Ficou na porta mesmo.

PEDALA, RODINHA
Uma roda-gigante movida a energia gerada por cinco bicicletas ergométricas estará no festival SWU, que acontece em outubro, em Itu.

SHOW DA VIDA Alunos do Instituto de Biociências da USP vão promover amanhã, no parque da Juventude, no Carandiru, atividades lúdicas como minhocário e horta para aproximar a biologia do dia a dia das pessoas. O projeto, chamado "Bio na Rua: Revelando os Bastidores da Vida", acontecerá das 9h às 16h. Um caminhão laboratório pode ser levado para o local.

DE VOLTA AO COMEÇO
O comediante americano Ben Stiller vai voltar à Broadway fazendo a mesma peça que o revelou em 1986. Será o protagonista de "The House of Blue Leaves" e interpretará Artie Shaughnessy, um aspirante a compositor -há 24 anos, ele fez o filho do personagem. A atriz Edie Falco ("Família Soprano") também estará no elenco.

CURTO-CIRCUITO

Emily Osment, cantora e atriz da série "Hannah Montana", se apresenta no dia 30 de outubro, às 22h, no Via Funchal. Classificação: livre.
Caetano Veloso e Maria Gadu fazem show hoje no Clube Nextel, em SP, para convidados, dando início à turnê conjunta que farão pelo Brasil.
Mira Haar e Carlos Moreno estreiam hoje, às 16h, o espetáculo "Florilégio", no terraço do Museu da Casa Brasileira. Classificação: livre.

com DIÓGENES CAMPANHA e LÍGIA MESQUITA

EU VOTO




MARCEL FUKAYAMA

Um canal transformador
Marcel Fukayama
VALOR ECONÔMICO - 01/10/10


O Brasil possui mais de 100 mil centros públicos de acesso pago à internet, também conhecidos como lan houses. É um fenômeno iniciado no final da década de 90 em bairros nobres da capital paulista e que hoje se estende desde as periferias dos grandes centros urbanos até regiões isoladas com carência básica de infraestrutura, correspondendo a 45% do acesso à internet no país e conectando 30 milhões de brasileiros predominantemente de comunidades de baixa renda.

O modelo de negócio surgiu do outro lado do mundo, mais precisamente na Coreia do Sul, um dos países mais conectados atualmente. Os PC Bangs, como são conhecidas as lan houses por lá, fizeram parte do programa de investimentos do governo, que em 1995 lançou um plano para conectar a população, semelhante ao Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), ainda em fase de amadurecimento no Brasil. Fortemente impactada pela crise dos tigres asiáticos em 1997, a Coreia apoiou o desenvolvimento desses empreendimentos como uma das saídas para massificar a internet de alta velocidade.

Hoje, além de ter um dos maiores índices de cidadãos conectados no mundo, a Coreia do Sul gerou uma indústria de entretenimento digital que tem nas lan houses pontos de encontros e disputas, e inovou ao profissionalizar os "gamers". Lembra, em muito, o início do setor no Brasil, quando os "games" eram a principal atração do público desses estabelecimentos. Porém, ao contrário da Coreia do Sul, houve poucos e concentrados investimentos por parte do governo brasileiro e da indústria na conectividade e, desse modo, as lan houses têm desempenhado um papel fundamental na inclusão digital no Brasil.

De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o Brasil tem mais de 19 milhões de microempreendedores, sendo que 60% o são por vocação e não apenas por necessidade. Em geral, as lan houses são estabelecimentos criados e gerenciados por microempreendedores comunitários, líderes e referências nas comunidades onde atuam, prestando um serviço público de valor e alto impacto.

Tirando uma radiografia do setor no país, pode-se destacar alguns desafios a serem superados. O alto índice de informalidade exclui esses microempreendimentos de uma série de possibilidades de expansão e amadurecimento de seus negócios. A pouca educação desses estabelecimentos se traduz em um modelo de gestão ineficiente e quase amador, o que aumenta o risco da sustentabilidade financeira dos mesmos pela limitação do portfólio de serviços. Além disso, existe uma imagem rotulada de casas de jogos eletrônicos e pontos de crimes na internet.

