sexta-feira, agosto 13, 2010

NELSON MOTTA

Estado de calamidade postal

Nelson Motta
O Globo - 13/08/2010
 
 Não sou exceção, sou mais uma das incontáveis vitimas do apagão postal e do desastre administrativo dos Correios. Mas tenho uma coluna de jornal.
Casos como o meu se multiplicam todos os dias, com incalculáveis prejuízos para quem confia nos Correios. Recebi no dia 10/8, em Ipanema, um boleto bancário postado no dia 3/8, no Centro da cidade.
O envelope levou uma semana, entre dois bairros do Rio de Janeiro.
Se viesse a pé teria chegado em duas horas. Os Correios dizem que faltam aviões.
Mas a questão é: quem vai me reembolsar os 10% de multa que fui obrigado a pagar por culpa dos Correios? E a vergonha que passei? Quem paga os prejuizos econômicos e morais dos pagadores pontuais que passam por inadimplentes? Quem se responsabiliza pelo tempo que se perde e o dinheiro que se gasta com atrasos e documentos extraviados? À enxurrada de reclamações nos jornais, respondem sempre que os Correios têm não sei quantos anos de serviços prestados, padrão internacional de atendimento, estamos nos esforçando para... Mas nada mudou. Só trocaram o presidente, para engabelar a opinião pública em ano eleitoral. Mas vocês viram a cara do novo chefão dos Correios? Ninguém confiaria uma carta para aquele homem entregar. O apagão postal faz milhares de pessoas honestas e pontuais perderem prazos, pagarem juros injustos e multas indevidas.
Se os Correios não são mais confiáveis, não temos opção. O ex-ministro Hélio Costa logo diz que é lobby pela privatização. Mas é o responsável pelas nomeações que fizeram dos Correios o que hoje são.
Aparelhar órgãos públicos e estatais, fazer politicagem com cargos, tem um alto custo para os funcionários e os usuários tanto em corrupção como no apodrecimento administrativo. As provas vivas são os atuais Correios e as históricas imagens de Maurício Marinho pegando dinheiro, que levaram à CPI do mensalão.
Assim como carimbam a data da postagem no envelope, os Correios deveriam ser obrigados pelo Procon a carimbar a data da entrega. E assumir as responsabilidades legais pelos prejuízos.

ILIMAR FRANCO

Queda de braço 
Ilimar Franco 

O Globo - 13/08/2010

O Ministério da Justiça está indo para cima das administradoras de cartão de crédito para que elas reduzam a quantidade de tarifas cobradas do consumidor, que chegam a 41 taxas diferentes. Se não houver acordo, o ministério vai enviar projeto ao Congresso restringindo a cobrança. E o ministro Luiz Barreto (Justiça) já acertou com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, a inclusão dos cartões de crédito na resolução 3.518, que disciplina a cobrança de tarifas bancárias.

As maiores bancadas no Congresso

O PMDB deve eleger, em outubro, as maiores bancadas tanto para a Câmara dos Deputados (95) quanto para o Senado (18). A previsão consta de um relatório da Consultoria Patri distribuído a clientes. O PT teria a segunda maior bancada na Câmara (92), mas no Senado essa posição seria ocupada pelo PSDB (13). A Patri projeta para os partidos que apoiam a candidatura presidencial do governo uma bancada de 342 deputados e 54 senadores. E os partidos que estão com o candidato da oposição sairiam das eleições com 135 deputados e 31 senadores.

Se essa previsão se confirmar, o PMDB vai querer presidir as duas Casas.

Para quem conhece a Dilma (Rousseff) há 30 anos como eu, ela é a prova viva da evolução da espécie” — Carlos Lupi, ministro do Trabalho

MULHERES. A cantora Alcione gravou mensagem de apoio a Dilma Rousseff. Está no site da campanha da petista. Alcione diz: “As mulheres hoje podem tudo, e nós precisamos de uma mulher no poder”. A economista Maria da Conceição Tavares também gravou a favor da petista e afirma: “Já estava na hora de termos uma mulher presidente. O Chile já teve. A Argentina já teve. Estávamos atrasados. Está na hora das mulheres.”

Cofrinho

O ministro Carlos Gabas (Previdência) vai se reunir com o Corinthians e o Palmeiras para apresentar proposta de plano de previdência complementar associativo para os jogadores de futebol. Só esses times se interessaram até agora.

Tráfico de armas

O governo brasileiro pediu ao da Bolívia para fechar uma loja de caça e pesca naquele país que funciona como fachada para a venda de armas. Em seu subsolo pode-se comprar fuzis M16 e AK-47, pistolas .40 e mísseis.

Na fronteira, a dengue tipo 4

Os ministérios da Saúde, da Defesa e das Relações Exteriores estão se articulando para que o Exército faça um mutirão na fronteira do Brasil com a Venezuela para combater a dengue tipo 4. Há três casos confirmados em Boa Vista (RR). O país não registrava a presença desse sorotipo há 28 anos. O presidente Lula, na reunião ministerial, pediu aos ministros que acelerem a ação conjunta para prevenir um eventual surto da doença.

Serra e a saúde de Dilma

O candidato tucano, José Serra, introduziu um novo tema em seu discurso de campanha: o da saúde dos candidatos. Ao responder a uma pergunta sobre o seu vice, Indio da Costa (DEM), Serra emendou dizendo: “Eu tenho muito boa saúde.

