terça-feira, março 23, 2010

PARA HIHIHI



 APOSENTADORIA 
Quando apresentei minha documentação para a merecida aposentadoria do INSS, a atendente pediu a carteira de identidade pra confirmar minha idade...
Procurei e percebi que esquecera o documento em casa.
- Vou até lá buscar e volto em seguida.
A mulher me disse:
- Desabotoe a camisa.
Abro a camisa meio sem jeito e revelo meu torax cheio de cabelos grisalhos e ela comenta:
- Esse cabelo prateado é prova bastante para mim, e processa o protocolo, recebendo a documentação.
Quando cheguei em casa e contei pra 
minha velha sobre a experiência no guichê do INSS, ela me disse:
- Você devia ter baixado as calças. Ia conseguir uma aposentadoria melhor:
 por invalidez!

ARNALDO JABOR

A anormalidade ficou "normal"

O GLOBO - 23/03/10

Quando comecei a escrever, jurei que jamais abriria um artigo com a velha técnica: "Estou diante da página branca..., mas falta-me um assunto" ou "a tela vazia do computador brilha pedindo um tema, mas nada me ocorre". Jamais usei essa desculpa de articulista sem inspiração. E mantenho a promessa. Só que hoje não sou eu que estou sem assunto - é o Brasil. O governo nos surrupiou, entre outras coisas, o "assunto". Lula repete o "espetáculo permanente" inventado por Jânio Quadros. E seus atos e fatos pautam o país.
É uma forma sutil de controlar a imprensa, obrigando-a a discutir ou refutar "factoides" que nos lançam o tempo todo. Somos obrigados a discutir falsas verdades e denúncias vazias, em meio ao delírio narcisista de que o Brasil é Lula, de que existimos para celebrá-lo ou odiá-lo.
Esse primitivismo paralisa os acontecimentos nacionais. Ou pior, parece acontecer muita coisa no país, mas nada de real está se concretizando, além do óbvio previsto: estouro das contas públicas, obras de pacotilha, empreguismo, ideologismo ridículo e terceiro-mundista. Os escândalos "parecem" acontecimentos.
O PT encobre falcatruas em nome do poder, que eles chamam de "ideal socialista" ou algo assim. Tudo que acontece se coagula, coalha como uma pasta, uma "geleca", um brejo de não-acontecimentos onde tudo boia sem rumo. Ou então são eventos disparatados: um dia Lula está com o Collor; no outro, com o Hamas.
Uma visão crítica e racional sobre o Brasil ficou inútil. A maior realização desse governo foi a desmontagem da razão. Podemos decifrar, analisar, comprovar crimes ou roubos, mas nada acontece. Fica tudo boiando como rolhas na água. A sinistra política de alianças que topa tudo pelo poder planeja com descaso transformar-se numa espécie do PRI mexicano. Desmoralizaram o escândalo, as indignações, a ética (essa palavra burguesa e antiga para eles)... Esses pelegos usurparam os melhores conceitos de uma verdadeira esquerda que pensa o Brasil dentro do mundo atual, uma esquerda que se reformou pelas crises do tempo, antes e depois da queda do muro de Berlim. Eles se obstinam em usurpar o melhor pensamento de uma genuína "esquerda" contemporânea, em nome de uma "verdade" deformada que instituíram.
Sinto-me um idiota (mais do que já sou, ai de mim...) e parece que ouço as gargalhadas barbudas de velhos sindicalistas como Vaccari, Vaccareza, Vanucci: "Ahh, pode criticar... Estamos blindados, tanto quanto os companheiros Sarney ou Renan...".
As velhas categorias para explicar o Brasil morreram. Já há uma pós-corrupção, uma pós-direita (disfarçada de "esquerda").
Somos uma sopa onde flutuam as eternas colunas sociais, com os sorrisos e as bundas nuas, as velhas madames e as novas peruas, os crimes, as balas perdidas, as revoltas nas prisões.
Já vivi épocas de cores mais vivas. O pré-64 era vermelho, não só pelas bandeiras do socialismo, mas pelo sangue vivo que nos animava a construir um país, romanticamente. Era ilusão? Era. Mas tinha gosto de vida. A minha esquerda já foi sincera. Hoje é essa trama pelega. E a ditadura de 64, aquele verde-oliva que nos cercou como uma epidemia de vil patriotismo? Era terrível? Sim. Mas nos dava o "frisson" de lutar contra o autoritarismo ou de sermos "vítimas" das porradas da história.

