sexta-feira, julho 09, 2010

DEM - NOTA


COMISSÃO EXECUTIVA NACIONAL DEMOCRATAS - NOTA OFICIAL
DEM: LULA PREFERE DITADURA À  DEMOCRACIA
Além de saudar a jornada bem-sucedida empreendida pela Igreja Católica e pelo governo da Espanha, que deve resultar na libertação de 52 presos políticos de Cuba, a Comissão Executiva Nacional do Democratas vem a público lamentar, desde logo, que, ao fim dessa jornada, restarão ainda mais de 100 pessoas encarceradas por crimes de consciência naquele país.
Tanto quanto é preciso aplaudir os que participaram da negociação, cumpre lamentar o triste papel desempenhado pelo governo brasileiro nesse episódio. Tivesse o governo do Brasil apenas se omitido, já seria detestável, mas, infelizmente, seu papel foi muito além da omissão.
Por pensamentos, atos e palavras, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu o papel de fiador e porta-voz da ditadura cubana. No caso dos presos políticos, assombrou o mundo com uma afirmação infeliz, que manchará por muito tempo a reputação do Brasil na luta em favor dos direitos humanos: comparou os presos políticos e aqueles que lutam por liberdade a bandidos.
O Brasil, assim, na condição de líder da América Latina, fez ouvir a sua voz em defesa de um regime discricionário, que, em vez de reconhecer a legitimidade de seus opositores, prefere encarcerá-los.
Se tal comportamento do governo brasileiro causa consternação à consciência democrática, forçoso é admitir que ele nada tem de surpreendente. O Brasil é hoje reconhecido no mundo pela pujança de sua economia e pelo vigor de seu povo, mas seu presidente não é menos reconhecido por confraternizar com ditadores, onde quer que eles estejam.
O Democratas expressa sua solidariedade ao povo cubano, reitera seu compromisso com a intransigente defesa dos direitos humanos e lastima que o governo Lula, uma vez mais, tenha preferido a ditadura à democracia.
Brasília, 9 de julho de 2010
Rodrigo Maia
Presidente

MÔNICA BERGAMO

PLANO P
MoNICA BERGAMO
FOLHA DE SÃO PAULO - 09/07/10
 
O governo de SP já trabalha seriamente com a possibilidade de a Arena Palestra, que o Palmeiras começa a construir na semana que vem, ser usada na Copa de 2014. O presidente do clube, Luiz Gonzaga Belluzzo, e Walter Torre, da construtora WTorre, que fará a obra, foram ao Palácio dos Bandeirantes, na terça-feira, mostrar o projeto para o secretário de Planejamento, Francisco Luna, do comitê paulista para o Mundial.

ME CHAMA QUE EU VOU
Belluzzo e Torre disseram que a arena palmeirense será construída de acordo com os padrões da Fifa e a colocaram à disposição do Estado para a Copa -mas não para a abertura, já que ela terá capacidade para 45 mil pessoas, inferior à exigida para o jogo inaugural. 

CANÁRIO X TUCANO 
Felipe Melo, da seleção, se irritou ao saber que o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) postou em seu blog uma charge em que o jogador aparece fazendo cocô sentado no estádio de Port Elizabeth, onde o Brasil foi eliminado. Ao ser informado da piada, reagiu: "Ouvir [crítica] de político é que é dose!". 

COFRINHO
A TV Cultura aprovou projeto no Ministério da Cultura para captar R$ 9,5 milhões em patrocínios e doações por meio da Lei Rouanet. Os recursos serão destinados à produção de programas e transmissões da grade de programação da emissora. 

GRANDE FAMÍLIA
O empresário Carlos Jereissati, sócio da Oi e do grupo La Fonte, vai ser papai mais uma vez.


Aos 63 anos, ele e a mulher, Iara Jereissati, 29, acabam de saber que ela está grávida. É o primeiro filho dela e o quarto dele -que tem também quatro netos.

PATO NA ROÇA 
O jogador Alexandre Pato, do Milan, recém-separado da atriz Sthefany Brito, passeou pelo show da dupla sertaneja Jorge e Mateus, no Club A, anteontem. Chegou à 1h30, acompanhado do volante Emerson, comentarista da Band, e ficou até depois das 4h. Os são-paulinos Richarlyson e Alex Silva também estavam na balada. 

