sexta-feira, junho 25, 2010

JOSÉ (MACACO) SIMÃO

Portuga joga de camisola!
JOSÉ SIMÃO
FOLHA DE SÃO PAULO - 25/06/10


E jogo às 11h? O ruim de jogo de manhã é que o Galvão Bueno aparece com cara de pão na chapa!



BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! Direto da Cópula do Mundo!
É HOJE! É hoje que a vuvuzela vai fumar! Brasil contra Portugal! E sabe como se chama camiseta em Portugal? Camisola! Eu tô louco pra ver o Cristiano Ronaldo de camisola! Rarará! Portugal vai jogar de camisola!
E jogo às 11h? O ruim de jogo de manhã é que o Galvão aparece com cara de pão na chapa! Mas tem coisa pior: a sogra entrando na sala de baby- -doll verde e amarelo!
E manual para assistir a um jogo de Portugal. Sabe como é gol contra em Portugal? Autogol! E bicicleta? Jogada sobre duas rodas. E carrinho? Penalidade sobre quatro rodas. Rarará!
E duas coisas que eu ainda não vi nesta Copa: a seleção jogar bonito e o pescoço do Maradona! Rarará. O Nelson Ned da Argentina!
E a Itália? ZEBRA AL SUGO! Arruma as malas, seus malas. Rarará! Chegar de Armani e jogar de tênis Prada não dá certo!
E como gritou uma amiga minha: "Eu não quero que a seleção da Itália volte pra casa, eu quero que os italianos voltem pra MINHA CASA!". Rarará!
E afinal, ONDE FICA A ESLOVÁQUIA? Rarará!
E a melhor partida da França: a partida pra casa! Rarará!
Essa Copa tá bem louca, viu! Já imaginou a final com dois países bem esdrúxulos, tipo Suíça e Eslováquia? Rarará!
E sabe o que é galvanização? Corrosão do ouvido humano quando exposto aos comentários do Galvão Bueno!
E olha a pichação que eu vi em um muro: KAKÁ EXPULSÚ! Adorei. Agora só vou escrever assim: expulsú!
E como disse uma amiga minha: "Eu não preciso do Dunga pra não gostar da Globo". Rarará!
E Portugal faz macumba com bacalhau preto. Bacalhau preto e vinho do Porto. Rarará! Pior, eles usam a tática padaria: atacam em bolo e retrancam em massa!
E acabo de receber um folheto de um restaurante no Itaim Paulista: "Mamma Mia! Pratos Baianos". Os italianos estão mudando de nacionalidade! Rarará!
Nóis sofre, mas nóis goza. Força na vuvuzela!

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Antes de inaugurar, Cyrela expande centro logístico 
Maria Cristina Frias

Folha de S.Paulo - 25/06/2010

A Cyrela Commercial Properties vai comprar um outro terreno, desta vez de 195 mil m2, para a ampliação do parque logístico em Cajamar, em área de 236 mil m2, anunciado em abril deste ano.

Juntos, os dois projetos terão 182.700 m2 de área construída, destinada a armazenagem e logística.

Os terrenos vizinhos ficam a 15 km do Rodoanel e a 30 km da cidade de São Paulo, na altura do km 36 da rodovia Anhanguera. O parque logístico será lançado em fases, sendo a primeira prevista para o início de 2011.

A área do primeiro terreno ainda não foi comercializada, segundo Roberto Perroni, presidente da Cyrela Commercial Properties.

"Decidimos pela ampliação do projeto em razão da grande procura que tivemos", afirma ele.

O parque logístico terá alguns diferenciais como pé direito livre de 12 metros, piso resistente a até cinco toneladas por metro quadrado e flexibilidade no "layout".

O sistema de proteção contra incêndio segue padrão da parceira no negócio, a AMB Property Corporation, uma das maiores empresas norte-americanas no setor de construção de galpões.
Sérgio Rosa é convidado para assumir a Brasilprev 
Sérgio Rosa, ex-presidente da Previ (Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil), o maior fundo de pensão da América Latina, com patrimônio de R$ 142 bilhões, foi convidado para ocupar a presidência da Brasilprev.

Depois de dirigir a Previ por oito anos, Rosa deve permanecer um ano em quarentena, no que se refere a cargos em instituições financeiras privadas. Mas pode assumir postos em empresas ligadas ao Banco do Brasil, como a Brasilprev.

Rosa ainda não respondeu se aceitará o comando da companhia de previdência privada do banco.

Desde outubro de 2007, a Brasilprev é presidida por Tarcísio Godoy, ex-secretário do Tesouro Nacional.
Risco de Saúde
A Marsh Gestão de Benefícios aperfeiçoou uma metodologia para apurar os custos indiretos que as empresas têm na área de saúde. São despesas que podem ser até sete vezes maior do que o gasto que as companhias têm com plano de saúde.

Problemas como afastamento e perda de produtividade por deficiências de saúde são de difícil apuração e pouco percebidas pelas empresas, segundo Renato Cassinelli, presidente da Marsh. No ranking dos custos empresariais, o plano de saúde é o segundo maior gasto, atrás apenas da folha de pagamento.

"O desafio é identificar e sanar esses custos indiretos", diz Cassinelli. "Habituada à gestão de riscos em grandes obras nas áreas de energia e infraestrutura, a Marsh transporta agora o modelo ao setor de saúde."
CondomínioO presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, recebeu nesta semana o vice-presidente do Secovi-SP Hubert Gebara. O sindicato da habitação foi negociar com o banco a criação de uma linha para financiar obras de condomínios, como reformas de fachadas, modernização de elevadores e outras.
BolsaA XP Investimentos lança novo modelo de negócios. Por meio do Portal Empreendedor, empresários de qualquer lugar do país podem se tornar afiliados à XP abrindo um escritório, como se fosse uma corretora independente, com marca própria, e utilizando as ferramentas da XP.
Balanço...Dentre mais de 700 empresas pré-selecionadas, pouco mais de 200 seguiram para a análise criteriosa de seus balanços contábeis para concorrer ao Troféu Transparência neste ano, concedido pelo Prêmio Anefac -Fipecafi - Serasa Experian. As cerca de 500 corporações inicialmente eliminadas não apresentaram demonstrações com o mínimo de dados necessários para participar.
...transparenteDentre as 200 empresas selecionadas, 20 serão premiadas pela transparência nas suas demonstrações contábeis. O anúncio das ganhadoras ocorrerá na segunda quinzena de julho.
Crédito...A Agência de Fomento Paulista/Nossa Caixa Desenvolvimento aprovou o primeiro financiamento da sua nova linha Economia Verde, lançada em março, que financia projetos para redução de emissões dos gases. O financiamento foi de R$ 1,7 milhão a um projeto para o aumento de eficiência energética no Estado de São Paulo.
...ecológicoO interesse de empresas de médio porte do Estado em busca de financiamentos da linha é voltado ao manejo de resíduos, substituição de energia convencional por solar e troca de máquinas antigas por equipamentos com alta tecnologia.
Intercâmbio com a Suíça 
A Universidade de St. Gallen, escola de negócios da Suíça, abre escritório de representação em São Paulo.

