terça-feira, setembro 14, 2010

RUMO À VENEZUELA


Na BA, Dirceu critica 'excesso de liberdade' da imprensa

Além disso, disse que a eleição de Dilma à Presidência 'está carimbada', apesar dos recentes escândalos envolvendo o governo
Tiago Décimo, O Estado de S.Paulo
Em palestra para sindicalistas do setor petroleiro da Bahia, na noite desta segunda-feira, 13, em Salvador, o ex-ministro da Casa Civil e líder do PT José Dirceu criticou o que chamou de "excesso de liberdade" da imprensa.
Além disso, disse que a eleição de Dilma Rousseff à Presidência "está carimbada", apesar dos recentes escândalos envolvendo o governo, admitiu que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é "duas vezes maior" que o PT e atacou os peemedebistas Renan Calheiros e José Sarney - apesar de atribuir à aliança do PT com o PMDB parte do mérito pela ascensão de Dilma nas pesquisas eleitorais.
Dirceu disse aos cerca de 100 líderes sindicais que acompanharam sua apresentação que o primeiro ano de governo de Dilma "será certamente marcado pela política", por causa da imprensa. "O problema do Brasil é o monopólio das grandes mídias, o excesso de liberdade e do direito de expressão e da imprensa", disse.
Depois, Dirceu avaliou que a possível eleição de Dilma é fruto, entre outros fatores, da atração do PMDB para a chapa presidencial, mas criticou duramente dois líderes do partido, Renan Calheiros e José Sarney. "Vocês não vão acreditar que eles são éticos, né?", ironizou.

FALTOU QUEM FREASSE O MUSSOLINI

FHC afirma que Lula virou um chefe de facção

FOLHA ON-LINE
DANIEL RONCAGLIA
DE SÃO PAULO

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou nesta terça-feira que o atual ocupante do cargo, Luiz Inácio Lula da Silva, virou um militante e um chefe de uma facção.
"Isto extrapola o limite do estado de direito democrático", disse FHC em entrevista com militantes do partido transmitida pela internet. Em cerca de 45 minutos, ele passou a maior parte do diálogo criticando Lula.
FHC chegou a citar o ex-ditador italiano Benito Mussolini (1883-1945). "Faltou quem freasse o Mussolini. Alguém tem que parar o Lula."
Andrés Cristaldo /Efe
Fernando Henrique Cardoso afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, virou um militante e chefe de uma facção
Fernando Henrique Cardoso afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, virou um militante e chefe de uma facção
O ex-presidente também classificou de abuso de poder político e autoritarismo uma declaração feita por Lula, ontem em Santa Catarina, de que é preciso "extirpar" o DEM, ex-PFL, da política brasileira.
"É uma forma incorreta, o presidente da República não pode ser expressar dessa forma", disse.
Segundo ele, por conta dessa declaração poderia haver uma consulta ao STF (Supremo Tribunal Federal).
"Para o equilíbrio dos poderes. O presidente está extrapolando o poder político."
FHC também reclamou do fato de Lula sempre criticá-lo. "O presidente Lula perdeu de mim e ele não engoliu até hoje", disse.
O ex-presidente fez ainda mea culpa ao dizer que seu governo e o PSDB erraram na comunicação. "Se alguma coisa que nós fizemos timidamente foi a comunicação."
Ele criticou a forma como Dilma Rousseff (PT) se comunica e afirmou que um presidente deve saber como dialogar com o povo. "Eu não sei se ela tem algum estilo, talvez tenha nenhum", disse.
Em alguns momentos da entrevista, FHC elogiou José Serra (PSDB) e disse que ele foi um bom ministro da Saúde. 

EDITORIAL - FOLHA DE SÃO PAULO

Arrogância de sempre
EDITORIAL
FOLHA DE SÃO PAULO - 14/09/10


Relações de representantes do PT com a imprensa mais uma vez repetem, no caso Erenice Guerra, um padrão inaceitável de conduta


