sábado, novembro 13, 2010

RENATA LO PRETE - PAINEL DA FOLHA

Amarga sentença
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 13/11/10

Com respaldo da bancada governista, o pleito do Judiciário paulista por fatia mais generosa do Orçamento em 2011 tende a ser relativizado por Geraldo Alckmin. É consensual na equipe de transição do tucano a tese de que os R$ 5,6 bilhões oferecidos por Alberto Goldman já contemplam correção acima da inflação e atendem às necessidades funcionais do setor.
O TJ-SP pede R$ 12,3 bilhões e aponta risco ao funcionamento dos serviços jurisdicionais. O valor é considerado proibitivo para o núcleo alckmista, ainda que o temor de uma greve como a que durou 127 dias este ano assombre a largada do novo governo.

Sorvedouro - A posição de Alckmin espelha um diagnóstico, consolidado na gestão de José Serra, segundo o qual os recursos destinados ao Judiciário de São Paulo, independentemente do volume, são canalizados para salários de juízes e desembargadores, e não para melhorar a qualidade dos serviços prestados à população.

Megafone - O temperamento explosivo do governador em exercício, Barros Munhoz (PSDB), rendeu-lhe, na presidência da Assembleia paulista, o apelido de ‘Berros Munhoz’.

Positivo... - Depois do infarto sofrido na véspera, José Alencar acordou ontem por volta das 6h e perguntou a um assessor: ‘Tem despacho hoje?’. Antes mesmo de ouvir a resposta, determinou: ‘Não cancela nada. Já estou com a caneta na mão’.

...e operante - Em despacho de mais de uma hora com Beto Vasconcelos, subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, o vice assinou mais de 30 atos e quis se inteirar da posição de Lula sobre os mais variados temas.

Cabo eleitoral - Na conversa que teve com José Eduardo Dutra (PT) na terça-feira, o presidente do PP, Francisco Dornelles (RJ), defendeu a permanência de Guido Mantega na Fazenda.

Fica, Lupi - Lideradas pela Força Sindical, cinco centrais aprovaram ontem o texto de carta a ser encaminhada na terça-feira a Dilma, na qual pedem a manutenção de Carlos Lupi (PDT) à frente do Ministério do Trabalho. O documento só não foi subscrito pela CUT, que exigiu mais tempo para submeter o tema aos seus filiados.

Conjunto unitário - Um curioso observou: o único até agora a defender publicamente o Enem, e consequentemente Fer­nando Haddad, foi o presidente Lula.

Expertise - O Cespe, um dos integrantes do consórcio contratado pelo MEC com dispensa de licitação para aplicar o Enem, também foi responsável pelas provas do último concurso do Ministério Público Federal.

Fila - O governo quer tentar aprovar ainda este ano o marco regulatório do pré-sal, mas esbarra numa dificuldade na Câmara: teme que, ao abrir uma sessão extraordinária para a votação da matéria, os deputados incluam na pauta perigosos ‘jabutis’. O maior temor é a PEC 300.

Ato final - Na próxima reunião do colegiado, ainda neste mês, a Mesa da Câmara deverá cumprir a decisão do TSE e sacramentar a perda do mandato do deputado Bispo Rodovalho (DF), que trocou o DEM pelo PP.

Calculadora - O grupo mais próximo de Tarso Genro pressiona para que o governador eleito evite convocar um deputado federal do partido para seu secretariado. O objetivo é evitar que Paulo Ferreira, ex-tesoureiro do PT que ficou na suplência, assuma vaga na Câmara.

Tiroteio
Ao pedir a cabeça do ministro da Educação, a oposição, derrotada nas urnas, tenta criar um clima de terceiro turno.
DO DEPUTADO REELEITO PAULO TEIXEIRA (PT-SP), defendendo Fernando Haddad das cobranças causadas pela sucessão de problemas no Enem.

Contraponto
Plano de carreira
Em reunião do PT realizada na quarta-feira passada na Câmara, Luiz Couto (PB) brincava com os colegas a propósito do fato de a bancada abrigar, entre seus recém-eleitos, Padre Ton (RO) e Padre João (MG).
Além disso, lembrava ele, o partido reelegeu um deputado de nome Jesus Rodrigues (PI).
Posto que a campanha eleitoral deste ano acabou dominada por um forte componente religioso, um dos presentes aproveitou a deixa:
- Pronto! Agora só nos falta um cardeal!

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