"Há dez anos, todos queriam estudar nos EUA. Há cinco, era na Ásia. Hoje, o interesse dos alunos é pela América Latina, e o Brasil é um "hub" natural do continente", diz Thomas Bieger, vice-reitor para internacionalização de St. Gallen.

A instituição fechou acordo de duplo diploma com a FGV, que incluirá estágios em pequenas e médias empresas do Brasil. No início, são esperados cinco alunos por ano em cada universidade.

Para o intercâmbio regular, os estudantes poderão optar pelo Insper. A Universidade de São Paulo ainda está em negociação.

GOSTOSA

MÔNICA BERGAMO

Meu Primeiro Disco 
Mônica Bergamo 

Folha de S.Paulo - 25/06/2010

Artista plástica, Juliana Kehl decidiu ser cantora quando musicou um poema da irmã, a psicanalista Maria Rita Kehl; ela acaba de lançar seu primeiro CD e faz show no Sesc Vila Mariana, no dia 7

CEGONHA

O médico Roger Abdelmassih, 66, vai ser pai mais uma vez. A mulher dele, a procuradora Larissa, 31, está grávida. A gestação tem sete semanas. Os dois se casaram em fevereiro. Roger já tem cinco filhos (o mais novo, de 28 anos) do primeiro casamento -ele ficou viúvo há cerca de dois anos.

DATA
"Maria passa", costuma dizer o médico aos amigos, invocando Nossa Senhora para o que pretende que seja uma nova fase em sua vida. Em agosto, Abdelmassih deve ser julgado pelas acusações de molestar pacientes em sua antiga clínica de reprodução assistida.

VENDE-SE
Além de pedir ao governo federal concessão para a construção de um terceiro aeroporto no Estado, o governador de SP, Alberto Goldman, encaminhará ao Ministério da Defesa pedido de autorização para privatizar os 31 aeroportos que administra. O prejuízo anual de SP com os terminais chega a R$ 15 milhões. A Anac já analisou e concluiu que não é responsável pelo assunto.

PROCURA-SE
E o governo de SP estuda várias opções para a construção de um terceiro aeroporto. Além de Caieiras, ao norte da capital, que já tem projeto das empreiteiras Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez, o secretário dos Transportes, Mauro Arce, diz que já foram feitas visitas à região de Guarapiranga, na zona sul, e à região leste, onde ficam municípios como Mogi das Cruzes e Biritiba Mirim.

POR PERTO
Certo mesmo é que o terceiro aeroporto, caso saia do papel, terá que ficar a no máximo 30 km da praça da Sé e próximo a rodovias.

OPÇÃO LÓGICA
E Goldman ainda pensa em insistir com a Fifa para que o estádio do Morumbi abrigue a Copa de 2014.

ME SUSTENTA
A Coca-Cola levou ontem seus convidados do "trem da alegria" para a Copa da África para uma visita ao Cabo da Boa Esperança. Na comitiva há jornalistas, "formadores de opinião" e até ongueiros da chamada área de sustentabilidade -que levaram maridos, mulheres e filhos, com direito a tudo pago.

EDUCAÇÃO
O secretário Alexandre Schneider (Educação) coordenará o plano de mandato da candidatura de Aloysio Nunes Ferreira ao Senado.

FESTA EM FAMÍLIA
O empresário e ex-deputado José Camargo reuniu filhos, netos e amigos de décadas para comemorar seu aniversário com festa no Buddha Bar da Daslu.

TEATRO EM PÁGINAS
O livro "Onze Peças de Leilah Assumpção" foi lançado anteontem na Livraria Cultura do Conjunto Nacional. Leilah não pôde comparecer e designou Carmelinda Guimarães, autora do prefácio, para autografar.

BOLA DIVIDIDA
A decisão de Cezar Peluso, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) de rever a súmula que proíbe o nepotismo sofrerá resistência no tribunal. O vice-presidente Carlos Ayres Britto, por exemplo, encaminhará contra. Ele acredita que não é o momento apropriado para se analisar a questão, já que o próprio Peluso acaba de ser acusado de praticar nepotismo ao empregar um casal em sua equipe. Britto revelou a interlocutores que qualquer modificação na súmula soará como "afrouxamento" e "leniência" da Corte.

MUITA AREIA
"É dar muito significado a um segurança do Peluso", diz outro ministro que é contra a proposta de revisão da súmula. O homem do casal nomeado pelo presidente do STF, José Martinez, assumiu a coordenadoria de segurança da Corte. Peluso diz que o caso não é de nepotismo já que marido e mulher não são subordinados um ao outro.

CURTO-CIRCUITO
A cantora argentina Amelita Baltar, ex-mulher de Astor Piazzola, canta a trilha do espetáculo "Tangamente", do balé Stagium, hoje, às 21h, no Memorial da América Latina. Classificação etária: livre.
A cantora Marise Marra lança o CD "Arrebatador" com show no domingo, às 18h, no Centro Cultural São Paulo. Classificação etária: livre.
Juscelino Pereira prepara hoje, no Piselli, prato especial de bacalhau em homenagem ao jogo entre Brasil e Portugal.
Alexandre Pires estreia a turnê "Mais Além", com shows hoje e amanhã, às 22h, no Credicard Hall. Classificação etária: 14 anos.

TUTTY VASQUES

Pelo fim do tempo regulamentar!

TUTTY VASQUES
O ESTADO DE SÃO PAULO - 25/06/10


Se no futebol, como nas quadras de tênis, em vez do tempo regulamentar, fosse o placar que determinasse a duração da disputa em campo, a maioria dos jogos desta Copa duraria pra lá de 10 horas, como aconteceu nesta incrível partida entre Nicolas Mahut e John Isner, no Torneio de Wimbledon, a mais longa da história do esporte.
Pelo que se viu na fase de classificação do Mundial na África do Sul, se botar a seleção da Inglaterra, por exemplo, para jogar uma "partida de 3", precisa de, pelo menos, três dias de jogo. A Itália levaria uma semana para vencer! A Suíça, o mesmo tempo para perder. Os times africanos acabariam desistindo.
Culpa dos entendidos que propagam na cultura do futebol a arte de não deixar o adversário jogar, tirando-lhe espaços, fechando o meio, valorizando a posse de bola, apertando a marcação, todas essas coisas que técnicos e comentaristas ensinam para imobilizar o adversário em campo. Conselhos que, seguidos à risca por todos, resultam em 0 a 0 - 1 a 1 é goleada!
O antídoto para isso é o resgate na Copa de 2014 de uma velha prática das peladas de rua: "Partida de 6, em 3 vira o campo". Fazer gols voltaria a ser mais importante que não tomá-los. Ninguém joga tênis na Retranca!