A candidata Dilma Rousseff reagiu com expressões veementes, no debate Folha/Rede TV! deste último domingo, a uma pergunta sobre as recentes denúncias de tráfico de influência envolvendo o filho de sua principal assessora, e atual ministra da Casa Civil, Erenice Guerra.
"Eu não concordo, não vou aceitar, que se julgue a minha pessoa baseado no que aconteceu com o filho de uma ex-assessora minha." Dirigindo-se diretamente à jornalista, prosseguiu. "Você acha correto responsabilizar o diretor-presidente da tua empresa pelo que foi feito pelo filho de um funcionário dele?"
Beneficiada pela regra que proíbe réplicas dos jornalistas, Dilma Rousseff não apenas se esquivou de tratar dos pormenores do caso, como também fez uso de um subtexto frequente nas relações de petistas com seus entrevistadores.
Com efeito, é comum que tratem o jornalista não como alguém investido da função democrática e pública de questioná-los sobre temas incômodos, mas como uma espécie de funcionário a serviço dos donos de uma empresa.
Perguntar sobre um escândalo envolvendo a administração pública e os recursos do contribuinte não seria, segundo essa visão, defender os interesses da sociedade contra os abusos dos governantes, mas simplesmente seguir as ordens de algum chefe.
Todavia, quem segue ordens de um chefe, quem mistura interesses privados a questões de ordem pública, quem age de forma subserviente, quem conspira e quem se esconde não é o jornalista nem os que administram a empresa da qual faz parte.
O comportamento é, isso sim, típico de quem sabe ter à sua volta uma corte invertebrada de assessores, militantes, bajuladores e negocistas, incapazes de qualquer tipo de manifestação crítica.
Quem submete o interesse público às gestões da conveniência privada é o lobista que, valendo-se de parentesco direto com alguém do governo, recebe remuneração para assessorar empresas no intuito de abocanhar algum contrato.
Seria inconcebível, em qualquer país que já tenha abandonado o estágio de republiqueta de bananas, uma situação em que o filho de uma ministra de Estado atende, do seu próprio balcão, aos interessados em fazer negócios com o governo.
Seria também inconcebível, em qualquer país que não vive sob um Estado policial, uma situação em que funcionários do governo violam o sigilo fiscal de familiares de um líder da oposição.
É inaceitável, por fim, que numa estrutura marcada pela indicação pessoal -de que é símbolo a própria invenção, por Lula, da candidata Dilma-, todas as personagens com real poder de decisão sobre o que acontece no governo insistam, como acontece há anos no Brasil, em dizer que "nada sabiam" sobre as atividades de seus mais diretos assessores.
E que repitam, a cada escândalo, a promessa de que tudo será investigado com rigor. Nada seria nem sequer revelado, não fosse a imprensa exercer o papel que lhe cabe e contra o qual se insurgem com a arrogância de sempre.

GOSTOSA

MICHAEL KEPP

O pior cego...

MICHAEL KEPP
FOLHA DE SÃO PAULO - 14/09/10 

Quem elege como seu pior defeito o perfeccionismo não tem a menor ideia do seu pior defeito



POR QUE tantas pessoas são cegas para os próprios defeitos? Estaríamos todos, como disse Nietzsche, condenados a ver o mundo e a nós mesmos a partir de nossa perspectiva parcial e distorcida?
A maioria se recusa a aceitar opiniões sobre si mesma que contradigam o que acredita. Alguns se recusam a ouvir a voz interior que, ao contrário da voz falada, não mente. Diz Millôr: "O pior cego é o que não quer ouvir".
Quem elege como seu pior defeito ser perfeccionista, ingênuo ou franco não tem ideia do seu pior defeito.
Essa cegueira me lembra da mulher com quem eu passei uma hora na cama tentando satisfazê-la. Quando desisti e gozei, ela perguntou se "ejaculação precoce" era um problema crônico meu.
Meu irmão verborrágico se acha só "descritivo". Seus monólogos entupidos de minúcias podem durar tanto quanto uma peça curta.
Quando pedi que me poupasse de detalhes em seus e-mails de sete páginas sobre problemas legais de uma herança, ele usou dez páginas para me prometer isso.
Uma amiga não faz ideia de que é compulsivamente indecisa. Quando nos encontramos, é em lugar e hora que ela troca quatro vezes antes.
Uma vez, quando disse como era difícil encontrar com alguém tão irresoluto, ela mudou de ideia várias vezes antes de admitir o problema.
Um dia depois, voltou atrás, me acusando de sempre querer as coisas do meu jeito.
Um ex-amigo não confia nos amigos: suspeita de motivos egoístas e dúbios por trás dos gestos mais generosos. Quando diagnostiquei sua doença, se recusou a acreditar em mim, dizendo que eu tinha algo a ganhar com a acusação. Sua incapacidade de confiar evitou que enxergasse sua incapacidade de confiar.
Um de meus defeitos que suavizei: criticava, sem aceitar bem críticas. Quando amigos me diziam isso, gritava com eles, o que tendia a reforçar o argumento.
Hoje, aceito melhor as críticas, porque revelam tanto sobre quem critica quanto sobre mim. Ainda sou crítico em relação às pessoas, mas apenas quando elas não estão presentes. Tentei ficar uma semana sem falar mal de ninguém, mas nunca passei do segundo dia. Também cometo o erro de compartilhar minhas opiniões polêmicas com desconhecidos, um risco social constrangedor.
Meu terapeuta sugeriu que, para evitar esse desconforto, eu me tornasse mais aceitável socialmente. Mas minha voz interior disse que me tornar um camaleão social me exporia a risco ainda maior: não ser autêntico.
Então, procurei um novo terapeuta, um capaz de reconhecer seus próprios defeitos tão bem quanto os meus.

