quarta-feira, fevereiro 24, 2010

KÁTIA ABREU

A banalização das invasões

Folha de S. Paulo - 24/02/2010


Invasão de terra é crime. E só países que aplicam a lei e a Justiça contra o crime avançam e melhoram a vida de todos

O GIGANTESCO acampamento de 5.000 militantes do MST diante de 70 propriedades em São Paulo, seis das quais tomadas de assalto, invadidas com violência e depredações, no "Carnaval vermelho", seria um escândalo em qualquer lugar do mundo, mesmo em regiões conflagradas por guerras ou revoluções. No Brasil atual, porém, fatos dessa natureza estão se tornando rotina. Como no famoso título de Durrenmatt, "seria cômico se não fosse sério". Além de ser desmoralizante para uma nação democrática, pois as invasões violam o Código Civil -que protege expressamente o direito de propriedade de qualquer ameaça ou violência (artigo 1.210)-, é uma extravagante demonstração de desrespeito à Constituição e à própria Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Neste governo, temos média anual de 248 invasões, contra 166 no anterior. São números preocupantes. Demonstram que o país tem níveis democráticos absolutamente imaturos e, em muitas vezes, até inexistentes quanto ao direito de propriedade e à segurança jurídica no campo.
Para ampliar o poder da esquerda radical sobre órgãos federais e verbas públicas, grupos armados que investem na tese do conflito permanente tentando mudar à força o sistema de governo invadem cada vez mais. Esse mecanismo violento, ilegal e inquietante das invasões de propriedades produtivas atinge um segmento vital para o Brasil, já que a agropecuária responde por um terço dos empregos do país e pelo superavit de US$ 23 bilhões da balança comercial.
Não é possível supor que a violência do MST tenha se tornado rotina, que possa ser absorvida sem indignação na conta nebulosa de tolerância que se concede aos chamados "movimentos sociais", que misturam organizações realmente empenhadas na meritória defesa de direitos civis com maquinações radicais, anacrônicas, marginais e, principalmente, corruptas.
Aliás, assim como a notícia do "Carnaval vermelho" escapou dos registros indignados, proporcionais à sua gravidade, também passou discretamente pelo noticiário a informação a respeito das 43 entidades ditas "privadas e sem fins lucrativos" de Santa Catarina que receberam R$ 11 milhões de recursos federais. Não por mera coincidência, essas entidades estavam sob o comando de notórios dirigentes de invasões de terras.
O TCU (Tribunal de Contas da União) determinou o "aprofundamento" das análises de convênios firmados entre o Incra (órgão federal controlado pelo MST) e a Cooperativa dos Trabalhadores da Reforma Agrária de Santa Catarina, que é ligada ao mesmo MST. A Comissão Parlamentar de Inquérito criada para apurar se grupos armados que invadem terras recebem recursos públicos certamente vai fornecer mais dados sobre essa e outras distorções. Esses grupos de ativistas políticos radicais não têm compromisso com a reforma agrária. Se tivessem, em vez de desordem, aplicariam na melhoria dos assentamentos o dinheiro público que recebem. Nesses locais, inúmeras famílias vivem em situação extremamente precária, algumas em condições de extrema pobreza, conforme constatação de pesquisa Ibope.
Ao contrário das afirmações dos líderes desses grupos armados, a sociedade brasileira segue investindo no programa de reforma agrária. Juntos, os dois últimos governos (FHC e Lula) garantiram 80 milhões de hectares de terras para assentamentos. Só para fins de comparação: a área de produção de grãos do país ocupa, no total, 65 milhões de hectares e registra produção de 141 milhões de toneladas.
Esses investimentos poderiam ser maiores? Não sei. O que sei é que temos enormes deficits em todo o campo social. Nossas deficiências em saúde pública, em educação fundamental e moradia são conhecidas. Não contamos com serviços mínimos de segurança, como se a segurança não fosse a primeira condição para vivermos em liberdade. Há inúmeras demandas pressionando as estruturas do Estado, mas os recursos, infelizmente, são parcos e não dá para aumentar a já exorbitante carga de tributos.
Essa é a realidade do país que estamos enfrentando, no campo, com trabalho duro e muita esperança. Temos enorme paciência com as idas e vindas do tempo. Estamos acostumados às intempéries. O que não podemos mais tolerar são os retrocessos no Estado de Direito e a leniência de algumas das principais autoridades do país com o crime.
Invasão de terra é crime. E só países que aplicam a lei e a Justiça contra o crime avançam e melhoram, efetivamente, a vida de todos. O presidente da República não deveria mais se calar a respeito desse assunto. Antes que o MST ouse promover, como já está anunciado, o "abril vermelho", o presidente da República deveria dizer uma palavra aos produtores de alimentos do país e a todos os brasileiros sobre a violência das invasões de terra. Quem cala consente. Com a palavra, o exmo. sr. presidente.

KÁTIA ABREU é senadora da República pelo DEM-TO e presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).

ROBERTO DaMATTA

Um pós-carnaval

O Globo - 24/02/2010


Nada é mais difícil de suportar do que uma sucessão de dias belos”, dizia Goethe exprimindo um pessimismo que até mesmo Freud — de quem eu tiro a referência e que teve um senso implacável de finitude e da honestidade que tal sentimento acarreta — remarca: mas isso pode ser um exagero! Ninguém pode duvidar do exagero, mas o que seria de nós sem as caricaturas e as ocasiões em que as usamos, livremente, abertamente, como no carnaval que acaba de passar e já foi devidamente esquecido? E que teve seus ritos marcados por dias de glorioso sol e calor, facilitando a nossa imagem tropical (e canibal) desta festa nascida na cristandade europeia e lá celebrada em pleno frio? Confesso que, em pleno tempo de folia, pensei nessa busca de contrários que é o sal da vida porque cansei um pouco de tanto feriado e de tanto tempo livre. Esse tempo livre que nos livra das obrigações coletivas mas, em compensação, traz à tona nossos hóspedes não convidados: nossas inseguranças e fronteiras.

Mas não perdi por esperar porque, na quinta-feira, a chuva derramou um claro sentimento de normalidade e rotina, comuns depois da celebração carnavalesca que renega o trabalho e recusa definir um objeto, sujeito ou alvo exclusivo. Se a festa, dizem alguns entendidos, começa com uma formalidade, ela deve terminar informalmente.

Já a mascarada carnavalesca que promove uma gigantesca troca de papéis sociais e faz do mundo um palco, e não mais uma oficina, acaba com o retorno relâmpago aos papéis que normalmente a vida nos impinge. O destaque sabe que é mesmo um subempregado na Quarta-Feira de Cinzas, quando é novamente arrochado em suas obrigações. Salvo se consegue ficar entre (ou com) esses dois mundos.

Um sintoma de juventude é a dificuldade de ajustamento aos papéis obrigatórios, sobretudo os baseados em dinheiro, poder e prestígio. Aos vinte e pouco anos, não era fácil aceitar o fim da festa e nas derradeiras horas da Terça-Feira Gorda, cantávamos com amargura o refrão: “É hoje só, amanhã não tem mais!” pulando com força, num protesto de arrombar o chão. Hoje, eu não tenho mais nenhuma dificuldade em tirar a máscara para voltar aos meus papéis habituais porque faz tempo que aprendi (será preciso citar Shakespeare?) que o mundo é um palco e que todos nós — querendo ou não — somos atores com tempo determinado para o desempenho de nossos papéis, com hora de entrada e, eis o susto necessário e suficiente, de saída.