Corrente pra frente
Como sempre acontece quando Fátima Bernardes está na Copa a serviço, a galera da redação da TV Globo no Rio combinou sair logo depois do Jornal Nacional para comemorar a vitória do Brasil na casa do William Bonner. Numa dessas 
ocasiões, em 2002, teve gente que saiu da festa direto para o Bom Dia Brasil.
Pirlo de fora
Os italianos estão inconsoláveis! "Por que o Pirlo não entrou antes?" - perguntam-se uns aos outros. É o tipo de conversa que, se não tomar cuidado, já viu onde vai dar, né? O Vaticano já até proibiu padres de tocarem no assunto.
Bola da vez
José Serra chegou às oitavas de final em segundo lugar de seu grupo no Ibope. Está, tudo indica, estranhando a Jabulani!
Pobres ianques
Os EUA deviam substituir Bill Clinton por Jimmy Carter na plateia de seus jogos na África do Sul. Do jeito que estão roubando os americanos em campo nesta Copa, francamente, eles vão precisar de alguém com experiência de observador internacional de olho na Fifa nas oitavas de final.
Efeito eliminação
A greve-geral de ontem na França deve, pela lógica, chegar a qualquer momento à Itália! Em matéria de descontentamento popular, os dois países saíram da Copa do Mundo mais ou menos na mesma situação.
A toque de caixa
Lula inaugurou solenemente na terça-feira um monumental terreno baldio em Marabá (PA). E tem gente que nem assim acredita que o País estará com as obras prontas para a Copa de 2014. Ô, raça! 

ACABOU

SONIA RACY - DIRETO DA FONTE

Fratura exposta 
Sonia Racy 

O Estado de S.Paulo - 25/06/2010

Emanoel Araújo, curador do Museu Afro Brasil, ficou muito magoado com as declarações de Carlos Augusto Calil, durante encontro de museus paulistas nesta semana. O secretário municipal da Cultura disse que a exposição O Deserto Não É Silente não fazia diferença, pois vinha de um país ditador, a Líbia.
Fratura exposta 2
Em carta-resposta enviada ontem à secretaria, Araújo ressaltou as "relações diplomáticas, econômicas e culturais (do Brasil) com todas as ditaduras do mundo". Frisou também que na inauguração da mostra estiveram presentes Juca Ferreira, Gilberto Carvalho, José Henrique Reis Lobo e "Kassab, seu patrão".
Fratura exposta 3
Por fim, escreveu que a Odebrecht, patrocinadora da mostra, "tem grandes negócios na Líbia e que é a mesma que doou à sua secretaria o piano de cauda para o Teatro Municipal".

A secretaria diz que Carlos Augusto Calil ainda não tomou conhecimento das críticas.

Bumba meu boi Marina Silva quer se livrar da má fama junto aos agropecuaristas. Ela vai apresentar no debate da CNA nova proposta para o agronegócio.
Transferidor
Petista do alto escalão confirma: a intenção de Lula é bater ponto em praticamente todas as inserções do horário eleitoral de Dilma.
Estrela ausente
E Dilma desistiu de participar da festa do PT que lança Mercadante ao governo de SP, amanhã. Escolheu ir à convenção do PRB, de José Alencar, em Brasília, no mesmo dia.
Sabor da fama
A Copa já deixou um gostinho de quero mais na África do Sul. Johannesburgo se prepara para lançar sua candidatura para as Olimpíadas de 2020. Seria a primeira vez que um país africano abrigaria uma competição olímpica.
Vuvuzela rouca
Até a Independente, maior torcida organizada do São Paulo Futebol Clube, virou as costas para o Morumbi.

Luis Cláudio Lacerda, torcedor-presidente, diz que está "lavando as mãos" para a exclusão do estádio na Copa de 2014. "Os preços dos ingressos aumentariam demais e a nossa torcida não poderia usufruir."
Dois lados
Depois de divulgar nota oficial, Kassab ligou para a coluna e disse que não há projeto algum de estádio em Pirituba. De Johannesburgo, alta fonte da Fifa reafirmou que há, sim.

O tempo é o senhor da razão.
Sem segredos
Nem a boa relação entre Brasil e Irã serviu para amolecer o coração de Ahmadinejad quando o assunto é censura. A embaixada brasileira em Teerã está com seus telefones todos grampeados.

Coincidência ou não, assim que Lula terminou visita no país persa, em maio, telefones de jornalistas brasileiros pararam de fazer ligações dentro da capital iraniana. Sendo permitidas apenas chamadas para o Brasil.
Paz é possível
A pedido de Fernando Henrique, Tony Blair aceitou fazer artigo para a próxima edição da revista Política Externa.

Ele escreveu: "Nos últimos três anos como representante do Quarteto para o Oriente Médio, convenci-me de que a questão Israel-Palestina, aparentemente intratável, pode ter solução".
Cabo verde-amarelo
Cabo Verde quer clonar o nosso carnaval. Delegação do país vem conhecer barracões do Rio.
Na frente
José Junior, do AfroReggae, mergulhou fundo no Complexo Penitenciário de Bangu. Prepara programa sobre as diferenças das facções nos presídios para Conexões Urbanas, do Multishow.

A Balangandança Cia. apresenta no Itaú Cultural seu novo espetáculo Dança em Jogo - Exercícios Cênicos. De hoje até domingo.

O Mosteiro São Bento voltará a oferecer seus tradicionais brunchs no último domingo do mês. A partir de agosto.

Lynne Arrial, pianista americana de jazz, faz apresentação única dia 1º de julho, no Sesc Pinheiros.

Paulus Gerdes lança o livro Desenhos de Angola. Viver a Matemática, no Ponto do Livro. Terça-feira.

A Jazz Sinfônica toca a clássica trilha sonora de O Grande Circo Místico, composta por Chico Buarque e Edu Lobo. Hoje e amanhã, no Auditório Ibirapuera.
Na linha "bom velhinho", os cabelos acaju estão em baixa. A nova onda entre os candidatos são os fios brancos, levemente azulados.

CARLOS AYRES BRITTO

Michael Jackson e a pele do ar
CARLOS AYRES BRITTO
FOLHA DE SÃO PAULO - 25/06/10

Nunca se viu ninguém (nem mesmo o fenomenal Elvis Presley) que desse tanta liberdade aos quadris, mãos, pernas e expressões faciais