Já passei pelas drogas e desbundes da contracultura, pelos depressivos anos cinzentos post-mortem de Tancredo, passei pelos rostos amarelos e verdes do "impeachment", pelo azul da esperança do Plano Real. E hoje? Qual é a cor de nosso tempo? Somos uma pasta cor de burro quando foge, uma cobra mordendo o próprio rabo, um beco sem saída disfarçado de progresso, graças à vitalidade da economia que o Plano Real permitiu.
Somos tecnicamente uma "democracia", que é vivida como porta aberta para oportunismos, pois a "cana" é menos dura... Democracia no Brasil é uma ditadura de picaretas. O povão prefere um autoritarismo populista e os intelectuais sonham com um socialismo imaginário que resolva nosso bode "capitalista", quando justamente o injusto capitalismo seria a única bomba capaz de arrebentar nosso estamento patrimonialista de pedra. Quem quiser alguma positividade é "traidor". A miséria tem de ser mantida "in vitro" para justificar teorias velhas e absolver incompetência. A Academia cultiva a "desigualdade" como uma flor... Utopia de um lado e burrice do outro impedem a agenda de nossas reformas urgentes, essenciais para nossa modernização, que grossos barbudos chamam de "neoliberalismo".
Nos Estados Unidos, tempo é dinheiro; no Brasil, a lentidão é a mola mestra do atraso. O Brasil gira em volta de si mesmo.
Somos feitos de sobras do ferro-velho mental do país, de oligarquias felizes e impunes, de um Judiciário caquético, das caras deformadas de políticos, das barrigas, das gravatas escrotas, da gomalina dos cabelos, das notas frias, da boçalidade dos discursos, dos superfaturamentos, tudo compondo uma torta escultura, um estafermo fabricado com detritos de vergonhas passadas, togas de desembargadores, bicheiros, cérebros encolhidos, olhos baços, depressões burguesas, hipersexualidade rasteira, doenças tropicais voltando, dengue, barriga d´água, barbeiros e chagas, cheiros de pântano, ovos gorados, irresponsabilidades fiscais, assassinos protegidos no Congresso, furtos em prefeituras, municípios apodrecidos, decapitações, pneus queimados, ônibus em fogo.
No caos não há eventos. Para haver acontecimentos, tem de haver uma normalidade a ser rompida. Mas, nada acontece, pois a anormalidade ficou "normal".
Tenho a sensação de que uma coisa espantosamente óbvia e sinistra está em gestação.
Por isso, gosto de citar a frase da bruxa do "Macbeth": "Something wicked this way comes" (Shakespeare). Tradução: "Vem merda por aí!..."

Nossa chance única de modernização pode virar um "chavismo cordial".

SONIA RACY - DIRETO DA FONTE

Uma lá, outra cá 

O Estado de S.Paulo - 23/03/10

Lula voltou do Oriente Médio, nas contas de alguns diplomatas, com o jogo "empatado". Se desagradou a Israel, por não visitar o túmulo de Theodore Herzl, na Jordânia ele também tomou decisão nada cortês, ao recusar convite do rei Abdullah II para ir com Marisa, a bordo do helicóptero real, visitar as famosas ruínas de Petra.

E por que recusou? Porque, pelas regras do Estado brasileiro, presidente só pode utilizar helicópteros da FAB.
Fantasia
Ao ser indagado sobre a intenção de fazer um IPO na BTG, André Esteves disse que não.

Portanto, não deve ser verdade que contratou a Goldman Sachs, o Crédit Suisse, o Santander e o próprio Pactual para essa tarefa, em que pretenderia conseguir algo como US$ 2 bilhões.

Como também não deve ser real a reclamação de sócios que não gostaram da formatação.
Vai decolar?
Nelson Jobim não quis se arriscar, durante evento em São Paulo no fim de semana, a dizer quando o governo Lula anunciará o novo caça da FAB.

Pode ser que se realize, assim - mas com um ano de atraso - a previsão feita no início de 2009, por Juniti Saito: a de que a decisão sairia a 23 de abril, Dia da Aviação de Caça.

À coluna, Jobim definiu como avanço a nova posição da Aeronáutica, que já não pende mais para o caça sueco Grippen. A mudança, ponderou, deveu-se à melhora de preço e do pacote tecnológico do Rafale francês - o virtual escolhido.

Mr. América
Ver a exposição de Andy Warhol na Estação Pinacoteca, com explicações do curador Philip Larratt-Smith, no sábado, foi um privilégio.

E só reforça o que já se sabe do rei da pop-art: apesar da sua frase premonitória - a de que o mundo futuro seria cheio de celebridades cuja fama duraria 15 minutos - a cada dia ele se firma como eterno.

Mr América 2
Warhol só não teve como adivinhar que o american dream sofreria um baque mundial. Não que acreditasse nele: ao ser indagado a respeito respondeu que não acreditava, mas que "podemos ganhar muito dinheiro com ele."
Agora, nem tanto.


Noite de prêmio
Nazik Hariri, viúva do ex-premiê do Líbano, Hafik, desembarcou ontem na base militar do Rio em seu Boeing 777 particular. É a convidada ilustre de premiação a ser feita pela Fundação Hariri.

Hospedada no Copa, participará de jantar no Sofitel e entregará prêmio ao primeiro-ministro turco Tayyip Erdogan, por seu esforço de paz no Oriente Médio.
Nazik deixa o País amanhã.

Laços Estreitos
Como era de se esperar, Lula disse sim. Convidado por Obama, vai dia 12 a Washington participar de uma cúpula sobre segurança nuclear.

Apagão?

Não fez sucesso, entre os investidores, o formato do edital de licitação de Belo Monte.

Pressão ou não, acreditam que se corre o risco de haver uma concorrência "vazia". Ou seja, sem nenhuma proposta.

Amor em cartas
Sucesso no Royal Shakespeare, de Londres, e na Broadway, chega aqui no segundo semestre a peça Ligações Perigosas.
Roteiro de Christopher Hampton, baseado no clássico de Choderlos de Laclos.

Na estrada

Será Belo Horizonte a primeira cidade visitada por Dilma assim que deixar a Casa Civil. Depois de contatos com prefeituras de toda a região, durante dois dias, a candidata vai passar uma tarde em Ouro Preto.
Ao lado do prefeito Angelo Oswaldo, seu companheiro de escola na infância.

Sampa chinês

Com ajuda de Daniela Thomas e Felipe Tassara, a Emurb apronta até abril o enorme painel para a Expo Xangai, que começa em maio. O "Dia de São Paulo" da feira será 4 de junho.

Na frente

Drauzio Varella lança seu novo portal, hoje, no anfiteatro do Hospital Sírio-Libanês.

Xodós da nova MPB, Céu e Thiago Pethit escolheram a mesma diretora para seus clipes: Vera Egito.