Afinal, quem é que aguenta um verão com mil janeiros? E com um milhão de peitos e bundas devidamente siliconados? Quem não acaba um pouco enjoado com a convivência com todos esses deuses pedindo admiração exclusiva, fazendo o mundo ficar feminino e arredondado? Na quinta-feira, voltando ao normal, andei (em vez de dançar) na rua, rumo ao trabalho. Entrei num táxi e recebi o primeiro choque: ouvi no radio que um dos assassinos de João Hélio, o menino arrastado e morto por dois assaltantes num crime hediondo no Rio e Janeiro, fora posto em liberdade. O formalismo hierárquico brasileiro condena pela idade, tal como na universidade o sujeito ganha mais ou menos não pelo que escreve, mas pelo tempo de casa! Cuida-se mais de quem cometeu do que do crime. Em nosso mundo, há quem seja inocente por essência ou santo por ter abraçado alguma causa.

Não examinamos a mensagem em relação ao missionário já que, na nossa cabeça, a boa reza faz o santo, o que deixa de fora os casos em que as grandes causas são usadas para a bandidagem. Um governador, porém, foi finalmente preso! Sim. Mas num local especial. Não temos dúvida que logo será libertado porque, tal como ocorre no carnaval, ninguém segura um “homem grande” preso por muito tempo. Eles são sempre maiores que as prisões.

O motorista está revoltado. Como a maioria, ele confunde limite com força sendo favorável à violência para liquidar a violência. Se o carnaval exagera na presença do luxo para acabar com o fosso entre ricos e pobres, as pessoas comuns acham que só um governo duro e autoritário pode inverter o curso da história, criando mais igualitarismo. Para o taxista, bandido tem que morrer; tal como, para alguns dos meus conhecidos, banqueiros, fazendeiros e comerciantes têm que ser destituídos de seus penachos. Uma lei geral, perfeita como o carnaval, será o instrumento de um estado generoso, provedor e onipotente que vai resolver todos os problemas do povo. Freudianamente, a pátria vira mátria.

Chegando ao meu destino, eu não tinha mais nenhuma dúvida que o carnaval havia acabado. Ele terminava naquilo que nós, brasileirinhos da gema, chamamos de “a dura realidade da vida”. Esse muro que, até hoje, nós só pensamos em pular, jamais em desconstruir e, mesmo assim, só nos dias de Momo.

ROBERTO DaMATTA é antropólogo

MELCHIADES FILHO

Internet aberta

FOLHA DE SÃO PAULO - 24/02/10



A revelação de que José Dirceu recebeu dinheiro da empresa que poderá se beneficiar caso a Telebrás seja reativada lança dúvidas sobre o plano federal de universalização da banda larga e sobre o modelo de "Estado executor" ensaiado pela Casa Civil no segundo mandato de Lula e defendido pela candidata Dilma Rousseff.
Com sede num paraíso fiscal do Caribe, a Star Overseas pagou R$ 1 pela participação na Eletronet, uma empresa falida cujo único ativo valioso (uma rede de 16 mil km de cabos de fibra ótica) estava na mão dos credores. Meses depois de a offshore ter contratado Dirceu, em 2007, o governo federal anunciou a intenção de transformar o cabeamento da Eletronet na "espinha dorsal" de uma nova rede nacional de acesso à internet, sob a tutela de uma estatal (Telebrás).
Não está claro, ainda, se e como a Star Overseas lucrará com essa remontagem do setor, que será anunciada no mês que vem pelo Palácio do Planalto. Mas a remuneração de Dirceu (R$ 620 mil em dois anos) indica que a offshore não esperava pouco. Advogados ouvidos pela Folha estimam em R$ 200 milhões.
Toda vez que as peripécias de Dirceu são flagradas, Lula diminui o papel do ex-ministro. Diz que ele é um franco-atirador que atua em causa própria -mesmo quando trata de alianças e doações eleitorais.
Desta vez, o Planalto terá de formular um discurso menos ligeiro e mais responsável e esclarecedor.
Primeiro, porque o caso Eletronet parece seguir o padrão dos escândalos da BrOi e da Varig -empresários com acesso ao governo Lula garantem uma bolada sem precisar investir muito (ou nada), graças a informações reservadas e/ou ao suporte jurídico da União.
Segundo, porque Dilma atuou diretamente no plano de banda larga. Ela diz que a rede da Eletronet é "patrimônio importante como o pré-sal". E foi o "apoio mais decisivo" à modelagem do projeto, escreveu Dirceu em março de 2007.

EDITORIAL - FOLHA DE SÃO PAULO

As intenções do PT

Folha de S. Paulo - 24/02/2010

Diretrizes para um eventual governo Dilma, além de estatizantes, ignoram deficiências de gestão no período Lula

A CONFIRMAÇÃO da candidatura de Dilma Rousseff à Presidência da República veio acompanhada da divulgação das diretrizes do PT para um eventual governo capitaneado pela legenda a partir de 2011.
É verdade que os próprios dirigentes do partido se apressam em esvaziar a importância do documento, ao desvincularem as conclusões ali contidas do futuro programa de Dilma. Reconhecem assim, implicitamente, o papel propagandístico da peça, tanto quanto sua função de garantir a coesão interna da legenda, por meio de concessões retóricas às alas mais à esquerda do PT.
Não deixa de ser importante, todavia, conhecer como o partido da candidata do governo interpreta seus oito anos de poder e que prioridades advoga para um futuro mandato, sobretudo na área econômica.
De início, cabe constatar que o documento não dá devido crédito às causas do sucesso brasileiro nos últimos anos. A continuidade de políticas de Estado nas áreas monetária, fiscal e cambial e o impacto favorável da China nas contas externas são as mais importantes. O mérito do governo Lula foi saber usar a oportunidade para consolidar vetores internos de crescimento, por meio da acertada política de ampliação de programas sociais e do aumento real do salário mínimo.
Para o futuro, o documento adota um tom de continuidade, o que é defensável. Mas há pelo menos dois problemas. O primeiro é o exagero voluntarista a respeito do papel do Estado. Há uma clara intenção de controle e intromissão que pode facilmente tornar-se nociva ao bom funcionamento da economia. O segundo é a coletânea de intenções que se mostra em desalinho com a evidente incapacidade de gestão cotidiana.
Podem-se fazer objeções, por exemplo, quanto à forma como tem sido conduzida a política industrial brasileira. O fortalecimento de grupos nacionais bem estabelecidos -com critérios pouco transparentes- reforça a estrutura atual da economia, com insuficiente foco no desenvolvimento de novas atividades de alto valor agregado.
O programa propõe mais crescimento a partir da conclusão das obras do PAC e de novos investimentos. Mas as dificuldades de execução, o enfraquecimento das agências reguladoras e a incapacidade de elevar o investimento federal para além de 1% do PIB nos últimos anos vão de encontro ao tom de autoelogio contido no texto.
Não menos importante, menciona-se uma reforma para reduzir impostos indiretos e dar continuidade a uma suposta progressividade que estaria em curso. O aumento da carga tributária nos últimos anos não autoriza otimismo a este respeito.
É um equívoco concluir que a recente crise econômica mundial implique uma renovada carta branca para os governos. Ao contrário, o Estado brasileiro já é inchado e intervencionista. Uma real agenda de competitividade demanda controle firme de gastos e muito maior eficiência executiva, em parceria com o setor privado. Quanto a isso o programa apresentado pelo PT deixa muito a desejar.

