quarta-feira, março 31, 2010

RUY CASTRO

Olhos de Armando

FOLHA DE SÃO PAULO - 31/03/10

RIO DE JANEIRO - Ano após ano, aos domingos, Armando Nogueira viu Zizinho, Ademir, Heleno, Nilton Santos, Didi, Garrincha, Pelé, Tostão, Gerson, Zico e outros gigantes desfilarem sua ciência e arte nas tardes do Maracanã. Mas, ao escrever sobre futebol nos anos 60 e 70, em inúmeras crônicas ele teve olhos também para os garotos que jogavam pelada em sua rua, antes que os carros tomassem conta.
"Bendito o bairro em que os meninos ainda podem jogar futebol pelas calçadas", ele escreveu. "As ruas amenas de Ipanema estão sempre cheias de meninos a chutar bolas. Hoje, de manhã, mesmo, passei por dois garotinhos, um de seis anos, outro de três, no máximo: o maior ensinava pacientemente o menor a chutar com o peito do pé".
O crítico severo quanto à aplicação tática dos profissionais se encantava com a anarquia dos rachas: "São 20, 30 de cada lado, todos abaixo de 10 anos, ardendo na pelada que nunca tem hora para acabar". E que só acabava quando uma vizinha rabugenta confiscava a bola que caíra em seu quintal.
Ou como no dia em que um velho, "com cara de guarda-livros", entrou batendo palmas na pracinha onde se dava a pelada e espavoriu a turba: "O espantalho-gente pega a bola, viva ainda, tira do bolso um canivete e dá-lhe a primeira espetada. No segundo golpe, a bola começa a sangrar. Em cada gomo, o coração de uma criança".
Em outra bela crônica, Armando fala do homem de terno e gravata que passa por uma pelada a caminho do escritório e vê uma bola que rola à feição. Vai devolvê-la com seu sapato social. O chute pega na veia, perfeito, a bola penetra entre os dois montinhos de camisas que, a 50 metros, simulam as traves. A garotada aplaude. Pode haver coisa melhor? Só Armando Nogueira para enxergar esses pequenos enormes prazeres.

JOSÉ NÊUMANNE

Os maus conselhos que as pesquisas dão
O Estado de S.Paulo - 31/03/10

A escolha eleitoral é o ápice de participação do cidadão no Estado Democrático de Direito, mas o funcionamento deste não deve nem pode depender apenas dela. Para começo de conversa, é preciso garantir a lisura dos pleitos, sob pena de a democracia ser traída e frustrada em sua raiz. É fundamental, pois, que alguns requisitos preliminares, como a garantia da igualdade de oportunidades de quem disputa, o sigilo do sufrágio e a lisura na apuração do resultado das urnas, funcionem acima dos interesses de grupos, partidos e, principalmente, governos. Isso é capital em quaisquer casos e mais ainda no nosso, pois aqui vige um regime no qual, na prática, a ação da cidadania se restringe à manifestação do voto. De vez que ainda são precários os instrumentos participativos rotineiros em democracias maduras, tais como a americana e a britânica, as duas mais longevas e sólidas do planeta. Aqui, por exemplo, não há um equilíbrio tão grande entre os Poderes republicanos e isso dificulta a eficácia dos tais checks and balances (freios e contrapesos) postos a funcionar pelos Pais Fundadores da Revolução Americana.

Diante dessa constatação, convém guardar alguns cuidados quanto à utilização sem critério das pesquisas de opinião pública sobre a preferência do eleitor em relação às opções que lhe são apresentadas nas disputas por cargos e mandatos no Executivo. Essas pesquisas são um importante instrumento de informação dos cidadãos sobre as tendências de alguma eleição, mas podem também vir a representar um perigoso meio de distorcer a verdadeira natureza do confronto entre plataformas e ideias dos candidatos.

Um episódio em evidência neste instante demonstra com clareza a necessidade de proteger a higidez das instituições democráticas e o funcionamento adequado da máquina pública da influência negativa que os índices de popularidade ou desprestígio podem provocar. Contra tudo o que demonstra a experiência histórica, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se aproxima do último meio ano de seu segundo governo tendo batido um recorde inimaginável de popularidade de 76% (segundo o Instituto Datafolha). Não é o caso de discutir seus méritos para tanto e tampouco de procurar as razões desse fenômeno. O caso aqui é flagrar o efeito maléfico que isso está provocando na postura do chefe de governo na gestão dos negócios públicos.

Gozando de prestígio popular nunca antes usufruído na História deste país, noço impermeável guia dos povos da floresta tropical, do cerrado e da periferia urbana age como se fosse sócio de Deus e imune a reparos, até mesmo quando os próprios enganos são devidamente comprovados. Nem ao papa, nestes tempos de contestação da autoridade religiosa, é atribuída a premissa da infalibilidade absoluta que Lula quer ter. Sua reação à decisão da Justiça Eleitoral de repreendê-lo pela óbvia violação da igualdade de oportunidades por sua candidata, lançada em campanha não iniciada, é uma evidência de seu menosprezo à definição clássica de que a democracia é o império da lei. A letra fria da norma tem de prevalecer sobre emoções e ambições de qualquer um, a dele também.

As multas aplicadas para sancionar suas faltas, primeiro, de R$ 5 mil e, depois, de R$ 10 mil, são ínfimas, se comparadas com a fortuna que o Partido dos Trabalhadores (PT) se dispõe a gastar para levar Dilma Rousseff a subir a rampa do Planalto. Mas têm o valor simbólico de mostrar à Nação que o chefe de governo não pode tudo e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se esforça para assegurar uma disputa limpa, sem abuso de poder econômico de nenhuma parte. O presidente recorreu contra a decisão e mofou dela em público. Entre a primeira e a segunda, provocou a gargalhada dos áulicos que o aplaudem nos ambientes controlados por seus fiéis prosélitos ao lamentar que não possa citar o nome de ninguém para não ser multado. E, depois da reincidência flagrada, perguntou a outros devotos fãs quem dentre eles se disporia a pagar a sanção em seu lugar. Houve até quem lembrasse que o presidente se acostumou mal quando seu amigo Paulo Okamoto, então tesoureiro do PT, pagou, no lugar dele, outra multa dessas. O garante da manutenção da ordem constitucional violar a lei é falta grave. Debochar da Justiça montado em índices de popularidade, um acinte imperdoável.

Se o sucesso turva o bom senso de Lula, o pavor do fiasco leva o PSDB a cometer, a pretexto das pesquisas, outro erro crasso. Ao responder "esquece Fernando Henrique" à pergunta de repórter da Folha de S.Paulo sobre a ausência do ex-presidente entre os oradores da convenção em que os tucanos ungirão o governador de São Paulo, José Serra, seu candidato ao posto de Lula, o presidente nacional do partido, Sérgio Guerra, cometeu uma grosseria, uma ingratidão e uma estupidez, de uma vez.