MICHAEL KEPP , jornalista norte-americano radicado há 27 anos no Brasil, é autor do livro de crônicas "Sonhando com Sotaque - Confissões e Desabafos de um Gringo Brasileiro" (ed. Record)

EDITORIAL - O GLOBO

Quando o aparelhamento é movido a DNA
EDITORIAL
O Globo - 14/09/2010


A candidata Dilma Rousseff, no debate de domingo à noite, patrocinado pela Rede TV!/“Folha de S.Paulo”, tachou de “manobra eleitoreira” a denúncia publicada pela revista “Veja” de que a sua sucessora na Casa Civil, Erenice Guerra, participara, com um filho, de uma ação de lobby junto aos Correios (sempre eles...). Ao mesmo tempo, Dilma procurou se desvincular da gestão da amiga e assessora direta desde os tempos do Ministério de Minas e Energia, apoiando previamente qualquer medida que o governo Lula venha a tomar em toda essa nova história.

Ela não poderia ter outra atitude. Erenice nega qualquer dolo, assim como refuta a denúncia o empresário Fábio Baracat, embora ele apareça na reportagem relatando encontros com o filho da ministra, Israel Guerra, e a própria Erenice, para tratar de contratos de transporte de cargas dos Correios pelos aviões da MTA, da qual era sócio. As tratativas teriam envolvido o pagamento de uma “taxa de sucesso”, termo elegante para designar suborno — não importa se cobrado para inflar patrimônio pessoal ou arcar com “compromissos políticos”, como teria sido explicado. As negativas poderiam, se não encerrar o caso, pelo menos diminuir sua temperatura, não fossem evidências de que a família de Erenice pratica uma forma específica de aparelhamento e tomada de espaço na máquina pública: aquele ditado pelo DNA.

O filho Israel, antes de supostamente se beneficiar da posição da mãe no governo, no ofício de lobista, foi nomeado para a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), junto com o amigo Vinícius de Oliveira Castro, posteriormente convertido em assessor de Erenice na Casa Civil. Ontem, Vinícius entregou o cargo, enquanto a ministra pedia à Comissão de Ética da Presidência para investigá-la.

Outro parente de Erenice, a irmã Maria Euriza de Carvalho, foi advogada e consultora da estatal Empresa de Pesquisa Energética, para a qual trabalhou, contratado sem licitação, o escritório de advocacia Trajano e Silva. Neste, um dos sócios era mais um irmão: Antonio Eudacy Carvalho. Tudo em família, sem contar que outro integrante do escritório é Marcio Silva, advogado do PT e da campanha de Dilma Rousseff.

O caso de Erenice Guerra e o escândalo da invasão criminosa de arquivos da Receita Federal, com objetivos político-eleitorais, traçam em cores fortes um cenário de degradação de uma máquina pública cada vez mais custosa para o contribuinte. E por trás de tudo está o descuido com que os tais cargos de confiança são preenchidos. No governo Lula, em que o aparelhamento ideológico, e, agora se vê, de compadrio, chegou aos píncaros, o contingente desses funcionários contratados sem concurso foi ampliado de 18 mil para aproximadamente 21 mil.

A sociedade, então, vê-se numa situação desconfortável: paga altos impostos para sustentar uma máquina que não para de inchar, e descobre que, enquanto a qualidade dos serviços públicos continua baixa, parte do seu dinheiro é gasta no pagamento de salários a apaniguados de poderosos de ocasião.

Mais ainda: vê o dinheiro público, que é seu, desviado para labirintos da corrupção, e sequer pode confiar em que o Estado guarde com a devida segurança informações de sua vida privada.

GOSTOSA

FERNANDO DE BARROS E SILVA

(Dirceu) Dilma (Erenice)
FERNANDO DE BARROS E SILVA
FOLHA DE SÃO PAULO - 14/09/10