Carlos Teixeira vai representar o Brasil na mostra Architects Build Small Spaces. Em junho, no Victoria & Albert Museum, de Londres.

João Ometto, Leonardo Burti, Guto Negrão e Henry Visconde são alguns dos pilotos que competirão no Mini Challenge Cup. Prova de Stock car, sábado, em Interlagos.

Gregori Warchavchik para visitação. A casa projetada por ele, no Pacaembu, com móveis de sua autoria, integra a mostra Modernista 80 Anos. Sexta-feira.

Julio Anguita promove leilão de gado simental no sábado, na Fazenda Boa Vista, em Boituva. Em parceria com Ivan Zurita, Hebe Camargo e Ana Maria Braga.

Aécio Neves participa hoje de homenagem a seu avô Tancredo. Na ABL, com palestra de Eduardo Portella.

Formou-se fila enorme na Pinacoteca, sábado, para ver a mostra de Andy Warhol. Só depois é que os "filantes" perceberam que a exposição abriria a quatro quadras dali - na Estação Pinacoteca.

UM PUTEIRO CHAMADO BRASIL

MERVAL PEREIRA

A mudança chegou 

O Globo - 23/03/2010

Foi uma vitória histórica, embora Obama não tenha conseguido nem aprovar o projeto original de reforma do sistema de saúde, que era muito mais abrangente, e nem uma colaboração do Partido Republicano para a aprovação com votação suprapartidária.

Não teve um mísero voto republicano, diferentemente das medidas econômicas para combater a crise, que contaram com o apoio de um ou outro republicano.

Mas conseguiu pelo menos a unidade do Partido Democrata para aprovar uma reforma que está em pauta há cerca de 50 anos.

A última derrota foi em cima da atual secretária de Estado, Hillary Clinton, que assumiu a tarefa de aprovar a reforma da saúde no governo do marido, Bill Clinton, e não obteve sucesso.

Não foi por acaso, portanto, que ela, depois de derrotada nas prévias do Partido Democrata, ao aderir à candidatura Obama deixou seu recado afirmando que não via a hora de assistir à cerimônia na Casa Branca de assinatura do programa que amplia a todos os cidadãos os serviços de saúde pública, base de sua campanha, um compromisso que fez seu adversário vitorioso assumir.

Foi uma vitória política importante para o presidente americano, num momento em que ele está com o prestígio político decadente devido principalmente às consequências da crise financeira de fins de 2008.

Paradoxalmente, a crise que reforçou sua candidatura presidencial, tendo tido papel fundamental na eleição, hoje mina seu prestígio junto aos eleitores e lhe rende prejuízos na popularidade, especialmente pelo desemprego que continua alto, confirmando a previsão mais pessimista de que a perda de empregos continuaria alta até este ano de 2010, saindo de 7,5% para chegar à casa dos 10%.

O pequeno recuo verificado em janeiro, para 9,7%, foi considerado uma boa notícia, mas nada indica que o índice de desemprego recue substancialmente nos próximos meses.

Embora nada parecido com a crise de 1929, que colocou 25% da força de trabalho no olho da rua, um índice de desemprego de dois dígitos é um número assustadoramente alto para os Estados Unidos, e vem roubando índices de aprovação de Obama, que hoje tem mais gente contra do que a favor de seu governo.

O governo Obama terá também uma disputa judicial importante pela frente, pois alguns estados e muitas organizações civis estão acusando a reforma de inconstitucional.

O país continua dividido em torno da reforma, e, além dos aspectos individuais, há uma questão coletiva de importância, o aumento do déficit público, já imenso devido às dívidas que o Estado teve que assumir para tentar controlar a crise financeira.

O presidente Barack Obama precisava vencer politicamente essa batalha do plano de saúde no Congresso para ganhar fôlego para enfrentar a batalha da opinião pública, cujo primeiro teste serão as eleições de meio de ano, quando tradicionalmente os governos ou perdem a maioria no Congresso ou reduzem sua vantagem.

Seu plano de governo está baseado em um tripé, no qual a melhora nos sistemas de saúde e seguridade social tem papel primordial.

Não apenas porque ela é necessária no momento em que o desemprego está alto, mas também pelo espírito de solidariedade que ela embute.

Os outros dois suportes são a renovação da infraestrutura do país, com a modernização dos serviços públicos e a implantação de um sistema moderno de telecomunicação; e a indústria baseada nas energias renováveis, limpa e verde.

São conceitos modernos de gestão pública que mudam a maneira de viver do americano médio, tanto na redução do consumo do petróleo quanto na solidariedade social.

É importante fixar na sociedade americana esse conceito de solidariedade, desde a utilização de automóveis e combustíveis menos poluentes até a cobertura de saúde para todos, a necessidade de as pessoas deixarem seu individualismo de lado para preservar o meio ambiente ou apoiar os mais necessitados.

Houve um momento durante as negociações para a aprovação do plano na Câmara em que o presidente Obama pensou em desistir, segundo um relato do “The New York Times”.

A presidente da Câmara, Nancy Pelosi, foi quem o manteve na disputa, não apenas dando-lhe o suporte necessário para a luta política dentro do próprio Partido Democrata, quanto cobrando dele o engajamento que ela e outros líderes da legenda estavam tendo.

Os congressistas aprovaram o projeto de lei que já havia passado pelo Senado com uma votação apertada, de 219 deputados favoráveis e 212 contrários, justamente o tamanho da maioria governamental.

Como em seguida aprovaram modificações (220-211), o assunto voltará para ser votado no Senado durante esta semana, antes de ser promulgado por Obama.

A reforma, do jeito que foi aprovada, eleva a 95% o índice de cidadãos americanos com menos de 65 anos com plano de saúde privado.

