terça-feira, setembro 28, 2010

ILIMAR FRANCO

O continuísmo 
Ilimar Franco 


O Globo - 28/09/2010


As pesquisas indicam, a uma semana das eleições, que os governos bem avaliados vão triunfar. Os bons governantes, independentemente de partido, estão se reelegendo ou fazendo o sucessor. O presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, diz que essa lógica beneficia Dilma Rousseff, Geraldo Alckmin, Antonio Anastasia, Sérgio Cabral, Marcelo Déda, Jaques Wagner e André Puccinelli, entre outros; e prejudica Ana Júlia e Yeda Crusius.

O governismo nas eleições legislativas

Nas eleições para a Câmara e o Senado, os candidatos dos partidos que apoiam o governo Lula estão levando vantagem sobre os da oposição. O fenômeno não beneficia apenas os petistas, mas todos os aliados. Montenegro cita exemplos da força do governismo nas eleições para o Senado: Vanessa Grazziotin (PCdoB) superou o líder do PSDB, Arthur Virgílio (PSDB), no Amazonas; o presidente da CNI, Armando Monteiro (PTB), passou o ex-vice-presidente Marco Maciel (DEM), em Pernambuco; Ciro Nogueira (PP) superou Mão Santa (PSC), no Piauí; e a liderança de Lindberg Farias (PT) nas eleições do Rio de Janeiro

Não é lulismo, é continuísmo onde está bem. No Executivo, o eleitor não quer arriscar. No caso do Congresso, não há petismo, há governismo” — Carlos Augusto Montenegro, presidente do Ibope

A TURMA DA CULTURA. A cineasta Tizuka Yamasaki apareceu na TV pedindo votos para Paulo Rocha (PT), candidato ao Senado pelo Pará. Ele está ameaçado pela Lei do Ficha Limpa. Também apareceram na propaganda o ex-ministro da Cultura Gilberto Gil e o atual, Juca Ferreira. “Em Brasília, eu conheci o Paulo, defensor do meio ambiente e, principalmente, defensor da cultura, que foi o motivo que nos aproximou”, disse Tizuka.

Cipó de aroeira

A candidatura de Heloísa Helena (PSOL) ao Senado por Alagoas está afundando. São fatais os vídeos, exibidos no horário eleitoral, onde ela xinga o presidente Lula quando era senadora. Benedito de Lira (PP) é o grande beneficiário.

O articulador

Foi o deputado Antônio Palocci (PT-SP), da coordenação da campanha de Dilma, quem fez toda a costura para que o candidato do PP ao governo paulista, Celso Russomano, anunciasse que apoiava a petista na eleição presidencial.

Marco Maciel aposta no medo

Com sua reeleição ameaçada, o senador Marco Maciel (DEMPE) recorreu à tática do medo. Sua palavra de guerra nesta reta final da campanha é: “Não troque o certo pelo duvidoso”. Na propaganda na TV, um “professor” dá o seguinte depoimento: “Eu sempre digo aos meus alunos que a História não perdoa.

Que um erro de um dia pode custar anos de arrependimento.

A História da Humanidade foi escrita com grandes homens. Por isso eu não troco o certo pelo duvidoso.”

O cabo eleitoral dos comunistas

Sob fogo cruzado em São Paulo, o candidato do PCdoB ao Senado, o cantor Netinho de Paula, está sendo convocado para pedir votos para candidatos comunistas de outros estados. Já gravou para a TV para os candidatos ao Senado Vanessa Grazziotin (PCdoBAM), Edvaldo Magalhães(PCdoBAC), entre outros. No vídeo que faz para Vanessa, ele diz: “Ô, minha galera querida do Amazonas! Olha, eu sou um grande amigo dessa guerreira que é a Vanessa.”

SURPRESA. Especialistas em eleições, avaliando os dados mais recentes da disputa em Alagoas, dizem que o ex-presidente e senador Fernando Collor (PTB) pode ficar de fora do segundo turno.

JÁ JÁ. Candidato à reeleição, o senador José Agripino (DEM-RN) se autointitula “Já Já” na campanha. Sua propaganda diz: “Deixa Agripino no Senado. Deixa o meu Já Já.”

RÓTULOS. O presidente do PV-RJ, Alfredo Sirkis, definiu Plínio de Arruda Sampaio, candidato a presidente pelo PSOL, como um “Tiririca presidencial”.

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