Sua vítima entrou na História do Brasil ao pilotar o Plano Real, que dizimou a inflação, o rato que roía a roupa e o prato do povo pobre, e este, grato por isso, o elegeu duas vezes para o poder máximo no País. A recente impopularidade do ex-presidente nas pesquisas que chegam ao conhecimento da cúpula tucana em nada muda isso nem o fato inquestionável de que a privatização que ele realizou inseriu a população carente no universo de consumo nunca antes sequer ambicionado por ela. O ofuscante prestígio eleitoral de seu sucessor o afastou do topo da preferência popular, mas não elimina o fato histórico de que foi em sua gestão que se plantaram as bases sobre as quais Lula construiu sua obra aplaudida e de êxito indiscutível. Cabe ao PSDB resgatar a História, mostrando ao eleitor a relação de causa e efeito entre a herança bendita que Lula administrou bem e a paz gozada pelo brasileiro, hoje capacitado a planejar seu orçamento doméstico sem temer o fantasma dos índices inflacionários. Ao ocultar a própria história, o alto tucanato comete suicídio estulto, pois é estúpido imaginar que um eleitor vote em Dilma só porque Fernando Henrique apoia Serra.

O ABILOLADO E A MENTIROSA

MÍRIAM LEITÃO

BC estatal 

O Globo - 31/03/2010

O Banco Central pode passar a ter hoje uma diretoria inteiramente formada por funcionários de carreira. O diretor de Política Econômica, Mário Mesquita, vai sair do cargo, e uma das possibilidades é que o anúncio seja feito hoje durante a divulgação do Relatório de Inflação. Se Henrique Meirelles também deixar o posto, o BC ficaria sem qualquer economista que tenha passado pelo mercado.

Meirelles tem dado sinais de que pretende sim deixar o Banco Central para tentar voltar à carreira política.

Sua saída fecha um dos mais importantes ciclos do Banco. É o presidente que mais tempo permaneceu no cargo desde a criação do BC, em 31 de dezembro de 1964. Um dos nomes mais cotados para assumir é Alexandre Tombini, hoje diretor de Normas do Banco Central. Tombini tem uma carreira diversificada, já serviu a outros órgãos da área econômica, várias diretorias, e é doutor em economia pela Universidade de Illinois. Tem fama de ser mais brando em política monetária: — Digamos que ele é o último a votar pelo aumento da taxa, e vota com alegria pela redução — disse um ex-diretor.

Na estrutura hoje do Banco Central, a diretoria de Política Econômica, onde está Mário Mesquita, é a mais importante porque determina muito da tendência do Copom. Mas Mário já comentou com vários amigos que deixará o BC encerrando um período de três anos e nove meses.

Meirelles foi a escolha inesperada. Deputado eleito pelo PSDB, acabou sendo convidado em dezembro de 2002 para assumir o Banco Central pelo presidente Lula.

Perguntou se teria autonomia.

Lula disse que sim.

E cumpriu o que foi dito.

Mas não foi simples. Houve vários momentos de extrema tensão. Meirelles assumiu com uma diretoria fortemente marcada por pessoas de mercado ou economistas sem qualquer vinculação com o PT. E logo na primeira reunião da era Lula, subiu os juros. Na segunda reunião, também subiu. As taxas foram para 26,5%.

Quando foi lançado o PAC em 2007, o BC estava reduzindo os juros, e mesmo assim interrompeu o processo por temer uma elevação da inflação. As críticas ao BC foram públicas de vários integrantes do governo.

Mesmo assim, ele teve força e influência para manter a política de metas de inflação e as decisões tomadas de forma autônoma pelo Banco Central.

O que acontecerá com uma diretoria inteiramente de funcionários de carreira? Eles podem ser mais sensíveis às pressões do próprio governo contra os juros altos. O problema é que a ata do Copom e o Relatório de Inflação que vai ser divulgado hoje estão mostrando que é necessário começar um ciclo de aperto na política monetária.

É um momento complexo para essa mudança no Banco Central, porque ela ocorre quando está prestes a começar esse período de elevação de taxa de juros.

Além disso, ocorre logo depois de uma ata do Copom que foi muito criticada exatamente por ser contraditória e mostrar um momento de confusão na diretoria.

Talvez hoje o Relatório de Inflação explique os pontos obscuros da ata.

Há quem considere que esse problema não se coloca mais porque o regime de metas de inflação já é bem sucedido. E que, por serem funcionários de carreira do BC, eles não se deixariam pressionar por um governo que está chegando ao fim. O diretor de Política Monetária, Aldo Luis Mendes, não é do BC, mas é de carreira do Banco do Brasil. Essa é uma análise otimista. Mas imagine uma diretoria toda de funcionários de carreira tendo que contrariar o ministro da Fazenda e convencer o presidente da República de que é preciso elevar os juros? Henrique Meirelles não conta, mas se sabe que não foram poucas as vezes em que ele teve que entrar em bola dividida no governo.

Mesmo assim, superou qualquer antecessor em tempo de permanência na presidência do Banco Central.

Depois de assumir o BC, Meirelles teve um bom desempenho no cumprimento das metas de inflação.

No final do governo Fernando Henrique, com a disparada do dólar e os temores da incerteza da sucessão, a inflação subiu.

Em 2003, houve o descumprimento da meta. Ela era de 4% com banda de 2,5%. O Banco Central elevou para 8,8%. Ainda assim, o IPCA foi maior: 9,3%. De qualquer maneira, foi um bom desempenho ter ficado em um dígito.

Em 2004, o índice fechou em 7,6%, mas a meta para o ano havia subido para 5,5%, com limite de tolerância de 2,5 pontos percentuais. No ano seguinte, o índice fechou em 5,69%; e apenas em 2006, no último ano do primeiro mandato de Lula, a inflação ficou abaixo do centro de 4,5%, terminando em 3,14%. No segundo mandato, ele cumpriu a meta, mesmo quando ela ficou acima do centro como em 2008, que ficou em 5,8%.

Mesmo assim, o país teve taxas boas de crescimento, principalmente em 2007 e 2008.

Durante a campanha eleitoral de 2002, o PT prometia uma diretoria do Banco Central só de burocratas.

Pode conseguir isso hoje.

SONIA RACY - DIRETO DA FONTE

Belas e feras 

O Estado de S.Paulo - 31/03/2010

Luiz Barretto, do Turismo, em encontro com Donald Trump, gostou da ideia de trazer para o Brasil o concurso Miss Universo de 2010.


Em ofício ao magnata americano, organizador do evento, o ministro se dispôs a contatar grandes empresas e prefeituras para definir onde seria e como custeá-lo.
Feras 2
Ficou ainda acertado entre os dois: se for no Brasil, o evento acontece em novembro.

Pois agosto, mês tradicional do concurso, seria complicado por causa das eleições.
Plano A
Será no Edifício Asteca, no centro de Belo Horizonte, o QG da campanha de Aécio. Para onde já está de mudança Andrea Neves.