A Casa Civil teve três titulares sob Lula. O destino ruinoso do primeiro deles abriu a porta do paraíso para a egunda. Dilma Rousseff está hoje na posição que José Dirceu sonhava para si, não houvesse o mensalão no meio do caminho. Dado o histórico da pasta, é o caso de perguntar se Erenice Guerra está mesmo no lugar errado.
Mas há diferenças entre eles. Dirceu era da tropa de elite do PT. Caiu, foi enxovalhado, mas preservou algum prestígio no partido, seu porto seguro. Parte da militância cultiva por ele certo amor bandido.
Preste atenção agora no que diz Dilma da sua afilhada, no debate Folha/Rede TV!: "Eu tenho até hoje a maior e a melhor impressão da ministra Erenice. (...) Agora, eu quero deixar claro aqui: eu não concordo, não vou aceitar que se julgue a minha pessoa baseado no que aconteceu com um filho de uma ex-assessora". Se Lula sacrificou Dirceu em 2005, por que Dilma não sacrificaria Erenice em 2010?
A ex-assessora ocupa circunstancialmente o coração do poder, o lugar mais alto da República depois de Lula, mas é um quadro típico do segundo escalão, contra o qual surgiram evidências de que usou sua posição para favorecer a parentela. Além do filho lobista, facilitador do acesso de uma empresa privada a verbas públicas sobre as quais a mãe-ministra tem influência, foram "descobertos" outros irmãos e agregados de Erenice, acomodados no Estado e/ou agraciados por negócios vários com o setor público.
Nepotismo, tráfico de influência, prevaricação, crime de responsabilidade -sabe-se lá o que pode estar implicado neste caso. Mas ele parece condenado a ser apenas isso -mais um caso, o caso Erenice.
Os escândalos foram banalizados e estão desmoralizados porque Lula quis assim. Não foi obviamente o PT quem inventou o pistolão, o compadrio ou a pilhagem privada do Estado. Mas quando o PT foi criado, a esquerda tinha a veleidade de ser contra o patrimonialismo.

EDITORIAL - VALOR ECONÔMICO

Aliados de Sarney, do governo para a Papuda

EDITORIAL
Valor Econômico - 14/09/2010
 
Aliados do PMDB são obrigados a pagar um preço. Em época de campanha, esse preço pode dobrar, sem correspondência com um aumento de número de votos. A estreita ligação entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), era potencialmente explosiva. Tinha grandes chances de inflacionar o custo-benefício do apoio do velho coronel ao governo. Acabou inflacionando.
Por lealdade pessoal, devido aos serviços prestados por Sarney no ano negro do Mensalão, 2005, ou por mero cálculo político, o presidente Lula e sua candidata, Dilma Rousseff, não tiveram o mínimo problema em passar como tratores sobre os PTs do Maranhão e do Amapá, os dois redutos eleitorais da família Sarney - o Maranhão, o tradicional; o Amapá, um expediente conveniente para manter o mandato de Sarney sem tirar votos da família e de aliados no seu Estado de origem.
No Maranhão, a filha de Sarney, Roseana (PMDB), circula ostentando o nome de Lula por todo Estado, na sua candidatura à reeleição ao governo, e prepara mais um massacre eleitoral contra os seus adversários tradicionais, o PDT e o PCdoB, partidos nacionalmente aliados ao PT, além do próprio PT maranhense. No Amapá, Lula e Dilma gravaram programas de apoio à candidatura ao Senado do ex-governador Waldez Góes (PDT) e ao governador e candidato à reeleição Pedro Paulo Dias (PP), ambos do grupo de Sarney. Os dois foram presos na sexta-feira pela Polícia Federal (PF), na chamada Operação Mãos Limpas, que levou para a cadeia os dois e mais 16 empresários, servidores públicos e políticos. A PF também obteve autorização judicial para conduzir para depoimento, à força, o presidente da Assembleia Legislativa, Jorge Amanajás (PSDB), o prefeito de Macapá, Roberto Góes, primo do ex-governador, e 85 suspeitos de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. No final, Góes acabou sendo preso e libertado sob fiança, por porte ilegal de armas. Todos eles são aliados de Sarney no Estado. O grupo do presidente do Senado reúne todos os partidos, exceto o PT e o PSB, que apoiam o candidato ao governo Camilo Capiberibe (PSB), e o PSTU, que apresentou um candidato avulso.
Lula apareceu mais de uma vez no horário eleitoral gratuito do Estado pedindo votos para os políticos que foram presos na semana passada. Ao longo do período de horário eleitoral, também apoiou publicamente o senador Gilvam Borges (PMDB), candidato à reeleição. Isso provocou mal-estar no PT do Amapá, que enviou uma carta à direção nacional protestando. "(...) A gravação do companheiro Lula, pedindo voto para o ex-governador e candidato ao Senado pelo PDT, Waldez Góes, nos causou um profundo constrangimento, ridicularizando assim o PT do Amapá, seus dirigentes e seus filiados, menosprezando a deliberação tomada pelo conjunto dos filiados do PT", diz a carta.
O Amapá é o Estado onde a elite política se sentiu mais à vontade para literalmente ocupar o aparelho de Estado. Com forte influência sobre a Justiça estadual e a boa vontade da Justiça federal, o grupo de Sarney também usa o recurso de cassar mandatos de adversários que porventura se elejam. Foi o caso de João Capiberibe que, eleito senador há oito anos, foi cassado por compra de votos pelo TRE do Amapá num processo em que as duas principais testemunhas confessaram que mentiram. A decisão confirmada pelo TSE favoreceu o senador Gilvam Borges, do grupo de Sarney. O prefeito de Macapá, Roberto Góes (PDT), aliado de Sarney, cassado pela mesma razão, governa beneficiado por liminares.
No Amapá, onde a Lei Ficha Limpa pode ter o poder de tirar adversários políticos da disputa pelos donos do poder, a Polícia Federal usou a Operação Mãos Limpas para expor as ilicitudes do grupo. Até o presidente do Tribunal de Contas do Estado está sob a mira. O poder amapaense ocupa hoje a carceragem da PF e celas no Presídio da Papuda, no Distrito Federal. Ocupa também a presidência do Senado, na figura do senador Sarney, que consegue o apoio do presidente Lula para os seus, contra os aliados tradicionais do PT no Estado.
A favor de Lula, há o fato de que a PF não poupou seus aliados. O presidente usou isso em discurso, ontem. "Vocês viram o que aconteceu agora no Amapá. Só tem um jeito de bandido não ser preso nesse País: é não ser bandido", disse. Contra ele, tem a lealdade a Sarney, muito maior do que a dedicada à oposição no Estado que, a duras penas, peleja contra os que moram provisoriamente na Papuda.