VOZ EMBARGADA 
O advogado Celio Almada Neto, do cantor Nasi (ex-Ira!), entrou com embargo de declaração para que o juiz Rodolfo César Milano, de Pinheiros, esclareça os termos da decisão em que multou o músico por ter desrespeitado a sentença que o proibia de falar ou escrever na internet sobre seu irmão e ex-empresário, Airton Valadão Junior. 

A defesa de Nasi afirma que ele já retirou os textos e vídeos em que criticava Airton e o chamava de apelidos como Zé Faquinha e Don King Falido.

TRINCA 
O diretor Joel Zito Araújo ("A Negação do Brasil") está finalizando o documentário "Raça" (título provisório), que acompanhará três personagens: o senador Paulo Paim (PT-RS), o vereador Netinho de Paula (PC do B-SP) e "dona Miúda", quilombola do norte do Espírito Santo. Quer estrear depois das eleições, de preferência no dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra. 

SEM MILAGRE
As imagens de Nossa Senhora das Dores, Nosso Senhor Morto, Cristo Crucificado, São Luiz de Tolosa, São Brás e de dois anjos que foram danificadas durante as chuvas em São Luiz do Paraitinga no início do ano, começaram a ser restauradas nesta semana. O trabalho de restauro das imagens das igrejas Matriz, das Mercês e do Rosário custará ao Iphan R$ 330 mil. 

RECLUSÃO 
Depois de ser condenada a 90 dias de prisão e a outros 90 de reabilitação por ter violado a condicional, a atriz Lindsay Lohan, que precisa se apresentar à Justiça americana no dia 20, deu um tempo nas baladas. Segundo a revista "US Magazine", ela não foi a uma festa feita em sua homenagem, anteontem, em um clube de Los Angeles. Um amigo disse à publicação que "ela finalmente atingiu o fundo do poço".

FESTA SIM, DASLU, NÃO
O empresário Marcus Elias, da Parlamat, que negava ontem estar comprando a Daslu de Eliana Tranchesi, comemorou seu aniversário com uma festa no bar Número, nos Jardins, na quarta-feira. Estilistas, modelos e atores passaram por lá.

CURTO-CIRCUITO
O espetáculo de dança "Episódico" tem apresentações hoje, às 21h, e amanhã e no domingo, às 19h, no centro cultural B-arco. 14 anos. 
A Velha Guarda da Mangueira faz show hoje com Leci Brandão, à meia-noite, no clube Comitê. Classificação etária: 18 anos. 
A cenógrafa Maura Baiocchi estreia o espetáculo "DAN (Devir Ancestral)" hoje, às 21h, no Teatro de Dança. Classificação etária: 12 anos. 
A festa de lançamento da novela "Ti-Ti-Ti", da TV Globo, no dia 17, no Leopolldo, em SP, será decorada como um camarim de desfile de moda e terá algumas peças do estilista Alexandre Herchcovitch expostas em araras.