E o governador continua dizendo, nas visitas ao interior mineiro: "Vice, nem amarrado".
Voando baixo
Solange Vieira, da Anac, sentiu na pele o drama da chuva na ponte aérea Rio-São Paulo, na segunda à noite.

Decolou do Santos Dumont, depois de horas de espera, e foi parar em Campinas, onde esperou muuuuito por transporte e escadas disponíveis.

Pretende reclamar na Infraero?
Sondando
Não só de palestras está sendo a passagem de James Cameron pelo Brasil.

Entre outras, se encontrou com os irmãos Gullane. E participou, essa semana, do documentário Caminho do Meio, sobre a Amazônia.
No trio elétrico
A Parada do Orgulho Gay está "de braços abertos" para receber Ricky Martin, garante Manuel Zanini, coordenador do evento. "É muito importante quando um artista de projeção sai do armário", explica.

E mesmo depois de assumir a homossexualidade, o artista não perdeu o apoio das ex-namoradas. Que declararam ser ele um "amante notável".
Me want you.
Muito bem embasado o artigo distribuído ontem para clientes, de Alexandre Schwartsman, do Santander, sobre a cotação da moeda chinesa.

Mas melhor mesmo é o título: "What Do Yuan?".

Nove meses

Alberto Goldman começou ontem à tarde a preparar seu discurso para hoje. Em conversa com a coluna, o new-governador disse que fará um resumo da sua vida política e deixará claro que, neste ano, não pretende disputar cargo eletivo.
Calhamaço?

Serra, por sua vez, sinaliza o estilo de sua campanha no convite para assistir à sua saída do governo paulista.

Ele chama o ato de hoje, no Bandeirantes, de "cerimônia de prestação de contas de sua ação à frente do Governo de São Paulo".

A tarde será longa. Síntese... o poder

Houve quem se lembrasse, ontem, do que é tido como o melhor discurso de Serra nesses anos. Foi durante a abertura da Bienal de Arquitetura.

O governador saudou a todos com um boa noite, declarou aberta a exposição e... foi embora.
Luz do sol

Goldman chega com novas rotinas. Prefere ir a solenidades de manhã e despachar à tarde.

Pontualidade também sai da gaveta. "Além da equipe, vamos ter que disciplinar os convidados", prevê Claudia Matarazzo.

Na frente
Depois de rasante pelo Brasil, Gisele Bündchen segue para Paris. Onde apresenta, dia 8, no Grand Hotel Paris, a nova coleção Grendene que leva o seu nome.

Miguel Jorge, pelo Brasil, e Bernd Pfaffenbach, pela Alemanha, foram escolhidos para o Prêmio Personalidade Brasil-Alemanha 2010. Recebem a homenagem, dia 30 de maio, em Munique.

Juliana Carvalho lança o livro Na Minha Cadeira ou na Tua? Dia 12, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional.

Charlô Whately comemora em dose dupla: os 21 anos de seu bufê e o lançamento da revista que leva seu nome. Hoje, no Jockey Club.

Mario Adnet foi convidado e aceitou. Será o curador de duas noites em homenagem ao maestro Moacir Santos, no Lincoln Center, em maio.

Sete jovens carentes, de projetos paulistas de assistência social, vão a Paris. Com toques de brasilidade, disputam um torneio de futebol e fazem apresentação artística em homenagem à pequena notável, Carmen Miranda.

Corre na Câmara projeto que obriga estudantes da área de saúde, depois de formados, a fazer o serviço militar. Confusão na certa.

JOSÉ SIMÃO

Ueba! Tô com o Demônio do Paredão!
Folha de São Paulo - 31/03/10

Tô viciado em paredão! Vou entrar pros BBBs Anônimos! OU chamar um pastor da Universal


BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Direto do País da Piada Pronta!
Ricky Martin assumiu ser gay. Agora só falta o Dourado. Rarará! Lembra daquela música dos Menudos? "Não se reprima! Não se reprima!" O Ricky Martin tá fazendo reciclagem: domingo era um homem velho e hoje é uma bicha nova!
E essa: "Maradona foi mordido por um cachorro e passa por cirurgia". O cachorro pegou raiva! Maradona passa bem, mas o cachorro ficou esquisito: brigou com dois jornalistas, falou que é o melhor cachorro do mundo, vai se tratar em Cuba e tá louco pra morder o Pelé. O cachorro ficou muito louco. Já imaginou o sangue do Maradona?!
E buemba! Ereções 2010! O Serra Vampiro Anêmico inaugurou o Rodoanel. O Rodoanel de Couro! Rarará. Ops,o Rouboanel! E se o Serra ganhar não vai ter mais dia no Brasil, só vai ter noite. Se o Serra ganhar não vai ter mais Sol no Brasil! E o Eramos6 apresentou o slogan do Serra: "Por uma Transilvânia melhor, vote Serra 2010". E apresentou o avião presidencial. Como vai se chamar o Aerolula do Serra? 1) Sarcófago. 2) Aero Rabecão. 3) Jazigo Presidencial. 4) Fraqueza One. E pro Caixão Econômico Federal ele vai nomear o Fernando Henrique Cardíaco e pro Banco de Sangue Central, o Drauzio Varella! O terrorista da saúde dos outros. É que você pega maionese na geladeira pra fazer um sanduíche incrível e aparece o Drauzio Varella na tela: "Não pode! Dá câncer! Você vai morrer!". Rarará! Serra, o Senhor dos Rodoanéis!
DEMÔNIO DO PAREDÃO! Síndrome de abstinência! Tô viciado em paredão! Vou entrar pros BBBs Anônimos! OU então vou chamar um pastor da Universal: "Demônio do Paredão, abandona o corpo desse colunista que não te pertence". Tô com o Demônio do Paredão! E você sabe quando uma virgem adquire as primeiras rugas na noite de núpcias? Quando ela franze a testa e grita: "Chuuuupar o quê?". Rarará. É mole? É mole, mas sobe! Ou, como disse aquele outro: é mole mas rela pra ver o que acontece.
Antitucanês Reloaded, a Missão. Continuo com a minha heroica e mesopotâmica campanha Morte ao Tucanês. É que na Bahia tem uma empresa de acessórios para carros chamada Teto Solar Queima Cocos! Ueba! Mais direto, impossível. Viva o antitucanês! Viva o Brasil!
E atenção! Cartilha do Lula. O Orélio do Lula. Mais um verbete pro óbvio lulante. "Psicanalista": companheiro especialista na saúde mental do fiofó. O lulês é mais fácil que o ingrêis. Nóis sofre, mas nóis goza. Hoje, só amanhã. Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

MÔNICA BERGAMO

Marina mineira 

Folha de S.Paulo - 31/03/2010

A senadora Marina Silva, pré-candidata do PV (Partido Verde) à Presidência, deve apoiar Aécio Neves (PSDB-MG) e Itamar Franco (PPS-MG) caso os dois concorram ao Senado em Minas Gerais.
"Vamos apoiar os dois", diz o vereador Alfredo Sirkis, coordenador da campanha de Marina. "O PV vai lançar candidato apenas ao governo estadual em Minas."