ELIO GASPARI

SÃO PAULO PRECISA DE UMA FAXINA

FOLHA DE SÃO PAULO - 24/02/10



Os paulistas empinam o nariz para os escândalos alheios, mas sua capital compete no Padrão Brasília


A POLÍTICA MUNICIPAL de São Paulo deve pouco à do Maranhão ou mesmo à de Brasília. Faltam-lhe áudios e vídeos, mas isso tem mais a ver com a cenografia dos malfeitos do que com a essência das práticas. A decisão do juiz Aloisio Sérgio Rezende Silveira, da 1ª Zona Eleitoral, cassando o mandato do prefeito Gilberto Kassab e de oito vereadores ficará à espera de julgamentos das instâncias superiores.
Em dois lotes, Silveira cassou 24 vereadores. Oito do PSDB, cinco do PT, outros cinco do DEM, dois do PTB e quatro de PMDB, PV, PP e PR. Dê no que dê, esse julgamento servirá para moderar a voracidade interpartidária de uma máquina política que vive longe dos problemas da cidade e abaixo dos padrões de moralidade exigidos pela lei.
Graças ao juiz Silveira, pode-se esperar que o prefeito Gilberto Kassab retire da Câmara Municipal seu projeto de revisão do Plano Diretor da cidade. Na sua expressão mais crua, trata-se de iniciativa destinada a permitir a destruição da Lei de Zoneamento, montando uma fábrica de dinheiro para empresas, proprietários de terrenos y sus amigos.
Da noite para o dia, expandindo-se a área permitida para edificação, quadruplica-se o valor de um lote. Avançando-se sobre áreas da cidade onde é obrigatória a construção de imóveis populares ou para a classe média, consegue-se quintuplicar a valor de um terreno onde há hoje um galpão abandonado. Isso tudo e mais uma carta de corso para construir onde, legalmente, não há mais espaço acima dos limites estabelecidos pelo zoneamento.
Mais de uma centena de organizações da sociedade civil combatem o rolo compressor que se move na Câmara Municipal para reescrever o Plano Diretor de 2002. Desde 2008 o arquiteto Jorge Wilheim, secretário de Planejamento na gestão de Marta Suplicy, procura convencer Kassab a conduzir uma discussão serena, sem pressa, mais preocupada com a patuleia do que com o mercado imobiliário.
Entre os motivos que o juiz Silveira teve para cassar Kassab estiveram R$ 300 mil saídos da Associação Imobiliária Brasileira e despejados em sua campanha pelo diretório do DEM. A AIB é uma associação, mas não tem associados, funciona numa sala e não tem telefone listado. Ela foi a luva de veludo das empresas imobiliárias de São Paulo durante a campanha eleitoral de 2008. Distribuiu R$ 4,4 milhões, equivalentes a 10% do total da arrecadação dos 55 vereadores eleitos. Seus recursos ajudaram formar uma bancada de 26 doutores, distribuídos por oito partidos. Entre os afortunados estiveram 4 dos 7 integrantes da Comissão de Política Urbana da Câmara e o atual relator do projeto de revisão do Plano Diretor, José Police Neto, líder do governo de Kassab, cassado por Silveira.
A ação da AIB parece uma má notícia. Infelizmente, há coisa pior. Seu ervanário foi distribuído de forma marota, mas era dinheiro limpo, declarado à Justiça Eleitoral. Quem conhece a engenharia financeira de uma eleição sabe que R$ 100 mil não elegem um vereador em São Paulo. Como diria Nosso Guia, o segredo está nos "recursos não contabilizados". Esse é um dinheiro que só sai do bolso do interessado se ele tiver um objetivo claro, capaz de permitir que, na volta, ele se multiplique bastante. Para isso, nada melhor que um novo critério de zoneamento urbano, capaz de transformar 5.000 metros de terreno baldio num negócio de R$ 5 milhões.

RUY CASTRO

Moralismo em massa


Folha de S. Paulo - 24/02/2010

RIO DE JANEIRO - Sobre a mania de agrupar países, times de futebol etc. em G4, G8, G20, o presidente Lula disse outro dia, em Goiânia: "Crie um G que o Brasil está dentro.
Não tem país mais preparado para achar o ponto G que o Brasil". Risos na plateia. Pouco depois, referindo-se à interrupção das obras de uma estrada para evitar a extinção de uma perereca rara, declarou, galhofeiro: "Graças a Deus! Perereca não pode se extinguir nunca!". Na fila do gargarejo, senhoras davam cambalhotas de êxtase.
Vindas de Lula, duas referências vaginais num discurso passam com suavidade pela opinião pública. Os mais formais deploram a chulice, e só. Outros riem, contam para o colega de repartição, que também ri, e vida que segue. Mas imagino como seria se tivessem sido ditas nos EUA pelo presidente Obama -o Congresso, a mídia e o país entrariam em erupção.
É o que concluo ao acompanhar o escândalo em torno do golfista Tiger Woods. Em dois meses, ele passou de herói nacional à condição de absoluto pária, repudiado pelos patrocinadores, pela publicidade e pela sociedade por prática de galinhagem compulsiva.
E não adiantam as autoflagelações a que está se submetendo. Quanto mais pedir desculpas pela televisão, mais ficará marcado por ter feito sexo fora do casamento com cerca de 20 mulheres. Mas o que me espanta é ter sido sexo pago, e muito bem pago. Pensei que lhe bastasse ser Tiger Woods para ser irresistível.
No Brasil, jogadores de futebol, cantores e políticos, casados ou não, têm uma vida sexual diante da qual Tiger não pegaria nem aspirante. Alguém dirá que o brasileiro é hipócrita, porque finge que não vê. Talvez. Mas não é preciso ter lido Freud para desconfiar desses moralismos em massa, que crucificam alguém por realizar as fantasias de milhões.

ARI CUNHA

Jogo de xadrez literalmente


Correio Braziliense - 24/02/2010


O ministro Arnaldo Versiani, do Tribunal Superior Eleitoral, mostrou a seus pares, numa reunião, que pela Constituição os presos também têm direito a votar e a escolher seus representantes. Inclusive os internados menores de 18 anos e maiores que 16. Em seguida vieram as dificuldades. Os presos têm direito a transporte de ida e volta, mesmo sendo grande o número de seções para votação. Em Mato Grosso, o defensor público Márcio de Oliveira disse que candidatos procuram os presos e compram os votos da família. Em outra cidade, os presos pertencem a organizações criminosas. Dificuldades são muitas. Querem que o preso participe das eleições. E querem também que o candidato eleito que não tiver honrado o voto vá para a cadeia. E assim segue a corrente. Poder dentro e fora das grades.


A frase que foi pronunciada

“Kassab não pode ser cassado, e sim pescado.”
» Humor do José Simão, na Band, debaixo da chuva em SP



Seria

»
Deslize gramatical no portal dos Correios: “Correios volta a prorrogar as inscrições dos concursados”. Justifica Welton, dizendo que seria como usar “ECT volta”. Ele é natural de Sobral, Ceará. E nisso, desde tempos idos, seus habitantes sempre primaram pelo rigor da linguagem. Feita a observação, a coluna está às suas ordens.

Regulamento

»
Genival Catão Torquato, coronel de artilharia reformado do Exército, faz referência à nossa coluna sobre o general Maynard Santa Rosa e cita o RDE. O militar é funcionário de carreira. Vai para onde mandar a Força. Quando se muda, leva a família mesmo para recantos mais distantes. Quem faz a Constituição tem muitos subsídios a colher no Regulamento Disciplinar do Exército.

Homem do FMI

»
Trabalhando no governo brasileiro, o advogado e economista Murilo Portugal diz coisas desagradáveis aos políticos. Não aceita aumentar gastos públicos. Ocupa o terceiro cargo no Fundo Monetário Internacional e sugere aos governantes que “apertem os cintos e façam reformas econômicas”. Portugal tornou-se secretário executivo da Fazenda ao tempo de Antonio Palocci. Desistiu com o escândalo do caseiro Fancenildo Costa, que teve quebra de sigilo das contas.

Militar

»
Diz mauriciogteixeira@hotmail.com que militar é servidor público como qualquer outro. A diferença é que militar tem compromissos com a corporação. Tudo bem. A disciplina é outra maneira de viver. Não interfere na vida alheia sob pena de pagar pelo que foi feito. Não há país com ação diferente no mundo inteiro.