Uma iniciativa do Comitê para Democratização da Informática (CDI), organização social pioneira na área de inclusão digital na América Latina, tem as lan houses como canal de atuação. O CDI Lan, criado há um ano, já conta com mais de 2.800 estabelecimentos afiliados com base em um código de conduta, e tem como visão transformar os integrantes deste setor em centros de distribuição de produtos e serviços para a base da pirâmide, com foco em educação e microfinanças.

Por meio do ensino à distância, o Brasil tem a chance de democratizar o acesso a um conteúdo de alta qualidade e possibilitar, além da transformação de regiões hoje carentes de investimentos em educação básica e média, a disponibilização das mesmas ferramentas encontradas em escolas de alto nível.

É possível ver laboratórios de informática fechados em muitas escolas. Para algumas instituições de ensino, o ambiente é perigoso para os alunos e há riscos de danificar os equipamentos. A internet e a tecnologia revolucionaram o mundo, a comunicação e as formas de aprendizado e devem mudar o modo como a educação é realizada. As lan houses, portanto, devem ser uma extensão das escolas e podem atuar como ponto de encontro e estudo, uma espécie de centro de acesso a conteúdos que, em vias tradicionais, seriam limitados às classes mais favorecidas.

Apesar de ter um dos sistemas bancários mais sofisticados do mundo, o Brasil ainda tem milhões de cidadãos excluídos dessa realidade ou com atendimento precário em milhares de municípios. Considerando a penetração e vocação das lan houses, esses estabelecimentos podem ser uma tecnologia social para inclusão financeira e, como correspondentes bancários, apoiar a operação nas comunidades aonde atuam, auxiliando por exemplo na concessão de microcrédito, crédito consignado, abertura e movimentação de contas correntes etc.

Outra iniciativa de valor para o canal é realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Com o objetivo de descentralizar o atendimento, a organização tem como meta tornar 400 lan houses em Pontos de Acesso Sebrae. Para isso, através de um social game - o Desafio Lan Sebrae -, atividades de capacitação e formalização devem ser cumpridas pelo microempreendedor. Uma vez certificada, a lan house está apta a disponibilizar seu espaço para atendimentos online do Sebrae à comunidade e, com isso, atuar como um agente de transformação e multiplicador.

Desse modo, pode-se compreender o futuro do setor de uma maneira mais ampla do que a atual, que é subexplorada e se limita ao acesso à internet. O canal já tem uma intimidade única com a base da pirâmide e, além de ter seu uso potencializado, está vocacionado a ser um centro de distribuição de produtos e serviços sociais, podendo ser aliado às ferramentas de mídias sociais, um meio de mobilização de alto impacto e escala.

Marcel Fukayama é "chief operating officer" (COO) do CDI Lan, iniciativa do Comitê para Democratização da Informática (CDI) para lan houses.

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Setor de máquina pede tarifa maior de importação
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SÃO PAULO 01/10/10


 A diretoria da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) decidiu em reunião na quarta-feira retomar a pressão no governo para elevar a tarifa de importação de alguns itens usados pelas indústrias de bens de capital. A ideia é frear o que chamam de processo de "desindustrialização" e "desnacionalização" do parque fabril. A proposta a ser levada ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, prevê a alta do Imposto de Importação para 350 itens de um total de 1.400 da lista de NCMs (Nomenclatura Comum do Mercosul). Estudo da associação mostra que nesse grupo de itens há invasão de importações. A proposta prevê a elevação crescente das tarifas de importação para a lista de produtos, segundo José Velloso, vice-presidente da Abimaq. "A nossa proposta será a de onerar mais os produtos acabados e menos os componentes", afirma. Hoje, a alíquota máxima no setor é de 14% e a mínima é de 2%, no caso dos itens para os quais o governo concede o chamado ex-tarifário. O plano da associação seria elevá-la a 30% para os produtos mais próximos ao final da cadeia. Os itens intermediários ficariam com alíquota de importação entre 18% e 20% e a matéria-prima, com 14%. A associação prevê entregar a proposta ao governo em até um mês.

