sábado, agosto 21, 2010

SERRA PRESIDENTE

EDITORIAL - O ESTADO DE SÃO PAULO

A imagem da Petrobrás

EDITORIAL
O Estado de S.Paulo - 21/08/10

Nenhum crítico ou inimigo da Petrobrás conseguiu, em mais de meio século, prejudicar tanto a imagem da empresa quanto o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com suas trapalhadas em torno da exploração do pré-sal. Em busca de recursos para o mais ambicioso de seus projetos, a maior estatal brasileira perde espaço no mercado de capitais, em vez de mobilizar investidores para um empreendimento de proporções extraordinárias. Cerca de um quarto do valor de suas ações se evaporou desde o começo do ano. A perda chega a 30%, aproximadamente, se for contada a partir do último pico, em 1.º de dezembro do ano passado. O Fundo Soros, seu maior acionista privado até há pouco tempo, vendeu todos os papéis da estatal. Já não tinha nenhum em 30 de junho, segundo informou nesta semana à Security Exchange Comission, reguladora do mercado de ações dos Estados Unidos. A explicação da venda é óbvia: quem pode estar seguro, diante da imensa confusão criada pelas autoridades brasileiras em torno da capitalização da empresa? O megainvestidor George Soros não está sozinho. Na semana passada, o Banco UBS recomendou a seus clientes a venda de papéis da Petrobrás.


A União, controladora da empresa, deve participar de sua capitalização fornecendo-lhe 5 bilhões de barris de petróleo do pré-sal, um ativo ainda escondido no Atlântico, a milhares de metros de profundidade. Esse foi o caminho definido há meses pelo governo, mas ainda não há acordo sobre o preço de cada barril. Avaliações encomendadas pela Petrobrás e pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) indicaram valores muito diferentes - entre US$ 5 e US$ 6, num caso, e entre US$ 10 e US$ 12, no outro. Se prevalecer um preço considerado alto pelo mercado, os acionistas particulares poderão ser desestimulados, porque será difícil manter sua participação no capital ou, pelo menos, evitar uma redução muito grande.
Mais que um impasse entre a empresa e a ANP, a disputa sobre o valor daqueles barris é um fator de insegurança para os investidores. Além de tornar o quadro muito confuso, o desentendimento reforça o temor do viés político nas decisões sobre o pré-sal e sobre o papel da Petrobrás. Esse viés tem sido perceptível desde o início das discussões, em Brasília, sobre a exploração dos enormes depósitos de petróleo e gás descobertos em águas brasileiras.
Uma assembleia de acionistas aprovou a emissão de papéis para captação de até US$ 150 bilhões. A operação foi adiada de julho para setembro e já há dúvidas sobre o cumprimento do novo prazo. O presidente Lula, segundo fontes próximas da Presidência da República, poderá optar pelo adiamento de qualquer decisão, para evitar um debate complicado às vésperas das eleições. Ele teme, segundo as fontes, criar problemas para a candidata Dilma Rousseff. Esse risco seria menor, se o governo houvesse tratado a questão do pré-sal com mais objetividade e menos ideologia.
A questão ideológica jogou para segundo plano a questão essencial: a exploração eficiente, segura e lucrativa da riqueza do pré-sal. Ao ressuscitar bandeiras dos anos 50, o governo simplesmente desviou o foco do planejamento e dificultou a mobilização de capitais.
Mas a confusão de objetivos se tornou mais perigosa quando o governo resolveu converter a Petrobrás num instrumento de política industrial. Ao forçar a nacionalização de uma porcentagem dos bens e equipamentos destinados à pesquisa e produção no pré-sal, Brasília acrescentou um peso econômico e um problema tecnológico a um empreendimento já muito caro e complicado. A Petrobrás até defendeu essa política, mas em pouco tempo anunciou a impossibilidade de cumpri-la integralmente.
O governo e a ANP insistem, no entanto, em misturar o projeto do pré-sal com sua nova e improvisada política industrial. A participação dos produtos nacionais poderá ser mais modesta na fase de exploração, mas não na etapa de produção. A meta de conteúdo local deverá constar, informa-se em Brasília, do contrato de capitalização. Essa mistura seria mais uma prova de incompetência gerencial e de absoluta desorientação na fixação de objetivos estratégicos. 