NOS BRAÇOS DE ITAMAR
Marina vai a Minas no dia 9, para o lançamento da candidatura do deputado José Fernando Aparecido ao governo do Estado. "Existe a possibilidade de ela ir a Juiz de Fora para encontrar o Itamar", diz Sirkis.

JUNTOS DE NOVO
Martus Tavares, ex-ministro do Planejamento de FHC e ex-presidente da BRVias, está assumindo a vice-presidência da Bunge no Brasil, a convite de seu presidente, Pedro Parente. Ex-CEO da RBS e também ex-ministro tucano, ele está no comando do grupo desde janeiro.

AMARRADO
Luciano Coutinho manifestou a mais de um interlocutor, nos últimos dias, contrariedade com a possibilidade de ser convidado pelo presidente Lula para o comando do Banco Central. Dizia que seu desejo maior era ficar no BNDES.

DOIS LADOS
Os defensores da nomeação de Coutinho argumentavam que ele seria o melhor nome para assumir o BC no momento em que tramitam no Senado dois projetos para tornar a instituição independente, dando um mandato fixo para seu presidente. É que Coutinho é amigo tanto de Dilma Rousseff (PT-RS) quanto de José Serra (PSDB-SP), os dois principais candidatos à sucessão do presidente Lula, que não fariam, portanto, objeção a que ele ficasse no banco por um tempo mais longo e de transição.

PRA FRENTE
O senador Francisco Dornelles (PP-RJ), relator dos projetos que determinam a independência do Banco Central na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, é favorável à tese. E pretende colocá-la em votação ainda neste ano.

INTERVALO
O senador Delcídio Amaral (PT-MS) caiu de cama.

Ele descobriu há alguns dias que está com dengue.

DÁ NA MESMA
O governo tentava convencer ontem a Aneel, agência que fiscaliza o setor elétrico, a mudar o edital do leilão para a construção da usina de Belo Monte, no Pará. A ideia era tornar o preço da tarifa a ser cobrada mais atrativa para as empreiteiras que pretendem realizar a obra. Em vez de simplesmente aumentar o preço (de R$ 83), como as empresas pediam, a ideia era fixar o ano de referência da tarifa em 2008. Quanto mais "antiga" a data, maior o índice de reajuste a ser aplicado na hora em que a usina começar a funcionar.

CINEMATECA
Em encontro com o diretor de "Avatar", James Cameron, no 1º Fórum Internacional de Sustentabilidade, no Amazonas, o produtor Caio Gullane deu ao americano dez DVDs de filmes brasileiros, entre eles "O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias", "Bicho de Sete Cabeças" e "Chega de Saudade", todos de sua produtora. Cameron deu entrevista de duas horas para Gullane, que produz um documentário sobre a floresta amazônica.

DE OLHO
O Santos F.C., líder do Campeonato Paulista, está interessado no passe de Gil, volante do Santo André, vice-líder que é a surpresa da competição deste ano. Os cartolas do Peixe já procuraram os dirigentes do Ramalhão. E ouviram que a negociação é possível -mas só depois do fim do Paulistão.

TERRITÓRIO NACIONAL
A ideia do Santos é contratar Gil para o Campeonato Brasileiro, que começa em maio.

TALK-SHOW
Marco Luque, do "CQC", da TV Bandeirantes, gravou piloto para um novo programa. Corre nos bastidores que o formato é de talk-show e que a ideia é levar políticos para o sofá. A emissora não confirma.

SERTÃO EM ALERTA
A exibição do especial "Emoções Sertanejas", com duplas do gênero e Roberto Carlos, que a TV Globo fará amanhã, ressuscitou o fantasma dos cortes que a emissora fez, no ano passado, quando deixou de mostrar 6 das 20 cantoras do show "Elas Cantam Roberto". O maestro do Rei, Eduardo Lages, afirmou em seu blog que não é "responsável por nenhuma edição" do programa e que foi pedido à Globo que nenhum dos artistas seja suprimido. A emissora diz que todos os sertanejos terão vez no especial.

CERRADO
Glória Pires e Orlando Morais desembarcam em Brasília hoje para a posse de Carlos Eduardo Gabas na pasta da Previdência Social. O casal é muito amigo do novo ministro.

CURTO-CIRCUITO
O PROFESSOR François Soulages, que dá aulas de estética da fotografia na Sorbonne, na França, faz palestra sobre o assunto hoje, às 19h30, no Senac da Lapa, em São Paulo.
O BANQUETEIRO CHARLÔ WHATELY comemora os 21 anos de seu bufê hoje, às 19h, com festa no Jockey Club de São Paulo.
ACONTECE HOJE, a partir das 16h, a entrega do 1º Prêmio Conexão Cultura, concedido pela Fundação Padre Anchieta.
A GRIFE Bo.Bô lança hoje, a partir da meia-noite, sua coleção de inverno, com festa na boate Disco, no Itaim Bibi. 18 anos.
O MÚSICO Andreas Kisser, do Sepultura, faz show hoje, a partir das 22h30, no Ao Vivo Music, em Moema. 18 anos.
JOSUÉ CAMPANHÃ faz hoje, a partir das 19h30, noite de autógrafos do livro "Luz! Plano! Ação!", na Livraria Cultura do shopping Market Place.

O ABILOLADO

MERVAL PEREIRA

Palanques abalados 
O Globo - 31/03/2010

A campanha presidencial de José Serra se defronta com uma crise política de razoáveis proporções no Rio de Janeiro, um dos suportes do tripé da Região Sudeste, que reúne 43% do eleitorado brasileiro e é a com o maior número de eleitores, 55.718.468. Nela, o candidato do PSDB, José Serra, tem 40% das intenções de voto contra 24% da candidata oficial, Dilma Rousseff, vencendo em São Paulo e em Minas e empatando com ela no Rio.

Questões de política regional envolvendo a candidatura ao Senado do ex-prefeito Cesar Maia estão levando a que o candidato a governador Fernando Gabeira, do Partido Verde, que seria sustentado a princípio pela coligação oposicionista PSDB, PPS e DEM, realize um processo de reavaliação da coligação montada que pode leválo a só aceitar se candidatar com a repetição da coligação que quase o levou à vitória na disputa pela Prefeitura do Rio em 2008.

Se efetivar essa decisão, a coligação regional excluiria o DEM, o que criaria uma dificuldade política para a direção nacional do PSDB, que não gostaria de desfazer a aliança com o DEM no Rio.

Não que exista a possibilidade de a crise local repercutir na aliança nacional, mas é um desacordo considerado desnecessário pela direção nacional, e prejudicial à candidatura de José Serra.