ESTRADA Assume hoje a direção-geral da Scania no Brasil Roberto Leoncini, que ocupava a diretoria de vendas de veículos. Sua meta, afirma, é ampliar o trabalho de aproximação com os setores que são clientes da empresa, "para entender suas reais necessidades". O trabalho auxiliará a definição de novos modelos que serão introduzidos no mercado brasileiro, o maior para a Scania em todos os produtos que fabrica, como caminhões, ônibus e motores. "Temos um bom trabalho nesse sentido junto à indústria de mineração e ao agronegócio." A Scania tem hoje cerca de cem concessionárias no Brasil, que atuarão no mapeamento da demanda.

No campo A demanda de executivos para alto escalão das empresas de agribusiness do país teve crescimento de 30% de janeiro a setembro, ante o mesmo período de 2009, segundo levantamento da Abrahams Executive Search, consultoria especializada em recrutamento de executivos para agribusiness.

Impressão A indústria gráfica Baumgarten, de Blumenau (SC), amplia seu parque industrial e une três unidades em uma só planta. Serão investidos R$ 20 milhões em equipamentos e tecnologia. O parque será construído em área de 254 mil m2 e deve ser concluído até dezembro.

Pagamentos... Regulação do mercado de cartões, concessão de crédito, endividamento e outros temas serão discutidos no 5º CMEP (Congresso Brasileiro de Meios Eletrônicos de Pagamento), em São Paulo, em outubro.

...com cartão O encontro, que terá a presença de Delfim Netto, também apresentará pesquisa de satisfação com meios eletrônicos de pagamento, realizada pelo Datafolha. O evento é organizado pela Abecs (associação do setor) e pela Febraban.

Novo G A 3G Americas, associação setorial que representa celulares GSM e suas evoluções, ganha mais um "G" em seu nome para se adequar à tecnologia 4G. A entidade representa fabricantes, fornecedores e operadoras do setor de telecomunicações.

Metal Em agosto, pela primeira vez no ano, não foi registrado roubo de cobre no setor. Desde janeiro, foram desviadas 242 toneladas do metal, ante 496 no mesmo período de 2009. O prejuízo ultrapassa R$ 4 milhões, ante R$ 6,8 milhões em 2009, segundo o Sindicel.

Eletroeletrônicos registram queda pelo 10º mês consecutivo

O preço dos equipamentos eletroeletrônicos não para de cair. Esses itens registraram retração de 0,76% em agosto, segundo o IPV (Índice de Preços no Varejo), da Fecomercio SP. Foi a décima queda consecutiva. No acumulado do ano, os preços do setor acumulam deflação de 9,46%. A queda do preço desses produtos se deve à concorrência desleal com o comércio informal, segundo Julia Ximenes, assessora econômica da Fecomercio SP. "O comércio legal, sobrecarregado com os impostos, não tem como competir com os produtos vendidos irregularmente", afirma. Além disso, a constante inovação tecnológica torna os equipamentos rapidamente ultrapassados, reduzindo o seu valor, segundo Ximenes. Entre os produtos eletroeletrônicos, aqueles que têm registrado as maiores quedas são os do setor de informática e telefonia, como notebooks e smartphones. Na comparação com o mês anterior, os preços médios desses produtos ficaram, respectivamente, 1,23% e 1,70% mais baixos em agosto.