SERRA E AGRIPINO

VINICIUS TORRES FREIRE

UM ESTADO MUITO FAMILIAR
VINICIUS TORRES FREIRE
FOLHA DE SÃO PAULO - 14/09/10


Estado de bem-estar da família da ministra viola impessoalidade no exercício de cargo público, no mínimo


ENTÃO SABE-SE que a ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, também é adepta do Estado de bem-estar familiar, a estatização dos arranjos de benefícios para a parentela e seus agregados. O filho da ministra é lobista no governo federal, sua irmã em cargo público favoreceu um interesse de outro irmão na prestação de um serviço para empresa pública, irmão que advoga para a campanha eleitoral de Dilma Rousseff, antecessora e madrinha de Erenice Guerra na Casa Civil.
A ministra diz que as reportagens atacam sua honra. A ministra não foi específica na queixa, mas parentes de primeiro grau nadam na corrente do seu prestígio e do seu poder a fim de obter influência e, quiçá, vantagens comerciais. Nessa corrente se afoga a noção de impessoalidade, um requisito mínimo do comportamento do servidor público. É o mínimo do mínimo que se pode depreender das reportagens a respeito da ministra e dos seus.
Mesmo sendo o mínimo, trata-se de mais que o suficiente para desqualificar a ministra para o cargo. Na interpretação mais benevolente de seu caso, Erenice Guerra não consegue perceber que são indevidas as relações indevidas entre parentes e sua função pública.
A falta da ministra seria desqualificante em qualquer cargo público, mas circunscrever o problema a apenas isso seria formalismo. A falta de Erenice Guerra é ainda mais grave porque o ministro da Casa Civil é um premiê do gabinete ministerial de um presidencialismo já bastante largo em seus poderes. É responsável pela coordenação dos ministérios e pela verificação da legalidade das medidas do governo.
Pior ainda. Além de ser a premiê de um governo federal forte, de um presidencialismo com poucos freios, é a coordenadora de um governo que pode manejar um Estado grande demais, extenso nos seus poderes legislativo, econômico e político politiqueiro -trata-se aqui das pencas e do à vontade das nomeações para cargos importantes.
Não é, claro, por acaso, que a parentela da ministra foi flagrada justamente numa parceria público-privada, digamos assim, na ação do lobby do filho para uma empresa privada com negócios com uma empresa estatal, os Correios. Nisso, o caso da ministra sugere que o problema não é apenas familiar, digamos, particular, mas geral.
Talvez o principal motivo para reduzir o tamanho do Estado e de sua intervenção na economia não seja fiscal ou econômico. Talvez seja apenas político-policial. O país é primitivo demais para ter tanto Estado e, ao mesmo tempo, precisa do Estado em setores cruciais -educação, saúde, pesquisa tecnológica, crédito. Logo, é preciso reduzir o Estado aos escassos meios e à capacidade que temos de controlá-lo: de lidar com o setor público de modo que não seja criminoso-privatista.
Considere-se o caso recente da tigrada que roubava a prefeitura de Dourados (propina de R$ 170 mil para três quartos dos vereadores) e do governo do Amapá (governador e cúpula do Estado roubavam o dinheiro da escola das crianças, entre outros). A gente nota, entre desespero e desânimo, que é muito difícil para cidadãos prestantes o que se passa nas lonjuras, nas dezenas de estatais, nas milhares de repartições.
Mas não conseguimos controlar nem o que se passa no centro do poder, debaixo do nosso nariz.