DIOGO MAINARDI


Sai o Silva e entra o Boécio

DIOGO MAINARDI
REVISTA VEJA

“Se Boécio consolou-se com a Filosofia, eu só posso  consolar-me com Michel Temer. Melhor dizendo, só posso consolar-me com a hipótese  de que Michel Temer herde  nos próximos anos o  cargo de Dilma Rousseff.  Ele é melhor do que ela”
Michel Temer é melhor do que Dilma Rousseff. Comecei a pensar assim dois meses atrás, depois de ver o resultado de uma pesquisa do Ibope. Se Boécio, encarcerado na cidade de Pavia, no ano de 523, consolou-se com a Filosofia, eu só posso consolar-me com Michel Temer. Melhor dizendo, só posso consolar-me com a hipótese meramente especulativa de que o candidato a vice-presidente na chapa governista, Michel Temer, herde nos próximos anos o cargo de Dilma Rousseff.
A Filosofia materializou-se na cela de Boécio como uma “mulher de aspecto venerável, com os olhos brilhantes e penetrantes”. Nos últimos tempos, foi dessa maneira que Michel Temer se materializou diante de mim, com aqueles seus olhos opacos e broncos. Um Michel Temer prosopopeico. Um Michel Temer aristotélico. Um Michel Temer com o pi grego bordado na veste. Depois de se consolar com a Filosofia, Boécio foi executado com um instrumento que lhe esmagou a caixa craniana. Os petistas costumam esmagar minha caixa craniana praticamente todos os dias.
O fato de me consolar com Michel Temer foi um sinal de que eu tinha de mudar de ares urgentemente. Por sorte, era o que eu vinha programando desde meados do ano passado, quando Dilma Rousseff ainda estava empacada nas pesquisas eleitorais. Duas semanas atrás, finalmente pude arrumar as malas e partir. Os petistas comemoraram dizendo que fugi do Brasil porque estava com medo de ser preso. Na realidade, eu só fugi do Brasil porque estava com medo de minha mulher, que comanda meus movimentos. Mas os petistas vislumbram a vitória de Dilma Rousseff como uma vitória do bolivarianismo, em que qualquer jornalista mais impertinente poderá ser preso. E quem é que promete deter esse bolivarianismo, em seus encontros com empresários e jornalistas? Ele mesmo: Michel Temer, o Boécio da Camargo Corrêa.
Se Dilma Rousseff for eleita, sofreremos um processo de esmagamento craniano. O Brasil já teve presidentes intelectualmente, moralmente e politicamente despreparados para o cargo. Nunca, porém, teve alguém como Dilma Rousseff. A Filosofia, para Boécio, era uma maneira de resistir às hordas bárbaras, preservando a sabedoria dos antigos. Desoladamente, só posso resistir às hordas bolivarianas preservando a sabedoria de Michel Temer, de José Sarney, de Renan Calheiros, de Jader Barbalho, de Fernando Collor de Mello e de Boécio. Fiz até um jingle para a campanha, que tem tudo para pegar. Cante comigo: “Sai o Silva e entra o Boécio”.

GOSTOSA

ILIMAR FRANCO

Mesma linha
ILIMAR FRANCO
O GLOBO - 21/08/10
Apesar das críticas que a campanha de José Serra vem sofrendo dos aliados, a linha do programa de TV do candidato não vai mudar. Os serristas vão insistir no confronto de biografias entre Serra e Dilma Rousseff. Alegam que, em 30 dias, não dá para desconstruir o presidente Lula ou o seu governo.

Os serristas trabalham ainda com duas variantes: o PT cometer um erro grave ou o surgimento de uma denúncia poderosa contra Dilma.

A Geni dos políticos da oposição

Depois do presidente do PTB, Roberto Jefferson, ontem foi a vez de o ex-prefeito do Rio Cesar Maia (DEM) alfinetar Luiz Gonzalez, marqueteiro de José Serra.

Cesar aconselhou Gonzalez a ler um artigo de 2008, de Drew Westen, escrito quando a campanha de Barack Obama não ia bem. “É imperdivel.

Diria para você, Gonzalez: lê direitinho isso, com cuidado”, disse Cesar, em comentário na internet.

Apesar disso, especialistas elogiam o marketing de Serra, que fixou sua campanha em temas como saúde e segurança pública. Eles também são contra Serra partir para o confronto com o governo, pois seria o mesmo que bater num muro.

“É uma evolução. Em 2002, o Serra colocou a Regina Duarte no ar dizendo que tinha medo do Lula” — José Eduardo Dutra, presidente do PT, sobre o uso de imagens do presidente Lula no programa de TV do PSDB

COADJUVANTE. Quem disse que candidato a vice tem que ser discreto? Esse adesivo estava em um carro estacionado na entrada principal da Câmara dos Deputados. Presidente da Casa, o deputado Michel Temer (PMDB-SP), candidato a vice de Dilma Rousseff (PT), tem percorrido o país em agenda própria de campanha. Outro que abandonou a discrição foi Indio da Costa (DEM), vice de José Serra (PSDB), que vive batendo no PT.

Preferência

O presidente Lula e a candidata Dilma Rousseff (PT) vão pedir votos quinta-feira, em Salvador, para o governador Jaques Wagner (PT).

O outro candidato aliado do governo Lula, Geddel Vieira Lima (PMDB), só terá Dilma em seu palanque.

Bancada da fruta

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) está pedindo votos para a Mulher Pêra (PTN-SP), candidata a deputada federal. “É muito importante que possamos ter essa mulher eleita para a Câmara. Toda a força, Mulher Pêra”, gravou ele.

Dar personalidade à candidata

Nos dois primeiros dias de propaganda eleitoral, a campanha petista exibiu praticamente o mesmo programa, explorando a biografia de Dilma Rousseff.