JAPA GOSTOSA

MELCHIADES FILHO

Teste de resistência
MELCHIADES FILHO
FOLHA DE SÃO PAULO - 09/07/10


BRASÍLIA - O país que celebra a aprovação da Lei da Ficha Limpa é o mesmo que poderá redimir pelo voto os protagonistas de todos os grandes escândalos da era Lula.
O núcleo petista que ainda responde na Justiça pelo mensalão ratificou o poder dentro do partido e tem hoje a reeleição bem encaminhada, de José Genoino a João Paulo Cunha (SP). Paulo Rocha (PA) arriscará o Senado. Único mensaleiro vetado pela lei, José Dirceu provavelmente emplacará na Câmara o filho Zeca, pelo Paraná.
O PT facultou a Antonio Palocci escolher entre tentar a Câmara ou o Senado. O ministro da quebra do sigilo do caseiro optou pelo comando da campanha presidencial e a certeza de assento no eventual governo Dilma Rousseff -ela própria envolvida nos episódios do dossiê FHC, Anac/Varig e Receita/Lina.
O senador Renan Calheiros (PMDB), depois de escapar de uma série de processos de cassação, praticamente assegurou outro mandato -com a ajuda do Planalto, desidratou a concorrência em Alagoas.
O colega dele de Casa, de partido e de noticiário negativo, José "Atos Secretos" Sarney, não enfrentará as urnas. Mas jogou pesado para de novo fazer a filha Roseana governadora do Maranhão -conseguiu arrastar do PT ao DEM para a coligação dela, líder nas pesquisas.
A primeira edição dos "aloprados" não evitou que Aloizio Mercadante fosse premiado com outra candidatura ao governo paulista.
Demitida no caso dos cartões corporativos, a ex-ministra Matilde Ribeiro é suplente de Marta Suplicy na chapa favorita ao Senado.
O "deputado do castelo", Edmar Moreira (PR), confia na reeleição em Minas. E, no DF, o servidor Agaciel Maia (PTC), cuja mansão serviu de estopim para a crise no Senado, decidiu estrear atrás de uma vaga de deputado distrital -terá a concorrência de sete citados no inquérito do mensalão candango.
Será que o eleitor, afinal, não acha nada disso escandaloso?

SONIA RACY - DIRETO DA FONTE


Sol maior?
SONIA RACY
O ESTADO DE SÃO PAULO - 09/07/10
Mais um capítulo da novela Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo. Depois de documentar como "insustentável" a situação de trabalho e questionar a "competência artística do maestro" Rodrigo de Carvalho, os músicos da orquestra enviaram novo documento à diretoria.
Desta vez, amenizando o tom das críticas e fazendo mea-culpa. A coluna teve acesso à nova carta, em que a situação é descrita como "uma série de pequenos desentendimentos". Afirmam que a "deterioração do ambiente de trabalho é fruto da falta de diálogo de ambas as partes". E que é reconhecido "o inegável potencial artístico do maestro".
Sustenido
No entanto, a missiva ratifica o desejo de substituição de Carvalho, maestro interino. Segundo os músicos, ele não teria "o perfil almejado pela orquestra para o cargo de regente titular". Em concerto no Chile, Carvalho não comentou o assunto.
Adrenalina
O Brasil pode ter um vice-presidente fã de esportes radicais. Índio da Costa declarou ao TSE: cerca de R$ 180 mil em ultraleve e acessórios de voo.
Às claras
A relatora Morgana Richa aceitou o pedido de Fausto De Sanctis. E decidiu suspender o sigilo no julgamento de representação disciplinar no caso Satiagraha contra ele.
Fora dos trilhos
A Ferrovia de Integração Oeste-Leste, de Ferreirópolis a Ilhéus, está parada sob análise do MP de Tocantins e do TCU.
O MP entrou com ação contra a Valec Engenharia e o Ibama, questionando a licença ambiental apresentada. O grupo ecológico Gambá pediu ao TCU exatamente o mesmo.
De pouca fé
A seleção da Holanda teve que deixar o Hotel Hilton, de Johannesburgo. Não havia feito reserva para o fim da Copa.
Coincidência ou não, a comitiva de Lula entrou para ocupar os mesmos quartos.
Altar plural
Se não entrar areia no processo, a Argentina será o primeiro país da América do Sul a aprovar o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
A decisão do Congresso deve ser promulgada dia 14, com as bênçãos do casal Kirchner.
Intocável
O Condephaat acaba de tombar os jardins da orla de Santos. A área já entrou para o Guinness como a maior extensão ajardinada.
Filme de metal
O Sepultura ganhará um filme para chamar de seu. Andreas Kisser, guitarrista da banda, procurou Otávio Juliano - depois de assistir ao premiado Árvore da Música - para dirigir o documentário.
O longa registrará a turnê e a gravação do novo CD do grupo.
Rei posto
O novo número dois da igreja Assembleia de Deus é o pastor Oscar Moura. Entra no lugar de Silas Malafaia, que saiu da vice-presidência depois de fazer denúncias contra a instituição.
Força tarefa
Zoroastro Sant"Anna tem muito trabalho pela frente. Roda em março o filme sobre Lampião, o primeiro autorizado pela família do cangaceiro e de Maria Bonita.
Falta ainda definir o elenco que será composto por 164 pessoas e 4.000 figurantes. O diretor promete casting estrelado.
Leveza do ser
Sérgio Mamberti, 71 anos, ator e presidente da Funarte, tem metas a cumprir. Em oito meses de dieta perdeu 27 quilos.
Faltam nove para chegar à tão sonhada marca dos 90.