EDITORIAL - O ESTADO DE SÃO PAULO

Republiquetização do País

EDITORIAL
O ESTADO DE SÃO PAULO - 14/09/10

Não é por acaso que o Gabinete Civil da Presidência da República tem estado envolvido em quase todos os grandes escândalos do governo Lula. A começar pelo mensalão, operado por José Dirceu, até a recentíssima denúncia de descarado tráfico de influência por parte da ministra Erenice Guerra e seus familiares, boa parte de todo o malfeito, do ilegal, da pura e simples corrupção que eclode no governo federal tem o dedo do Palácio do Planalto. O dedo de Luiz Inácio Lula da Silva, o grande responsável pelo desenvolvimento econômico dos últimos oito anos; pela incorporação de milhões de cidadãos antes marginalizados ao mercado de consumo; pela ascensão do País à condição de, vá lá, player importante na diplomacia mundial. Se tudo de bom que se faz no governo é de responsabilidade do "cara", por que apenas o que de errado se faz no governo não tem dono?


Por muito menos do que se tem revelado ultimamente de lambanças com as instituições do Estado e com o dinheiro público um presidente da República foi forçado a renunciar há menos de 20 anos.
Mas com Lula é diferente. Embriagado por índices de popularidade sem precedentes na história republicana, inebriado pela vassalagem despudorada que lhe prestam áulicos, aderentes e aduladores das mais insuspeitadas origens e dos mais suspeitosos interesses, Sua Excelência se imagina pairando acima do bem e do mal, sem a menor preocupação de manter um mínimo de coerência com sua própria história política e um mínimo de respeito pelo decoro exigido pelo cargo para o qual foi eleito.
Sempre que os desmandos flagrados pela Imprensa ameaçam colocar em risco seus interesses políticos e eleitorais, Lula recorre sem a menor cerimônia à mesma "explicação" esfarrapada: culpa da oposição - na qual inclui a própria Imprensa. A propósito das violações de sigilo comprovadamente cometidas recentemente pela Receita Federal - não importa contra quem - não passou pela cabeça de Sua Excelência, nem que fosse apenas para tranquilizar os contribuintes, a ideia de admitir a gravidade do ocorrido e se comprometer com a correção desses desvios. Preferiu a habitual encenação palanqueira: "Nosso adversário, candidato da turma do contra, que torce o nariz contra tudo o que o povo brasileiro conquistou nos últimos anos, resolveu partir para ataques pessoais e para a baixaria." Não há maior baixaria do que um chefe de Estado usar o horário eleitoral de seu partido político para atacar, em termos pouco republicanos, aqueles que lhe fazem oposição. E faltou alguém lembrar ao indignado defensor dos indefesos que entre "tudo que o povo brasileiro conquistou nos últimos anos" estão a Constituição de 1988, o Plano Real, a Lei de Responsabilidade Fiscal, entre outras iniciativas fundamentais para a promoção social e o desenvolvimento econômico do País, contra as quais os então oposicionistas Lula e PT fizeram campanha e também votaram no Congresso.
Enquanto os aliados de Lula e de Sarney - a quadrilha que dilapidou o patrimônio público do Amapá - vão para a cadeia por conta das evidências contra eles levantadas pela Polícia Federal; enquanto os aliados de Lula - toda a cúpula executiva e legislativa, prefeito e vereadores, do município sul-mato-grossense de Dourados - pelo mesmo motivo vão para o mesmo lugar; enquanto na Receita Federal - não importa se por motivos políticos ou apenas (!) por corrupção - se viola o sigilo fiscal de cidadãos e as autoridades responsáveis tentam jogar a sujeira para debaixo do tapete; enquanto mais uma maracutaia petista é flagrada no Gabinete Civil da Presidência; enquanto, enfim, a mamata se generaliza e o presidente da República continua fingindo não ter nada a ver com a banda podre de seu governo, a população brasileira, pelo menos quase 80% dela, aplaude e reverencia a imagem que comprou do primeiro mandatário, o "cara" responsável, em última instância, pela republiquetização do País.
Está errado o povo? A resposta a essa pergunta será dada em algum momento, no futuro. De pronto, a explicação que ocorre é a de que, talvez, o povo de Lula seja constituído de consumidores, não de cidadãos. 

GOSTOSA

DORA KRAMER

Aparência, nada mais 
Dora Kramer 
O Estado de S.Paulo - 14/09/2010

Um dos segredos do sucesso do governo Luiz Inácio da Silva é que não se constrange com nada. Aplica o mesmo truque diversas vezes com a maior seriedade e segue impávido não raro indignado com ofensas à honra e ataques insidiosos de uma gente muito sem classe que vê problema onde vigora a mais perfeita correção.
Agora nesse caso perfeitamente natural em que a ministra chefe da Casa Civil tem um filho que faz tráfico de influência e mais uns parentes pintando e bordando governo adentro, incluindo o uso de laranjas a fim de esconder a participação da própria ministra no negócio, o governo foi rápido - porém repetitivo - na reação.


Pediu a um assessor da Casa Civil que se demitisse, fez o gesto do repúdio à calúnia e, para não restar dúvida quanto ao rigor, acionou a Comissão de Ética Pública para examinar a conduta de Erenice Guerra, a ministra em questão.