Para justificar o repeteco, integrantes do comando petista dizem que o programa foi muito bem aceito nas pesquisas qualitativas. Ele foi submetido a 14 grupos de eleitores durante sua veiculação. O programa voltará a ser repetido na reta final da propaganda na TV.

Farinha do mesmo saco

Apesar de ter se concentrado em contestar José Serra (PSDB) no debate Folha/ UOL, Marina Silva (PV) pretende dividir seus ataques entre o tucano e Dilma Rousseff (PT). A avaliação de seu comando de campanha é que, para tentar ocupar o segundo lugar, não basta bater em Serra. Para chegar lá, Marina precisa tirar votos do tucano, e só fará isso se apresentar sua candidatura como sendo de oposição. Marina insistirá no discurso de que os dois candidatos são iguais.

A VICE-PROCURADORA GERAL ELEITORAL Sandra Cureau não vai entrar com representação contra o presidente Lula por causa das imagens no Palácio da Alvorada exibidas no programa de Dilma Rousseff.

Concluiu que não há uso da máquina.

O TUCANO José Serra planeja voltar à Bahia. Vai a Vitória da Conquista, segundo colégio eleitoral do estado e único local em que está à frente de Dilma.

ALENTO. Atrás nas pesquisas, o governador mineiro Antonio Anastasia (PSDB) recebeu anteontem o apoio do prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB).

RUY CASTRO


O cinema naquele ano


RUY CASTRO
FOLHA DE SÃO PAULO - 21/08/10


Psicose, de Alfred Hitchcock, está fazendo 50 anos e sendo louvado em artigos, ensaios, DVDs e retrospectivas. É justo: a sequência do assassinato de Janet Leigh no chuveiro marcou o começo de um ciclo em Hollywood – nunca um filme saído de um grande estúdio (a Paramount) e dirigido por alguém importante se atrevera a tal crueza. 
Mas Psicose não foi tudo em 1960. No cinema americano, aquele foi também o ano do eterno Se Meu Apartamento Falasse, de Billy Wilder; Spartacus, de Stanley Kubrick, melhor filme bíblico de sempre; Sete Homens e um Destino, de John Sturges, western de que saíram os “spaghesterns” de Sergio Leone; O Solar Maldito, primeiro da série Poe por Roger Corman; do hoje atualíssimo O Vento Será Tua Herança, de Stanley Kramer; e de um filme que sobrevive apenas na lembrança de uns poucos, como eu e o Sérgio Augusto: Uma Vida em Pecado (Studs Lonigan), de Irving Lerner. 
Na Itália, covardia: 1960 foi o ano de A Doce Vida, de Fellini; A Aventura, de Antonioni; Rocco e Seus Irmãos, de Visconti; do pungente O Belo Antonio, de Mauro Bolognini; e do feroz A Maldição do Demônio, de Mario Bava. Na Inglaterra, cujo cinema andava de crista baixa, foi o ano de A Tortura do Medo, de Michael Powell. E, na Alemanha, de Os 1.000 Olhos do dr. Mabuse, de Fritz Lang. 
Na França, bastaria ter sido o ano de Acossado, de Godard, consagrando a Nouvelle Vague. Mas foi também o de A Um Passo da Liberdade, de Jacques Becker, e O Sol por Testemunha, de René Clément. No Japão, de O Túmulo do Sol, de Nagisa Oshima. E até o cinema brasileiro teve o seu dia de mingau: os pré-Cinema Novo Cidade Ameaçada, de Roberto Farias, e A Morte Comanda o Cangaço, de Carlos Coimbra. 
Grande ano, 1960, grandes filmes. Mas comparado aos de 1961...

BAR ZIL

JOSÉ (MACACO) SIMÃO

Ueba! A Volta da Marta Viva!
JOSÉ SIMÃO
FOLHA DE SÃO PAULO - 21/08/10

Ela lançou uma novidade na TV: o BOTOSHOP, botox com Photoshop. Ficou parecendo tábua de polenta


BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Ereções 2010! Manchete do Sensacionalista: "Eleitores querem imigrar para o Brasil dos programas eleitorais". Fechem as fronteiras!
E o meu Partido da Genitália Nacional vai lançar o BOLSA HORTIFRUTI: todo brasileiro terá direito a ter uma mulher fruta! Isso! Todo brasileiro tem direito a comer uma mulher fruta!
E o Lindolfo Pires do DEM da Paraíba usa como jingle "Beat it", de Michael Jackson! "Na hora de oooptar, já tem em quem voootar, Lindooolfo Pires, Beeat it! Piiires! Beat it." Sensacional! Lindolfo Beat It!
E socuerro! A Volta da Marta Viva! Gente, a Marta voltou. O Quindão apareceu. Bem madame: "Meu nome é Marta Teresa Suplicy, de solteira Smith de Vasconcelos". Candidata ao Castelo de "Caras"! Rarará! Patricinha da Terceira Idade.
E a Marta lançou uma novidade na televisão: o BOTOSHOP, botox com Photoshop. E ficou parecendo uma tábua de polenta.
E aí aparece uma candidata cinquentona: "Sou pela renovação com Quércia e Alckmin". Rarará! E eu sou pela mumificação com Quércia e Alckmin!
O Serra não tá partindo pro ataque, tá TENDO um ataque. Se ele continuar dizendo que é humilde e pobre, vai entrar pro Bolsa Família! E a Marina Silva vai virar a Marina Selva.
E adorei a charge do Nani, uma amiga conversando com a Dilma: "Na vida passada, fui Cleópatra". "E na vida futura eu serei o Lula."
Mas não precisa dizer "confrito" no debate! Eu confrito o primeiro que disser que eu sou um dragão!
PGN NA BAHIA! Tô em campanha na Bahia pelo meu Partido da Genitália Nacional. Eu já sei falar cinco expressões básicas: oxente, vixe, por obséquio, sinalera e acordei virado na porra. Eu não sou como o Serra que só tem sotaque pra quatro Estados. É verdade. Uma fonoaudióloga me disse que o Serra só tem sotaque pra quatro Estados.
E aqueles dois caipiras que ficam conversando no programa dele? Não existe mais caipira. Agora é sertanejo que anda de Toyota e usa calça Diesel.
E eu vou deixar de ser humorista pra virar político. Dá na mesma. Socuerro. Me mate um bode.
Ainda bem que nóis sofre, mas nóis goza. Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

MERVAL PEREIRA

Infantilismo e controle
Merval Pereira
O GLOBO - 21/08/10


A infantilização do eleitorado brasileiro denunciada pela candidata do Partido Verde, Marina Silva, é um dos sustentáculos da alta popularidade do presidente Lula. E a campanha eleitoral vai se desenrolando de acordo com os planos desenhados por ele à imagem e semelhança do seu governo, praticando o que talvez seja o maior mal que esteja fazendo ao país: a esterilização da política.


O controle dos partidos através da distribuição de cargos e de métodos mais radicais como o mensalão neutraliza a ação congressual, permitindo a formação de uma aliança política tão heterogênea quanto amorfa, com partidos que em comum têm apenas o apetite pelos benefícios que possam obter apoiando o governo da ocasião.


A quase unanimidade a favor se deve também ao assistencialismo e à cooptação dos “movimentos sociais”, de um lado, e de outro a uma política econômica que aumenta os gastos com juros, Previdência e programas assistenciais.


Uma frente que tem, num extremo, o setor financeiro e, no outro, os mais pobres, numa estranha aliança dos rentistas do Bolsa Família com os rentistas financeiros.


O pragmatismo que rege essa maneira de fazer política fez com que o PT engolisse a candidata oficial, tirada da cartola do ilusionista Lula e literalmente maquiada pela equipe de marqueteiros, que vende ao eleitorado uma persona política tão falsa quanto a favela cenográfica do programa de estreia do candidato do PSDB.


A ex-guerrilheira, durona e de trato difícil, transformouse em tempo real numa senhora simpática que quer se tornar “a mãe” do Brasil.


O governo Lula vem acelerando sua transformação, neste segundo mandato, na direção de um Estado nacionalista, populista e patrimonialista, dependente cada vez mais da vontade do líder carismático, que não aceita os limites da lei, muito menos críticas. E se considera “o pai” do “seu” povo.


A autoestima exagerada provoca sentimento de onipotência que faz o seu possuidor acreditar estar acima das regras que o constrangem.


Na política, pode produzir ditadores ou, no nosso caso, uma versão pós-moderna do caudilhismo latino-americano, que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso definiu como um “subperonismo lulista”.


Essa geleia geral que hoje apoia a candidatura oficial pode ter o mesmo destino do peronismo argentino na era pós-Lula que se avizinha, com diversos grupos disputando o espólio político do lulismo.


E Lula, fora do governo, querendo controlar os cordéis de seu fantoche.


Ao mesmo tempo em que aprofunda suas críticas aos órgãos fiscalizadores do Estado, como o Ibama, o Tribunal de Contas da União (TCU) ou até mesmo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), tentando constrangê-los, o presidente Lula insiste na tentativa de neutralizar os veículos da grande imprensa, no pressuposto de que, com sua imensa popularidade, pode controlar a opinião pública.


Não é suficiente uma nota oficial para garantir a liberdade de expressão, quando há tentativas concretas, desde o início do governo, de “democratizar” os meios de informação, uma ideia recorrente que vem sendo derrotada desde que primeiramente foi oferecida a debate, com a proposta de criação de um Conselho Nacional de Jornalismo, que fiscalizaria os jornalistas para evitar “desvios éticos”.


Ela ressuscitou com a aprovação, na Conferência Nacional da Comunicação (Confecon), de um Observatório Nacional de Mídia e Direitos Humanos para monitorar a “mídia” e é similar à proposta contida no Programa Nacional de Direitos Humanos de punir os órgãos de comunicação que transgredirem normas a serem ditadas por um conselho governamental.


A questão é que, quando o governo fala em democracia, não está se referindo aos regimes em vigor no mundo ocidental, mas aos regimes bolivarianos gerados a partir do autoritarismo chavista na Venezuela, onde Lula acha que há “democracia até demais”.