Revolta

»
Carlos Alberto Martinez de Azambuja, identidade 1251314SSPFF, diz que infelizmente somos obrigados a viver com classe política incompetente, mentirosa e corrupta. Quando um militar do Alto-Comando se pronuncia de maneira objetiva, parece que eles são tomados pela síndrome do golpe e sentimento de revolta e vingança.

Chuvas

»
No Distrito Federal, as chuvas provocam prejuízos. Riachos se enchem, casas se inundam e sofrem com invasões que destroem haveres. A cidade merece atenção para os serviços de infraestrutura. Estão abaixo do desejado.

Ensino

»
Professores do Distrito Federal continuam lutando pela sobrevivência. Abandonados pelo governo, embora seus salários sejam altos em comparação aos de outros estados, têm que dobrar os empregos para se manter. A classe reclama a falta de material e dificuldades para conter os alunos.

Brasília

»
O coronel Fraga criticou companheiros que desapareceram. Dezenove governistas abandonaram o barco. Enquanto isso acontece, Paulo Octávio oferece churrasco confraternizando com os que permanecem ao seu lado.

Receita

»
Arrecadação de Brasília chegou a valores altos, com R$ 60 bilhões. O dinheiro está sendo usado no que se chama assistência aos pobres. Esquecem que os pobres precisam de hospitais, saúde, estradas, colégio, o que mais seja a seu favor.

História de Brasília

Apesar de possuirmos um serviço meteorológico dos mais bem aparelhados e dos mais caros, continuamos sabendo do tempo por meio da informação dos candangos. (Publicado em 25/2/1961)

república FEDORENTA do brasil

FERNANDO DE BARROS E SILVA

Dirceubrás


Folha de S. Paulo - 24/02/2010

SÃO PAULO - José Dirceu tem um blog -o "blog do Zé". Ele o define como "um espaço para a discussão do Brasil". Discutindo o Brasil como quem não quer nada, Dirceu escreveu o seguinte: "Do ponto de vista econômico, faz sentido o governo defender a reincorporação, pela Eletrobrás, dos ativos da Eletronet, uma rede de 16 mil quilômetros de fibras óticas" etc. etc. etc.
Este é um assunto caro a Dirceu. Seu primeiro post sobre o tema é de março de 2007. Por coincidência, o mesmo mês em que o empresário Nelson Santos contratou seus serviços de consultoria. Ficamos sabendo disso só ontem, pela reportagem de Marcio Aith e Julio Wiziack.
Em 2005, Nelson Santos, dono da "offshore" Star Overseas, sediada nas Ilhas Virgens, havia comprado pelo valor simbólico de R$ 1 a participação em uma empresa à época falida -a Eletronet. Entre 2007 e 2009, o empresário pagou a Dirceu R$ 620 mil por consultorias. Se a Telebrás for reativada, como anuncia o governo, o mesmo bidu que desembolsou R$ 1 pela Eletronet pode sair dela com R$ 200 milhões. Diante disso, o que Santos gastou com Dirceu é fichinha -ou não?
O ex-ministro da Casa Civil de Lula diz que a consultoria versava sobre os "rumos da economia na América Latina". Sabemos que Dirceu não mente. Usou na vida várias máscaras, mas a palavra é uma só.
O homem de negócios e o revolucionário convivem numa boa na pessoa de Zé Dirceu. O capitalismo de Estado e os interesses privados nele se acomodam harmonicamente. Ele é o "bolchebusiness" perfeito. Não há contradições insolúveis no horizonte de um democrata que se mira em Cuba ou de um socialista que topa tudo por dinheiro.
Durante o congresso do PT, vários oradores usaram o microfone para inflamar os companheiros contra o fantasma do "modelo neoliberal". Ninguém lembrou de levantar a voz contra o "modelo neopatrimonialista". Pelo contrário. De óculos escuros, o neopatrimonialismo em pessoa circulava sorridente entre petistas, posando para fotos como um verdadeiro popstar.

PAULO RABELLO DE CASTRO

O PROJETO BIQUÍNI

FOLHA DE SÃO PAULO - 24/02/10


Transformar o país num centro financeiro global talvez exija um distrito, com regime jurídico especial


O SAUDOSO Roberto Campos costumava lembrar que o biquíni mostrava tudo menos o essencial. Foi do biquíni que me lembrei ao ler, primeiro a notícia e, em seguida, o editorial da Folha deste último domingo, formulando alvíssaras a projeto em gestação para "transformar o Brasil num centro financeiro de dimensão global". Embora soe grandiloquente, a ideia faz todo o sentido. O editorial opinou nessa direção. Mas, bem observa a Folha, é preciso antes esperar que os estudos venham a público. Como com o biquíni, à malta só nos resta especular.
E, especulando, lembramos que o Brasil já namora essa ideia desde os tempos de Vinicius e do lançamento do próprio biquíni. Juristas e financistas do então vibrante centro financeiro carioca se reuniram para formular a proposta que veio a se chamar de RIO DÓLAR. Eram outros tempos, diríamos mais rústicos. Porém a chama da liberação de regras cambiais então engessadas já pulsava na imaginação de quem via oportunidades de novos negócios, atração de capitais e geração de empregos no nascente setor de serviços financeiros. Era época de intensa criatividade em todos os sentidos, algo que vemos, talvez, despertar de novo no Brasil.
Só que faltavam o respaldo financeiro de reservas monetárias abundantes, o arcabouço legal e tributário para constituir tal centro, enfim, a avaliação de risco de crédito "soberano" (isto é, a capacidade e a vontade, verificáveis pelos investidores, do país de cumprir suas obrigações internacionais). Só uma coisa tínhamos de sobra para iniciar o RIO DÓLAR: o Rio-ele-mesmo, com seu charme anos 60!
Um centro financeiro com características de livre movimentação de depósitos e pagamentos, não obstante os necessários controles da autoridade monetária, e com certas isenções tributárias, até com certas garantias soberanas de liquidação de transações em moeda estrangeira, tudo isso exige constranger o espaço geográfico a um distrito financeiro especializado (o Leblon está nessa parada!) ou, no máximo, uma cidade-sede, dotada de bons acessos físicos e virtuais, além de virtudes de segurança que talvez só iremos encontrar na pacata Sacramento, em Minas...
O que não se sabe, desta vez, é se almejamos um projeto financeiro integracionista, ou seja, que liberalizará a legislação brasileira como um todo, deixando que as forças de acomodação no mercado elejam a localização geográfica desse novo centro de finanças livres, ou se é um projeto exclusivista (nenhum pejorativo nisso) por pré-selecionar a área a ser dotada de regime jurídico especial. Nesse caso, creio não estarmos falando de projeto Brasil, mas de plano para São Paulo.
Mesmo assim, voltamos às questões espinhosas: quanto mais alargue a jurisdição geográfica do centro financeiro, menos amplas serão as características de sua efetiva vantagem em termos de liberalização tributária e movimentação de capitais. Por isso, vejo em princípio, como mais vantajoso, caminhar na fórmula integracionista, que prevê uma revisão de toda a legislação pertinente, não encarecendo nenhuma competição prévia por localização específica.
Nesse sentido, lembramos que a Chicago Mercantile Exchange surgiu nos anos 70, por iniciativa pioneira de alguns traders com visão e um estudo encomendado a Milton Friedman, que defendia um sistema de taxas livres de câmbio, palavrão para keynesianos. Hoje esse centro se tornou um mercado trilionário, altamente empregador, sem que Chicago tenha virado cassino ou paraíso fiscal.

PAULO RABELLO DE CASTRO , 61, doutor em economia pela Universidade de Chicago (Estados Unidos), é vice-presidente do Instituto Atlântico e chairman da SR Rating, classificadora de riscos. Preside também a RC Consultores, consultoria econômica, e o Conselho de Planejamento Estratégico da Fecomercio SP. Escreve às quartas-feiras, a cada 15 dias, nesta coluna.