Ninguém está sendo vice comigo achando que eu não vou concluir o mandato.” Integrante da direção do PMDB, Moreira Franco reage: “Fiquei chocado com a referência à doença da Dilma. E ainda foi de uma forma debochada.”

O PRESIDENTE tucano, Sérgio Guerra, lança amanhã, em Recife, sua candidatura a deputado federal.

O BRASIL vai prestar contas sobre os Objetivos do Milênio, em Nova York, de 20 a 23 de setembro. O último relatório de acompanhamento dos Objetivos aponta que o Brasil já atingiu com folga o primeiro deles: reduzir a extrema pobreza à metade até 2015.

OS SERRISTAS reagem às cobranças de apoio financeiro dos candidatos a governador. Argumentam que, em 2006, nenhum candidato a governo recebeu ajuda da campanha de Geraldo Alckmin

GOSTOSA

MÔNICA BERGAMO

DE VOLTA PARA CASA
MÔNICA BERGAMO

FOLHA DE SÃO PAULO - 13/08/10 

O Ministério da Justiça vai expulsar do Brasil 32 estrangeiros. São 13 sul-americanos (paraguaios, peruanos, uruguaios, bolivianos e argentinos), nove africanos e cinco espanhóis, além de um croata, um filipino, um irlandês, um português e um líbio. Eles foram condenados por envolvimento com o narcotráfico. Já cumpriram pena e seriam libertados, mas o ministério optou por expulsá-los, pois cometeram crime hediondo.

DO CAPETA
Um dos expulsos chamou a atenção da equipe do ministério por causa de seu nome: Kapeta Paulo, angolano condenado por tráfico.

PRIMEIRA MÃO
Eike Batista telefonou ao presidente Lula logo cedo ontem para avisá-lo da descoberta de uma nova província de gás, no Maranhão. Disse que ela produzirá, no futuro, 15 milhões de m3, ou a metade da atual produção Brasil/Bolívia. O empresário deu a notícia em primeira mão também para José Sarney.

PARA TODOS 
"Fã de carteirinha" de Lula, Eike diz que pretende ser "apolítico" na sucessão presidencial. Ele vai, inclusive, contribuir com recursos tanto para Dilma Rousseff (PT) quanto para José Serra (PSDB). "Os dois são gestores extraordinários. E o meu candidato é o Brasil", diz.

PLANO COLÔMBIA 
Serra deve se encontrar com Juan Manuel Santos, recém-empossado presidente da Colômbia, no dia 2 de setembro, em SP. Santos estará no Brasil em visita oficial.

TREINO 
Fernanda Young vai desembolsar R$ 3.000 para o jantar de arrecadação da campanha de Marina Silva, presidenciável do PV, no dia 24, no restaurante Antiquarius. "Ainda não sei se voto nela, mas a Marina tem o direito de fazer a campanha. Quero exercitar a democracia", diz a escritora.

PROMOÇÃO 
E o ingresso do jantar de Marina, anunciado por R$ 5.000, foi caindo, caindo -e já há quem informe, na campanha dela, que, dos atuais R$ 3.000, pode baixar para R$ 2.500.

NOITE CANTADA 
O Theatro Municipal do Rio de Janeiro sediou anteontem a entrega do 21º Prêmio da Música Brasileira. A edição deste ano homenageou a cantora Dona Ivone Lara, 89, a primeira mulher a assinar um samba-enredo. Com três prêmios, Maria Bethânia foi a grande vencedora do evento. Ela levou os troféus de Melhor Canção e, na categoria MPB, os de Melhor Cantora e Melhor Disco.

MAIORIDADE EMOLDURADA 
O Masp abriu anteontem a exposição "Coleção Pirelli/ Masp de Fotografia". A 18ª edição da mostra, em cartaz até 3 de outubro, conta com trabalhos de Ricardo Barcellos, Ivan Cardoso, Gustavo Lacerda, entre outros.

FECHADURA 
O britânico Nicholas Stern, ex-economista-chefe do Banco Mundial e autor do célebre relatório sobre os efeitos das mudanças climáticas na economia, se reuniu "secretamente" com empresários e ambientalistas brasileiros, nesta semana, no hotel Emiliano, em SP. No encontro estavam o ex-chanceler Celso Lafer, o ex-presidente da Petrobras, Henri Reichstul, o empresário Israel Klabin e Fabio Feldmann, candidato ao governo de SP pelo PV.

PALOCCI VERDE 
Os brasileiros, muitos deles tucanos, disseram a Stern que Antonio Palocci Filho, coordenador da campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência, será "o grande interlocutor" de um eventual governo da petista quando o assunto for ambiente. Stern conhece Palocci dos tempos em que ele comandava o Ministério da Fazenda. 

SEM BELEZA NA DASLU 
O salão Up Hair, da Daslu, fecha as portas no dia 30, por causa do "processo administrativo da Villa Daslu, que agora conta com a JK Iguatemi no comando de suas operações." Quinze funcionários serão dispensados. O salão não reabrirá em outro local.

DE OSCAR 
O americano Michael Semanick fará a mixagem de som do longa "Heleno", com Rodrigo Santoro. Indicado ao Oscar seis vezes (ganhou duas, com "O Senhor dos Anéis" e "King Kong"), ele vem ao Brasil em novembro.