Eólica atrai grandes consumidores

A energia eólica começa a mostrar preços mais atraentes e ganhar espaço entre os grandes consumidores de energia em contratos de longo prazo. A participação dela ainda é limitada. Não seria suficiente para abastecer todo o mercado livre, das grandes indústrias que consomem mais de 3 MW e representam cerca de 25% do consumo de energia no país. Seu preço, entretanto, está bem atraente, em cerca de R$ 135 por MWh, conforme o resultado do último leilão, realizado neste ano. "Em contratos de longo prazo de energia de grandes hidrelétricas, por exemplo, o MWh sai a cerca de R$135. Mas a eólica tem a vantagem de um desconto de tarifa de transporte, por ser renovável", afirma Marcelo Parodi, sócio da comercializadora de energia Compass. O avanço na competitividade da eólica é creditado a razões como a evolução tecnológica e o incentivo do governo, segundo Antônio Fraga Machado, presidente da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica. A realização de projetos como o Proinfa (programa do governo para estimular fontes renováveis) e os leilões de 2009 e deste ano resultaram em redução gradativa no custo da eólica, diz ele. "Em 2003, no Proinfa o custo do MWh ficou na casa dos R$ 200. Em 2009, o leilão ficou em torno de R$ 145. No deste ano, caiu para R$ 135." A eólica é mais competitiva que outras formas ofertadas, segundo Lúcio Reis, da Anace (associação de consumidores de energia).






GOSTOSA

ROGÉRIO L. FURQUIM WERNECK


Uma candidatura movida a gasto público
Rogério L. Furquim Werneck
O Globo - 01/10/2010

Terão as forças políticas que se opõem a Dilma Rousseff condições de assegurar que a eleição exija segundo turno? A folgada liderança da ex-ministra-chefe da Casa Civil nas pesquisas de intenção de voto não caiu do céu. Foi fruto de gigantesca mobilização de recursos a que recorreu o governo, ao longo de pelo menos dois anos, para transformar uma candidata sem qualquer experiência eleitoral prévia em concorrente viável à Presidência da República. É o momento de olhar para trás e perceber as reais proporções da mobilização fiscal levada à frente pelo governo para montar e nutrir a ampla coalizão política que hoje sustenta o bom desempenho eleitoral da candidata.

A parte menos dispendiosa dessa operação envolveu o Bolsa Família, que adveio da consolidação e da ampliação de programas de apoio à população de baixa renda criados no governo FHC. Bem mais custosa tem sido a política de reajuste sistemático do salário mínimo a taxas substancialmente mais altas que a inflação, que tem onerado em muito as contas da Previdência e de governos subnacionais. Tampouco tem sido fácil acomodar a conta da generosidade dos reajustes salariais com que foi agraciada parte substancial dos servidores públicos federais.

Incomparavelmente mais dispendiosa, contudo, tem sido a mobilização fiscal que permitiu a cooptação da outra extremidade do extenso arco de forças políticas que hoje apoia a candidatura governista. O que se revelou realmente caro não foi angariar o apoio dos mais pobres, mas, sim, dos mais ricos. Nessa linha, merece destaque o colossal programa montado no BNDES para concessão de crédito de longo prazo, a taxas de juros pesadamente subsidiadas, bancado com recursos do Tesouro provenientes da emissão de dívida pública. Desde meados de 2008, foram emprestados pelo Tesouro ao BNDES nada menos que R$208 bilhões. Cifra equivalente a mais de 16 vezes o dispêndio anual do governo com o programa Bolsa Família. Embora tais empréstimos venham sendo contabilizados de forma artificial, para que não apareçam nas cifras de dívida líquida do governo central, o Tesouro não teve como evitar que, em decorrência dessas operações, o estoque de dívida bruta federal mostrasse forte elevação no período.

Muito eficazes, também, para cooptar o empresariado, têm sido as expectativas de favores governamentais que deverão advir do avanço da exploração do pré-sal. Especialmente importantes vêm sendo os lucros esperados com a produção de bens de capital para a indústria petrolífera, sob o guarda-chuva protecionista da exigência de que os equipamentos supridos à Petrobras e outras empresas tenham pelo menos 65% de conteúdo nacional. É claro que a prodigalidade com que tais favores vêm sendo concedidos se faz às custas de brutal encarecimento dos investimentos no pré-sal, com consequente redução do excedente da exploração que poderá vir a ser apropriado pelo governo. O que significa dilapidação de recursos públicos que deveriam ter destinação muito mais nobre, em benefício da grande maioria da população.