YES, CUBA TEM DEMOCRACIA

ESSE É MODELO DE DEMOCRACIA QUE O PT DESEJA

VAMOS AGUARDAR UMA PALAVRA DO ABILOLADO LULA
Orlando Zapata Tamayo
A MORTE DE DISSIDENTES SÃO AS "Commodities" DAS DITADURAS

AMIR KHAIR

Despesas de pessoal


O Estado de S. Paulo - 24/02/2010

Na entrevista publicada pelo Estadão no dia 19, ao presidente da República foi perguntado sobre o inchaço da máquina federal pela contratação de 100 mil novos servidores. Em resposta o presidente comparou os 11 cargos comissionados por 100 mil habitantes, do governo federal, com os 31, do governo do Estado de São Paulo, e com os 45, da Prefeitura de São Paulo. No dia seguinte o governo de São Paulo contestou, afirmando que o número correto era 15, em vez de 31, e a Prefeitura de São Paulo não se manifestou.

É interessante abordar esse fato, pois o que está por trás disso é o tamanho do Estado. Infelizmente, pouco se avançou nessa discussão, com avaliações do tipo: aumento ou redução do número de servidores, crescimento ou não das despesas com pessoal, quanto elas representam da receita, etc.

O máximo que a Lei de Responsabilidade Fiscal conseguiu foi estabelecer um limite para a relação entre despesas de pessoal e receita, que é de 60%, para os Estados e municípios, e de 50%, para a União, incluindo nesses limites as despesas com pessoal do Executivo, Legislativo, Judiciário e do Ministério Público. Segundo dados da Secretaria do Tesouro Nacional com base nos balanços orçamentários de 2008, essa relação foi de 41% para os Estados, 43% para os municípios e de 18% para a União.

A avaliação que deve ser feita sobre o número e a distribuição por função dos servidores públicos deve passar necessariamente pelas competências que devem ser exercidas por eles segundo o que prevê a Constituição federal, e os salários devem ser compatíveis com as funções que desempenham.

Pela Constituição, o setor público deve garantir a todos a educação básica desde a creche até o ensino médio. Sabe-se que há falta de vagas nas creches, na pré-escola e no ensino médio; faltam salas de aula e professores em número suficiente para atender à demanda; sem falar na baixa qualidade do ensino. Na saúde, que deve ser garantida a todos, milhares de vidas são perdidas por falta de atendimento, ou atendimento apressado para reduzir filas.

Desconheço avaliações que cotejam as responsabilidades que são atribuídas pela Constituição com o número necessário de servidores públicos para exercê-las. Algumas análises sobre os salários, comparando com médias salariais pagas pelo mercado, correm o risco de induzir a erro, pois em muitos casos é difícil comparar as atribuições de funções.

O que parece ocorrer, independentemente do número total de servidores, é uma má distribuição deles entre as funções-meio e fim, com excesso de participação na primeira e falta dela na última. As funções-meio operam a burocracia e nelas estão especialmente os suportes administrativos, operacionais e jurídicos para as atividades desempenhadas pelas funções-fim, que objetivam as prestações de serviços como educação, saúde, segurança pública, bem-estar social, previdência social, fiscalização e outras que envolvem o contato direto com a população.

A precariedade de atendimento nas funções-fim - por mais que tenham evoluído, como por exemplo no caso da Previdência Social (redução das filas e do tempo para a concessão das aposentadorias) - persiste em áreas importantes, como educação, saúde e segurança pública, que deixam muito a desejar.

Nas funções-meio tem-se um sério problema que gera a burocracia e incha a máquina pública: o cipoal de leis, decretos e portarias, que cresce a cada dia. O servidor público deve operar respeitando-as e, caso não o faça, mesmo que involuntariamente, está sujeito a sofrer sanções que vão desde repreensões e multas até, no limite, a perda do cargo e o ressarcimento do prejuízo causado. Assim, ao despachar um processo, caso envolva decisões que podem ser questionadas, é comum consultar formalmente outra seção, o que atrasa a sua conclusão.

Outra questão que deve ser levada em conta no crescimento do número total de servidores é que, com o passar do tempo, para atender à pressão da demanda, vão sendo construídas escolas, postos de saúde, hospitais e outros equipamentos públicos que requerem novos servidores para o seu funcionamento.

Para avançar nas discussões e avaliações sobre a questão do funcionalismo, longo caminho deverá ser percorrido e esta é apenas uma modesta contribuição. É salutar que outras possam ocorrer, pois não faltam pessoas com larga experiência no setor público que podem contribuir para uma melhor compreensão dessa problemática.

*
Amir Khair, mestre em Finanças Públicas pela FGV, é consultor

MÔNICA BERGAMO

Estação das luzes

Folha de S.Paulo - 24/02/2010


Cantor, artista plástico e escritor, o mineiro Cacau Brasil juntou essas diversas vertentes artísticas em uma mostra que trata do lirismo do cotidiano, na passarela da Estação da Luz, no centro de São Paulo.

Com entrada gratuita, a exposição multimídia, que vai até o domingo, marca o primeiro uso do local como uma extensão do Museu da Língua Portuguesa e, nos últimos dias, ganhou adaptação para pessoas com deficiência.

A casa sumiu
Despencaram os lançamentos imobiliários em regiões nobres de São Paulo -o que tem feito o preço dos imóveis disparar. O número de novas unidades residenciais nos Jardins, por exemplo, caiu de 453 em 2005 para 124 em 2006, 36 em 2007, 7 em 2008 (ano da crise) e 41 no ano passado. Já o preço do metro quadrado de área útil, de R$ 6.205 em 2007, chegou a R$ 9.275 em 2009. Na Vila Nova Conceição, o preço subiu de R$ 7.364 em 2008 para R$ 9.065 no ano passado.

A CASA 2
Uma das "vítimas" dos preços altos é Guilherme Afif Domingos, secretário do Emprego e Relações do Trabalho de SP. Até mesmo ele, um empresário bem sucedido, acha que os preços estão "absurdos". Pensando em se mudar de casa para apartamento, o secretário chegou a visitar imóveis de 400 m2, "sem luxo" -mas desistiu ao descobrir que chegavam a custar R$ 6 milhões.

SINDICATO
Afif, por sinal, lança hoje o "salariômetro", um serviço na internet que disponibilizará os salários de 2.422 profissões em todo o país, por idade e até cor do trabalhador. Por ele se descobre, por exemplo, que um arquiteto de até 29 anos recebe R$ 3.100 mensais em SP, contra R$ 9.000 de um profissional que tem mais de 50 anos. Em Pernambuco, o salário gira em torno de R$ 2.200.

AQUARELA
Um cozinheiro branco de 50 anos recebe, em São Paulo, salário médio de R$ 783. Já um trabalhador negro, na mesma profissão, recebe em média R$ 656. O endereço para consultas, no ar hoje a partir das 15h, é www.salariometro.sp.gov.br.

HORA CERTA
O ministro Eros Grau, do STF (Supremo Tribunal Federal), tem informado a amigos que deixa a corte em maio. Ele mesmo, no entanto, aconselha que não se confie totalmente nisso. "Para alguns, eu falo que saio em março, para outros, em abril. É para não me perguntarem mais!", brinca. Eros completa 70 anos em agosto e cai na aposentadoria compulsória.

SANFONA
Um mês depois de fazer uma cirurgia reversível para redução de estômago, o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), contabiliza 14 kg perdidos. "A meta é perder sete quilos em março e mais cinco em abril. Depois, vou reverter o procedimento", diz. A partir daí, o parlamentar terá que controlar o peso sozinho.