A importância da votação fez o presidente americano adiar uma viagem pela Ásia para obter os apoios necessários para a aprovação do projeto de reforma.

O governo agora começará uma ampla campanha de relações públicas para tentar mudar a percepção dos americanos sobre o novo programa de saúde.

É uma mudança de comportamento que ainda não está assimilada pela maioria da sociedade, e gera muitos protestos. Na noite da vitória na Câmara, o presidente Barack Obama fez um discurso em que classificou a votação como tendo “a cara da mudança”.

Ele colocou a aprovação das novas regras para a saúde como sendo uma resposta da classe política “ao chamado da História”, afirmando que em vez de temer pelo futuro, “demos forma a ele”.

A mudança proposta na campanha de Obama começou a dar frutos. Agora, ele tem que convencer a maioria dos cidadãos de que este é o caminho certo.

JOSÉ SIMÃO


Socuerro! Nardoni mata o português!

Folha de São Paulo - 23/03/10

Já sei o que vai passar a semana inteira na Sonia Abrão. Nardoni Week! Caso Isabela reloaded!


BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Direto do País da Piada Pronta!
Promoção em motel na via Dutra: "Apressadinha, R$ 34". Não é mais rapidinha, é apressadinha. A apressadinha come cru.
E sabe por que o Lula parou de beber? Pra não ver duas Dilmas.
E eu já sei o que vai passar a semana inteira na Sonia Abrão: julgamento da família Nardoni. Nardoni Week! Socuerro! Me mate um bode! Vai começar tudo de novo! Caso Isabela reloaded! E reparou que todos da família Nardoni têm cara de lobo? Então não é uma família, é uma matilha! E ele parece o Hannibal Canibal e ela parece a Maria de Fatima de "Vale Tudo"!
E o estacionamento do fórum tá bombando: 50 veículos de comunicação! E esse Nardoni matou mesmo o português: "Meus filhos É tudo na minha vida. Eu e a minha familia SE unimos muito".
E buemba 2! Finalmente prenderam o Maluf. Procurado pela Interpol em 181 países, ele ficou preso no Brasil. Rarará! O Brimo Maluf! Chique! Wanted! BROGURADO! Mas ele nunca mentiu: "Eu não tenho dinheiro no exterior". Não tem mesmo. O dinheiro não é dele, é nosso! Rarará!
E o Dunga tá ferrado: Ganso quer ir pra Copa. Pra fazer dupla com o Pato? "Avecídio" na Copa: come o pato e afoga o ganso!
Ontem foi o Dia Mundial da Água! Não pode desperdiçar água. Vou colocar aquela minha placa no chuveiro: "Lave apenas o que for usar HOJE". Aí, um amigo falou: "Mas eu só vou usar o cartão de crédito!". Cena erótica em chuveiro agora só em filme. Sabe aquela sensação da água batendo no corpo? Esqueça! E sabe o que uma modelo fez pra economizar a água do planeta? Lavou o cabelo no salão! O que você faz pra economizar a água do planeta? Lavo o cabelo no salão! Rarará!
E desperdício mesmo é a Vera Fischer que não faz sexo há três anos. Isso que é desperdício! E se acabar a água do planeta, eu tomo Coca-Cola! Pronto! É mole? É mole, mas sobe!
Antitucanês Reloaded, a Missão. Continuo com a minha heroica e mesopotâmica campanha "Morte ao Tucanês". É que no interior de São Paulo tem a placa: "Chácara Paraíso! Vende-se cobertura de jumento pega!" Ueba! Mais direto, impossível. Viva o antitucanês! Viva o Brasil!
E atenção! Cartillha do Lula. O Orélio do Lula. Mais um verbete pro óbvio lulante. "Fomento": companheiro com fome de jumento! O lulês é mais fácil que o ingrêis. Nóis sofre, mas nóis goza. Hoje só amanhã! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

PAINEL DA FOLHA


Para a plateia
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 23/03/10

Nenhuma liderança do DEM dirá isso em público, mas, na contramão do que declarou o presidente do partido, Rodrigo Maia, poucos acreditam que, se Aécio Neves não aceitar ser vice do também tucano José Serra, a vaga será necessariamente ocupada por um "demo". Pode acontecer. Mas, mesmo se não acontecer, o DEM tende a marchar com o PSDB, porque na prática não lhe resta alternativa.
A dificuldade em indicar o vice não se deve apenas ao desgaste sofrido pelo partido com o mensalão de Arruda, mas também à carência de opções. Mencionada por Maia, a senadora Kátia Abreu jamais foi seriamente cogitada por Serra, além de não contar com o apoio de parcela expressiva de seus correligionários.