Não é simples coincidência que tanto lá quanto na Argentina dos Kirchner os meios de comunicação são perseguidos ou coagidos com base em legislações nascidas de poderes cada vez menos democráticos.


E também não é mera coincidência que esses regimes esquerdistas da América do Sul tenham sua gênese no Foro de São Paulo, uma reunião da esquerda da América Latina que Lula e Fidel Castro organizaram em 1990 para o estabelecimento de uma estratégia comum, na definição do próprio Lula em discurso.


O problema é que o Foro de São Paulo abrigava na sua fundação não apenas partidos políticos de vários matizes da esquerda, mas também organizações guerrilheiras como as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farcs) ou a Unidade Revolucionária Nacional Guatemalteca (UNRG), consideradas terroristas, acusadas de tráfico de drogas e outras atividades criminosas.


Negar a relação do PT com as Farcs é imaginar que não existam registros confirmando, como uma entrevista de Raul Reys, o número dois das Farcs que morreu recentemente em confronto com o exército da Colômbia, contando como conheceu Lula num desses encontros.


As Farcs classificaram certa vez em nota oficial o Foro de São Paulo como “uma trincheira onde podemos encontrar os revolucionários de diferentes tendências, e diferentes manifestações de luta e de partidos (...)”.


A continuidade dessa política de aparelhamento do Estado é o que está em jogo nestas eleições, e é por isso que o presidente Lula está tão empenhado em vencêlas, e não apenas elegendo sua candidata à Presidência da República.


A estratégia de tentar influenciar a eleição do Congresso, sobretudo a do Senado, tem por trás o desejo de abrir caminho para aprovar legislação que aumente o controle do governo sobre o Estado brasileiro e, eventualmente, sobre a sociedade, através da “democracia direta”, à base de plebiscitos.


(Continua amanhã)

GOSTOSA

MÔNICA BERGAMO

MEDINHO GOSTOSO
MÔNICA BERGAMO
FOLHA DE SÃO PAULO - 21/08/10

Marjorie Estiano vive a prostituta Christine em "Inverno da Luz Vermelha", peça dirigida por Monique Gardenberg e Michele Matalon que estreia hoje no teatro Faap. A atriz e cantora curitibana conta "que ficou com um medinho gostoso" quando aceitou o convite. "É a primeira vez que faço uma personagem com apelo sexual." Junto com o teatro, ela continua fazendo shows. No dia 2 de setembro, se apresenta no Club A. E, para o ano que vem, já está fazendo "pesquisa de repertório" para entrar em estúdio e gravar um novo disco.

VERDE DE FELICIDADE

Depois de passar a madrugada, até as 6h da manhã, no restaurante Walter Mancini, comemorando a vitória de 3 a 0 do Palmeiras sobre o Vitória, anteontem, Luiz Gonzaga Belluzzo, presidente do clube, dormiu três horas e às 10h estava na CEF (Caixa Econômica Federal). Ele foi expor para a instituição a reestruturação da dívida do Verdão, hoje de R$ 53 milhões, e detalhar a gestão financeira do clube. Não está descartado um futuro financiamento do banco ao time no futuro.

EU VOLTEI
O técnico da seleção brasileira, Mano Menezes, estará na tribuna do clássico entre Corinthians e São Paulo, amanhã, no Pacaembu. "Vai ser difícil esse "retorno'", diz ele, sobre assistir a um jogo do clube que comandou até pouco tempo. Hoje, ele deve ver a partida entre Botafogo e Avaí, no Rio.

GRIFADAS
As marcas Pucci, de roupas e acessórios, e Jimmy Choo, de sapatos, vão abrir suas primeiras lojas no Brasil. As duas serão no shopping Cidade Jardim e devem inaugurar até o final do ano.

TOGA ELEITORAL
A OAB-SP convidou os presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) e nove candidatos ao governo de SP para apresentarem seus planos de governo na próxima reunião de seu conselho, na segunda-feira. Ofereceu meia hora para cada um falar. Confirmaram presença Michel Temer (PMDB), vice de Dilma, Geraldo Alckmin (PSDB) e Aloizio Mercadante (PT).

ELE TÁ COMIGO
José Serra, que até ontem não tinha confirmado sua ida à OAB, apareceu no Baile do Advogado, que a entidade promoveu no sábado passado, de surpresa. Foi levado pelo secretário da Casa Civil de SP, Luiz Antônio Marrey.

ENCONTRO ROCK AND ROLL
O cantor Supla deu um boneco seu ao vocalista do grupo Green Day, Billie Joe Armstrong (à dir.). No encontro, o brasileiro fez uma entrevista que vai ao ar hoje no programa "Brothers", da Rede TV!. O papo ocorreu nos bastidores de uma apresentação da banda, em Nova York.
O Green Day fará shows no Brasil em outubro. A turnê começa em Porto Alegre, passa por Rio e Brasília e termina no dia 20, em SP.