Ao contrário, o Partido Verde e setores do PSDB do Rio consideram que a presença do ex-prefeito Cesar Maia na chapa oficial tiraria de Gabeira toda força política de renovação, enfraquecendo sua candidatura em setores da classe média e da intelectualidade do estado, o que poderia inviabilizar a disputa do segundo turno na eleição para o governo, provavelmente contra o governador Sérgio Cabral, do PMDB.

O vereador do PV Alfredo Sirkis, que já foi secretário de Cesar Maia, hoje é talvez o seu maior crítico e foi quem iniciou o movimento contra sua inclusão na coligação oficial.

A melhor solução para os que não querem ver Cesar Maia na chapa oficial seria o DEM lançar uma candidatura ao governo para sustentar a candidatura do partido ao Senado, mas essa não é uma solução que esteja na cogitação do partido.

Também a possibilidade de o DEM indicar outro candidato ao Senado, ficando Cesar Maia para disputar uma cadeira de deputado federal não parece razoável, já que o ex-prefeito do Rio é uma de suas maiores lideranças e está muito bem posicionado na disputa por uma das duas vagas para o Senado.

O presidente nacional do DEM, o deputado federal Rodrigo Maia, se recusa a especular sobre outra hipótese que não seja a reprodução da aliança nacional no Estado do Rio, e considera que as resistências ao nome de seu pai são localizadas, e não refletem o sentimento generalizado nos partidos da coligação.

Ele alega também que, se eventualmente o candidato Fernando Gabeira encontra resistências a Cesar Maia em seu eleitorado, também o ex-prefeito tem dificuldades para fazer com que seus eleitores mais conservadores aceitem a candidatura de Gabeira.

Com empenho político, alega o DEM, a sinergia entre as duas candidaturas poderia ampliar ambos os eleitorados, em vez de resultar em prejuízo.

Gabeira, no entanto, está se convencendo de que a rejeição a Cesar Maia é muito forte em setores vitais para a sua candidatura.

A repercussão que causou nesse público específico uma declaração de posição em seu blog contra a candidatura de Cesar Maia da vereadora Andrea Gouvêa Vieira, do PSDB, registrada na coluna de Zuenir Ventura no GLOBO, só confirmou o que Gabeira vinha sentindo nas suas incursões pelas ruas do Rio.

Por outras razões, e representando outro espectro do eleitorado tucano no Estado do Rio, o prefeito de Caxias, Zito, presidente regional do PSDB, anunciou que não apoia nem Gabeira nem Cesar Maia, e parece inclinado pelo candidato do PMDB ao Senado, Jorge Picciani, ampliando mais ainda a confusão.

A direção nacional do DEM não acredita que esses setores representem a maioria do partido, e lembra que o único político com expressão popular da coligação oposicionista é o ex-prefeito.

De fato, como Gabeira apoiará a candidatura à Presidência da senadora Marina Silva, do PV, não dará seu palanque ao candidato tucano, José Serra, que ficaria sem um suporte político no Rio caso o DEM fosse alijado da coligação.

E Gabeira também não aceita se candidatar a governador sem o apoio formal da coligação de oposição formada pelo PSDB e pelo PPS, pois, isolado com o PV, não teria nem tempo de televisão nem capilaridade política para sua campanha.

Ele chegou a decidir se candidatar a deputado federal, para prescindir do apoio partidário, mas foi convencido pela direção nacional do PSDB a se candidatar ao governo do estado para que Serra tivesse um palanque forte no estado.

O ex-deputado Marcio Fortes, o vice do PSDB na chapa de Gabeira, foi o fiador dessa montagem e agora está empenhado em desfazer a crise política.

Por outro lado, fazendo parte da coligação oficial, Cesar Maia seria o seu político com mais apelo popular, e poderia dar o suporte de que Serra precisa no interior do estado.

Ele aparece sempre como um dos dois candidatos a senador mais votados do Rio, demonstrando uma força política grande no interior do estado e na Zona Oeste, regiões onde também a candidatura de Fernando Gabeira precisaria de apoio.

Gabeira, no entanto, está avaliando que talvez a relação custo/benefício de ter o apoio de Cesar Maia seja ruim para a sua candidatura, e considera que é possível fazer uma campanha no interior do estado sem os tradicionais apoios dos caciques da política.

Tudo parece caminhar para um impasse, mas Gabeira pretende conversar com Serra pessoalmente antes de anunciar sua decisão.

PAINEL DA FOLHA

Salto sem rede  
Renata Lo Prete -

Folha de S.Paulo - 31/03/2010

Ao postergar até a undécima hora a decisão entre ficar no Banco Central ou sair para disputar a eleição, Henrique Meirelles (PMDB) esperava obter de Lula algum sinal de que poderá chegar ao final da novela como companheiro de chapa de Dilma Rousseff (PT).
Mas o presidente, sem prejuízo da simpatia que já nutriu pela ideia, não tem como satisfazer a expectativa de Meirelles. No quadro desenhado hoje, apenas um acidente de percurso tirará a vice das mãos de Michel Temer (PMDB). Diante da sinuca, integrantes do alto escalão da campanha de Dilma passaram a sugerir a Meirelles, com a máxima delicadeza, que permaneça no BC. Ontem à noite ele ainda refletia.

Na missa. Testemunhas das conversas de Lula ontem com os ministros que se despedem do governo, o chefe de gabinete, Gilberto Carvalho, e o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) ganharam o apelido de "coroinhas" do presidente.

Saideira. Derrotado na escolha do sucessor, Reinhold Stephanes (Agricultura) apresentará hoje na transmissão de cargo uma "exposição para reflexão" com temas que fizeram barulho durante sua gestão, como os enfrentamentos com o Meio Ambiente, a discussão sobre índices de produtividade e o Programa Nacional de Direitos Humanos.

Vai encarar? Na conversa em que enquadrou Eduardo Suplicy, a direção do PT-SP sugeriu que, se o senador insistisse em prévias para escolher o candidato ao governo neste ano, poderia ter de enfrentar o mesmo processo daqui a quatro, quando precisará renovar seu mandato.

Overbooking. A direção do PSDB recebeu pedidos de reserva de lugares vindos de 16 diretórios estaduais para o lançamento da candidatura de José Serra, no dia 10 em Brasília. A lotação máxima do local é de 1.500 lugares. Foram chamados todos os parlamentares e prefeitos da sigla.

Sem sotaque. Tucanos procuravam ontem "bandas" e "grupos de folclore" interessados em se apresentar na festa. "A ideia é fazer um evento o mais nacional possível", diz um dos organizadores.

Cruzamentos. De 34% na população em geral, a aprovação ao prefeito paulistano, Gilberto Kassab (DEM), é maior (41%) entre os que consideram o governo Lula ruim ou péssimo, e ainda mais vistosa (53%) entre quem julga o governo Serra ótimo ou bom.

Em campanha. Está em curso uma operação para tentar fazer do deputado distrital Aguinaldo de Jesus (PRB), pastor da Igreja Universal, candidato nas eleições indiretas no Distrito Federal.