Vespertino. Será na tarde do próximo dia 31 a cerimônia em que José Serra transmitirá o cargo de governador a Alberto Goldman para sair candidato à Presidência.
De molho. Dois dias depois de ter dado entrevista assumindo a condição de candidato, Serra registrou no Twitter que aproveitou o domingo para "ficar de bico fechado". O tucano explicou: "É que estou rouco. Inflamação nas cordas vocais ou coisa que o valha".
Páreo 1. Pesquisa telefônica feita para o PSDB nos dias 13 e 14 de março traz Serra com 44% das intenções de voto em Santa Catarina, contra 18% de Dilma Rousseff (PT), 14% de Ciro Gomes (PSB) e 6% de Marina Silva (PV).
Páreo 2. Os tucanos se preocupam com a confusão no PMDB-SC, que fará prévias para escolher um pré-candidato apesar da resistência do governador Luiz Henrique, pró-Serra. Por ora, este tem garantido o palanque de Raimundo Colombo (DEM).
Então tá. Em resposta ao anúncio de que o PMDB terá candidato, descartando o apoio a Colombo, o DEM deixou ontem cerca de 20 cargos no governo Luiz Henrique.
Deixa estar. A ala do PMDB-SP favorável a acordo com os tucanos aposta que o correligionário Francisco Rossi ainda fará marola, mas não conseguirá viabilizar candidatura a governador.
Arrastão. O PT de São Paulo ainda não abandonou o projeto de construir para Dilma no Estado um palanque único, encabeçado pelo senador Aloizio Mercadante. Falta convencer Paulo Skaf (PSB) a abandonar a pré-candidatura.
Será? A ideia de dar ao deputado federal Tadeu Filipelli (PMDB) o posto de vice na chapa de Agnelo Queiroz ao governo do Distrito Federal enfrenta resistências no PT candango. Uma ala do partido enxerga com preocupação o fato de o PMDB não ter punido seus deputados distritais envolvidos no mensalão.
Atravessado. Os 43% obtidos por Geraldo Magela nas prévias contra Agnelo credenciam o deputado a reivindicar uma vaga na chapa para o Senado. Resta saber se ainda haverá clima depois da nota divulgada ontem, na qual Magela sugere que "o uso do poder econômico" contribuiu para a vitória de seu adversário.
Calma nessa hora. Em meio à polêmica sobre a votação do projeto que legaliza os bingos no país, o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), avisou a aliados que cogita convocar uma comissão especial para discutir melhor os prós e os contras envolvidos na matéria.
Sem mágoa. Desprestigiado por Lula, que não foi à sua posse, o presidente eleito do Chile, Sebastián Piñera, desembarca em Brasília no dia 9 para uma visita oficial.
Ops! O site do governo do Amapá mantém uma "nota oficial" sobre a morte do governador Waldez Góes (PDT) -que está vivo. O texto, de 28 de janeiro, não passa de pegadinha de hacker, desmentida horas depois de ir ao ar. Mas esqueceram de deletar.

com SILVIO NAVARRO e LETÍCIA SANDER

TIROTEIO
Só se ele se referia à nova ética que nasceu no governo Lula: a ética delubiana. 

Do senador ÁLVARO DIAS (PSDB-PR), sobre o tesoureiro do mensalão, Delúbio Soares, que, falando a uma turma de formandos em Goiás, ensinou que "é importante ter ética em tudo o que se faz na vida".
Contraponto

Fale com ele Enquanto corria a reunião da Mesa Diretora da Câmara, na semana passada, Marco Maia (PT-RS) acompanhava pelo celular a divulgação dos resultados da mais recente pesquisa Ibope sobre a sucessão presidencial.
A cada novo número anunciado, o deputado aproveitava para provocar o colega ACM Neto (DEM-BA):
-Dilma encosta em Serra! Essa é pra você, Neto!
E logo em seguida:
- A aprovação do Lula subiu! Essa também é pra você!
Na terceira vez, o "demo" decidiu reagir:
-Puxa vida, está aí bem ao seu lado o Rafael Guerra (PSDB-MG). Provoca ele, que é tucano!

DORA KRAMER


Conflito de interesses 

O Estado de S.Paulo - 23/03/2010

Em se tratando de PMDB há sempre uma grande chance de ser apenas um jogo de cena. Se for isso, essa história de programa de governo moderado, equilibrado, elaborado pelo até outro dia ministro Roberto Mangabeira Unger, para ser apresentado no dia 8 de maio como contraponto à radical proposta lançada no Congresso do PT em fevereiro, é só mais uma daquelas desculpas que o PMDB arruma para dar um caráter doutrinário à adesão.


Mais ou menos como aqueles 7 pontos de compromisso firmados quando da reeleição do presidente Lula, mediante os quais a ala até então oposicionista passava a ser governista.

Eram eles: aprovação das reformas política e tributária; crescimento econômico acima de 5%; manutenção dos gastos correntes abaixo do crescimento do PIB; consolidação das políticas de transferência de renda; renegociação das dívidas dos Estados; fortalecimento da Federação; acompanhamento das ações do governo por intermédio de um conselho político.

Assinada a carta de intenções, nunca mais se falou no assunto. Pode ser que o programa de governo tenha o mesmo destino.

Ou não, já que, se o governo ganhar a eleição, imagina-se que os partidos tenham muito mais destaque, pois não haverá a presença de Lula que a tudo apaga. Pelo menos é com isso que conta o PT e talvez seja com isso que esteja contando o PMDB ao arvorar-se o direito de, como parceiro da aliança, apresentar um programa de governo próprio.

Independente a ponto de ser qualificado por um de seus arquitetos, o deputado Eliseu Padilha, como o "primeiro passo" para uma candidatura própria. Agora ou futuramente.

O que quis dizer ele, que não há chance de a aliança com o PT se concretizar? Pelo jeito, não. Disse que é o início de uma trajetória em que o PMDB firmará posições, executará políticas, imprimirá sua marca.

Sim, mas o governo, a Presidência, é do PT. O eleitor não vota no vice, escolhe o presidente e, no caso, mais ainda, estará optando pela continuidade, pela extensão de Lula.

Se o PMDB na condição de coadjuvante já se comporta como quem se vê como presumido coautor da Presidência imbuído de uma concepção de governo oposta à do partido titular, há em preparação um substancioso contrato de conflito de interesses a ser executado a partir de 2011, se a vitória vier.

Battisti. Faz quatro meses que o Supremo Tribunal Federal decidiu pela extradição do ex-ativista italiano Cesare Battisti, mas transferiu a palavra final ao presidente da República, que, no entanto, só pode se pronunciar depois da publicação do acórdão, vale dizer, da formalização da sentença.