Na frente
Lily Marinho recebe em sua casa convidados para almoço em torno de Dilma Rousseff. Hoje, no Rio.
Maria João Pires, pianista portuguesa, viajou do Nordeste para concerto na Sala São Paulo e preferiu dispensar o hotel. Hospedou-se com os filhos em uma casa. Ela é seguidora da dieta vegetariana e prefere preparar seus próprios alimentos.
FHC não está em campanha mas visitou, terça, o AfroReggae em Vigário Geral. Lá, se encontrou com José Junior para saber mais sobre a instituição que começou em 93.
De olho nos jogos olímpicos de 2016, a Confederação Brasileira de Rugby organiza um torneio juvenil com atletas promissores. Dia 18, em São José dos Campos, com apoio da Cultura Inglesa.
Tem Encontro de Talentos no Insper (ex-Ibmec), terça.
Antonio Azeredo da Silveira terá sua história contada. A passagem do chanceler pelo governo Geisel é tema de livro de Matias Spektor, da FGV. Chega às livrarias em setembro.
A ideia de vender bonequinhos de Lula não agradou só petistas. "Vai ser ótimo... para fazer vodu", soltou tucano já pensando em magia negra.

COROA DE PROGRAMA

ROGÉRIO L. FURQUIM WERNECK

A apoteose e os limites do escapismo

Rogério L. F. Werneck
O Estado de S. Paulo - 09/07/2010
 
 Não é de hoje que o governo planeja fazer de 2010 um ano apoteótico que, além de marcar o gran finale dos dois mandatos do presidente Lula, sirva para catapultar a candidata oficial à vitória nas eleições de outubro. No ano passado o Planalto chegou a temer que a interrupção do crescimento da economia brasileira, na esteira da crise mundial, tivesse comprometido de vez a viabilidade dessa ideia. Mas, com a rápida recuperação do nível de atividade, o plano original voltou a parecer exequível.
O governo sempre teve consciência de que um final de mandato tão feérico exigiria uma expansão fiscal desmesurada em 2010. No início deste ano, chegou a dar mostras de preocupação com os riscos de manter uma política fiscal tão escancaradamente expansionista. Parecia ter percebido que talvez fosse prudente moderar a farra fiscal, para tentar sair bem na foto durante a campanha eleitoral e, quem sabe, resgatar, na reta final do segundo mandato, parte da desbotada imagem de compromisso com a estabilidade macroeconômica que tanto lhe valeu na eleição de 2006.