Michael Jackson foi um dançarino pop. Nisso, todos os críticos estão de acordo. Logo, um dançarino popular ou não clássico. Não erudito. Mas um dançarino que trouxe para os palcos do mundo uma dança de rua tão criativamente repaginada que despertava emoções coletivas do mais puro encantamento.
Quero dizer: independentemente da faixa etária ou da procedência geográfica dos espectadores, uma atmosfera de delírio visual envolvia Michael Jackson em cena. Nunca se viu ninguém (nem mesmo o fenomenal Elvis Presley) que desse tanta liberdade aos quadris, mãos, pernas e expressões faciais, num contexto rítmico de impecável marcação e irresistível contágio.
Se caprichava na interpretação vocal de suas músicas, Michel Jackson o fazia para melhor agradar aos ouvidos da própria dança. A garganta era personalíssima, porém os tímpanos a que primeiro se dirigia eram impessoais. Diga-se o mesmo das melodias, acordes, arranjos, instrumentos musicais, figurinos, pois todas essas coisas iam entrando pelos poros da dança para compor com ela uma só realidade avassaladoramente bela.
Era essa monolítica unidade do que há de mais corpóreo e mais etéreo que fazia a diferença. O multiverso a se transformar em universo (holisticamente falando), no desempenho cênico daquele homem frágil como porcelana e ao mesmo tempo forte como um rochedo.
E sob tal ambiência é que Michael Jackson regia uma infinitude de coisas para sacralizá-las no altar do seu incondicional amor pela dança. Ele próprio a ceder espaço para ela, mais e mais, como um gênio da lâmpada que se desprendesse da sua originária prisão para atender aos desejos daquela mulher que lhe arrebatava a alma (pois a dança nunca deixa de ser u'a mulher, a mais leve e curvilínea delas).
Assim é que a dança reconhecia em Michael o seu mais fervoroso cultor pós-moderno e se permitia apropriar-se dele. Tão possuidora dele que a um dado momento parecia que somente ela estava no palco. Uma dança entregue a si mesma, tão enlouquecida de beleza que já não havia nenhum dançarino a protagonizá-la.
Ela -e só ela- resplendia na objetividade absoluta da mais absoluta arte plástica. Por isso que Michael Jackson, inteiramente açambarcado pela dança, de repente já não fazia parte dele mesmo, porém dela. Dissolvia-se na sua própria dança, por havê-la conduzido ao esplendor quântico da partícula que se faz onda. Da matéria que se faz éter. Do mármore bruto que se faz "A Pietà" de Michelangelo.
Foram muitas, portanto, as fusões que se processaram na trajetória existencial de Michael Jackson. Fusão da mais espontânea dança de rua com a mais elaborada técnica da dança erudita. Fusão da cultura negra com a branca, revelada até mesmo no alisado dos cabelos renitentemente crespos e na progressiva brancura da tez de todo o corpo.
Fusão da graça virginal dos meninos com a mais séria compenetração profissional dos adultos. Da volubilidade assustada dos olhos com a tenacidade de um espírito capaz de todos os sacrifícios pela arte. Fusão, em suma, do dançarino e da dança. Dança em cujo coração o dançarino penetrou tão fundo como se chegasse, enfim, à sua definitiva casa interior.
Hoje, um ano depois de sua passagem física por este mundo, Michael Jackson como que sobrevive na pele do ar. Permanece com a sua dança hipnótica na pele do ar que a humanidade respira, com os demais seres viventes deste arrepiante, emocional planeta azul. "Thriller"...
CARLOS AYRES BRITTO é ministro do Supremo Tribunal Federal, poeta e membro da Academia Brasileira de Letras Jurídicas.

GOSTOSAS

PAINEL DA FOLHA

Frente ampla 
Renata Lo Prete 

Folha de S.Paulo - 25/06/2010

Chamou atenção o tamanho da comitiva levada por Lula a Pernambuco e Alagoas para conferir os estragos causados pela chuva. Viajaram com o presidente os ministros da Casa Civil, do Planejamento, da Educação, das Cidades, da Saúde, da Integração e do GSI, além do comandante do Exército, da presidente da Caixa e de diretores do Dnit e da Eletrobras.
O governo rejeita a ideia de que tamanha concentração de autoridades tenha por objetivo prevenir algum desgaste eleitoral. Alega que o grau da catástrofe justifica a mobilização. Os próprios integrantes da comitiva se impressionaram com a recepção calorosa da população a Lula, a despeito de toda a destruição.
Quem dá mais 1Proposta levada ao comando da campanha de José Serra: primeiro Álvaro Dias (PSDB) é escolhido vice, depois seu irmão Osmar (PDT) anuncia apoio aos tucanos no Paraná, em vez de sair candidato ao governo e dar palanque a Dilma Rousseff (PT). Um dirigente da oposição protesta: "Eles negociaram com os dois lados e agora querem um cheque em branco?".
Quem dá mais 2Ontem, o próprio Álvaro cuidou de divulgar no Twitter o adiamento da entrevista em que o irmão finalmente anunciaria seu destino eleitoral.
RubroO presidente do DEM, Rodrigo Maia, praticamente desistiu de emplacar um vice do partido para Serra. Ele só se descabelou ao ver subir a cotação da vereadora e presidente do Flamengo, Patrícia Amorim (PSDB).
DesmatamentoPouco antes de confirmar sua visita à Festa de Parintins, Serra recebeu Ibope feito no Amazonas: Dilma aparece com 66%, ele, com 18%.
RessonânciaMarina Silva ficou assustada ao se ver cercada por flashes ontem em Belo Horizonte: "Tem fotógrafos tão equipados, com lentes em forma de canhão, que fotografam até do DNA das rugas da gente", disse a candidata do PV.
BaixasEm viagem ao Canadá, Lula não irá à convenção que oficializará, amanhã, a chapa de Aloizio Mercadante (PT) ao governo paulista. Ele já havia faltado ao pré-lançamento. Dilma também não comparecerá.
DominóO PDT segue dividido sobre o vice de Mercadante. O diretório paulista insiste no deputado Major Olímpio. O comando nacional quer o ex-prefeito de Rio Preto Manoel Antunes. Insatisfeito, o presidente do PDT-SP, Paulinho da Força ligou para ontem o candidato tucano, Geraldo Alckmin.
ChapaA escolha do suplente de Marta Suplicy (PT) ao Senado encerrou o dia de ontem assim: ou o PR apresenta um nome aceitável, ou crescem as chances do petista Paulo Frateschi.
Barba...Ciente da resistência dos deputados petistas à coligação com o PR na chapa proporcional em Minas, a campanha do governador Antonio Anastasia (PSDB) lançou ofensiva para atrair a sigla, dona de quase um minuto e meio de tempo de TV. Sem o PR, o tucano já tem vantagem nesse quesito.
...e cabeloOs interessados em amarrar o PR à chapa que terá Hélio Costa (PMDB) para o governo e Patrus Ananias (PT) como vice acham que, mais uma vez, a direção nacional petista terá de enquadrar o partido em Minas.
Visita à FolhaPaulo Skaf, pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PSB e presidente licenciado da Fiesp, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de André Rebelo, assessor econômico, e Fabio Schivartche, assessor de imprensa.
Tiroteio
Política se faz com compaixão, coragem e amor. A quem serve o preconceito? Nada se constroi destruindo.
Contraponto
Motivo de força maior
Exausto de tanto negociar com Osmar Dias (PDT) a composição do palanque de Dilma Rousseff no Paraná, o governador Orlando Pessutti (PMDB) desabafou, durante reunião de seu partido:

-Vamos acabar de uma vez com isso. Eu saio candidato ao governo e no dia 1º de janeiro esperarei você, Michel, para prestigiar a minha posse.

Temer, que será vice de Dilma, brincou:

-Infelizmente não poderei estar presente, Pessutti. Neste dia eu pretendo estar na minha própria posse...

WASHINGTON NOVAES

O quebra-cabeça do trabalho e renda
Washington Novaes 
O Estado de S.Paulo

Em meados de maio, Jacques Diouf, o secretário-geral da Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO), órgão da ONU, lançou o manifesto 1billionhungry (1 bilhão de famintos) e pediu que todas as pessoas no mundo o assinem, para mobilizar governos e instituições e forçá-los a assumir programas que pelo menos reduzam esse "quadro vergonhoso" e levem ao cumprimento dos Objetivos do Milênio. E um deles é exatamente até 2015 reduzir à metade aquele número. Mas é muito pouco provável que a meta seja atingida, não só porque o contingente de pobres no mundo tende a aumentar com a crise econômica e o crescimento da população (mais 2 bilhões a 2,5 bilhões de pessoas até 2050), como porque a própria FAO prevê que o preço dos alimentos, principalmente trigo, outros cereais, produtos lácteos e azeites, tende a crescer entre 15% e 45% nesta década ? e os pobres não terão recursos para acompanhar a alta.