BALANÇA ELETRÔNICA
A Defensoria Pública de São Paulo distribuiu certificações digitais para todos os seus integrantes.
O instrumento, uma espécie de identificação virtual, permite o envio de petições eletrônicas para os tribunais superiores como o STF (Supremo Tribunal Federal) e para o CNJ (Conselho Nacional de Justiça). As duas instituições exigem, em alguns processos, que essa documentação seja mandada apenas por meio digital.

A NOSSA HOLLYWOOD
A primeira pré-estreia para convidados de "Tropa de Elite 2" será fora do eixo Rio-SP. Em outubro, o diretor José Padilha apresenta o longa em Paulínia (SP), que deu incentivo para a produção.

LEMBRANCINHA
Marlene Araújo, nora do presidente Lula, encomendou "lembranças personalizadas feitas com dragées de chocolate belga" para presentear os cunhados Renata e Fábio Luís, que esperam a chegada do filho, Pedro. Os mimos são de Sonia Daenen.

ASA MORENA
Zizi Possi fez show anteontem para lançar os dois volumes do DVD "Cantos & Contos", no Tom Jazz. O produto é resultado das gravações de 12 shows semanais realizados no mesmo local, de março a maio de 2008, que comemoraram os 30 anos de carreira da cantora.

CURTO-CIRCUITO

Djavan apresenta seu novo CD "Ária" em show nos dias 24 e 25 de setembro, às 22h, no Credicard Hall.Classificação etária: 14 anos.

O grupo Gafieira São Paulo se apresenta amanhã, às 21h, no Tom Jazz. Classificação etária: 18 anos.

A galeria Baró/Emma Thomas inaugura hoje, a partir das 11h, sete exposições individuais de artistas como José Spaniol e Érica Ferrari.

A festa Funhell acontece hoje, às 23h30, no Estúdio Emme, em Pinheiros. Classificação etária: 18 anos.

A banda Paris Le Rock é a atração de hoje no clube CB, a partir da meia-noite. Classificação etária: 18 anos.

com DIÓGENES CAMPANHA, LEANDRO NOMURA e LÍGIA MESQUITA

WALTER CENEVIVA

57% e o direito da maioria
WALTER CENEVIVA
FOLHA DE SÃO PAULO - 21/08/10

O povo não foi seduzido pelos milhões de dólares que o futebol movimentará na Copa do Mundo de 2014


NEM POR SEREM praticadas profissionalmente certas modalidades do desporto são excluídas da proteção constitucional. Ocorre, porém, que o artigo 217 da Constituição refere o tratamento diferente do esporte amador e do profissional, para dar preferência ao primeiro.
Nesse sentido, a pesquisa da Folha desta semana mostra que o povo se afina com a Carta, pois não foi seduzido pelos milhões de dólares que o futebol movimentará na Copa do Mundo de 2014.
A população reconhece que a maioria dos profissionais do esporte é composta por atores secundários, integrados ao palco dos milionários e dos figurões das entidades.
O leitor, sabendo dos dólares ou euros reclamados pelo pessoal do futebol, está informado das distorções em grandes eventos, com benefício para intermediários e não para o povo.
O futebol movimenta milhões de pessoas que o praticam, dos clubes mais elegantes às áreas mais pobres. Onde há um espaço livre, por pequeno que seja, sempre haverá quem queira "bater uma bolinha".
Há, porém, outro fato concreto: a popularidade do futebol e a próxima Copa do Mundo não foram suficientes para perturbar a opção da maioria, compatível com o pluralismo político e sobretudo a preservação da sociedade solidária, na busca de mais benefícios coletivos e de menos privilégios.
Grandes investimentos em estádios, instalações esportivas e obras muito custosas, só porque o Brasil sediará o certame mundial de 2014, não correspondem ao interesse geral. Dois exemplos ilustram essa verdade.
A África do Sul viveu o problema dos estádios construídos para a Copa deste ano, mas com posição mais equilibrada do que a nossa, pois lá o rúgbi é o esporte favorito do povo e, assim, os estádios serão adequados para essa modalidade.
A França, cuja Copa do final do século 20 foi jogada em um único estádio de grande porte, em Paris, não quis saber dos projetos faraônicos em outros centros.
Não é racional nem razoável que, num país no qual parte substancial da população vive em condições de subemprego e de sobrevivência difícil, a administração pública desconsidere a preferência pelo bem geral para gastar em projetos de estádios monumentais que, depois, serão subutilizados durante anos.
Nisso, aliás, os presidentes do Corinthians e do São Paulo mostraram juízo quando se recusaram a assumir grandes aventuras financeiras para novas obras. O corintiano disse que o comparecimento a seus jogos não é compatível com praça de esportes de grandes proporções que exceda demasiadamente o padrão médio de público.
O excesso multiplicará os encargos de manutenção e de uso, prejudicando sua situação financeira.
Os empresários que vivem do futebol querem aproveitar a chance para ampliar ganhos, o que é legítimo. Não é, porém, possível de ser feito à custa de toda a comunidade, nestes tempos em que agremiações tradicionais são compradas por milionários e passam a ser empresas de diversões, com seus artistas em atividades que parecem esportivas, mas estão deixando de ser.
Os 57% da população consultada pela Folha definiram seu direito majoritário: levantar grandes estádios não é política pública proporcional aos benefícios permanentes a serem colhidos ao longo dos anos.