A esta altura, no entanto, tudo indica que os propósitos de moderação desapareceram por completo. Embora esteja gratamente surpreso com o desempenho de sua candidata nas pesquisas de intenção de votos, o governo não quer correr riscos que considera evitáveis. Decidiu aferrar-se ao roteiro do final de mandato apoteótico. Tendo em conta a envergadura e o peso da candidata, convenceu-se de que será difícil mantê-la em ascensão sem um empuxo fiscal excepcionalmente forte. E se, para assegurar essa ascensão, tiver de sair mal na foto da responsabilidade fiscal, paciência. O que talvez não esteja sendo devidamente percebido são os efeitos colaterais que essa estratégia poderá ter sobre a evolução do debate eleitoral. A expansão de dispêndio público e de crédito estatal nas proporções hoje observadas vem tornando cada vez mais improvável que esse debate, tal como ocorreu nos pleitos de 2002 e 2006, possa passar mais uma vez ao largo da principal questão fiscal com que se defronta o País.
Da comparação dos primeiros cinco meses de 2010 com o período correspondente de 2009, constata-se que o dispêndio primário federal vem tendo expansão nominal de nada menos que 18,5%. E que os desembolsos de empréstimos do BNDES - alimentados, por ligação direta, com recursos provenientes da emissão de dívida pública pelo Tesouro - vêm sendo expandidos à espantosa taxa de 41%.
Como não poderia deixar de ser, essa expansão fiscal tão exacerbada tem tido enorme repercussão na mídia. E, por mais que os candidatos se esforcem, está cada vez mais difícil manter o discurso escapista e fingir que o crescimento descontrolado do gasto público é tema que pode ser simplesmente ignorado.
Nos seus pronunciamentos mais recentes, José Serra tem insistido que as dificuldades econômicas do País podem ser aferidas pelos valores despropositados de três indicadores básicos: carga tributária elevada, taxa de juros alta e investimento governamental diminuto. Só lhe falta unir os pontos para perceber que a chave para lidar simultaneamente com os três problemas é a mesma: contenção da expansão descontrolada do gasto corrente do governo. É essa expansão que exige aumento sem fim da carga tributária, impede queda estrutural da taxa de juros e torna mais exíguo o espaço para investimento no Orçamento do governo.
Dilma Rousseff parece bem mais distante da percepção dessas inter-relações. Em entrevista recente no programa Roda Viva da TV Cultura, deixou claro que considera contenção de gasto público "receituário para países desenvolvidos", que não deve ser aplicado a países que vêm "fazendo o dever de casa", como o Brasil. Mostrou-se tão convicta disso quanto já estava em 2005. Dessa ideia, Antonio Palocci não conseguiu demovê-la. Mas, tendo em vista a contundência das cifras fiscais que serão divulgadas ao longo da campanha, essa negação irredutível da importância da contenção do crescimento dos gastos do governo lhe será cada vez mais custosa.

TUTTY VASQUES

Vergonha de ser humano

TUTTY VASQUES
O ESTADO DE SÃO PAULO - 09/07/10


Acho que desde outubro de 2008, durante aquelas 100 horas de cárcere privado seguido de morte de uma adolescente num conjunto habitacional de Santo André, o Brasil não se chocava tanto com a estupidez de um crime. Não se fala de outra coisa nas últimas 100 horas em todo o País. Nos telejornais, o passo a passo da barbárie contra essa jovem desaparecida há 1 mês na região metropolitana de Belo Horizonte transformou o noticiário em filme de terror trash.
O espanto, no caso, transcende os limites da crônica policial. Por trás do motivo torpe da lambança, a mecânica macabra do sacrifício da vítima tem levado muita gente a um estado de catatonia reflexiva diante dos fatos: como pode um ser humano virar esse tipo de monstro de seriado B?
No capítulo de ontem, a perplexidade dos homens de bem chegou ao canil das almas. Impacto igual, que me lembre, só quando aquela garotinha foi defenestrada do 6.º andar do Edifício London, na Vila Guilherme (SP), em março de 2008.
Notícias assim são paralisantes! O Brasil assiste incrédulo a um desses momentos em que a raça humana fica envergonhada da civilização. Não deixa de ser uma forma de fim do mundo, né?
Parem esse 174, eu quero descer!
Atração fatal
Onde diabos Pelé se meteu na hora do lançamento da "Brasil 2014", ontem, em Johannesburgo? O cara só apareceu na Copa para bater boca com Maradona.
Moluscos na Copa
"Não dá para competir com este polvo!"
Lula, perguntado sobre seu prognóstico para a final da Copa.
Off-Copa
É grande a expectativa em Havana para a libertação dos 52 dissidentes políticos que o governo prometeu soltar. Fidel teria fechado patrocínio com a parceira Adidas para que todos saiam da cadeia com agasalhos da marca esportiva alemã.
Munição extra
Felipe Melo está acertando sua transferência para a Inglaterra. É promessa de chumbo grosso no Arsenal.
Feriadão de lua de mel
Num esforço concentrado de perder o fôlego, o Senado aprovou projeto de extensão da licença-casamento de três para cinco dias. Não deixa de ser um estímulo à união estável do brasileiro, né não?
Ela merece!
Se a jornalista Sara Carbonero, namorada do goleiro Casillas, prometer ficar nua caso os espanhóis conquistem o título na África do Sul, os holandeses entregam o jogo.
Índio camarada
De uma raposa puro-sangue do PSDB, ainda inconformada com o cruzamento com vice do DEM na chapa tucana: "O Serra é muito cacique pra pouco Índio da Costa!"
Blablablá
Vai começar agora aquela conversa fiada sobre o legado que a Copa do Mundo vai deixar na África do Sul. Repara só! 