QUERIDO CELSO 
A comunidade árabe oferece jantar ao chanceler Celso Amorim hoje. A Câmara de Comércio Árabe-Brasileira diz que é um "reconhecimento" pela aproximação daquelas nações com o Brasil, que gera superávit comercial de US$ 5,4 bilhões ao país. 

CURTO-CIRCUITO

Paula Burlamaqui e Daniel Alvim estreiam a peça "O Amante", hoje, às 21h30, no teatro Nair Bello. Classificação etária: 14 anos. 

Ziraldo autografa amanhã, às 15h30, o livro "O Menino da Terra", no estande da editora Melhoramentos na Bienal do Livro, no Anhembi.

O DJ Gui Boratto é a atração da festa DadaLab, hoje, a partir da meia-noite, no clube Hot Hot. Classificação: 18 anos.

A peça "O Clã das Divorciadas", com Luiz Salem, estreia hoje, às 21h, no teatro Gazeta. Classificação etária: 12 anos. A pré-venda de ingressos para o show dos Jonas Brothers, no dia 6 de novembro, em SP, começa no dia 16 para clientes Credicard, Citibank e Diners, no site www.ticketsforfun.com.br. As vendas para o público em geral começam no dia 23.

O segundo livro do arquiteto Marcos Tomanik, com 20 projetos de residências e lojas, está à venda nas livrarias.

A coleção "Linhas Aéreas", criada por artesãs de cidades-satélites de Brasília com orientação de Renato Imbroisi, está exposta na feira de design Paralela Gift, em SP. 

com DIÓGENES CAMPANHALEANDRO NOMURA e LÍGIA MESQUITA

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Crédito para financiamento de veículos aumenta 13,5% 
Maria Cristina Frias

Folha de S.Paulo - 13/08/2010

O crédito para financiamento de veículos cresceu 13,5% no primeiro semestre deste ano, segundo a Anef (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras).
O saldo das carteiras para pessoa física de CDC (Crédito Direto ao Consumidor) e de leasing atingiu R$ 167,3 bilhões em junho, ante os R$ 147,4 bilhões do mesmo mês do ano passado.
O aumento dos financiamentos se deve ao maior poder de compra da população e à criação de empregos.
"Cada vez mais cresce o número de "novos entrantes no mercado", pessoas que antes não conseguiam efetuar a compra e que agora estão habilitadas", afirma Décio Carbonari de Almeida, presidente da Anef.
O maior destaque foi para as operações de CDC, que cresceram 33,9% no primeiro semestre. Já a carteira de leasing teve retração de 13,1%.
O CDC foi a modalidade mais utilizada pelo consumidor para financiamento de veículos no primeiro semestre, com 43% de participação, seguido por leasing (13%) e consórcio (6%). Os pagamentos à vista tiveram 38% de participação.
A taxa média de juros praticada pelas associadas à Anef fechou junho em 1,43% ao mês, abaixo da de junho de 2009, de 1,49%.
"As taxas de juros ainda não refletem o aumento da Selic. A tendência é subir, mas não deve apresentar impacto significativo nos financiamentos", diz Almeida.
A expectativa da Anef é fechar este ano com crescimento da carteira de crédito entre 10% e 15% sobre o volume do ano passado.

Ouro Verde investe R$ 280 mi na ampliação da frota

O Grupo Ouro Verde, de logística e locação de veículos e máquinas, investe R$ 280 milhões na ampliação da frota de maquinários agrícolas.
O objetivo é atender a alta da demanda das usinas de cana nas principais regiões produtoras de etanol, como São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Goiás.
O investimento gera a compra de mais de 700 equipamentos, entre colhedoras, tratores, caminhões e outros.
A empresa também se prepara para a abertura de capital. Há dois anos e meio, passou por uma reestruturação e deixou de ser uma empresa limitada para tornar-se uma sociedade anônima de capital fechado. O balanço já é auditado pela KPMG.
"Estamos deixando a empresa pronta para abrirmos capital na hora que aparecer a oportunidade", afirma Celso Antonio Frare, fundador e presidente do conselho administrativo da empresa.
A expectativa é fazer o IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês) em 2012 ou 2013, segundo Frare.
Para o ano que vem, a empresa já planeja investimentos de R$ 220 milhões, em equipamentos para as áreas de infraestrutura e etanol.
"O que irá sustentar o nosso setor nos próximos anos serão as obras de infraestrutura. A demanda irá aumentar com a construção e ampliação de aeroportos, estradas e portos", afirma Frare.
A empresa projeta faturamento de R$ 540 milhões para este ano, com crescimento de 30% sobre o ano passado.

Nuclear A produção de energia nuclear subirá de 2,6 trilhões KWh em 2007 para 4,5 trilhões KWh em 2035, segundo relatório do Departamento de Energia dos EUA. Para o Brasil, também se estima alta. Angra 2 produziu 10 bilhões de KWh em 2009. O relatório prevê produção no Brasil de 180 bilhões de KWh em 2035, o equivalente a 18 usinas Angra 2 em operação.

Forno a... O setor de gás LP (gás liquefeito de petróleo) espera aumentar de 3,4% para 4,5% sua participação na matriz energética brasileira nos próximos dez anos. Hoje 8% do produto consumido no mercado doméstico é importado. O tema será debatido no Encontro Nacional do Setor, neste mês, em Campinas.

...gás As empresas veem oportunidades no segmento residencial, em que a lenha detém 35%, e no mercado de pequenas e médias indústrias, onde o produto é mais competitivo que o gás natural.