O MORRO TEM VEZ
A cantora Leci Brandão deve anunciar nos próximos dias sua pré-candidatura a deputada estadual pelo PC do B de São Paulo. Leci tem uma reunião com representantes do partido amanhã para tirar dúvidas sobre como conciliar a carreira e a campanha. Segundo o empresário da cantora, Leci, que é comentarista do Carnaval da Globo, estava esperando o Carnaval passar para "não parecer que estava usando a mídia" de forma inadequada.

DESEMBARQUE
Allan Pease, autor de "Por que os Homens Fazem Sexo e as Mulheres Fazem Amor?", chega ao Brasil no dia 11.

Vem lançar, pela Sextante, seu novo livro, "Desvendando os Segredos da Atração Sexual".

ANÉIS
A saltadora Maurren Maggi vai ser madrinha do projeto Recordistas, que buscará criar produtos e ações de marketing com renda revertida para uma bolsa de apoio a atletas sem patrocínio e com potencial de vitórias. As ex-jogadoras Paula (basquete) e Vanessa Menga (tênis) também participarão da iniciativa, coordenada por Júlio Casares, diretor de projetos especiais da TV Record.

ESPARADRAPO
E, em sua apresentação como atleta do São Paulo FC, anteontem, Maurren Maggi cobriu com um adesivo a marca da Reebok na camisa do clube. Patrocinada pela Nike, ela deverá competir com uniformes sem o logo da empresa concorrente, que fornece o material esportivo do tricolor.

ESGOTADO
Já acabaram todos os ingressos para a turnê que a Osesp faz pela Europa em novembro. A orquestra se apresenta em cidades como Viena, Frankfurt, Colônia, Madri e Varsóvia.

LULA NO CINEMA

"O filme ainda tem potencial"
O ator Rui Ricardo Diaz, protagonista de "Lula, o Filho do Brasil", diz que não está decepcionado com o mau resultado do filme nas bilheterias.

FOLHA - O que achou da bilheteria?
RUI RICARDO DIAZ - Acho o seguinte: o filme tem, ao que me parece, quase um milhão de espectadores.

FOLHA - Está em 806 mil até agora.
DIAZ - Então, o que para o Brasil não é tão ruim, no cinema nacional. O que aconteceu foi que se especulou demais e a expectativa era muito grande. Mas para mim é um resultado bacana. Eu gosto do filme e acho que ainda tem potencial. Acho que viajar para os lugares onde não tem cinema é uma grande estratégia. É muito louco, porque as pessoas que assistiram ao filme gostaram muito. Estive recentemente em Pernambuco, é impressionante. As pessoas me param de esquina em esquina para falar do filme. É bacana, a repercussão é muito boa, as pessoas se emocionam com o trabalho.

FOLHA - A expectativa dos produtores, que chegaram a falar em 20 milhões de pessoas, foi exagerada?
DIAZ - Acho que parte da imprensa pegou muito pesado com o filme, falou demais de forma negativa do trabalho e acabou transformando em um filme político, o que ele não é. É um filme sobre a história de uma família, da relação de um filho com a mãe e os amigos.

CURTO-CIRCUITO
A MOSTRA "Perestroika", de Antonio Sobral, será inaugurada hoje, às 18h, no escritório de arte DConcept, nos Jardins.
GILBERTO BEREZOVSKY realiza hoje, às 20h30, leilão de seu lote de gado nelore, com transmissão pelo Canal Rural.
A TEMPORADA PAULISTANA da peça "O Despertar da Primavera", inicialmente programada para o teatro Brigadeiro, será no teatro Sérgio Cardoso. A estreia é no dia 12 de março. Classificação etária: 14 anos.

ELIANE CANTANHÊDE

A tripulação inteira sumiu!

FOLHA DE SÃO PAULO - 2402/10


Nos filmes americanos, o piloto some e o copiloto é baleado, mas sempre surge um passageiro que já pilotou um teco-teco um dia na vida e se revela um ás ao pousar um Boeing com 200 pessoas a bordo.
Na realidade do Distrito Federal, o piloto sumiu e não sobrou ninguém. O governo está em voo livre. O governador está preso, o vice renunciou, o primeiro presidente da Câmara Legislativa escafedeu-se e o atual não tem condições políticas (entre outras) para virar ás e assumir o comando.
Sobra o presidente do Tribunal de Justiça, que não quer se aventurar na política, e ainda mais num momento como esse, com fortes turbulências e nenhuma pista segura à frente.
O que sobra? Sobra a intervenção federal, que é uma medida drástica, dolorosa, mas prevista pela Constituição brasileira e instrumento adequado para uma emergência institucional -que é justamente o que ocorre na capital da República.
O
Supremo Tribunal Federal e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já amadureciam essa constatação, mas aguardavam uma decantação do quadro político e o melhor momento para bater o martelo. A renúncia do vice criou esse momento.
O Supremo está dividido, mas tende agora aprovar o pedido da Procuradoria-Geral da República ainda em março, como única saída para a crise.
E Lula, apesar de consciente do ônus de puxar para a esfera federal e para ele uma crise que é local e de adversários, sabia que poderia não ter alternativa.
Só falta escolher o interventor. Alguém que não seja candidato e tenha conhecimento jurídico, biografia limpa e experiência administrativa, além de apoio dos partidos governistas e trânsito na oposição. Ah! E com certo espírito camicase.

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Campanha da Copa no Brasil começa em julho

Folha de S.Paulo - 24/02/2010


O primeiro anúncio da Copa do Mundo de 2014, que será no Brasil, vai ser veiculado após a final dos jogos na África do Sul, no dia 11 de julho. De preferência com a seleção brasileira em campo, diz o ministro do Turismo, Luiz Barretto.

O ministro entusiasma-se com os planos para o Mundial e para a Olimpíada, "que têm potencial para impulsionar não apenas o turismo, mas todos os setores da economia".

Só no Rio, prevê uma repaginada nos hotéis de grande nome, além da construção de novos estabelecimentos.

"Três ícones cariocas devem voltar a funcionar. No final do ano, teremos novamente os fogos do Meridien. Em 2011, Eike Batista prevê reinaugurar o Hotel Glória. E o Nacional, que foi a leilão e comprado por um grupo de Goiás, procura uma bandeira para operá-lo."

Barretto anuncia na próxima quarta-feira as linhas de crédito dos Fundos Constitucionais para a hotelaria, na sede do Banco do Nordeste.

"O novo prazo é igual ao dado para a construção de hidrelétrica, um investimento de maturação longa", comemora.

Dentre os programas em andamento, o "Viaja Mais Melhor Idade" vendeu 180 mil pacotes de viagem a brasileiros com mais de 60 anos, em 2009, quase o mesmo que em 2008.

No dia 4 de abril, vai ser lançada uma nova campanha do programa. Como trilha sonora, a música "Agora só falta você", velho sucesso da Rita Lee. Em um dos filmes, o filho faz a mala e entrega ao pai, que está saindo de viagem. Exatamente como os pais costumam fazer com os filhos jovens.

Entre as cidades preferidas pelos turistas estão Caldas Novas (GO), Lins (SP) e Gravatal (SC). Há 1.709 hotéis e pousadas cadastrados em 426 cidades brasileiras que oferecem descontos aos maiores de 60 anos na baixa temporada.

DECISÃO TÉCNICA

O Santander, cujo departamento econômico divulgou estudo equiparando as políticas fiscais de Lula e Serra, venceu anteontem licitação da Secretaria da Fazenda paulista para a estruturação de fundos recebíveis do órgão, o mesmo que contestou veementemente o "paper" do banco, elaborado pelo economista Alexandre Schwartsman, ex-Banco Central.

TRAJETO DO MUNDIAL
A Logit, empresa brasileira especializada em transporte, acaba de instalar um sistema na África do Sul, que vai dar suporte à Copa do Mundo.