O acórdão só sai depois que o ministro relator do processo libera a ementa (resumo) do voto para os outros ministros se pronunciarem a respeito. Até agora o relator, Cezar Peluso, ainda não distribuiu a ementa para os outros ministros e, pelas regras do tribunal, não há prazo para isso.

O procedimento parece vagaroso, mas já foi muito mais. Até os anos 90 era comum os acórdãos levarem de 10 a 15 anos para ser publicados. Agora, a partir da liberação do ministro relator, se os outros não se pronunciarem em 20 dias, o pressuposto é o de que há concordância com o texto da ementa original.

Embora seja difícil saber quando Peluso, que toma posse na presidência do STF em 23 de abril, vai liberar o voto, a expectativa é a de que seja neste ano.

Alerta. Na reunião da véspera da apresentação ao Congresso do projeto do governo do novo modelo de exploração do petróleo pelo sistema de partilha o clima ficou tenso, o governador do Rio, Sergio Cabral, trocou desaforos com o ministro Franklin Martins e a certa altura o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, avisou: "Presidente, o senhor está nos empurrando para a oposição."

O pré-sal, concebido pelo governo para ser um tema de campanha a favor, agora corre o risco de entrar na roda eleitoral no sentido contrário.

ELIANE CANTANHÊDE


Gilmar, Nardonis e os bodes
FOLHA DE SÃO PAULO - 23/03/10

BRASÍLIA - A Justiça é cega, surda e muda, mas de mudo Gilmar Mendes não tem nada. Muito menos na presidência do Supremo.
Gilmar fala -e fala muito. Obstinado (ou teimoso, como dizem seus amigos), ele mergulhou em duas cruzadas de caráter inclusive didático. Numa, ficou rouco de tanto falar em Estado de Direito e surdo à gritaria da opinião pública. Na outra, viajou de Estado em Estado para averiguar e melhorar condições e procedimentos da Justiça.
A principal marca de sua gestão são os dois habeas corpus a favor do banqueiro Daniel Dantas e contra o que ele chama de "conúbio espúrio de polícia, juiz e membro do Ministério Público", à frente o delegado da PF Protógenes Queiroz, imbuído de um espírito justiceiro que, quanto mais encanta as pessoas, mais perigoso se torna. Foi o pior momento para Gilmar, mas ele sobreviveu, Protógenes caiu.
Acusado de proteger os bulldogs num dos países mais desiguais do mundo, o maior orgulho de Gilmar foi tentar salvar vira-latas das cadeias pulguentas país afora. Na sua contabilidade, resgatou 20 mil.
Gente que estava presa sem motivo, sem defesa, fora de prazo -ilegalmente, portanto. Muitos durante meses, anos, vidas.
O Brasil muda de patamar em várias áreas, mas precisa de mais determinação para punir desmandos de poderosos (quem pode pode...) e poupar desdentados e injustiçados.
Gilmar, porém, está convencido de que não se resolvem as coisas com bodes expiatórios, enquanto a opinião pública -como se vê justamente neste momento, com o casal Nardoni- adora bodes expiatórios para fingir que somos mais justos.
Na entrevista de Gilmar à 
Folha de ontem, sua melhor provocação é que "às vezes os confrontos são necessários". É verdade. Avanços não se fazem com bom-mocismo, acomodação e muito menos covardia, três condições que não cabem em Gilmar Mendes. Só que isso tem custo. Ele bem sabe o quanto.

ANCELMO GÓIS

As obras 

O Globo - 23/03/2010

As Obras do Centro Cultural Waly Salomão, do AfroReggae, em Vigário Geral, vão de vento em popa.

Funcionará 24h e será inaugurado dia 5 de maio. A Secretaria estadual de Obras investiu R$ 887 mil na construção, que foi atingida ano passado por tiros e precisou ser refeita. Além de abrigar a sede do AfroReggae, o local será centro de excelência de qualificação em música, dança e teatro. Terá até estúdio de gravação para aulas de batidas eletrônicas e receberá DJs internacionais para ministrarem cursos

Diário Oficial
O pai de Leonardo Moura, o lateral-direito do Flamengo, é segurança dos quadros da Assembleia Legislativa do Rio.
Mas estava “à disposição”.
Convocado, voltou ontem ao batente.

Obras do Engenhão
A estrutura do Engenhão, o estádio construído para o Pan de 2007, tem apresentado problemas que não têm só a ver com manutenção, segundo a prefeitura do Rio.
Eduardo Paes convocou uma reunião com as empreiteiras e o Botafogo, sexta que vem, “para apurar responsabilidades”.

Vento forte...

Na reunião, serão definidas formas de uso do estádio. Por exemplo, com ventos acima de 150km/h, não pode ser usado.
Mas Luiz Maia, professor de meteorologia da UFRJ, diz que ventos desta velocidade nunca foram registrados na cidade e, “provavelmente, nunca ocorrerão, somente em situações meteorológicas extremas”.

Todo cuidado é pouco
A retirada da Estação Galeão da rota do trem bala RioSão Paulo é, por enquanto, um lobby de empreiteiros potenciais interessados na obra.
A Agência Nacional de Transportes Terrestres, que dá as cartas neste jogo, diz que analisa o pedido como qualquer outro. Mas garante que o Galeão estará ligado à linha por estação própria ou por outra alternativa. É. Pode ser.

Na verdade...
Consórcios chineses, coreanos, japoneses, a Siemens, a Alstom e a Talgo gostariam de retirar a estação do percurso para baratear a obra.

De volta para casa
Fábio Barreto deixou ontem o Hospital Copa D’or, no Rio.
O cineasta vai continuar o tratamento em casa.