Chama o... Estudo da Lello, de administração imobiliária, mostra que após mais de dois anos da lei estadual paulista 13.160, que autoriza inscrição de moradores devedores em serviço de proteção ao crédito, só 26% dos condomínios gerenciados pela empresa na capital de SP aderiram.

...síndico O protesto foi autorizado em 277 edifícios entre os 1.073 gerenciados pela empresa na cidade. Entre eles, 48% permitem "sujar" o nome do condômino após 90 dias da data de vencimento do boleto, e 46%, depois de 60 dias. Só 6% autorizam protesto com 30 dias de atraso.

Estratégia A Acxiom, americana de marketing interativo, inicia expansão na América do Sul com a participação no controle da GoDigital, brasileira do setor. A expectativa é conquistar, no país, seus clientes globais como Citibank, Yahoo e Unilever. A empresa já atua na Europa, China e Oriente Médio.

Importadores de máquinas buscam novas linhas de crédito

A Abimei (associação de importadores de máquinas) tem novas metas a partir de 1º de setembro, data da posse de seu novo presidente, Ennio Crispino, diretor na América do Sul e Central da sul-coreana Doosan Infracore.
A quantidade de máquinas fabricadas no Brasil não comporta a demanda existente, segundo Crispino. A entidade buscará linhas de crédito para o setor, além da redução do imposto sobre importação, que hoje encarece as máquinas de 45% a 50% sobre o valor de origem.
"Importar equipamento não significa tirar emprego, mas dar condições para que as empresas nacionais disputem em igualdade com as estrangeiras", diz.
A associação também levantará dados estatísticos sobre o mercado brasileiro. A expectativa é obter os primeiros resultados em 2011.
METÁLICO
Cerca de 50% das empresas da indústria do cobre estimam crescimento nas vendas de 10% nos próximos três meses, segundo levantamento do Sindicel. O restante se divide entre ter uma alta maior que 10% e manter o mesmo nível do trimestre passado. A pesquisa também aponta que exportações não são foco da indústria do cobre no país. Mais de 60% das empresas tiveram só 5% de seus resultados relacionados a comércio internacional.

JOSÉ (MACACO) SIMÃO

Ueba! Marina vira jardineira!
JOSÉ SIMÃO
FOLHA DE SÃO PAULO - 13/08/10


o Hélio Costa? Revelou na sabatina que, quando pega na mão do Lula, "é uma coisa maravilhosa"

BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Direto do País da Piada Pronta! Vou votar no Oreia! Pra coisa ficar feia!
E piada pronta direto de Campinas: "Polícia encontra estufa de maconha no Jardim CHAPADÃO".
E o Hélio Costa na sabatina da Folha? Hélio Costa: quem encosta gosta! E sua revelação: "Eu fui me apaixonando pela figura do Lula. Quando ele pega na sua mão, é uma coisa maravilhosa". Mão de torneiro mecânico deve ser suave, macia, né? Mas ele se apaixonou pela mão de cinco ou pela de quatro? Rarará!
E essa: "Para azar do Serra, Venezuela e Colômbia reatam relações". E eu vi o Serra no "Jornal Nacional". Por que a cadeira dele estava tão alta? Ele parecia um boneco de Olinda! Protesto! Os outros ficaram abaixo do nível do mar, e o Serra sentado lá em cima com as perninhas balançando!
E tá todo mundo dizendo que o Bonner tomou Lexotan! E ainda bem que o sorriso do Serra não faz barulho. Rarará!
E a Nair Bello do Twitter vai pedir DICAS DE JARDINAGEM para a Marina Silva. Perfeito! A Marina Silva podia ficar dando dicas de jardinagem no programa da Ana Maria Braga. Rarará!
E o Plínio Arruda está sendo chamado de O Idoso Traquinas! O Peralta da Melhor Idade!
E um amigo me disse que a Dilma está parecendo um sorvete de casquinha do McDonald's. Rarará!
Voltei da China! E o pior de voltar ao Brasil é a fila para passar na Polícia Federal. A fila é um caracol. Se você seguir a fila, você fica tonto e desmaia: é um caracol dentro de outro caracol, dentro de outro caracol. A fila começava no finger.
Aliás, você levanta da poltrona do avião e já começa a fila! Perdi dois dias de férias na fila da Polícia Federal. Para sair do aeroporto é um parto: aeroparto! Rarará!
E o jet lag da China? Eles estão em 2050 e a gente volta para 2010.
O quarto do hotel em Shangai ficava no 83º andar. Não tinha camareira, tinha aeromoça!
E a China é bom porque compra um monte de muamba original. E paga o lolex com cheque do Bladesco. E chinesa tem a peleleca atlavessada! Rarará!
E sabe o que eu trouxe da China? Um fumador de ópio. Para aguentar esse povo das Ereções 2010!
Nóis sofre, mas nóis goza. Hoje só amanhã.
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

GOSTOSA

LUIZ GARCIA

Sistema doente
LUIZ GARCIA
O GLOBO - 13/08/10
O ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal, foi fotografado num bar e numa festa em Brasília. Ficou indignado: as fotos supostamente colocariam em questão as repetidas licenças médicas que o têm afastado de julgamentos no STF por longos períodos desde fevereiro de 2008.