Na verdade, o problema não está só na quantidade de alimentos ? hoje já há produção suficiente para todas as pessoas, mas não há poder de compra equivalente (de qualquer forma, estima a FAO que a produção precisará aumentar 70% até 2050). As estatísticas globais comprovam isso. Segundo pesquisa do Boston Consulting Group (Estado, 11/6), a parcela mais pobre da população mundial, que é a imensa maioria, respondeu por apenas 38% do movimento econômico global de US$ 1,33 trilhão/ano, quando apenas 127 mil famílias, todas com patrimônio acima de US$ 1 milhão em 2009, responderam por 44% do movimento. As famílias milionárias (11,2 milhões), diz a pesquisa, embora sejam apenas 0,0016% da população mundial, detêm 55% da riqueza mundial. E 4,7 milhões delas estão nos Estados Unidos.

As questões do trabalho, pobreza e renda estão hoje no centro dos debates no Brasil, principalmente nas discussões sobre as eleições. E qual será a nossa situação? Diz a Fundação Getúlio Vargas que entre 2003 e 2009 a pobreza no País caiu 43%, porque 31,9 milhões de pessoas ascenderam às classes A, B e C. Para tanto contribuíram melhoras na renda do trabalho (67%), "progressos sociais" (17%) e "benefícios previdenciários" (15,5%). No atual governo federal, o número de pobres reduziu-se em 19,4 milhões. Mas ainda são pobres 29,9 milhões (16% da população), membros de famílias em que a renda per capita está abaixo de R$ 137 mensais; 67,7% das pessoas que trabalham recebem, no máximo, dois salários mínimos mensais (R$ 1.020).

Para o sociólogo Jessé Souza, da Universidade Federal de Juiz de Fora (Folha de S.Paulo, 24/5), autor de A Ralé Brasileira, "a desigualdade no Brasil é abissal", tendo em vista a parcela da população que "vive como subgente". E é uma situação que, a seu ver, "o Bolsa-Família, sozinho, não tem como reverter", embora beneficie 12,4 milhões de famílias, que somam quase 50 milhões de pessoas. No Nordeste, por exemplo, os benefícios do programa não superam R$ 70 mensais, em média. E no Norte não é diferente. Nessas regiões, a renda média é de R$ 65,29, na última, e R$ 66,20 na primeira ? e ainda assim o programa aumentou em 48,74% a renda em toda a região. Mas, reconhece o próprio Ministério do Desenvolvimento Social, 2 milhões dos 12,4 milhões de famílias que recebem o benefício "são extremamente pobres".

O economista Márcio Pochmann, do Ipea, acrescenta mais um complicador: o desemprego no Brasil "é jovem", porque um em dois desempregados tem menos de 25 anos; e 80% dos desempregados (7 milhões de pessoas nas seis maiores regiões metropolitanas) não têm experiência profissional, são de "baixa qualificação". Não por acaso, o ministro Carlos Lupi, do Trabalho e Emprego, acha que é preciso qualificar 4,5 milhões de pessoas por ano para evitar um "apagão da mão de obra" que se prenuncia na retomada econômica. Mas também aí há avanços, porque pela primeira vez o IBGE registra que nas áreas metropolitanas 50% das pessoas que trabalham têm carteira assinada. Provavelmente é uma das razões que levaram a renda média das famílias a aumentar 10% em 2009 e chegar a R$ 1.285 (pouco mais de US$ 700).

Há visões diferenciadas, como a que expõe Plínio de Arruda Sampaio na revista Problemas Brasileiros (maio/junho 2010), da Federação do Comércio do Estado de São Paulo. Com longa atuação na política ? foi deputado federal em 1962, exilado político, membro do PT a partir de 1980, coordenador do Plano Nacional de Reforma Agrária (2003), em 2005 ajudou a fundar o PSOL e por esse partido é candidato à Presidência da República ?, faz críticas duras aos governantes. Na sua visão, o País tem dois problemas centrais: dependência externa e "a miséria do povo", que não é apenas econômica, mas também "física, intelectual e cultural". Mas, ainda assim, "o povo está contente", graças, principalmente, a 50 milhões de pessoas que "recebem um pequeno auxílio" (o Bolsa-Família), "com o qual fingem que comem". Admite, porém, uma mudança: "Pelo menos fingem que comem; antes, nem fingiam." A eles se somam, a seu ver, outros 20 milhões "que ascenderam a um tipo de consumo que era considerado dos ricos, que é o da linha branca de eletrodomésticos".

Arruda Sampaio vê um paradoxo. Suas pesquisas dizem que "todos acham que está melhor", mas "em termos individuais a resposta é negativa". A aparente melhora, na sua opinião, é uma "realidade superficial", porque, na verdade, "a burguesia está nadando de braçada. Ela encontrou o socialista que pediu a Deus, que é Lula, porque ele traz o povo tranquilo e segue a política econômica que interessa à burguesia". Por isso, "o homem do povo não admite, não pensa em alternativa, é incapaz de imaginar outras possibilidade de organizar a vida brasileira". O ex-petista, em síntese, quer "reinventar o socialismo".

É mais uma visão desse complexo quadro político-econômico-social que antecede as eleições de outubro. E que desafia a cabeça dos planejadores de campanhas.

QUADRILHA

MERVAL PEREIRA

Perdendo terreno 
Merval Pereira 

O Globo - 25/06/2010

O resultado mais negativo para a campanha oposicionista na pesquisa do Ibope foi a reviravolta na Região Sudeste, que corresponde a mais de 40% dos eleitores brasileiros, com os estados de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro.

Se a candidata governista está vencendo inclusive na região do país onde se concentra a grande força política da oposição, pois domina os governos dos dois maiores colégios eleitorais, São Paulo e Minas, aí a situação estará mesmo periclitante para a candidatura tucana.

Na última pesquisa do Ibope, que dera empate de 37%, José Serra vencia Dilma no Sudeste por 41% a 33%, e nesta última a candidata oficial conseguiu ficar à frente, revertendo a situação para um empate técnico de 37% a 36%.

Isso significa que o ex-governador paulista José Serra não está conseguindo tirar de seu estado uma diferença de votos capaz de equilibrar a situação de desvantagem em Minas e Rio de Janeiro.

E também que o ex-governador Aécio Neves ainda não conseguiu reverter a vantagem que o presidente Lula vem tendo em Minas, onde venceu as duas últimas eleições presidenciais — apesar da força eleitoral de Aécio no estado — por uma diferença de um milhão de votos.

Para se ter uma ideia do que isso significa para os tucanos, na eleição de 2006 o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, mesmo perdendo no primeiro turno para Lula, venceu-o na Região Sudeste por cerca de 600 mil votos, de 45,2% a 43,3%.

Essa vitória ele conseguiu superando Lula em São Paulo por 3,8 milhões de votos, já que perdeu nos outros estados do Sudeste.

A única vez em que Lula venceu na Região Sudeste foi em 2002, e por uma diferença exuberante: 46,5% a 22,7%.