É essa frente ampla que vem dando sustentação à candidatura de Dilma Rousseff. Vai dos beneficiários do Bolsa Família ao grande empresariado refestelado no Bolsa BNDES e no Bolsa Conteúdo Nacional. Sua manutenção vem exigindo doses maciças e crescentes de dinheiro público. Basta ter em mente as transferências adicionais de dezenas de bilhões de reais do Tesouro ao BNDES, agora anunciadas, que bem ilustram a desfaçatez com que as contas públicas passaram a ser tratadas no país.

O governo comporta-se como se acreditasse que, com a nova alquimia contábil que desenvolveu, já não tem restrição fiscal a respeitar. Alega ter descoberto a pedra filosofal das finanças públicas: uma fórmula mágica de gestão fiscal que permite transformar emissão de dívida bruta em melhora do superávit primário.

Não há como alimentar ilusões. Esse vale-tudo fiscal é só o prenúncio do que se verá no próximo mandato. A menos, claro, que o eleitorado decida dar um basta. A partir de domingo.

WASHINGTON NOVAES

Os passos miúdos da dança global
Washington Novaes
O Estado de S. Paulo - 01/10/2010

Durante a Rio 92 - que levou à aprovação das Convenções do Clima e da Diversidade Biológica - o secretário-geral do encontro, Maurice Strong, foi dramático: disse que era a última oportunidade de os governos encaminharem soluções para os gravíssimos problemas naquelas duas áreas e para a questão da miséria no mundo. Por isso, além de criarem as duas convenções, os chefes de Estado aprovaram a Agenda 21 Global. E ela fornecia um roteiro para enfrentar os dramas do subdesenvolvimento e da pobreza. Incluía a decisão de os países industrializados aumentarem de 0,36% para 0,70% de seu produto interno bruto (PIB) a contribuição anual para os países mais pobres. Com isso, doariam US$ 120 bilhões anuais, a que se somariam US$ 480 bilhões em recursos dos países receptores. E com US$ 600 bilhões anuais seria possível avançar em todas as áreas.

Só a Suécia cumpriu a sua parte. Os demais países industrializados reduziram porcentualmente sua contribuição média para uns 0,3% do PIB anual. E passadas duas décadas, ao fazer a avaliação dos Objetivos do Milênio, diz a ONU que, embora tenha havido progresso, é "um escândalo" que 952 milhões de pessoas no mundo continuem a enfrentar a miséria e que morra uma criança a cada oito segundos por problemas relacionados com a desnutrição. Um quadro ainda tão grave que levou o presidente da França, Nicolas Sarkozy, a ressuscitar outra proposta da década de 90, do economista James Tobin, que sugeria criar uma taxa mundial sobre transações financeiras e destinar o resultado ao combate à pobreza. Porque esta ainda atinge 19% da população mundial, segundo a ONU; 1 bilhão de pessoas vive com menos de US$ 1,25 (pouco mais de R$ 2,10) por dia.

Mesmo nos Estados Unidos, onde a crise econômica eliminou 5 milhões de empregos (a taxa de desemprego está em 14,3%), há 43,6 milhões de pobres, considerado o padrão de lá, que classifica como pobre quem tenha renda anual bruta de até US$ 10.830 (uns R$ 18,5 mil, pouco mais de R$ 1.500 mensais, mais do que a renda média de quem trabalha no Brasil, quase três salários mínimos nossos). Por aqui, a renda média do trabalho chegou a R$ 1.472. Ainda temos 28,8% dos que trabalham recebendo até meio salário mínimo mensal - sem considerar as graves condições de moradia e saneamento dos lugares que habitam.