Em nota oficial, Barbosa informou que tem dores crônicas na região lombar e no quadril, e argumenta que seus médicos aconselharam “poucos momentos de lazer”, o que explica sua presença na festa e no bar. Deve ter razão. Afinal, que direito têm “aspirantes a paparazzi e fabricantes de escândalos” (na irada definição de Barbosa) a fotografá-lo fora do STF fazendo apenas o que os médicos aconselharam? Os problemas do tribunal não são o que acontece fora dele. São o que não acontece dentro dele. No momento, 57.121 processos esperam julgamento no STF. Apenas pouco mais de 20% entopem as prateleiras de Barbosa. Ou seja, 11.726.

Os outros ministros podem ter menos processos na fila, mas todos estão com prateleiras e gavetas lotadas.

Ou seja, o problema não está no estado de saúde dos ministros: é o sistema que está doente. Há mais de 30 anos já se reconhecia que o Supremo estava abarrotado de processos, o que levou à criação, já em 1989, do Superior Tribunal de Justiça. A ideia era a de que ele seria a última instância de todos os processos que não envolviam a Constituição. Os que tivessem a ver com ela ficavam para o STF.

Numa modesta opinião de leigo, tenho a impressão de que o pessoal esqueceu de ler a Constituição. Pelo visto, ela cuida de quase tudo. Que outra razão explica a existência dos 57 mil e tantos processos na pauta do STF? Entre os 11 mil e tantos processos no gabinete de Barbosa está o do mensalão, com 40 réus. Quem se atreveria a dar um palpite sobre quando ele chegará ao fim? Há certamente remédios eficazes para as dores crônicas do ministro Barbosa. Mas ainda não surgiu, dos políticos e dos juristas brasileiros, qualquer proposta de cura para o inchaço nas prateleiras do STF. Na verdade, poucas vozes ilustres e sábias têm sido ouvidas revelando pasmo e indignação em face do problema.

MERVAL PEREIRA

Tempo curto
Merval Pereira
O GLOBO - 13/08/10 

Se o candidato tucano José Serra não tiver reduzido a vantagem que a candidata oficial, Dilma Rousseff, tinha nas pesquisas de opinião até agora — e nada indica que isso tenha acontecido —, a propaganda eleitoral pelo rádio e pela televisão, a partir desta terça-feira, dará muito pouca margem para que isso aconteça.

Hoje saberemos o resultado de pesquisas do Ibope e do Datafolha sobre a corrida presidencial, e se a melhor atuação do candidato oposicionista, tanto no debate da TV Bandeirantes quanto nas entrevistas da TV Globo, especialmente a do “Jornal Nacional”, pela audiência, teve o condão de mudar a tendência favorável a Dilma.

As novas pesquisas darão também algumas orientações sobre as políticas regionais, que podem interferir no resultado da eleição presidencial.

Há, por exemplo, uma melhora da candidata Dilma Rousseff no Rio Grande do Sul que poderá ser confirmada.

Isso acontecendo, a vantagem de Serra na região Sul do país se reduzirá.

Ao mesmo tempo, há indicações de que o candidato do ex-governador Aécio Neves está se recuperando em Minas, o que poderá se refletir mais adiante na candidatura de Serra.

O fato é que o tucano terá que ser mais proativo nos debates que ainda virão e manter o nível da performance nas entrevistas da próxima semana no “Bom dia Brasil” e no “Jornal da Globo” para tentar virar o jogo.

Dificilmente conseguirá a reversão de expectativas no programa eleitoral, ainda mais porque o presidente Lula poderá participar do programa de sua candidata Dilma na medida que considerar conveniente, nem tanta presença que ofusque a sua escolhida, nem tão ausente que não permita uma alavancagem.

A diferença de tempo entre os dois candidatos não parece ser o maior problema do oposicionista, que terá tempo suficiente para divulgar seus projetos.

Nem mesmo o aparato tecnológico deve ser muito diferente, mesmo que o candidato tucano tenha arrecadado bem menos que a candidata situacionista até o momento.

Nada que se compare, por exemplo, às dificuldades financeiras dos dois outros candidatos que se destacaram na campanha, Marina Silva, pelo PV, e Plínio de Arruda Sampaio, pelo PSOL.

Esses, sim, têm problemas, inclusive de tempo para expor suas mensagens, pois terão pouco mais de um minuto de propaganda, duas vezes por dia, e mais poucas inserções durante a programação do dia.

José Serra foi o que melhor se apresentou na bancada do “Jornal Nacional” e na entrevista do “Jornal das Dez”, da Globonews, usou com inteligência os 12 minutos de uma audiência nacional, embora não tenha conseguido terminar sua mensagem de despedida no “JN” por ter estourado seu tempo.

E pela primeira vez enfrentou com tranquilidade temas que vinham lhe provocando irritação: o pedágio das estradas paulistas e o governo Fernando Henrique Cardoso.

Parece ter encontrado o tom certo para criticar pontos específicos do governo Lula sem criticar diretamente o presidente popular.

E conseguiu pela primeira vez explicitar as diferenças entre ele e Dilma, tentando vender para o eleitor-telespectador a ideia de que pode governar melhor do que a adversária por ser mais experiente.

Até mesmo na questão da autonomia do Banco Central, Serra foi mais flexível, embora não tenha conseguido dissipar as dúvidas que permanecem sobre suas interferências diretas nas decisões do Banco Central.

Ao afirmar que montará uma equipe homogênea na economia, deixou no ar a impressão de que o Banco Central de alguma forma tomará decisões de comum acordo com o Ministério da Fazenda.