Círculo. Quem acompanhou a construção do DEM no DF acha que o ex-vice-governador Paulo Octavio manterá, mesmo fora, um pé no comando do partido. Ontem, Adelmir Santana, herdeiro de sua cadeira no Senado, assumiu a direção da sigla no DF, pós-dissolução do diretório.

Tenho dito. Chamou a atenção, no sonolento depoimento de João Vaccari Neto ao Senado, o fato de o tesoureiro do PT ter manifestado a "certeza" de que não foi citado pelo doleiro Lúcio Funaro em depoimento ao Ministério Público, ao contrário do que as investigações sugerem.

Foi ele. O petista Vaccari deu aos presentes a impressão de querer utilizar o PR (ex-PL) como escudo, ao afirmar que uma única vez se encontrou com Lúcio Funaro, quando este lhe foi apresentado pelo deputado federal Valdemar Costa Neto.

Grão em grão. O Ministério do Meio Ambiente apreendeu ontem, em terra indígena em São Félix do Araguaia (MT), na Amazônia, 180 mil sacas de soja pirata, no valor de R$ 7 milhões. Será tudo leiloado pelo Ministério do Desenvolvimento Social.

Tiroteio

Não temos nada contra a aliança nacional do PT com o PMDB. Só não queremos ver a Dilma de braço dado com o Sarney aqui no Maranhão.

Contraponto

Falem mal, mas...
Em discurso dias atrás na abertura do Fórum Urbano Mundial, no Rio de Janeiro, Lula enumerava realizações do governo nessa área quando notou na plateia a presença de Chico Alencar, que migrou do PT para o PSOL.
-É bom ver o tanto que estamos fazendo, porque a esquerda dizia que isso só seria possível quando chegasse o socialismo, não é mesmo, Chico Alencar?
Brincando, o deputado ensaiou fazer cara de bravo, mas um amigo logo o cutucou:
-Chico, é ano de eleição. A bola do Lula está tão cheia que só o fato de ele citar você no discurso já é lucro!

ELIO GASPARI

A trapaça do rastreador da Oi no Velox 

O Globo - 31/03/2010

A OPERADORA Oi anunciou na semana passada o lançamento de uma ferramenta para a internet chamada "Navegador". Trata-se de um rastreador dos caminhos percorridos na rede pelo cliente de seu serviço Velox. A novidade é apresentada aos consumidores de maneira trapaceada, deselegante. (A operação já começou, pequena e felizmente sujeita a correções, no Rio.)

O mimo é oferecido como uma "facilidade", omitindo que é um rastreador. Quando o "Navegador" entra num computador que usa o serviço Velox, os endereços por onde o cliente passa são registrados pelo programa. A Oi garante que o rastreador passa longe de alguns sítios, inclusive dos que pedem senhas. Além disso, assegura que a identidade do cliente será preservada, pois o "Navegador" atribui ao computador rastreado um algoritmo de 24 dígitos que não pode ser decifrado.

O rastreamento interessa à Oi e aos seus parceiros porque permite a segmentação de público para o mercado publicitário. Assim, uma empresa de turismo pode anunciar só para pessoas que pesquisaram preços de pousadas, e todos ganham com isso. É o que faz o Google.

Quando uma pessoa entra nas suas páginas, seus interesses são registrados e, a partir daí, selecionam-se os anúncios que lhe serão oferecidos na barra lateral da tela.

Há uma diferença entre o Google e o "Navegador" Oi/Velox. No Google, o sujeito entra se quiser, quando quiser, para usar ferramentas que lhe são oferecidas de graça. Velox e Oi são fornecedoras de um serviço remunerado e vendem o acesso à banda larga a 4,5 milhões de clientes.

A Oi trapaceia na maneira como oferece o "Navegador". O sujeito liga a máquina, aciona o Velox e vê uma tela que lhe apresenta a "facilidade" (em relação a quê?). A lisura recomendaria que a empresa mencionasse, de saída, a função rastreadora do "Navegador".

Até aí, manipulam a comunicação. No lance seguinte, recorrem a uma pegadinha para capturar clientes. Quando a tela do "Navegador" aparece, o mimo é oferecido com o aviso de que ele "já está ativo". A tela do "Navegador" permite que o consumidor desative a ferramenta, mas não é assim que se faz. Uma pessoa não pode ser obrigada a desativar algo que não solicitou.

Pouco custaria à Oi informar, com clareza que o "Navegador" rastreará o freguês, garantido-lhe a privacidade. Em seguida, como fazem as boas casas do ramo, ofereceria duas caixinhas: "Quero" e "Não quero". O freguês escolhe e não há mais o que discutir.

A relação entre um consumidor e sua operadora de internet baseia-se em algum tipo de confiança. Se a "facilidade" manipula o idioma e recorre a uma pegadinha, arrisca-se a estimular a suspeita de que, algum dia, não respeitará sua privacidade.

Nesse lance a Oi está associada à empresa Phorm que, em 2008, meteu-se num escândalo na Inglaterra quando se descobriu que rastreava os clientes da British Telecom sem que eles tivessem sido avisados. Teve que fechar a barraca.

Na empreitada do "Navegador" juntaram-se à Oi e à Phorm alguns dos principais portais de comunicação do país. Lá estão o UOL (empresa do Grupo Folha), o iG, o Terra e "O Estado de S. Paulo". Todos deveriam rastrear melhor a maneira como usam suas marcas.

ANCELMO GÓIS

Flagrante delito 

O Globo - 31/03/2010

O MOVIMENTO DOS Sem Calçada andou sumido aqui da coluna, mas não foi por falta de assunto, na incivilidade nossa de cada dia. Veja o exemplo do Jardim Botânico, flagrado segunda, por volta de 10h, pela paisagista Cecília Herzog: o carro oficial, placa de bronze 002, da Câmara de Vereadores de Engenheiro Paulo de Frontin, município do Sul Fluminense, aboletado sobre a calçada da Rua Oliveira Rocha, aquela que fica bem ao lado do Hospital da Lagoa. Conta a engajada leitora que o flagrante delito é comum, não só ali, mas em todo o bairro. Mas há duas agravantes: por ficar em frente ao hospital, a rua é passagem para doentes, e qualquer obstáculo atrapalha; e o carro é de um órgão público, que deveria ser o primeiro a dar exemplo

Dia da saliência
Do deputado Mão Branca (PVBA), explicando por que escolheu 14 de janeiro para “Dia Nacional do Sexo”, como consta de projeto apresentado à Câmara: — É meu nascimento, sou fruto de um ato sexual amoroso.
Não é fofo?

Questão nuclear
Lula decidiu participar, dia 12 de abril, de uma reunião de líderes mundiais sobre segurança nuclear, em Washington.
Desde que defendeu o direito de o Irã manter um programa nuclear pacífico, o presidente brasileiro virou um dos protagonistas deste debate.