GOSTOSA

EDITORIAL - O ESTADO DE SÃO PAULO

O mercado sindical

EDITORIAL
O Estado de S. Paulo - 09/07/2010

Criadas, em tese, para renovar e fortalecer a organização sindical e apoiar os sindicatos de trabalhadores em suas reivindicações, as centrais sindicais pouco ou nada têm feito para cumprir seu papel. Elas estão preocupadas apenas em filiar o maior número possível de sindicatos. Mas não estão fazendo isso para se fortalecer para suas lutas, como costumam dizer seus dirigentes; fazem-no por dinheiro. Sob a aparência de uma disputa por aumento de influência política, o que elas disputam, de fato, são maiores fatias de um mercado lucrativo em que, com a inestimável ajuda do governo Lula, foi transformada a estrutura sindical do País.

Esta é mais uma das consequências nocivas da iniciativa do governo do PT de reconhecer as centrais como integrantes do sistema sindical nacional, o que as habilita a receber parte da arrecadação do imposto sindical - dinheiro retirado do bolso do trabalhador e equivalente a um dia de trabalho por ano. Pela lei que as reconheceu como entidades sindicais formais, as centrais têm direito a 10% do bolo do imposto sindical, o que significa mais de R$ 100 milhões por ano. É dinheiro que entra automaticamente nos cofres das seis centrais que, por terem cumprido as exigências mínimas da lei, passaram a receber uma fatia do bolo do imposto sindical.

Essa fatia é proporcional ao número de sindicatos, federações e confederações filiados à central e ao número de trabalhadores que essas entidades sindicais representam. Na média, esse dinheiro representa 80% do orçamento das centrais beneficiadas. Para aumentar sua fatia, cada uma das centrais concentra sua atuação na busca de filiados.
Embora centrais mais antigas já tenham um bom número de filiados, o que lhes garante uma fatia expressiva do bolo, ainda há um ambiente promissor para os dirigentes que transformaram o mundo sindical num mercado a ser disputado. Quase 40% dos sindicatos brasileiros ainda não estão filiados a uma central; outros 2,8 mil sindicatos aguardam seu reconhecimento pelo governo para se filiarem a uma central.
Para obter a adesão das entidades já existentes, algumas centrais criaram departamentos especializados que visitam os sindicatos independentes, onde apresentam vídeos, fazem palestras e até oferecem presentes, como aparelhos de televisão, computadores e móveis, conforme reportagem publicada na quarta-feira pelo jornal Valor. Alguns dirigentes de sindicatos se aproveitam do interesse das centrais para ganhar o maior número de presentes, como uma entidade da Baixada Santista, que mudou de central três vezes.
Reportagem publicada recentemente pelo Estado mostrou a existência de uma "indústria" explorando a liberdade sindical assegurada pela Constituição e a facilidade de legalização oferecida pelo governo. Em média, o Ministério do Trabalho reconhece um novo sindicato por dia. Há de tudo na nova leva de sindicatos - os de fachada, os resultantes de rachas dentro de uma entidade e os desmembrados de outros já existentes apenas para abrigar mais sindicalistas remunerados.
"Parte dos sindicatos é constituída sem representatividade, só com o objetivo de arrecadar os recursos dos trabalhadores através das taxas existentes", disse ao Estado, na ocasião, o presidente da CUT, Artur Henrique. Foi uma maneira delicada de dizer que esses sindicatos são formados só para remunerar um grupo de pelegos modernos, que se valem da lei para arrancar dinheiro do trabalhador.
A facilidade para a abertura de sindicatos e a transferência automática para seus cofres de fatia do imposto sindical geram inúmeros abusos, como o fato de uma só pessoa presidir simultaneamente cinco sindicatos, como mostrou o Estado. A análise pelo Ministério do Trabalho da documentação exigida para a abertura de um sindicato é apenas formal. Reconhecida a entidade, ela passa automaticamente a receber sua fatia do imposto sindical e, daí para a frente, praticamente não há mais fiscalização do governo.
É essa legislação que tem alimentado a nova geração de pelegos que, dos trabalhadores, só querem dinheiro - e distância.