Ganhou por larga margem em Minas, Rio de Janeiro e Espírito Santo e também em São Paulo, com uma diferença de cerca de 3,5 milhões de votos sobre Serra.

O plano de José Serra era sair de São Paulo com 5 a 6 milhões de votos de diferença para Dilma, coisa que não está acontecendo.

A pesquisa nacional que as direções do DEM e do PSDB têm, feita pelo Instituto GPP, dá uma vitória a Serra de 4 pontos percentuais, e a diferença está justamente no Sudeste, onde o tucano vence por 37% a 31%.

É previsível que, a partir dos números ruins da pesquisa do Ibope, o comando da campanha tucana vá concentrar sua atuação nas regiões onde poderia garantir uma boa vantagem, o Sul e o Sudeste.

Mas o impacto da pesquisa é inevitável, e pode desmanchar em poucos dias os arranjos que estavam sendo amarrados em estados chaves como os do Sul.

O PP, que a partir das regionais sulistas conseguira manter a neutralidade mesmo com a maioria disposta a apoiar a candidatura de Dilma Rousseff, já se inclina para um “apoio político informal”, com o presidente do partido, senador Francisco Dornelles, que um dia já esteve com um pé no posto de vice de Serra, se comprometendo a trabalhar para a candidata oficial.

A subida de Dilma pode também estimular a decisão do senador Osmar Dias pelo bloco governista, a não ser que o senador Álvaro Dias, seu irmão, seja o escolhido para formar a chapa puro sangue do PSDB com Serra.

É bobagem de militante considerar que a fatura está liquidada, mas é bom os tucanos se convencerem de que está ficando cada vez mais difícil o que consideravam “uma barbada”.

O fato é que Lula, surpreendentemente, está conseguindo transferir sua popularidade para Dilma, coisa em que a maioria da direção tucana não acreditava, pelo menos nesse volume todo.

É verdade que a propaganda eleitoral vai dar chance ao PSDB de tentar desconstruir a candidata Dilma, mas é um passo perigoso, por que toda crítica ao governo passa a ser vista como antipatriótica, e no caso de uma mulher, é mais delicado ainda.

Mas há sempre a possibilidade de um erro do adversário, como no caso dos aloprados em 2006 que impediu que Lula vencesse no primeiro turno e alavancou a votação de Alckmin, fenômeno não captado pelas pesquisas de opinião na ocasião.

O problema da candidatura de Serra é que cada vez mais suas chances estão num erro do adversário, e cada vez menos na sua campanha propriamente dita.

O PT também conta com os erros de Serra, como sua irritabilidade e seus comentários sobre temas polêmicos, como a necessidade de controlar o Banco Central, que são explorados como sinais de perigo para a estabilidade econômica do país.

Ele alega que as perguntas geralmente são feitas ou de maneira maliciosa ou superficialmente, o que o impede de explicar direito suas idéias a respeito de temas tão complexos e delicados.

Esse, na verdade, é um dos problemas de Serra.

Quase todas as questões que podem ser criticadas no governo Lula são muito técnicas e não se prestam a uma campanha eleitoral onde o emocional vale mais do que o racional.

Assim é que, quando Serra tenta analisar o crescimento econômico do país nos últimos anos, ponderando que ele não é tão fabuloso como vende o governo, corre o risco de ser acusado pela adversária de ser “contra o país”.

A candidata Dilma Rousseff terá uma propaganda eleitoral com mais tempo na televisão e tão competente ou mais tecnologicamente falando do que a da oposição.

E, sobretudo, estará protegida de possíveis erros que ainda surgem quando se apresenta sem quem cuide de sua imagem ou edite suas frases truncadas.

O que parecia ser uma oportunidade para as críticas da oposição está sendo muito bem controlado pelo comando da equipe da candidatura oficial.

É inegável que o processo de reconstrução por que passa Dilma, tanto física quanto na parte de contato com o público (o chamado mídia training), está tendo bons resultados, reduzindo as chances de um tropeço que possa ser fatal à candidatura.

ANCELMO GÓIS

Só dá Clarice 
Ancelmo Góis 

O Globo - 25/06/2010

O ator Antonio Fagundes vai gravar “A via-crúcis do corpo”, livro de contos de Clarice Lispector, a ser editado pela Rocco.

A editora ainda convidou o poeta Affonso Romano de Sant’Anna para gravar “Laços de Família”, também da grande escritora brasileira nascida na Ucrânia.
Marketing emboscada 
A CBF ganhou ontem mais um round contra empresas acusadas do uso “irregular” de símbolos e imagens que controla.

A 4 aVara Empresarial do Rio determinou que o Ponto Frio tire do ar a propaganda “chega de enganilson”.
Ponto Frio BB
Aliás, as 457 lojas do Ponto Frio viraram correspondentes do Banco do Brasil para receber o pagamento de contas.

Depois da fase de testes, os clientes poderão fazer saques de até R$ 500 e pagar o INSS
Reage, Kaká!
Do economista boa-praça Sérgio Besserman, sobre a má fase do meia evangélico Kaká, irmão da Igreja Renascer em Cristo, que, suspenso pela expulsão contra a Costa do Marfim, não joga hoje contra Portugal, em Durban: — Renascer em Cristo é com ele. Mas, para ele renascer na Copa, eu rezo todo dia...
Rua Saramago 
Eduardo Paes deu o nome de José Saramago a uma rua do Recreio. Eu apoio.

O escritor andou criticando a construção de muros nas favelas do Rio, defendida pelo prefeito.
Volta ao tempo 
Alcione retomará seus tempos de crooner em boate no próximo CD, que será lançado pela Biscoito Fino em janeiro.

A Marrom cantará sucessos de Billie Holliday, Nina Simone, Núbia Lafayette e Moacyr Franco, entre outros.
Rádio Esplanada 
O que se diz nos corredores de Brasília é que não são muito boas as relações entre o ministro das Cidades, Márcio Fortes de Almeida, e seu secretário executivo, Rodrigo Figueiredo, que comanda o dia a dia da pasta com cada vez mais frequência
Cara nova
A cantora Bebel Gilberto foi vista dia destes saindo do consultório do cirurgião plástico Paulo Müller, em Ipanema.

Estava com uma cara ótima.

Fez um lifting.
O motoqueiro
O carioca Antonio Quintella, 43 anos, que acaba de ser escolhido para comandar o Crédit Suisse nas Américas, inclusive EUA e Canadá, foi aluno do curso de economia da PUC e divide o tempo livre jogando golfe e andando de moto.

Vem a ser filho do engenheiro Sérgio Quintella, que tem longa carreira no setor público e privado.
Senac e as UPPs 
O Senac Rio vai investir R$ 1 milhão para capacitar moradores de comunidades atendidas pelas UPPs.

O Batan, em Realengo, e a Providência, no Centro, serão os primeiros a receberem cursos gratuitos de capacitação
Show internacional 
Um dos grupos de rock-jazz mais populares dos EUA, o Dave Matthews Band se apresenta no Rio dia 8 de outubro.