Bola dentro da Fifa
O Haiti, cuja população adora o futebol brasileiro, vai receber US$ 3 milhões da Fifa.
O dinheiro deverá ser usado na reconstrução de estádios de futebol e para ajudar a federação local.

A voz da poesia
Maria Bethânia vai ler no Itamaraty, em Brasília, quinta, textos de escritores de países de língua portuguesa na conferência sobre o futuro do idioma.

Lei Seca
O site aeroflip.com.br está vendendo o adesivo “Lei Seca, eu twitto”, do pessoal que dedura pela internet os locais da blitz do bafômetro no Rio. Custa R$ 9,90, com frete grátis.
Parece um desserviço — e é — a uma lei que tantas vidas tem poupado. Pena.

Lei da mordaça
A desembargadora Lúcia Maria Miguel Lima derrubou circular da Secretaria de Educação do Rio que instruía diretores de escolas a procurarem a comunicação social do órgão antes de falar com a imprensa, “para evitar depoimentos em desacordo com os (seus) ditames”.
Para a desembargadora, a circular é “uma ofensa à liberdade de expressão”.

Segue...
A circular é de 2007, época em que o secretário era Nelson Maculan. Mas o Sindicato dos Professores, autor da ação, diz que era aplicada até hoje.
A secretária atual, Tereza Porto, diz que a circular “não corresponde às diretrizes” de sua gestão — que “orienta as escolas a avisarem à assessoria, para que esta acompanhe os jornalistas”.

Edmundo voltou
Luiz Edmundo Costa Leite, técnico boa-praça, será secretário de Ciência e Tecnologia de Sérgio Cabral.
Assumirá a vaga de Alexandre Cardoso, que deixa o cargo para disputar a eleição.

Museu de Belas Artes
O MNBA, no Rio, vai reabrir sua galeria com arte do século XIX, fechada desde 2008.
O espaço receberá a reunião dos ministros da Cultura dos países da OEA, em novembro.
A reforma, bancada pelo MinC, deve custar R$ 1 milhão.

Bolo de chocolate
A rede portuguesa de lojas O Melhor Bolo de Chocolate do Mundo chega ao Rio.
Abrirá uma filial no Rio Design Leblon.

HOJE AINDA É
terça-feira, mas a cota de beleza da semana já poderia ser preenchida por Aninha Lima, a atriz, que posa aqui para o fotógrafo Fernando Torquatto num ensaio que sairá na edição de abril da revista “Básica”

DONA IVONE
Lara, a grande dama do samba, posa com Vanessa da Mata, Mariana Aydar e Mallu Magalhães, em Salvador, nos bastidores do show “Mulheres Brasileiras”

LUIZ GARCIA


Demorou
O GLOBO - 23/03/10

Começou ontem em São Paulo o julgamento do casal Nardoni — acusado, se alguém já esqueceu, do assassinato de uma menina de cinco anos, dois anos atrás — mas até a véspera não havia certeza de que aconteceria. Tudo dependia de ter sido encontrada ou não uma testemunha que os advogados de defesa declaravam imprescindível.

Um cínico poderia acreditar que a testemunha, operário numa obra vizinha ao prédio do crime, seria indispensável não pelo que tivesse a contar, mas simplesmente por não ter sido encontrada. Está nas regras do jogo: quem teme pelo resultado tem sempre o direito de tentar adiá-lo.

O que não está nas regras é a extraordinária vulnerabilidade do sistema penal brasileiro a essas tentativas. Não dá para entender como e por que a investigação de um episódio isolado, ocorrido em espaço limitado e com apenas duas pessoas envolvidas, pode demorar dois anos. Ou, se a coleta de provas pela acusação demorou muito menos tempo do que isso, como o sistema penal dá aos advogados espaço de manobra para adiarem por tanto tempo a data do julgamento.

O caso Nardoni nada tem de excepcional: dois anos entre crime e castigo é uma demora considerada absolutamente normal no sistema penal brasileiro. Pouco importa se a coleta de provas por acusação e defesa exija uma pequena fração desse tempo. Julgamentos apressados certamente são inaceitáveis — mas nada parece justificar uma demora de dois anos. Principalmente quando ela só é possível quando os réus têm recursos e advogados competentes.

Pode não ser muito elegante comparar com o funcionamento dos tribunais de outros países. Mas não se tem notícia de que advogados americanos e europeus tenham queixas contra a agilidade dos seus respectivos sistemas judiciários.

No processo contra os Nardoni, na verdade, os advogados de defesa queriam mesmo era adiar ainda mais o julgamento: na semana passada, entraram com um habeas corpus pedindo mais tempo. Um sábio desembargador negou, observando, sabiamente, que o recurso tinha “nítido caráter protelatório”.

Dá para desconfiar que, nos últimos dois anos, esse caráter entrou em cena mais de uma vez.

Um sistema judiciário apressado demais corre sério risco de ser injusto. Mas também há um elemento de injustiça naquele que permite a protelação pela protelação. Especialmente se isso só está ao alcance de réus com dinheiro para pagar a bons advogados.

CLÁUDIO HUMBERTO

“Recorrer seria prolongar o drama”
JOSÉ ROBERTO ARRUDA, EM BILHETE EXPLICANDO A DESISTÊNCIA DE RECORRER DE SUA CASSAÇÃO


EXCLUSIVO: A AGENDA DE JEANY MARY CORNER
A agenda da “promotora de eventos” Jeany Mary Corner, apreendida pela Polícia Federal, é uma das peças mais bombásticas do inquérito do Mensalão do PT, no Supremo Tribunal Federal. Esta coluna obteve a temida agenda, mantida sob sigilo há anos, com telefones de “recepcionistas”, que a PF acredita serem garotas de programa, e clientes. Tem de tudo, de políticos e empresários a craques da seleção.