País da pirataria
Acredite. Ontem, camelôs da Rua Uruguaiana, no Centro do Rio, já vendiam DVDs piratas do filme “Chico Xavier”, de Daniel Filho, que só estreia sexta.

Não é a primeira vez
Do deputado Paulo Delgado, ex-colega de Benedita da Silva na Constituinte, sobre a derrota da amiga na disputa interna do PT: — Ironia da política de cotas.
Vira e mexe, o PT a aplica contra Benedita.

Direto do Rio
A TAM vai operar no segundo semestre voos diretos do Rio para Frankfurt e Londres.

Tango da Gol
O Ministério do Trabalho de Cristina Kirchner determinou que a Gol pague já e integralmente todos os ex-funcionários da finada Varig na Argentina.

Fogo na mata
Carlos Minc, que deixa hoje o Ministério do Meio Ambiente para disputar a reeleição à Assembleia do Rio, exibia ontem dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais sobre a redução das queimadas na Amazônia.
Segundo ele, a queda foi de mais de 50% nos últimos três meses, em relação a igual período do ano anterior.

Boletim médico
Márcia Cabrita, a grande atriz, está fazendo quimioterapia.
Descobriu um câncer no ovário, há duas semanas: — O fantasma é pior que a realidade. Já conversei com minha família e meus amigos e descobri várias pessoas que passaram por isto e hoje estão bem.

Turma do futebol
Ontem, na derrota do brasileiro Thomaz Belucci no Master Mil de Miami, quem pagou mico foi a torcida brasileira.
A turma, acostumada a futebol, não respeitou a etiqueta do tênis e fez o maior barulho, a ponto de o juiz chamar seguranças para concluir a partida.

Liberou geral
A Vale conseguiu a licença ambiental prévia para a construção da Aços Laminados do Pará, usina orçada em R$ 5,2 bi.
É um passo importante, porque a questão ambiental sempre pareceu obstáculo ao projeto.

Trem da alegria
Projeto de resolução da Mesa da Alerj, presidida por Jorge Picciani, cria 42 novos cargos.
Um será preenchido por gente concursada. O resto é festa.

Matilha na UFRJ
Uma matilha tem apavorado o campus da UFRJ, na Ilha do Fundão. Os cães atacam juntos.
Vários alunos já foram mordidos.
Só no dia 23, foram quatro.

Segue...
Naquele dia, as vítimas tentaram socorro no Hospital Universitário, mas não havia vacina antirrábica. Um professor teve de levá-las em seu carro ao Hospital Lourenço Jorge, na Barra.
A direção do campus recebeu relatos. Um jovem até fez exame de corpo de delito no IML.

O céu de Armando
O vereador carioca Alfredo Sirkis apresentou projeto para dar o nome de Armando Nogueira à península onde funciona o clube de ultraleves, na Barra.
Uma das paixões do jornalista era pilotar pequenos aviões.

Furto de celular
Lembra o furto do celular de Letícia Spiller na academia A!Body Tech, na Barra? Ontem, três oficiais de Justiça levaram intimação à academia.

Via Dutra
A Marambaia, empresa de energia renovável de Luiz Cezar Fernandes, vai se mudar de São Paulo para o Rio.
A CVM e a Bovespa já foram informadas. A empresa vai absorver usinas de etanol e açúcar no Rio, em Sergipe, São Paulo e Mato Grosso do Sul.

EXEMPLO DE beleza que ilumina nossa TV, Christine Fernandes, a atriz, posa num intervalo das gravações de “Viver a vida”, a novela da TV Globo na qual interpreta a médica Ariane

PARA PROVAR que conversa de bamba flui fácil, Zeca Pagodinho, Marcelo D2 e Arlindo Cruz põem o papo em dia no “Pagode do Arlindo”, na Barra

PONTO FINAL
Não depor na Polícia Federal deve ser só uma esperteza processual da defesa. Mas impressiona que, passados mais de quatro meses das denúncias, Arruda não tenha até hoje se dignado explicar à população sua versão dos fatos. É como se diz em Frei Paulo: quem cala consente.

DORA KRAMER

Falha da gerência 

O Estado de S.Paulo - 31/03/2010

O governo federal tem sido indiscutivelmente transparente no uso da máquina pública e competente em suas ações eleitorais em prol da candidatura Dilma Rousseff.


Por isso mesmo foi surpreendente a imperícia exibida na concepção e principalmente na execução do último evento da ministra no governo, para efeito de comunicação política.
Dilma foi apresentada ao País como candidata em fevereiro de 2008, como a "mãe do PAC". Dois anos, muita propaganda, visitas a obras e inaugurações depois, a ideia óbvia era reforçar a dose da imagem da boa gestora com um patrimônio de execuções a ser apresentado ao eleitorado, contra programas de promessas da oposição. Daí o PAC 2 para marcar a saída de Dilma do governo e sua entrada na campanha eleitoral.
Como tese, perfeito. Na prática, deu errado.

Senão tudo, mas o principal, aquela parte em que Dilma Rousseff deveria ser consagrada como a grande e competente gestora, gerente inigualável, mulher de personalidade forte que faz as coisas andarem sem outras preocupações a não ser a eficácia dos resultados.
Pois na hora de colher as honrarias, o presidente Luiz Inácio da Silva foi o primeiro a dizer que não estava satisfeito com o andamento das obras. Cancelou visitas, reclamou, ficou irritado e não apresentou um balanço daquele programa sensacional lançado há três anos.
O governo não divulgou os dados da primeira versão do PAC. Apenas disse genericamente que 40% das ações foram concluídas.

Ainda assim, Lula duplicou a aposta, falou muito em dinheiro que ninguém sabe direito de onde sairá, em compromissos a serem honrados por outrem, e nada disse a respeito das obrigações que ele mesmo assumiu, cuja execução delegou à ministra Dilma Rousseff.

A solenidade de segunda-feira poderia ter sido um momento de excelência para Dilma. A apresentação de um bom balanço, parcial que fosse, poderia dar à população uma ideia de como a ministra trabalhou bem e, portanto, de como seria capaz de trabalhar melhor ainda na condição de presidente.

Evidentemente que o governo não escondeu os resultados do PAC porque quis. Escondeu porque não tinha o que mostrar. E se não tinha o que mostrar é de se supor que a gerente do projeto não tenha cumprido a contento a sua missão.

Ou pelo menos é esta a conclusão lógica, à falta de uma explicação por parte do governo para o fato de ter optado por anunciar uma segunda versão de um programa sem ter concluído a primeira etapa e sem ter fornecido ao público informações corretas e detalhadas a respeito de cada ação.

Enquanto o governo diz que 40% delas foram concluídas, o site Contas Abertas, que acompanha desde o início as execuções do PAC, afirma que foram 11% sem sofrer contestação.

A ideia de lançar o PAC 2 apenas para aproveitar a marca original da candidatura Dilma acabou se revelando contraproducente. O tipo do truque malfeito porque as deficiências da primeira versão chamaram mais atenção que os presumidos benefícios da anunciada segunda etapa.