Isso depois de deixar bem claro o seguinte: mulher de confiança de Dilma Rousseff, deixada por ela no cargo, Erenice não tem nada a ver com a ex-chefe e agora candidata do PT à Presidência. Inclusive porque, como disse Dilma, isso é um problema de governo. Governo com o qual ela não tem nada a ver, pois não?

A referência ao "governo de Lula e Dilma" na propaganda eleitoral, fica combinado, é só força de expressão.

A Comissão de Ética Pública se pauta pelas melhores das intenções. Na prática é uma das maiores inutilidades da República. Guarda semelhança talvez apenas com o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.

A comissão tem um código: 19 belos artigos em defesa da melhor conduta das autoridades, conselheiros da melhor estirpe e nenhum poder de fato.

O último caso remetido para lá foi o do então secretário de Justiça Romeu Tuma Júnior, aquele que cuidava de reprimir a pirataria e era amigo íntimo do rei da pirataria em São Paulo.

Ninguém mais ouviu falar do caso. Anteriormente também a comissão cuidou de examinar a conduta do assessor especial Marco Aurélio Garcia, filmado em gestos obscenos no Palácio do Planalto para comemorar uma versão sobre falha técnica que teria ocasionado o desastre da TAM na pista do Aeroporto de Congonhas, em 2007.

Depois disso (ou foi antes?) a comissão cuidou do conflito de interesses na dupla jornada de Carlos Lupi na presidência do PDT e no posto de ministro do Trabalho e foi devidamente desmoralizada por ele em público.

Por essas e algumas outras já se sabe que o envio qualquer caso para a Comissão de Ética Pública não quer dizer nada. Ou melhor, significa que o governo pretende dar o assunto por enterrado.

Sentimento do mundo. Thais Pascoal, 23 anos e que se define como "antenada nas questões do País", escreve para "compartilhar sentimentos com relação ao ano eleitoral".

Diz: "Sinto que estou em um circo onde a cada quatro anos há um novo espetáculo, com candidatos de todos os tipos fazendo concorrência desleal aos programas humorísticos.

"Sempre fui fascinada por política nacional e internacional, mas confesso que tenho vivido com arrepios na espinha.

"Como chegamos a esse ponto em que o Brasil virou uma piada? Se eu pudesse, não votaria neste ano. Em quem votar? Esta é a pergunta que me faço todos os dias na hora de dormir, de tomar banho, de comer.

"Se o voto não fosse obrigatório creio que os partidos e os candidatos seriam mais, digamos, "honestos", mas serei obrigada a votar naquele que nem apresentou boas propostas.

"A política virou um campo de batalha em que falar mal é a principal arma de guerra: usar a filha de um, a conta do outro, o passado da outra."

Para concluir, declara-se "revoltada" e temerosa quanto ao presente e ao futuro. E, pelo que se depreende de sua mensagem, órfã no tocante a representação político-partidária.

Não é a única numa eleição em que o desinteresse se expressa nas coisas mais banais. Por exemplo, na ausência de adesivos nos carros, uma clássica maneira de marcar (e mostrar) posição.

MÔNICA BERGAMO

CLIMA CHATO
MÔNICA BERGAMO

FOLHA DE SÃO PAULO - 14/09/10 

O presidente Lula deve cancelar a sua participação na Cop 16, próxima reunião da ONU para discutir um acordo climático que limite o aumento da temperatura no planeta, marcada para novembro, no México. "Temos a informação de que muitos presidentes de outros países não vão ao encontro", diz um auxiliar do presidente. Lula seguiria o exemplo, evitando participar de uma reunião esvaziada. 

BASTÃO 
Já a viagem para o G-20, reunião de grupo que reúne países desenvolvidos e emergentes de peso econômico, marcada para os dias 11 e 12 de novembro, está mantida. Caso Dilma Rousseff seja eleita presidente, Lula pretende levá-la a tiracolo. 

EU VI NA TV 
Apesar da pressão para que Aécio Neves (PSDB-MG), candidato ao Senado, mostre o presidenciável José Serra (PSDB) em seus programas eleitorais em Minas, seguidores do ex-governador asseguram que o efeito será quase nulo. Eles têm em mãos pesquisa Vox Populi que mostra que só 8% do eleitorado mineiro "com certeza votaria em Serra" por causa de Aécio. Outros 68% declaram que não seguiriam os conselhos do mineiro. 

GRIPE AMERICANA 
Verônica Serra, filha de José Serra que teve seu sigilo fiscal quebrado pela Receita Federal, não apareceu no debate dos presidenciáveis promovido pela Folha e pela Rede TV!. Ela ficou gripada depois de uma viagem a Nova York (EUA). 