DORA KRAMER

Fato irrelevante 
DORA KRAMER
O ESTADO DE SÃO PAULO - 09/07/10


Outra vez - é a terceira só este ano - volta à cena o assunto da possível licença do presidente Luiz Inácio da Silva da Presidência para se dedicar exclusivamente às lides eleitorais. Outra vez o comando da campanha de Dilma Rousseff nega a hipótese.

O deputado José Eduardo Cardozo, um dos coordenadores que está o tempo todo ao lado da candidata, assegura que o assunto não foi sequer cogitado e aposta que nem será. 
Como o próprio Lula já aventou essa possibilidade em público, seu entorno político fala disso sempre e deputados do PT e do PMDB têm defendido em voz alta a tese de que Lula licenciado faria Dilma ganhar no primeiro turno, a negativa de Cardozo significa que a cúpula da campanha situacionista não quer mexer com isso.
Pelo menos no momento. Há quem diga que o afastamento de Lula precisa ser guardado como “arma secreta” e há quem fale que a licença é ruim, pois pode “dar a impressão” de que a candidata não tem méritos para ganhar a eleição. 
Não existe nada secreto em relação a um eventual pedido de licença nem é segredo que Dilma Rousseff anda pelas pernas e fala pela voz de Lula. Não há mistério a ser preservado.
O que há é um joguinho de cena muito mal-ajambrado de finalidade múltipla. Tanto pode servir para assombrar o adversário quanto para preencher espaço no noticiário ou para criar a ilusão de que o presidente Lula é um exemplo de correção: não usa a máquina pública em favor de sua candidata e só mergulharia na campanha mediante licença.
Ora, Lula não só se dedica exclusivamente a assuntos eleitorais como já declarou que sua prioridade é eleger Dilma. A licença não alteraria a participação dele na campanha que já é total e feita em tempo integral.
Essa história de fim de semana e depois do expediente só convence quem não tem olhos para ver nem ouvidos para ouvir o que vem acontecendo nos últimos dois anos. 
Ademais, com licença ou sem licença Lula continua presidente, cargo que se perde antes do término regulamentar do mandato apenas por renúncia ou impeachment. Daí a irrelevância do tema. 
Papelão - Boa figura internacional o Brasil teria feito se o presidente Lula ou o ministro Celso Amorim estivessem no lugar do chanceler espanhol, Miguel Moratinos, na foto do anúncio da disposição de Cuba de libertar 50 presos políticos.
Por opção preferencial pela camaradagem subalterna à ditadura castrista, o governo brasileiro ficou com a última palavra na condenação aos perseguidos materializada nas críticas de Lula à greve de fome de Orlando Zapata, no dia da morte do dissidente.

Não brinca mais 
 Lula montou o cenário contando com a vitória do Brasil na Copa do Mundo: desviou a seleção de seu caminho de ida à África do Sul para uma escala de beija-mão em Brasília e marcou um périplo africano, cuja última etapa coincidiria com a final da Copa.
Agora cogita não atender ao convite da Fifa para entregar a taça ao campeão na condição de presidente do país sede da Copa de 2014.
Lula alega cansaço, mas se realmente fizer a desfeita terá sido pelo pior dos motivos: a impossibilidade de faturar politicamente o acontecimento. Não apenas pela ausência do Brasil na final, mas também porque em junho de 2014 não será ele o presidente anfitrião. 

Tira teima 
 O documento “A grande transformação”, apresentado como programa de governo de Dilma Rousseff à Justiça Eleitoral depois de alterações moderadas, é qualificado de radical como se representasse a ala xiita do PT, mas foi aprovado pelo conjunto do partido em Congresso realizado há quatro meses.
Exibe no título uma incongruência: prega transformação enquanto a campanha presidencial é sustentada no pilar da continuidade.
Por essas e outras é inexorável que a candidata diga o que de fato lhe vai à mente a respeito do que fazer uma vez - e se - eleita presidente.