É até natural que Serra queira uma equipe homogênea, pois, enquanto foi ministro do Planejamento do primeiro governo de Fernando Henrique, divergia muito do ministro da Fazenda, Pedro Malan, a tal ponto que teve que deixar o governo, aproveitando a chance de se candidatar à prefeitura de São Paulo.

Na volta, foi para o Ministério da Saúde, onde teve uma atuação que até hoje lhe rende reconhecimentos e dividendos eleitorais.

Nos bastidores da campanha de Dilma Rousseff, falase que o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci pode fazer caminho semelhante, sendo nomeado para uma área social de um eventual governo petista, muito provavelmente o próprio Ministério da Saúde.

Já que a candidata Dilma Rousseff provocou, perguntando o que os tucanos já fizeram pela Rocinha, o ex-deputado federal pelo Rio Márcio Fortes, um dos coordenadores da campanha de Serra, responde: o maior investimento em infraestrutura da Rocinha foi feito em 1995/1999, no governo tucano de Marcello Alencar, que preside hoje o partido no Rio.

Foi construído o canal que cruza o Largo do Boiadeiro e se liga ao interceptor oceânico no Costão da Niemeyer. Coisa de R$ 50 milhões na época.

Uma série de córregos foi aberta para que a água escorresse para o canal.

As encostas também foram protegidas no lado da Gávea, com melhoria na Estrada da Gávea. Investimento de R$ 20 milhões.

Como se vê, ironiza Márcio Fortes, a Rocinha, assim como o Brasil e o mundo, não começou com o PT no poder.

Outro dia Lula disse em um comício que daria um talão cheio de cheques em branco para sua candidata preferida, Dilma Rousseff, tamanha a confiança que tinha nela.

A última pessoa a quem Lula declarou que daria um cheque em branco foi o presidente do PTB, então deputado Roberto Jefferson.

Deu no que deu.

Dos cerca de seis mil candidatos de todo o Brasil (a deputado federal, senador, governador e presidente), apenas 30 se inscreveram, até agora, no Portal da Ficha Limpa Já (www.fichalimpaja.org.br), que atesta quem tem passado que o protege da inelegibilidade e quem apresenta, semanalmente, suas contas de campanha!

GOSTOSA

DORA KRAMER

Vinhos de outras pipas
DORA KRAMER
O ESTADO DE SÃO PAULO - 13/08/10

Obrigados pela lei a fabricar omissões onde a honestidade com o público requereria nitidez, os analistas da cena política são forçados a mentir no rádio e na televisão em suas análises sobre o desempenho dos candidatos presidenciais nesta temporada de debates e entrevistas. De onde se produz, por exemplo, a obra de ficção segundo a qual Dilma Rousseff, José Serra e Marina Silva tiveram atuações “equivalentes” e que são mais ou menos iguais.

Só na cabeça de ervilha dos parlamentares inspiradores dessa legislação passa a ideia de que a opinião de comentaristas possa criar desigualdade a ponto de distorcer a vontade do eleitor. Por muito mais - o uso desbragado da máquina pública - o presidente da República investe diariamente no desequilíbrio do jogo.
Até pelo tempo de estrada, se José Serra se apresentasse no mesmo patamar das adversárias seria uma demonstração de incompetência com certidão passada em cartório do céu.
Serra já disputou várias eleições majoritárias (presidente, prefeito, governador e senador) e passou algumas dezenas de anos fazendo as coisas de modo a um dia concretizar o projeto de ser presidente.
Suas oponentes entraram nessa vida de exposição, cobranças e assédio praticamente anteontem, sendo que Dilma nunca pediu um voto e Marina se elegeu senadora por um Estado diminuto, o Acre. 
Por essas e algumas outras a exigência do eleitor/telespectador em relação ao tucano é muito mais rigorosa
A superioridade de Serra no assunto em pauta, o exercício da Presidência da República, é obvia e irrefutável. Tanto isso é verdade que os correligionários de Dilma comemoraram o fato de ela não ter tido uma atuação desastrosa. A candidata do PT leva vantagem neste aspecto: se não é péssima, fica convencionado que foi ótima.
Marina fica em certa desvantagem, pois a expectativa de que faça algo exótico e altamente estimulante do ponto de vista eleitoral é muito alta. No primeiro debate de televisão, por exemplo, a candidata do PV teve uma participação, digamos, normal.
Foi o suficiente para ser considerada a grande perdedora Plínio de Arruda Sampaio, de quem não se esperava coisa alguma, conseguiu “vencer” e, de acordo com a tolice da estação, “bombar no Twitter”, mesmo dizendo ligeirezas radicais. Alguém já pensou o que seria feito de Serra ou de Dilma se à meia-noite um dos dois olhasse fixo para a câmera e falasse olho no olho para “você camponês que está me ouvindo”?
Pois é, a avaliação do desempenho dos candidatos no debate da Band, nas entrevistas do Jornal Nacional/Jornal das Dez (Globonews), depende da perspectiva e da expectativa do público.
O PT já está fazendo um carnaval por aí, alegando que a dupla de entrevistadores do JN favoreceu José Serra. Não se vê, entretanto, provas disso. Qual o assunto que poderia ser abordado e não foi? Qual a pergunta que poderia ter sido feita e não foi?
A temática economia e Banco Central - um tanto elaborada para o público em questão - foi abordada mais tarde no noticiário da TV paga e Serra tirou de letra, ao contrário de ocasiões outras em que saiu de si e caiu na besteira de se irritar quando cobrado sobre o assunto.
A questão é que a prática tornou Serra afiado no treino e o plano de vida o fez acumular passivo menos polêmico. Não há - ao menos à vista - constrangimentos sérios com os quais possa ser confrontado.
Dilma, além de precisar responder pelos crimes dos outros ainda tem de ouvir se está preparada para ser presidente. A mesma pergunta para o tucano não faz o menor sentido, a não ser como forma de levantar uma bola para favorecê-lo.
Já foi dito aqui, mas convém repetir: qualidade de conteúdo e vitória eleitoral não são fatores que andam necessariamente juntos. Nem separados. Já tivemos excelentes governantes bem votados, preparadíssimos candidatos perdedores e fraudes evidentes celebradas pelo eleitor, que nem sempre tem compromisso com a lógica.