O modelo, de corredores de ônibus articulados que trafegam a 30 quilômetros por hora, vai ligar o distrito de Soweto ao centro de Johannesburgo, com passagens pelos pontos turísticos das regiões.

Também foi desenvolvido um projeto para a Cidade do Cabo.

A Logit foi responsável pela concepção e pelo planejamento operacional do trajeto completo, que inclui 300 quilômetros de linha construída.

"Hoje, na África do Sul, a maior parte do transporte público é feita por perueiros. Não há metrô e as linhas de ônibus são escassas", diz Wagner Colombini, presidente da Logit.
Já há negociações para que o modelo seja adotado no Rio de Janeiro, para a Copa e a Olimpíada.

NA ESCOLA
O economista e ex-ministro Mailson da Nóbrega vai participar hoje da aula magna que marca o início do ano letivo da disciplina de Direito dos Negócios da Direito GV, na sede da escola, em São Paulo.

ÀS COMPRAS
O CenterVale Shopping, de São José dos Campos, iniciou processo de expansão em que vai receber a primeira loja Calvin Klein Jeans do Vale do Paraíba. A rede está em expansão no interior de São Paulo. A empresa Ancar Ivanhoe, que administra o shopping, investirá R$ 70 milhões nos projetos. Também serão inauguradas as lojas My Shoes, Santa Lola e Imaginarium.

DIRETO 1
O mercado brasileiro de vendas diretas registrou um volume de negócios de R$ 21,858 bilhões no ano passado, crescimento de 18,4% na comparação com 2008. Descontado o IPCA, acumulado em 4,3%, o crescimento real registrado foi de 14,1%, segundo levantamento da ABEVD (Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas).

DIRETO 2
O setor totalizou 2,377 milhões de revendedores no ano passado. O número é 17,7% superior ao registrado há 12 meses. Entre os novos associados em 2009 estão Jequiti Cosméticos, Lyor Cosméticos, Lili Home Cosméticos e Santa Ceia Vinhos.

ASAS
A Líder Aviação acaba de adquirir quatro aeronaves da Hawker Beechcraft, para atender ao mercado de fretamento e táxi aéreo, segundo Eduardo Uchoa, diretor de fretamentos e gerenciamento da Líder. Foram investidos US$ 22 milhões para a aquisição de um King Air C90 GT e três Premier 1A, que passarão a fazer parte da frota da empresa, que já tem outras 13 aeronaves.

GENTIL
O mercado de seguros deve crescer em competitividade neste ano. Depois da primeira fase da campanha sobre gentileza no trânsito, a Porto Seguro faz oferta mais aguerrida. O cliente que não tiver pontos na carteira de habilitação poderá ganhar 5% na contratação ou na renovação do seguro, a partir de março. Será válido apenas para motoristas da Grande São Paulo.

JOSÉ SIMÃO

Ueba! Lucianta Gimenez queima avião!

FOLHA DE SÃO PAULO - 24/02/10


Ela começou a pensar: "Como esse negócio voa?". E aí saiu fumaça! Tico e Teco pegam fogo!


BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Direto do País da Piada Pronta!
Avião com Luciana Gimenez pega fogo em Nova York! Meu Deus! My GOD! O avião levantou, vuuum, com a Luciana dentro e, de repente, "shhhs" começou a soltar fumaça! Três hipóteses: 1) Ela ligou a chapinha em 220 volts. 2) Ela ligou o barbeador em 220 volts. 3) Ela ligou o vibrador em 220 volts. Ou então ligou TODOS num benjamim. BUM! Fogo! FIRE! Ou então ela começou a pensar: "Como esse negócio voa, hein?". E aí, saiu a fumaça! Tico e Teco pegam fogo!
E a faixa de apoio ao Arruda: "Ação Jovem! Estamos com você, Arruda, sem direito de DEFEZA!". Rarará! Com uma defesa dessa é pra passar o resto da vida na cadeia! E o Arruda se queixa de isolamento. Por isso não, manda ele fazer uma baldeação na estação Sé do metrô. Nunca mais vai se sentir sozinho na vida!
E sabe como se chama o ministro da Energia na Venezuela? Ali Rodriguez ARAQUE! Por isso os venezuelanos estão fazendo xixi no escuro! E sabe por que não se pode tomar Viagra com Bavaria? Pra não comer os amigos!
E estado de atenção: kassaram a kassação do kassado. Essa notícia INUNDOU a mídia. Rarará! Mas Sampa continua alagando! É que estamos na AQUARESMA!
E o "BBB"? As Big Bibas do Bial! A PM não é mais PM, é só TPM, pediu exoneração. Trocou a farda pela farra. Ai que frase moralista. Rarará! E você acredita num machão homofóbico que se chama DOURADO?
E macho que é macho tem que fumar Marlboro e andar a cavalo sem derrubar cinza no chão. E sabe como gaúcho espirra? ATCHÊ! Espirro de macho!
E em Palmas, Tocantins, abriram um bar novo chamado BBB! Aí perguntaram: "Por que "BBB'?". Porque toda semana tem um eliminado.
E sabe quem vai ser o vice da Dilma? O Vasco da Gama. Já foi vice da Taça Rio, vice da Copa Brasil, vice da Taça Guanabara e só pode ser vice da Dilma! VICEado em vice.
Antitucanês Reloaded, a Missão! Continuo com a minha heroica e mesopotâmica campanha "Morte ao Tucanês". É que em Camaragibe, Pernambuco, tem um inferninho chamado O CANTO DA ROLA! E canta o quê? "Lobo Mau" ou "Single Ladies"? Mais direto, impossível. Viva o antitucanês! Viva o Brasil!
E atenção! Cartilha do Lula. O Orélio do Lula. Mais um verbete pro óbvio lulante. "Cassação": companheiro em plena atividade no Baixo Augusta! Rarará! O lulês é mais fácil que o ingrêis. Nóis sofre, mas nóis goza. Hoje só amanhã. Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

SONIA RACY - DIRETO DA FONTE

PAC da cana para Cuba?

O Estado de S.Paulo - 24/02/2010


A terça-feira da semana passada não foi um dia de carnaval para José Dirceu e Maurílio Biagi, apesar de Ribeirão Preto oferecer alternativas divertidas.

O ex-ministro e o empresário se sentaram para conversar sobre diversos temas - entre eles, a possibilidade de Cuba voltar a produzir cana.

Para quem não se lembra, Fidel Castro suspendeu a plantação de cana alegando que era mais importante produzir alimentos. Resultado: rompeu-se o ciclo (um ano da cana, outro de cultura diferente) e hoje faltam alimentos na ilha.

Indagados, Dirceu e Biagi admitem o encontro mas não o tema. "Foi uma conversa para matar saudades", desconversa Dirceu.

É, o ex-ministro realmente é um homem eficiente. Com o mundo de tarefas atuais, ainda arruma tempo para jogar conversa fora.


Índio quer apito

Delegação de índios saiu do congresso do PT confiante na palavra de Lula, que prometeu, em um aparte ao seu discurso, "resolver o problema" deles.

O que eles pediram? Exoneração da cúpula da Funai.


Na alegria e tristeza

Planos dos produtores de Lula, o Filho do Brasil.
Arrebanhar outros nove filmes nacionais que tampouco foram bem de bilheteria e exibi-los no "cinema volante" - caminhões com tela inflável em cidades sem salas de exibição.
Negociam com Cacá Diegues e Globo Filmes.


Pouso forçado

Oskar Metsavaht teve que voltar para o Brasil no meio de suas férias em Aspen-Snowmass, nos EUA. A fábrica da sua Osklen pegou fogo, queimando até seu arquivo vivo de coleções passadas.

A unidade já voltou a operar normalmente.


Aconchego

Também em Aspen, o novo-inquilino da casa pertencente a Jaqueline Maluf, Carlos Santiago -, da falida Asper e hoje fabricante de gasolina.