Os profissionais da área de comunicação da Presidência deveriam ser os primeiros a compreender que não há comparação entre um programa existente, coordenado por uma ministra que deixa o cargo e, portanto, deve prestação de contas, e o anúncio de uma abstração longínqua chamada de continuidade de algo que ainda não se completou.

Vida ou morte. Uma coisa é a fidelidade do PT ao presidente Lula em âmbito nacional, outra coisa é a prática do partido no campo regional. A vaia dos petistas ao ministro Geddel Vieira Lima outro dia na Bahia, a recusa do partido em apoiar a reeleição de Roseana Sarney no Maranhão, a resistência em fechar acordo com o PMDB em Minas prenunciam na campanha uma parceria diferente da convivência em Brasília.

Pelo simples fato de que na província, perto do eleitorado, os quinhentos são outros.

Se não preservar minimamente sua identidade e tentar enquadrar a militância, o partido põe em risco a própria sobrevivência, porque o eleitor não obedece a ordens da direção.

CLÁUDIO HUMBERTO

“A opinião dele (Lula) é que eu fique”
HENRIQUE MEIRELLES, SOBRE SUA SAÍDA DA PRESIDÊNCIA DO BANCO CENTRAL

EM MINAS, AÉCIO PÕE ANASTASIA NO 2º TURNO
Pesquisa Vox Populi indica que, surfando na popularidade de Aécio Neves, Antonio Anastasia, substituto do tucano no governo de Minas, chegará ao segundo turno da disputa pelo governo estadual, seja qual for o adversário. Mas, neste momento, em todos os cenários, o candidato mais forte é o ministro das Comunicações Helio Costa (PMDB), com 43% das intenções de voto, contra 22% de Anastasia. 

OPÇÃO PIMENTEL 
Se a oposição a Aécio Neves apoiar o ex-prefeito de BH Fernando Pimentel, o petista teria hoje 39% dos votos, contra 24% de Anastasia. 

SE FOR PATRUS... 
Em um cenário contra o ministro do Fome Zero, Patrus Ananias, o tucano Antonio Anastásia teria 27% contra 32 do petista.

CONHECIMENTO
Segundo o Vox Populi, 93% dos mineiros conhecem bem Helio Costa, contra 54% que afirmam saber quem é Antonio Anstasia.

PÓ DE MICO 
Diego Maradona foi mordido ontem em Buenos Aires, Argentina, por seu cachorro de estimação. Ambos passam bem.

ADVOGADO: “PALAVRA DE DURVAL NÃO TEM VALOR” 
Orientado pelo advogado, o ex-vice-governador do DF Paulo Octavio não respondeu a Durval Barbosa, delator do mensalão do DEM, que não falou muito na CPI da Corrupção, mas o acusou de achaque. “Isso é um disparate”, reagiu advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, batendo firme no delator: “A cidade não pode ficar refém desse sujeito; não tem moral e sua palavra não tem qualquer valor jurídico”. 

ACHAQUE
Durval Barbosa disse à CPI da Corrupção porque estava “cansado de ser achacado” por José Roberto Arruda e Paulo Octavio.

SÓ COM PERÍCIA
Kakay disse que só os vídeos da Durval Filmes têm valor, “mas mesmo assim precisam ser periciados pela Polícia Federal”.

“SEM PROVAS” 
O advogado de P.O. diz que a PF consegue confirmar apenas 5% das acusações de Durval: “Ninguém apoiou suas acusações”.

SONÂMBULO E CEGO 
O senador Eduardo “lexotan” Suplicy exagerou na dose, no Senado: elogiou Lula, d. Marisa e até os filhos do presidente “pelo apoio” ao “belíssimo trabalho” na política externa. Até Lula deve ter corado.

MODA CHINESA 
A China está na moda no governo: quem vai com um assessor dia 9, e volta dia 20, é o ministro Jorge Félix (Segurança Institucional). A local incerto no exterior vão oito arapongas. Tremei, cartões corporativos!

PARA O MARIDÃO
Paulo Octavio se manteve discreto, na inauguração do shopping Iguatemi Brasília, do qual é parceiro. Mas, ao cortar a fita, sua mulher Anna Christina Kubitscheck, com lágrimas nos olhos, apontou para ele e afirmou: “É para você”. E ele se emocionou.

ESCAPADA
No auge das manifestações de entidades controladas pelo PT em São Paulo, semana passada, José Serra pegou um jato e passou o dia em BH, incógnito, enquanto divulgavam que ele estava no Bandeirantes. 

O JOGO VERMELHO
No dia 9, o deputado palmeirense Aldo Rebelo (PCdoB-SP) lança seu segundo livro em um mês, “O jogo vermelho”. Conta o histórico clássico Palmeiras 3x1 Corinthians, em 1945. O objetivo era arrecadar fundos para o Partido Comunista do Brasil em plena ditadura Vargas.

“CHAMA EU”
O presidente Obama, dos EUA, está com um problemão: convencer o colega francês Nicolas Sarkozy, que o visita, a mandar mais tropas ao Afeganistão. Ora, por que eles não chamam “o cara” do Brasil?

DINHEIRO AO VENTO
O erário procura desesperadamente o bolsista do CNPq Alexandre de Lemos Pereira, pesquisador da Universidade Federal de Pernambuco. O Tribunal de Contas da União apurou que ele deve R$ 4,1 milhões por abandonar o 
doutorado em 2008: fez duas pesquisas e tchau.

DEPUTADO APOLINÁRIO 
O jornalista Apolinário Rebelo, que é irmão de Aldo Rebelo, deixou seu cargo de diretor de Esporte Universidade no Ministério do Esporte para disputar mandato de deputado distrital pelo PCdoB-DF.

PENSANDO BEM...
... A Bancoop é o PAC dos aloprados. 

PODER SEM PUDOR
INCERTA NA MADRUGADA 
Jânio Quadros era prefeito de São Paulo, em 1954, e numa “incerta” à delegacia de costumes, pela madrugada, viu dois policiais jogando cartas e o carcereiro cochilando. Pegou as chaves sem ser visto e abriu as celas. Um policial o viu de relance e não acreditou: “Tem um zumbi aí com a cara do prefeito!”, gritou. Jânio apareceu diante deles:
– Acabo de libertar bêbados, prostitutas e maridos enciumados que vocês prendem só para azucrinar. Quanto aos senhores, jogadores aplicados e policiais displicentes, serão demitidos amanhã, a bem do serviço público! 

A TERRORISTA MENTIROSA

QUARTA NOS JORNAIS

Globo: Pressão dos EUA sobre o Irã pode atingir Petrobras

Estadão: EUA e Brasil discutem montar no Rio base civil antinarcotráfico

Correio: Wilson fica no GDF e não disputa reeleição

Valor: Siderúrgicas elevarão preço do aço em até 14,5% em abril

Jornal do Commercio: Corre-corre por peixe mais barato