Criada em 1991, a banda bateu recorde de público na última década: nada menos do que 11 milhões de americanos compraram ingressos para seus shows.
Arrivederci, Itália 
Ziraldo tem uma sugestão gaiata para os italianos evitarem micos como o da eliminação na primeira fase da Copa: — Basta naturalizar o Internazionale de Milão. A gente colabora com o Júlio César, o Lucio e o Maicon. O Maradona pode ceder o Milito, e por aí vai — brinca, referindo-se ao campeão europeu de clubes, que não tem italiano entre os titulares.
Cinema mudo 
Corre na Justiça uma ação de despejo contra o grupo Estação Cinema e Cultura Ltda, que administra o Cinema Odeon, na Cinelândia, no Rio.

Veja só. A Cinelândia ganhou este nome na época pela concentração de cinemas ali. Hoje resta praticamente o Odeon
Castelinho 
Mestre na arte do jornalismo político, Carlos Castelo Branco faria hoje 90 anos.

Saudades.

GOSTOSA

ROBERTO MUYLAERT

Cada hino tem seu jogo
ROBERTO MUYLAERT
FOLHA DE SÃO PAULO - 25/06/10

Fiquei preocupado ao ver o grupo de jogadores lusitanos a bradar, com vigor, "às armas, às armas", como pede a letra do seu hino



A organização mundial do futebol gosta de tudo bem certinho em cada jogo da "Copa do Mundo da Fifa 2010". Proibido dizer só "Copa", como é costume por aqui. Estão previstos desde o jeito de o árbitro apanhar a bola Jabulani do pedestal para o "kick-off" até a execução dos hinos por um período de tempo definido e igual para todos.
Com isso, o Brasil é prejudicado, coisa que a gente só percebe em época de "Copa do Mundo da Fifa". É que a introdução de nosso hino é muito comprida e acabamos tendo a música cortada quando ela começa a embalar, para desapontamento dos torcedores brasileiros mais empolgados e bem fantasiados. Em compensação, a letra do nosso hino fala de belezas naturais.
Tive a atenção voltada para esse detalhe por um jornalista inglês, quando um amigo me chamou para ver o jogo da "Copa do Mundo da Fifa 2002" na casa dele, às três da manhã, seduzido por uma Guinness gelada que ofereceu, em homenagem ao adversário, que seria a Inglaterra.
Fui e não me arrependi: ganhamos com o incrível gol de falta marcado por Ronaldinho Gaúcho, do meio do campo. Aquele jornalista ficou encantado quando descobriu a poesia do nosso hino, que enaltece rios, cores, natureza, mar, céu, som, sol. Ao contrário de tantos outros que, como o português, convocam para uma guerra iminente.
Fiquei preocupado quando vi aquele grupo de jogadores lusitanos bem-educados a bradar, com vigor, "às armas, às armas", como pede a letra do seu hino nacional. E logo contra a belicosa Coreia do Norte, que, quando grita "às armas", já foi.
Em compensação, parece que o internacional Cristiano Ronaldo já se esqueceu do hino pátrio, apesar da melodia tão bonita. Faz cara de paisagem durante toda a execução. Já o Felipão, técnico brasileiro, sabia cantar o hino inteiro quando dirigia a equipe de Portugal. A execução dos hinos nacionais merece mesmo ser bem observada, por revelar muita coisa sobre os países que eles representam.
Deu "peninha" da lágrima premonitória daquele norte-coreano, que vai passar por poucas e boas ao regressar a Pyongyang, com a derrota por sete a zero contra os lusitanos, em jogo que deve ter sido transmitido ao vivo para a Coreia do Norte, após o sucesso contra o Brasil, quando a equipe perdeu por um só gol de diferença.
O hino da Argentina reflete o jeito com que o time joga. A equipe começa muito lenta, com passes laterais, assim como a melodia, que custa a embalar. De repente, dispara, acumulando notas em sequência, como costuma fazer o time regido pelos passes de Messi . A Inglaterra tem o hino mais compacto e resumido, próprio de um país que detesta burocracia e está de bem com a rainha.
O "Allons Enfants" da França, o mais belo de todos, também foi premonitório: os "bleus" já se foram. Bem acima dos decibéis dos hinos está a terrível vuvuzela, responsável por pelo menos uma baixa na torcida brasileira na África. "Voltei depois do jogo com a Coreia do Norte", desabafou o torcedor brasileiro que havia comprado um pacote até o jogo final. "Não suportei a vuvuzela!".
ROBERTO MUYLAERT, jornalista, é editor, escritor e presidente da Aner (Associação Nacional dos Editores de Revistas). Foi presidente da TV Cultura de São Paulo (1986 a 1995) e ministro-chefe da Secretaria da Comunicação Social (1995, governo Fernando Henrique).

MÍRIAM LEITÃO

Sinais conflitantes 
Miriam Leitão 

O Globo - 25/06/2010

Os países mais poderosos do mundo vão se reunir neste fim de semana em Toronto diante de vários sinais conflitantes. Os Estados Unidos temem retirar os estímulos fiscais pelo risco de nova recessão. A Europa está cortando gastos com medo de que o endividamento dos países resulte em calote, o que abalaria os bancos. A China dá sinais ambivalentes sobre o seu câmbio.

Em entrevista no programa desta semana na GloboNews, a economista Monica de Bolle, da Galanto Consultoria, e o consultor Rodrigo Tavares Maciel, da Strategus, disseram que não acreditam numa valorização grande do yuan.

Eles concordam que é uma volta à política de 2005-2008, mas acham que a mudança será ainda mais lenta.

O medo americano é abortar a recuperação se retirar completamente os estímulos.

De acordo com análise do Bank of America Merrill Lynch, os incentivos dados por George Bush e Barack Obama já estão perdendo efeito. Pelas contas do banco, o pacote de US$ 800 bilhões de Obama deixará de ter influência positiva sobre o PIB este ano.

Em 2009 ele contribuiu com uma alta de 1,6%. Ao mesmo tempo, o programa de corte de impostos aprovado por Bush, se não for prorrogado, pode comprometer em 1,3% o PIB do ano que vem. O banco avalia que um aperto fiscal aumentará as chances de uma nova recessão mundial.

“Continuamos projetando uma recuperação moderada da economia mundial no ano que vem, mesmo que as políticas fiscais endureçam. Entretanto, o risco de um duplo mergulho no próximo ano está maior”, afirma.

O receio da União Europeia, e principalmente da Alemanha, é de que o endividamento dos países leve a reestruturações de dívidas que comprometam o sistema financeiro europeu. Relatório do BIS este mês revelou que bancos alemães e franceses possuíam exposição de quase US$ 1 trilhão em países como Grécia, Irlanda, Portugal e Espanha. Por isso, a líder alemã, Angela Merkel, está intransigente em relação à proposta de Obama para que os estímulos à economia mundial sejam mantidos.

— Obama pode se dar ao luxo de não fazer ajustes fiscais porque possui moeda própria, mas os países europeus têm moeda comum e isso deixa a Zona do Euro mais engessada. Não há espaço para novos estímulos fiscais em países como Alemanha, França, Inglaterra, Itália, Espanha. Obama está falando sozinho — disse Monica de Bolle.

Na terça-feira, o governo britânico anunciou corte de 25% nos gastos públicos para os próximos quatro anos e uma série de aumento de impostos.