PAINEL DA FOLHA

Deixa estar 
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 13/08/10


Ainda que nos bastidores expressem insatisfação com o tratamento dispensado a Dilma Rousseff na bancada do “Jornal Nacional”, em seu entender mais rigoroso do que o dado a José Serra (PSDB), membros do comando da campanha petista baixaram uma espécie de lei do silêncio a esse respeito e nem mesmo no Twitter liberaram palavras mais duras contra a Rede Globo. Eventuais cobranças ocorrerão em privado. 

O objetivo é evitar que um contencioso com a maior emissora de TV do país atrapalhe a candidata, sobretudo diante da meta, cada vez mais escancarada pelos petistas, de tentar liquidar a fatura no primeiro turno. 
Ele disse - De Rui Falcão, integrante da coordenação da campanha petista: “Não me manifestei por acreditar que o testemunho do Roberto Jefferson fala por si”. Aliado de Serra, o presidente do PTB afirmou no Twitter que a entrevista do tucano no “JN” foi “mais amena” que a de suas duas adversárias. 
Exemplo - Lula está cumprindo ele mesmo a ordem dada aos ministros para que não deixem sem resposta os ataques da oposição. Ontem, em evento oficial, o presidente desatou a falar sobre sua atuação em defesa da valorização de servidores de carreira, um dia depois de Serra ter apontado aparelhamento do Estado durante os mandatos do petista. 
Ufa! - Em evento com o Conselho Nacional da Juventude, ontem, Lula contou que, quando se elegeu deputado federal, em 1986, comprou um terno “chiquérrimo e amarelo”, com o qual parecia “uma arara”. Na plateia, alguém brincou: “Ainda bem que não foi um tucano!”.
Viu só? - Na tentativa de acalmar o presidente do DEM, Rodrigo Maia, que agora fala mal de Serra dia sim e outro também, alguns “demos” observavam ontem que o tucano se esmerou nos elogios ao partido aliado na entrevista dada à Globonews. 
Bombeiro - Pelo lado tucano, Aécio Neves foi encarregado de “chamar à razão” o amigo Rodrigo. Conversaram anteontem por telefone. Ninguém sabe ao certo qual será o resultado da iniciativa. 
Para lembrar - Na propaganda de rádio e TV, a campanha de Aloysio Nunes (PSDB) repetirá à exaustão que “neste ano você vota em dois senadores e um você já tem: o candidato do Geraldo e do Serra”. O slogan reflete o diagnóstico de que muitos eleitores não sabem que são duas vagas. O tucano está em oitavo lugar no Datafolha. 
Na rede 1 - O PC do B entrou na Justiça para tentar retirar do YouTube um vídeo em que Netinho, candidato ao Senado por SP, aparece cantando um de seus sucessos, só que dublado em versão cuja letra defende agressão às mulheres. O assunto assombra a biografia do candidato e já o levou a pedir desculpas públicas. 
Na rede 2 - O caso do vídeo azedou de vez a complicada relação entre as campanhas de Netinho e de sua companheira de chapa, Marta Suplicy. Um dos coordenadores da petista repassou o link a dezenas de pessoas. 
Tiroteio
A Rede Globo deu ao Serra um verdadeiro comício eletrônico no “Jornal Nacional”. 
DO DEPUTADO HENRIQUE EDUARDO ALVES (PMDB-RN), acusando a emissora de ter “pegado leve” com o tucano em entrevista anteontem ao telejornal.
Contraponto

Gato de luz 
Nos anos 70, um funcionário da empresa de energia elétrica do Paraná dirigiu-se à casa do então deputado federal Maurício Fruet para medir o consumo. Tendo encontrado o portão trancado, foi embora e limitou-se a registrar na planilha: “cachorro bravo”. 
Dias depois, Fruet recebeu uma conta mais salgada que de costume. No próprio documento, ele escreveu a queixa em seguida enviada à companhia: 
- Não tenho cachorro, só gato. Até hoje ele nunca latiu nem mordeu ninguém. Peço revisão da conta. 

BAR ZIL

MÍRIAM LEITÃO

Sócios do desastre
Miriam Leitão 
O GLOBO - 13/08/10

Os dados da infraestrutura não favorecem governo algum. José Serra criticou estradas federais e portos e tem razão. Dilma Rousseff afirma que pouco foi feito no governo Fernando Henrique e é fato. Quando o Jornal Nacional perguntou a Serra sobre o custo dos pedágios, ele alegou que isso será resolvido no futuro.