O ESGOTO DO BRASIL

ANDREI NETTO

Era de Temores

Andrei Netto 
O Estado de S.Paulo - 21/08/10

Sombria a Europa de nossos dias. Encerrados os "anos gloriosos" do pós-guerra, perdida a pujança econômica e a hegemonia cultural, vive-se no Velho Mundo uma era de temores. O inimigo: a globalização. O medo: do estrangeiro, do outro, das perdas identitárias e da decadência de uma civilização que forjou o Ocidente tal como o conhecemos. Essa preocupação se faz cada vez mais nítida na produção artística. Na TV, no cinema, na literatura, o receio da invasão estrangeira se reafirma como a marca dos nossos dias na Europa.


Esses elementos estão reunidos no penúltimo romance do jornalista, escritor e historiador Max Gallo, imortal da Academia de Letras da França. Os Fanáticos, lançado agora no Brasil, quatro anos depois de sua versão original, conta a história de Julien Nori, catedrático de História Romana da Sorbonne. Homem de letras na faixa dos 50 anos, é colecionador de amantes e morador do Quartier Latin parisiense, um punhado de quarteirões que denomina o "círculo sagrado de Paris", ladeado pela catedral Notre-Dame, pelo Sena e pelo Panthéon. Em síntese: é um francês de elite e um intelectual realizado.
Esse acadêmico, "fiel à Reforma, às Luzes, a Voltaire", e portanto um devoto da Razão e dos símbolos do Estado Moderno, tem uma filha: Claire. Pois a jovem instruída, bem-formada, parisiense até os ossos, casa-se com Malek Akhban e - pecado supremo - converte-se por livre escolha ao Islamismo. Então, abandona seus costumes, sua identidade e seu nome, para se tornar Aisha. Eis o drama de Os Fanáticos: um pai súdito do Iluminismo confronta-se com "as trevas" do mundo muçulmano em pleno bairro chique de Paris e, pasme, é assassinado em um crime envolto de suspeitas de terrorismo.
Clichê? Pois prepare-se: o livro de Max Gallo é repleto deles. O genro de origem árabe e muçulmano encarna "a força", é "o culpado, o manipulador". Das suas mãos, Nori "precisa arrancar" Claire-Aisha, a filha inocente, presa ao fanatismo (sua droga) e a uma relação na qual o amor não existe, mas sim "a fé, o jejum, o mês de ramadã, a peregrinação a Meca" e o ""quinto pilar do islã": a esmola".
Ao longo de Os Fanáticos, o autor explora os estereótipos à exaustão. Se concede raros elogios ao passado nobre da cultura oriental, Nori prima pela apologia do cristianismo, "a religião da liberdade individual, uma afirmação do livre-arbítrio". Uma posição, digamos, contraditória para um seguidor de Voltaire, um dos intelectuais que lançaram as bases do Estado laico. Gallo, ou Nori, adverte que "os fanáticos" "se estabeleceram no núcleo do nosso sistema, usando-o com habilidade e rejeitando-o, procurando impor sua lei e sua fé". São o cavalo de Troia instalado no interior da cidade.
Desnecessário entrar em detalhes maiores sobre o enredo do livro. O que conta no romance, mais do que sua história batida, é sua ambiência real. Escritor experiente, imortal da Academia Francesa, Gallo protege-se das crítica antes mesmo do início da narrativa. "Romance = "mentir na verdade"", diz ele, advertindo que "qualquer semelhança...". Mas a ressalva não serve de escudo para proteger sob o véu da ficção o pensamento reacionário do autor.
Por trás de seu romance está uma França que choca: a do preconceito crescente em relação ao islamismo, a segunda maior religião do país. Tal como os judeus na Europa do entre-guerras, os muçulmanos - ou os "sales arabes", os "árabes sujos" - são o bode expiatório da vez. Como Gallo-Nori, o francês reacionário não gosta da ideia de que a Grande Mesquita e o Instituto do Mundo Árabe estejam construídos nas imediações do Panthéon e do sítio de Cluny, símbolos da França original.
Quando de sua publicação, em 2006, Os Fanáticos se tornou alvo de um princípio de polêmica na França. Sem surpresas, o autor foi bombardeado de acusações pela comunidade muçulmana do país, que lhe reservou definições como "revisionista", "neoinquisidor" e "imperialista", chocada com o reducionismo das ideias de Nori. Também sem surpresas, Gallo apelou em artigo publicado no jornal Le Figaro à liberdade de pensamento, ao rompimento diante do politicamente correto. "Como ser razoável, procurar o apaziguamento, manter um discurso comedido, esperando que os que querem modernizar o islã vençam os que têm o objetivo de islamizar a modernidade?", questionou.
Escritor mais apreciado pelo público do que pela crítica, Gallo, um ex-porta-voz da presidência socialista de François Mitterrand, também passou por uma conversão. Em 2006, revelou-se ao trocar o Partido Socialista pelo neoconservadorismo de Nicolas Sarkozy, propositor de fartas políticas policialescas de fundo xenofóbico. Na mesma época, em Os Fanáticos, Gallo ajudou a desvelar o pensamento de uma fatia significativa da sociedade francesa: aquela que busca reencontrar sua "identidade" e que mergulha, dia a dia mais fundo, na perigosa espiral de rejeição ao outro. 