CORAÇÃO DISPARADO 
A Anvisa, agência que regula o setor de medicamentos e alimentos, e a ANS, Agência Nacional de Saúde, disponibilizam a partir de hoje na internet um banco de dados com preços médios, nacionais e internacionais, de 300 produtos cardiovasculares. A ideia é criar parâmetros para impedir divergências de preços. Há casos de stents, por exemplo, que foram vendidos por R$ 12 mil para uma operadora de saúde, por R$ 24 mil para outra e que na Inglaterra custam R$ 3.500. Um mesmo marcapasso foi comercializado por R$ 4.300 e por R$ 10 mil. 

NO CATÁLOGO 
Num segundo momento, produtos de outras áreas, como ortopedia, também serão catalogados e divulgados na internet. 

CHECAGEM 
Algumas casas em São Paulo receberam uma segunda visita não agendada de recenseadores do IBGE. Os funcionários avisaram aos moradores que suas residências tinham caído "numa revisão" e refizeram as mesmas perguntas do Censo 2010. Segundo o IBGE, a repetição do questionário em uma segunda visita é feita por um supervisor para "monitorar a qualidade" do trabalho dos recenseadores. As casas são escolhidas por sorteio. 

ALVINEGRO 
O longa "Heleno", do diretor José Henrique Fonseca e com Rodrigo Santoro no papel do ex-jogador do Botafogo, será exibido em preto e branco. A previsão é que o filme seja lançado em 2011. 

PRÓXIMOS PASSOS 
O diretor Aluizio Abranches, do longa-metragem "Do Começo ao Fim", que fala de uma relação incestuosa entre dois irmãos, foi convidado para fazer a adaptação cinematográfica do livro "Daughter of Dust", de Wendy Wallace. A história se passa no Sudão. 

PALOCCI DÁ PAZ AO PIB 
Coordenador da campanha presidencial de Dilma Rousseff (PT), o ex-ministro Antonio Palocci Filho foi a estrela de um jantar oferecido por Flávio Rocha, presidente da Riachuelo, na sexta-feira, em sua casa no Jardim América, em SP. 

A reunião começou logo depois da divulgação da pesquisa do Datafolha que mostrava que Dilma, mesmo com as denúncias recentes, lidera a corrida presidencial. Festejado por todos, o ex-ministro foi tratado como figura central -e confiável- de um eventual governo da petista. 

"Saímos da situação de uma nação de contrastes abissais para a de um país de classe média", disse Flávio Rocha. Classificando a situação de "mágica", ele elogiou a "habilidade sobrenatural do presidente Lula de lidar com um extenso arco de ideologias, colocando acima de todas a ideologia do bom senso". "A sua presença num eventual futuro governo [de Dilma] nos dá a paz e a tranquilidade necessárias de que isso vai continuar." 

Mostrando intimidade com a plateia ("eu já conheço os senhores", "já tive a oportunidade de visitar as empresas de muitos dos que estão aqui", repetia), Palocci procurou amenizar a imagem de que Dilma é "gastadora" e não tem habilidade política. "Eu vi, no governo, como ela articulou com maestria a gestão do setor elétrico com o PMDB", partido que comandava estatais da área. Ainda sobre Dilma: "Felizmente, tudo deu certo, mas muitas vezes saíamos da sala do presidente Lula sem saber o que ele decidiria no dia seguinte. Já a Dilma é uma pessoa de processos. Se ganhar as eleições, ela vai mostrar com muita clareza o que vai fazer no governo, tudo com começo, meio e fim". 

As referências às denúncias recentes foram indiretas e creditadas "ao calor da disputa eleitoral". "Se vencermos a eleição, vamos procurar a oposição para tentar chegar a um consenso sobre reformas necessárias ao Brasil." Ele terminou o discurso pedindo votos ao deputado João Paulo Cunha (PT-SP). Depois dos aplausos, empresários pediam a Palocci que repetisse o número de Cunha na urna eletrônica, fazendo questão de deixar claro que seguiriam a sua indicação eleitoral. 

CURTO-CIRCUITO 

A exposição "Incompletudes" será inaugurada hoje, às 20h, na galeria Virgílio. 

A escritora espanhola María Dueñas lança o livro "O Tempo entre Costuras", hoje, às 19h, no Instituto Cervantes, na av. Paulista. 

Amália Spinardi lança hoje a nova coleção da grife de moda praia Jo de Mer, com show da Stop Play Moon, a partir das 18h, no Lounge One do shopping Iguatemi. 

O cantor Edy Star faz show hoje, às 21h, na choperia do Sesc Pompeia. 12 anos. 

O Gabinete de Arte Raquel Arnaud abre hoje, às 19h, a mostra "Transição". 

Beto Ranieri faz festa de 50 anos hoje, a partir das 18h, no Buchanan's Lounge. Haverá show da banda Vitrola. 

O músico Waldo Denuzzo acaba de criar a produtora Cream com Martina Marin. 

com DIÓGENES CAMPANHA, LEANDRO NOMURA e LÍGIA MESQUITA