NOMES DE GUERRA
Jeany Corner evitava nomes completos. Preferia isolados, como “Zarur” (final 8426), “Rogério” (5080), “Maguila” (2259), “Hildelgardo” (4148), etc.


CONEXÕES 
Jeany disse à PF que seu braço direito era Carla Cristina Lara, depois namorada de Rogério Burati, ligado ao ex-ministro Antônio Palocci.


CLIENTE ILUSTRE
À PF, Jeany Mary Corner contou que o deputado Virgílio Guimarães (PT-MG) pagou em dinheiro pelas “recepcionistas” de uma festa dele.


JEANY, A PADEIRA
Após o escândalo do mensalão, Jeany Mary Corner diversificou suas atividades. Agora é sócia de duas empresas, incluindo uma padaria.


LULA COMPRA BRIGA COM GAÚCHOS POR UÍSQUE
Pegou mal nos Centros de Tradições Gaúcha espalhados pelo mundo a sugestão do presidente Lula ao ex-ministro da Justiça Tarso Genro para que trocasse o chimarrão por “uísque de qualidade” e cachaça. Tarso é pré-candidato ao governo gaúcho, e o chimarrão, símbolo da cultura local. O estatuto dos CTGs proíbe manifestação política, mas um representante no Rio ironizou: “É mais uma do Lula, dizer o quê?”. 


APOSTA ARRISCADA
Ao desistir de recorrer da cassação, José Roberto Arruda fez uma aposta arriscada: ele pode ser transferido para o presídio da Papuda.


É CANDIDATO
O governador interino Wilson Lima avisou aos deputados distritais que vai disputar eventual eleição indireta para o governo do DF.


VAI FICANDO
Por enquanto, Wilson Lima segue no cargo de governador, até porque é isso o que manda a Lei Orgânica do DF, ainda não alterada.


SILÊNCIO QUE VALE OURO 
A CPI da Corrupção na Câmara do DF reluta em ouvir o ex-presidente Leonardo Prudente, o do dinheiro nas meias. Ele conhece os segredos de ex-colegas como o atual presidente, cabo Patrício (PT). Se Prudente abrir a boca, vários podem fazer companhia a Arruda, na cadeia.


FRENTE NACIONALISTA 
Será criada nesta terça, às 17 horas, na Câmara, a Frente Parlamentar Nacionalista, com deputados como Aldo Rebelo (SP) e Osmar Junior (PI), do PCdoB, e Paulo Piau (MG) e Waldemir Moka (MS), do PMDB.


NEGÓCIOS DA CHINA
O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, o comunista Haroldo Lima, está em casa hoje: só volta dia 4 da China, com quatro assessores, após “aprofundar a cooperação”. Nós pagando, claro. 


TÁ QUENTE, TÁ FRIO
Candidato à vaga do bibliófilo José Mindlin na Academia Brasileira de Letras (ABL), o ministro do STF, Eros Grau, é chamado à boca pequena pelos imortais da ABL de “Zero Grau”. A eleição é no dia 2 de
junho.


A TRAGÉDIA DAS CRIANÇAS 
A Justiça italiana libertou a brasileira Simone Moreira da prisão preventiva em Treviso. Acusada de afogar a filha de dois anos e meio, ela se diz “vítima de uma tragédia”, após a menina sumir de sua vista. 


OLHO VIVO, AGU
A AGU acha que Lula pode fazer campanha com Dilma nas “horas de folga”. Mas em 2004 o Tribunal Superior Eleitoral vetou repasses de recursos a obras em andamento, que beneficiavam candidatos do PT.


VITÓRIA DO PACIENTE
O grupo Otimismo, de apoio aos portadores de hepatite C, comemora com outras 50 ONGs de pacientes a decisão do Supremo obrigando os Estados a fornecer remédios e tratamentos de doenças graves.


NOSSA GRANA
Após renovar contrato por seis meses com a TIM Celular, curiosamente retroativo até janeiro, a Presidência da República decidiu renovar outros contratos de um ano com a TIM e a Vivo Celular.


PENSANDO BEM...
...o tal “vírus da paz” contaminou o Oriente Médio: o pau está comendo entre “turcos” (como diz Lula) e israelenses.


PODER SEM PUDOR
RIMA PERIGOSA 
O senador Renan Calheiros cumpria sua agenda de sempre, em Alagoas, visitando prefeitos aliados e trabalhando sua tentativa de reeleição, quando um assessor passou a ele o celular.
– É o prefeito de Porto de Pedras.
Renan pegou o telefone e foi logo saudando, todo animado:
– Boi Lambããããão, meu amigo! Quanta honra!
A reação, na outra ponta da linha, foi um tanto fria:
– Alô? Quem está falando?
– É o Renan, Boi Lambão, deixe de sacanagem...
Só então Renan Calheiros percebeu o equívoco do assessor. Quem lhe telefonava não era o prefeito Amaro Júnior, que todo mundo conhece em Alagoas por “Boi Lambão”. Quem ligava era o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.

O ESGOTO DO BRASIL

TERÇA NOS JORNAIS


Globo: PM ocupa a Providência para criar 7ª UPP do Rio

Folha: Plano de expansão do metrô de SP vai atrasar

Estadão: Contas externas pioram e BC aumenta previsão de déficit

Correio: Arruda cede mandato para tentar liberdade

Valor: Ofertas de estreantes decepcionam na Bolsa

Estado de Minas: Estado dá aumento de 10% a servidores e de 15% a militares

Jornal do Commercio: Água poluída mata mais que violência