Sobre a situação da biodiversidade no mundo e no País duas décadas depois, este espaço já foi ocupado na semana passada com números estarrecedores. E quanto ao clima, avança-se para a reunião da convenção, daqui a poucas semanas, no México, sem vislumbrar acordo algum. Numa reunião preliminar de 17 países, em Nova York, o delegado norte-americano, Todd Stern, foi claro: sem a adesão da China, da Índia e de outros países "em desenvolvimento" (o Brasil incluído), não haverá, nem em Cancún nem depois, nenhum acordo "vinculante", que obrigue as nações a reduzir suas emissões de poluentes. Já o delegado russo deixou claro que, se Estados Unidos e China não aderirem a uma nova etapa do Protocolo de Kyoto, este expirará.

Nos mesmos dias, numa reunião da Clinton Global Initiative - que tenta romper impasses nessa área -, a nova secretária da Convenção do Clima, a costa-riquenha Christiana Figueres, foi surpreendentemente direta. As negociações não avançam por dois motivos, disse ela: 1) Tensões e desacordos entre países desenvolvidos e em desenvolvimento; e 2) "business" (UN Dispatch, 22/9). O "business" porque fica à espera de que os governos criem marcos regulatórios. E os governos, "enquanto olham nervosos para os próprios pés, dizem que o business não os está pressionando. É uma espécie de dança, em que cada um diz: "Você primeiro! Você primeiro!"" Na opinião dela, as áreas de negócios deveriam assumir a iniciativa e a liderança, porque têm muito a perder.

Não é muito diferente em qualquer lugar, inclusive no Brasil. Em meio ao fogo que tomou conta de metade do País, em meio à estiagem que secou rios na Amazônia, em meio à perda de parte das colheitas, continua-se a olhar passivamente o panorama. No lançamento de um programa de emergência para o fogo no Cerrado, na presença do presidente da República e da ministra do Meio Ambiente, por três vezes faltou energia no recinto, com os incêndios no Cerrado do Distrito Federal interferindo nas linhas de transmissão. Enquanto isso, dizia o boletim do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) (23/9) que desmatamentos e queimadas causam 75% das emissões de carbono no País. Que os problemas nessa área poderão levar a perdas consideráveis no produto bruto nacional. E que o aquecimento global "poderá elevar a temperatura no Norte e Nordeste até 8 graus, em consequência do desmatamento da floresta amazônica".

Há quem esteja perdendo a esperança. Um deles é o famoso cientista James Lovelock, autor da "Teoria de Gaia". Há algum tempo, afirmou ele que não haveria tempo para esperar que acordos entre países levassem a uma redução de emissões, dada a gravidade da situação. Por isso, ele, que durante décadas se opusera à utilização da energia nuclear, passou a defendê-la, por não emitir poluentes que se concentram na atmosfera e por entender que o problema de resíduos por ela gerados é menor. Os resíduos de uma usina cabem num pequeno veículo, passou a dizer.

Agora, Lovelock vai, perigosamente, ainda mais fundo. Como cita o ex-secretário do Meio Ambiente do Espírito Santo Luiz Prado (Portal do Meio Ambiente, 18/9), Lovelock agora diz: "Eu tenho a sensação de que mudanças climáticas são um evento tão grave quanto uma guerra; talvez seja necessário suspender a democracia por algum tempo."

Certamente não é o caso de concordar. Mas é preciso ter urgência, antes que a tese ganhe muitos defensores. Nunca faltam partidários da força.

RENATA LO PRETE - PAINEL DA FOLHA

Suprema cautela
RENATALO PRETE

FOLHA DE SÃO PAULO - 01/10/10

A campanha de Dilma Rousseff foi instruída a tratar com precaução o telefonema de José Serra a Gilmar Mendes -negado pelo ministro- no dia em que o Supremo Tribunal Federal começou a apreciar pedido de liminar do PT para liberar o eleitor da exigência de dois documentos para votar neste domingo.
Os petistas relegaram os protestos agudos à base partidária e à militância. Orientado a zelar pelo resultado do julgamento, que acabou atendendo ao pleito do partido, e manter o foco na tentativa de decidir a eleição já no primeiro turno, o QG dilmista evitou um embate direto com o tucano.