É o maior aperto desde a era Margaret Thatcher. O objetivo é reduzir o déficit público recorde de 10,1% do PIB para 1,1% nos próximos cinco anos. No início do mês, a Alemanha disse que fará cortes de C 80 bilhões. A França afirmou que pode ir além da meta de reduzir de 8% para 3% o déficit em 2013.

O déficit da Zona do Euro é menor que o americano: 6,3% na média dos países europeus, no ano passado, contra 9,9%. Por outro lado, o crescimento americano foi menos afetado pela crise. Durante a recessão, a economia americana caiu 3,8%; enquanto a da Zona do Euro recuou 5,3%.

Nos três primeiros trimestres de recuperação, enquanto os EUA cresceram a uma taxa anualizada de 3,5%, os europeus só cresceram 1%.

O problema, segundo Alex Agostini, da Austin Rating, é que a Europa precisa garantir um crescimento sustentado no médio e longo prazo, e não apenas no curtíssimo prazo, que seria o crescimento turbinado por pacotes fiscais.

Ele acha que o discurso de Obama tem foco interno, voltado para as eleições no Congresso, de meio de mandato.

— A preocupação da Alemanha faz sentido porque em caso de problema é ela quem vai pagar a conta, que é o país mais rico. O entrelaçamento é muito alto no bloco, todos são interdependentes. O que a Europa precisa é de ajustes que garantam o crescimento nos próximos anos. O Japão do pós-guerra teve que sacrificar duas gerações para garantir o futuro. Isso também terá que acontecer na Europa — disse Agostini.

Os momentos de aparente tranquilidade nas bolsas podem ser explicados pelo gráfico abaixo. Ele mostra a quantidade de dinheiro que o Banco Central americano colocou no mercado para combater a crise financeira. A liquidez saltou de US$ 800 bilhões, antes da crise, para US$ 2,3 trilhões no final de 2008.

Agora, está em US$ 1,9 trilhão.

Em dias de ausência de notícias ruins, esse dinheiro queima na mão e os investidores aumentam o apetite por ativos de risco.

CANIBAL

CLÁUDIO HUMBERTO

“Lulinha estava com a cara malandramente feliz”
GILBERTO CARVALHO, SECRETÁRIO PARTICULAR, SOBRE A REAÇÃO DO PRESIDENTE ÀS PESQUISAS

“FÉRIAS REMUNERADAS” NA UNB JÁ DURAM 105 DIAS 
Com uma greve esperta, emendada com as férias, a Universidade de Brasília (UnB) ainda não iniciou as aulas de 2010, exatos 105 dias após a data marcada para início do ano letivo. Primeiro foram os professores, depois os funcionários. O pretexto é a suspensão de gratificação considerada ilegal pelo Tribunal de Contas da União. Ninguém trabalha na UnB, mas todos recebem os salários. E até a gratificação ilegal.

DEVOLUÇÃO 
A Justiça ratificou a ilegalidade da gratificação e até condenou os beneficiados a devolver o dinheiro recebido indevidamente.

DÁ UMA PREGUIÇA... 
As duas últimas assembleias que discutiriam o fim da greve na UnB foram suspensas por falta de quorum. Outra foi adiada para o dia 29.

ORA, OS ALUNOS 
Professores suspenderam a greve, mas como os funcionários pararam também, na prática todos continuam em greve. Os alunos que se lixem.

CAMINHOS DO BRASIL
Fotos não mentem: estradas de biscoito, construções de areia, trilhos que parecem de plástico: Alagoas não foi fundada, mas afundada...

RECEITA ESPERA 45 DIAS PARA NEGAR VIOLAÇÃO
Apesar da insistência desta coluna, a Secretaria da Receita Federal se recusou a confirmar ou a desmentir a denúncia de violação do sigilo fiscal de militares do Exército, antes de sua publicação, em 10 de maio. Agiu como se tivesse culpa. Agora, obrigada a responder requerimento de informações do deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), 45 dias depois a Receita – que teve tempo até de remanejar servidores envolvidos 
– nega tudo e nem mesmo reconhece o documento atestando a violação.

BICO FECHADO 
A denúncia de violação de sigilo de quatro generais e dois coronéis mencionou datas e horários exatos, nunca contestados pela Receita.

INVENÇÃO PETISTA
Servidores antigos da Receita dizem que o esquema de vazamento do sigilo fiscal de adversários políticos foi implantado no governo Lula.

EXAUSTA 
Após o IBGE divulgar que 35% dos brasileiros mal comem, a ministra Márcia Lopes (Combate à Fome) entrou hoje em férias por dez dias. 

PV APOIA AGNELO
O Partido Verde deve anunciar nesta sexta seu apoio à candidatura de Agnelo Queiroz (PT) ao governo do Distrito Federal. Essa decisão tem a bênção da candidata do PV a presidente, senadora Marina Silva, que registra no DF suas melhores médias de intenção de voto – até 15%.

PTB PODE ADERIR 
O PTB, que nacionalmente está com o tucano José Serra, também poderá anunciar neste sábado apoio a Agnelo Queiroz. A petista Dilma Rousseff pediu isso ao amigo Gim Argello, líder do PTB no Senado.

CAIU A FICHA
Lula precisou de um choque de realidade para quintuplicar os R$ 100 milhões, uma merreca, que decidira liberar para Alagoas e Pernambuco. Agora, os estados terão um pouco mais que o Haiti.

HONORIS CAUSA 
O presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Cesar Asfor Rocha, e o jurista Paulo Bonavides foram homenageados ontem, pela Universidade de Fortaleza, com o título de doutor honoris causa.

BONITINHO, MAS... 
Além dos serviços ordinários – do call-center que incomoda à qualidade de sinal – a TIM deixou seus clientes com celulares mudos, ontem, em Brasília, no final da tarde. Sem prévio aviso, nem explicação posterior.

NA MOITA
Passou batida, na quarta, 23, a visita do (eterno) presidente de Angola, José Eduardo dos Santos: ele quer “parceria” do Brasil no biocombustível. Mas quem entende de negócios é a filha dele, Isabel, proprietária de dez em cada dez negócios rentáveis de Angola.

IVO VIU A UVA
Para quem falava tão mal do autor, Lula mudou: prometeu ir, dia 29, ao lançamento de um livro do senador Aloizio Mercadante (PT-SP). Assina o prefácio o próprio presidente, que jamais foi apresentado a um livro.

NO PEITO E NA RAÇA
Jogador brasileiro sabe cantar o hino, sim. Da Alemanha. Cacau, naturalizado alemão, cantou o “Deutschland Über Alles” completo no estádio. O craque, negro, é ídolo por lá, elogiado por falar sem sotaque, pelo caráter e comportamento. Já certo presidente, nem português fala.

PENSANDO BEM...
... A recomendação do governo ao povo em caso de enchente é: “nada.”

PODER SEM PUDOR 
PINTA DE COMUNA
Miguel Arraes encontrou certa vez, no aeroporto de Brasília, Gustavo Krause (do antigo PFL), que derrotara na eleição para o governo de Pernambuco. Krause explicou que estava na Capital a serviço do partido:
– Sou um tarefeiro... Aliás, eu deveria ser comunista, tenho a maior pinta...
Arraes olhou o pefelista barbudo, concordou e falou do seu jeito quase inaudível:
– Você tem pinta e não é. E eu não sou, mas todo mundo acha que sou...