PAINEL DA FOLHA

Efeito cascata
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 21/08/10

Ao consolidar a perspectiva de desfecho da eleição no primeiro turno, os 17 pontos abertos por Dilma Rousseff (PT) no novo Datafolha tendem a impactar de imediato a arrecadação de recursos para a campanha de José Serra (PSDB) e dificultar ainda mais sua exposição na propaganda eleitoral nos Estados, além de engrossar o coro dos aliados que já recriminam publicamente o candidato e a condução da campanha.
Mas é incerto que essas queixas resultem em mudança radical no discurso do candidato ou na propaganda. Mais até do que na campanha de Geraldo Alckmin em 2006, o conteúdo da TV não é assunto sobre o qual os aliados tenham poder de decisão.


Seguro Serra gravou uma fala de 12 segundos pedindo voto no 45, o número do PSDB, para ser exibida no horário eleitoral de candidatos a deputado. A vinheta tem sido a única saída para driblar a ausência do candidato na propaganda televisiva em vários Estados.

Porta de saída A expressão "se eu não me engano", cada vez mais empregada por Dilma Rousseff em discursos e entrevistas, veio para ficar. Ontem, na passagem por Vitória, ela disse que não é uma "enciclopédia ambulante" e que a imprensa cobra qualquer "numerozinho" errado, daí a tática de deixar margem para recuo.

Herança Dilma também falou sobre o "eu acho", outra expressão que ela introduz antes de quase toda afirmação. Muita gente já a aconselhou a abandonar o cacoete, contou ontem a candidata, para logo depois dizer que não o fará. "Aprendi quando era criança em Minas e não vou parar de falar."

#pronto falei Depois de comparar Dilma a Tiradentes - "ele colocou a cabeça a prêmio por um sonho, você também", o senador Magno Malta (PR-ES) afirmou que quem rejeita a petista o faz por achar que é Lula quem iria governar. Para constrangimento geral, acrescentou: "Quem dera fosse isso".

Oremos 1 A campanha do PT produziu material voltado aos evangélicos enumerando "13 motivos para o cristão votar em Dilma". Segundo o texto, "ela tem feito a opção clara de governar focada no crescimento e no desenvolvimento, olhando pelos pobres e menos favorecidos, a mesma do evangelho do Senhor Jesus Cristo".

Oremos 2 O panfleto prega que Dilma se comprometeu a "delegar ao Congresso o debate sobre o Plano Nacional de Direitos Humanos", que fez barulho ao trazer, entre outros pontos, a defesa do aborto. Outra razão citada para escolher Dilma: "Ela é humilde e conhece o sofrimento, a dor e a necessidade do ser humano".

Sujou Em sessão realizada anteontem, o TRE paulista decidiu pela primeira vez que a rejeição de contas é suficiente para enquadrar candidatos na Lei da Ficha Limpa. O tribunal indeferiu, por unanimidade, o registro de Chiquinho do Zaíra (PMN), que disputa vaga na Câmara dos Deputados e entrou na mira do Tribunal de Contas quando dirigia a companhia de saneamento de Mauá.

Luz vermelha Passível de recurso ao TSE, a decisão cria jurisprudência aguardada com angústia por candidatos que já ocuparam prefeituras, presidências de Câmaras e autarquias. Havia dúvida quanto à interpretação da Lei de Inelegibilidade.

Regra 3 Sem apresentar as certidões necessárias ao cumprimento da Lei da Ficha Limpa, Toni Curiati renunciou à candidatura ao Senado pelo PP-SP. O substituto deverá ser o advogado e jornalista Sérgio Redó.
com LETÍCIA SANDER e FABIO ZAMBELLI

tiroteio

Desculpe, Serra, mas infelizmente a garupa do presidente Lula já está ocupada.
DO DEPUTADO JOÃO PAULO CUNHA (PT-SP), ironizando o uso da imagem de Lula na propaganda do candidato tucano, que, em entrevista na bancada do "Jornal Nacional", criticou indiretamente a adversária Dilma ao dizer que "o próximo presidente vai governar e não pode ir na garupa".

contraponto

O outro

Em 11 de julho, aniversário de Netinho de Paula (PC do B), Marta Suplicy (PT) telefonou para o companheiro de chapa ao Senado. Atarefada, a ex-prefeita saiu disparando votos de felicidades e sucesso nas urnas, até ser interrompida pela voz do outro lado da linha:
-Marta, não é este o telefone... -disse José Police Neto (PSDB), que assim como o pagodeiro é vereador e também conhecido como Netinho.
-A gente conversa melhor depois, tá?
Com um torpedo, o tucano esclareceu o engano.