Cobrada pelos números do saneamento, Dilma alegou que os próximos dados vão mostrar avanço.

No caso do saneamento, os dados do IBGE mostram que no primeiro ano do governo Fernando Henrique o percentual de domicílios ligados à rede de esgoto era de 39%. No último ano, esse número havia subido para 46%. Isso foi o pífio resultado de oito anos de governo.

Em 2003, no primeiro ano do governo Lula, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) encontrou 48% de domicílios com esgoto, e na pesquisa sobre 2008, último dado disponível, o percentual tinha subido para 52%. Qual dos dois governos pode se vangloriar de um resultado desses? A resposta de Dilma foi que o próximo número mostrará a mudança. Como bem lembrou Fátima Bernardes, o que ela está dizendo é que o que não foi feito em seis anos será feito em dois. Difícil acreditar.

Em 2007, houve queda dos domicílios com saneamento básico do Norte do país, onde só há 9% das casas ligadas à rede de esgoto.

Serra tem sido sempre perguntado sobre o alto preço dos pedágios das rodovias estaduais paulistas.

Ele tem resposta pronta, diz que das duas rodovias federais do estado, uma está fechada e a outra é conhecida como “rodovia da morte”.

O governo Fernando Henrique começou o processo de concessão de rodovias tarde e de forma tímida.

E assustou o consumidor com pedágios caros.

O governo Lula, que criticava a concessão das rodovias, quis encontrar outra fórmula diferente. Estabeleceu que ganharia a licitação quem cobrasse o menor pedágio. Conseguiu pedágios mais baratos, mas as concessionárias não têm conseguido manter os investimentos.

O desafio do próximo governo é encontrar a fórmula que melhore as estradas e reduza o custo dos pedágios. As rodovias reduzem a competitividade da economia brasileira. Mas isso é o de menos. O pior é que tiram vidas numa proporção alarmante.

Dilma criticou o processo de privatização das ferrovias.

De fato, uma das áreas onde a privatização não produziu o efeito que se esperava foi ferrovia. Segundo a Associação Nacional de Transporte Ferroviário (ANTF), a privatização do setor teve apenas o resultado de melhorar as contas públicas. Se entre 1994 e 1997 houve prejuízo de R$ 2,2 bilhões ao Estado, entre 1997 e 2009 foram arrecadados R$ 11,7 bilhões em impostos e arrendamentos.

Após a privatização da malha, os investimentos dos governos Fernando Henrique e Lula em ferrovias foram mínimos: de 1997 a 2009, apenas R$ 1,14 bilhão foi investido pelo governo federal. Já as concessionárias investiram R$ 21 bilhões no mesmo período.

Quase 20 vezes mais.

— O projeto Avança Brasil, do governo Fernando Henrique, avançou pouco, e os projetos do PAC, do governo Lula, para o setor ferroviário não serão executadas durante o seu mandato — disse o diretor-executivo da ANTF, Rodrigo Vilaça.

Os números comprovam o que disse Vilaça: em 1996, a malha ferroviária do país era de 28 mil quilômetros.

Em 2010, era de 29 mil quilômetros. O governo Federal financiou, em média, uma expansão de 70 quilômetros de trilhos por ano. Nem mesmo os impostos recolhidos com a concessão das ferrovias foram usados para aumento da malha.

— Uma boa pergunta a ser feita é: por que os R$ 11 bilhões pagos pelas concessionárias não se transformaram em aumento da malha ferroviária? Para construir mil quilômetros de trilhos, gasta-se, em média, R$ 1 bilhão. Com esse dinheiro, poderíamos ter mais 11 mil quilômetros de trilhos — questionou Vilaça.

Para os próximos cinco anos, estão programados investimentos de R$ 57 bilhões no setor. Só que R$ 40 bilhões serão usados em um único projeto: o trembala.

Com essa distorção de prioridades, a malha ferroviária deve chegar a 40 mil quilômetros somente em 2020. Segundo Vilaça, a economia brasileira hoje demanda 52 mil quilômetros de trilhos. Ou seja, pelo projeto do governo Lula, daqui a 10 anos, teremos 40 mil.

Nos portos, o governo Lula acordou somente no final de 2007, com o lançamento do Programa Nacional de Dragagem. Mas os gargalos continuam.

Ontem, a informação no Porto de Santos era de que 106 navios aguardavam para atracar. Em Paranaguá, no Paraná, 76 esperavam.

A capacidade máxima do porto, de 16 navios, já havia sido atingida. O período médio de espera para o embarque de um navio carregado de açúcar é de 20 dias. O embarque de grãos precisa ser suspenso sempre que chove. Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP), Wilen Mantele, isso acontece porque o porto não possui área coberta.

O governo investe pouco, regula mal, não usa o dinheiro arrecadado nas áreas específicas. Não só o atual governo, o anterior também.

Os números fantasiosos da candidata do PT não escondem os fatos; a estratégia de ataque do candidato do PSDB não esconde as falhas do governo tucano. Tanto PSDB quanto PT negligenciaram os investimentos em infraestrutura no país. Como resultado disso, o país já teve apagão de energia, tem estado sempre a um passo do apagão logístico e tem indicadores indigentes de saneamento básico. Quem governou ou governa o Brasil deveria propor soluções, em vez de ficar nessa briga sobre quem errou mais. Ambos erraram.