Sem surpresa Na reunião administrativa de terça-feira, Gilmar Mendes avisou aos colegas, com todas as letras, que no dia seguinte pediria vista do recurso do PT contra a obrigatoriedade dos dois documentos. Argumentou que precisaria de tempo para elaborar um voto consistente, pois estava inclinado a abrir divergência.

Sem registro O fim da dupla exigência sem dúvida serenou a campanha de Dilma, mas, entre os petistas, há quem considere que o perigo mora na necessidade de apresentação do documento com foto. Segundo estudo de 2005 do TSE, 30 milhões de eleitores não têm RG.

Arbitragem Comentário colhido ontem no Twitter: "Gilmar Mendes já está escalado para apitar o próximo jogo do Corinthians".

Babel De um cardeal petista, depois de assistir a recentes sessões do Supremo Tribunal Federal: "Aquilo ali está parecendo reunião da Executiva do PT".

Pela tangente Líderes religiosos reunidos anteontem em Brasília pediram que, caso eleita, Dilma crie no primeiro escalão uma "secretaria especial de cooperação", que funcionaria como canal direto entre as igrejas e o governo. A petista preferiu não assumir compromisso.

Antecipação A longa fala de Dilma sobre o aborto, anteontem, foi concebida como prólogo à possível abordagem do assunto no debate da Globo. O comando da campanha queria que ela fosse enfática antes de enfrentar os adversários com tempo cronometrado.

Mãozinha Às vésperas do debate derradeiro, Dilma "emprestou" sua consultora de imagem, Olga Curado, ao candidato do PT no Distrito Federal, Agnelo Queiroz. Ela preparou o petista para o confronto televisivo de terça.

Rojões 1 O PT busca o melhor endereço em Brasília para abrigar Lula e Dilma no domingo, durante a apuração. A campanha avalia que não seria de bom tom a candidata esperar o resultado no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente.

Rojões 2 O PSDB-SP reservou o Expo Barra Funda, que comporta 5.000 pessoas, para acompanhar a totalização de votos no domingo. Geraldo Alckmin só se dirigirá ao centro de eventos à noite. O PT vai monitorar a apuração no comitê de Pinheiros.

Interrogação A investigação sobre o incidente que paralisou o metrô de SP no dia 21 e chegou a ser classificada como "sabotagem" só será concluída após o primeiro turno. O delegado que apura o caso aguarda laudos e novas testemunhas.

Bancada Após Pedro Simon (PMDB-RS), foi a vez de Patricia Saboya (PDT-CE) manifestar apoio à candidatura presidencial da colega de Senado Marina Silva. Ex-marido de Patricia, Ciro Gomes (PSB) está com Dilma.

com LETÍCIA SANDER e FABIO ZAMBELI

tiroteio

"Depois desse telefonema, Serra não tem mais nada a falar sobre lobby e tráfico de influência no governo Lula."
DO DEPUTADO ANTONIO MENTOR, líder do PT na Assembleia paulista, sobre a suposta ligação do tucano ao ministro Gilmar Mendes pouco antes do pedido de vista que adiou a decisão do STF a respeito da obrigatoriedade de apresentação de dois documentos para votar.

contraponto

Bons camaradas


Demonstrando entrosamento depois de quatro debates na TV, os "Paulos" Búfalo e Skaf cumprimentaram-se animadamente ao descobrir que o sorteio os deixara vizinhos de púlpito durante o último da série, realizado terça-feira na Globo. O candidato do PSOL a governador festejou:
-Camarada Skaf, que bom que vamos ficar perto...
O mediador do encontro, Chico Pinheiro, interrompeu com uma brincadeira a propósito da legenda do empresário, o PSB:
-Vocês estão tão próximos que desse jeito vão se unir numa revolução socialista. Quem diria, hein?