Hospedado em um residencial onde a diária não sai por menos de... US$ 7 mil.


Enxugando gelo

Está difícil, para a Record, conseguir empolgação com os Jogos de Vancouver.

O melhor resultado de um brasileiro, até ontem, foi um 12º lugar na patinação no gelo. Só que o cearense Florent Amodio concorria... pela França.


Elas por elas

Cinco tops da TAM - Maria Claudia Amaro, Manoela Amaro, Victória Guimarães, Daisy Romero, Juliana Kfouri mais a comandante de Airbus Patrícia Melo - mereceram perfil na revista da empresa de março.

Tudo por conta do Dia Internacional da Mulher.

Cada um por si

Termina hoje o apoio da Embaixada do Brasil no Suriname a cerca de 30 brasileiros atacados em Albina. Terão que sair, sem destino, dos hotéis onde o Itamaraty os manteve desde dezembro.

Almir Nascimento - que acaba de deixar a Embaixada no Uruguai para assumir em Paramaribo - pondera: "Terminou nosso papel. Vão ter que reconstruir suas vidas sozinhos."


Parece e é

Não, não é coincidência. O novo filme de Karim Aïnouz chama-se Olhos nos Olhos, inspirado na música de Chico.
Musa? Alessandra Negrini.


EMOCIONES

Roberto Carlos passou o carnaval gravando em seu estúdio na Urca.

Em espanhol, seu novo CD.


outros carnavais

Entrevistado para a biografia de Marina Silva, que sai em agosto, FHC revelou o grande apreço de dona Ruth pela senadora.

Com direito até a cenas de ciúmes dos tucanos, quando as duas se encontraram.


Sobre as águas

Jesus Luz passou direto, ontem, pela fila do consulado americano em São Paulo e entrou no guichê 20. Como é o guichê reservado para fraudes, de duas uma: ou ele cometeu algo ilegal ou teve tratamento vip.


Na frente

Ainda não. A saída de Fábio Barreto, em coma desde dezembro, do hospital, foi adiada por duas semanas causa de problema nas pernas.
O mestre dos sushis Jun Sakamoto e Carlos Carvalho, do Kosushi, cometeram grave heresia. Passaram o fim de semana fazendo pizzas para muitos, entre eles o zero-caloria Flavio Settanni.

William Burns, subsecretário de Hillary Clinton, desembarca sexta em Brasília.

A fila por espaço na SP-Arte 2010 surpreendeu Fernanda Feitosa. Com 40 galerias na lista de espera, ampliou a área de exposição em mil m2.

O Paraty Convention & Visitors Bureau está promovendo o Festival Delícias do Mar em 18 restaurantes da cidade.
Luciana, a personagem de Alinne Moraes em Viver a Vida, virou...boneca. Ideia do artista plástico Marcus Baby.
Daniel Piza lança o livro Amazônia de Euclides. Hoje, na Livraria da Vila da Lorena.

A Track& Field comemora sua flagship store em NY.

Acontece hoje, em parceria com o British Council, a estreia de O Capote. No Sesi.

A Casa 8 promove leilão de artes e antiguidades. Amanhã, em seu endereço nos Jardins.

A Lego vai abrir sua primeira loja no Brasil. Em março, no Shopping Cidade Jardim.
Raquel Arnaud abre hoje a exposição coletiva Grandes Artistas, Grandes Formatos.

Com justiça eleitoral não se brinca: a gente "nuncakassab".

VICE DO VICE

PAINEL DA FOLHA

Carne queimada

Renata Lo Prete -

Folha de S.Paulo - 24/02/2010


Ocupante do governo do DF após a renúncia de Paulo Octávio, o deputado Wilson Lima (PR) carrega no currículo uma canetada que alterou em 2006 o Plano Diretor do Gama, liberando terrenos residenciais para construir postos de gasolina. Relator do projeto, foi acusado de mudar o texto para beneficiar amigos sem nem mesmo informar a Câmara. Responde ainda pela prática de nepotismo e pelo desvio de servidores para um instituto que leva seu nome.

Por essas e outras, ninguém considera viável a articulação dos deputados para manter Lima na cadeira de governador, dando ao PT o comando do Legislativo. Insistir nesse rumo, argumentam os mais ajuizados, é caminho seguro para a intervenção.

Tranca
Causa inquietação nas bancadas do Congresso o fato de que a eventual intervenção no Distrito Federal impediria a votação de emendas à Constituição. Na fila estão a PEC das 40 horas da jornada de trabalho e a que cria o piso dos policiais militares.

A queda 1
Pouco antes de anunciar sua desfiliação do DEM, seguida da renúncia ao governo, "PO" ainda tentou, sem sucesso, uma última conversa para obter apoio dos "radicais" Ronaldo Caiado e Demóstenes Torres.

A queda 2
Ele havia escrito duas versões da carta de desfiliação. Uma era dura e cobrava lealdade da sigla, citando sua desistência de disputar o governo, em 2006, para compor com Arruda. Prevaleceu a mais enxuta, que apenas comunicou a partida.

Cortina
A direção do DEM determinou que Alberto Fraga deixe hoje a Secretaria de Transportes do DF e reassuma o mandato de deputado. Além de silenciar o insistente defensor de Arruda e "PO", os "demos" também querem tirar de cena Osório Adriano, suplente de Fraga cujo nome anda rondando o escândalo.

Outro lado
O delegado da Polícia Federal Alfredo Junqueira, coordenador da Operação Caixa de Pandora, nega ter recomendado ao jornalista Edson Sombra, uma das testemunhas contra Arruda, que evite sair de casa.

Dominó
Sombra, aliás, fez circular ontem que tem munição de sobra para derrubar também Wilson Lima.

Sacode
Combalido pelo Arrudagate e pela ameaça de cassação de Gilberto Kassab, o DEM prepara um "encontro nacional" em desagravo ao prefeito paulistano.

Agora chega
José Dirceu, que recebeu ao menos R$ 620 mil de grupo empresarial a ser beneficiado no caso de reativação da Telebrás, tem dito que pretende parar com todas as consultorias e se dedicar exclusivamente à política.

Day spa
Apesar de contrariado com as perguntas sobre a reportagem da Folha, Dirceu se mostrou satisfeito, na comemoração dos 30 anos do PT na Assembleia Legislativa paulista, quando alguém comentou que o ex-ministro estava mais magro. Ele deu a receita: "Tomo sol, faço exercícios e namoro muito".

Retroativo 1
O pânico das centrais diante da perspectiva de perder no Supremo Tribunal Federal a batalha pela manutenção da contribuição sindical obrigatória não diz respeito apenas ao dinheiro que deixará de entrar no caixa.

Retroativo 2
A depender do curso do julgamento, que deve prosseguir hoje, as centrais podem ser obrigadas a devolver o que o governo já lhes repassou. No ano passado, as seis reconhecidas pelo Ministério do Trabalho receberam R$ 64 milhões.

Carreira solo
Sem acordo para colocar José Serra no palanque de André Puccinelli (PMDB), que tentará a reeleição em Mato Grosso do Sul, o PSDB anuncia hoje que a senadora Marisa Serrano será candidata ao governo.

Tiroteio
"Tudo indica que está em curso uma negociata de proporções internacionais."

Contraponto

Patrulha fashion
O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, teve um encontro anteontem com José Serra antes de seguir para uma emissora de televisão, onde concederia entrevista.

Os jornalistas que o tinham visto chegar ao Palácio dos Bandeirantes notaram que, na saída, o senador já não usava a mesma gravata preta, e sim uma bem colorida.

-O senhor aproveitou a visita ao governador para mudar o figurino?- brincou um repórter.
Um tanto constrangido, Guerra reconheceu que Serra havia lhe dado uma consultoria rápida para ir à TV:

-Minha gravata foi demitida...