sábado, agosto 14, 2010

PAINEL DA FOLHA

Efeito combinado
 RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 14/08/10

Durou dois dias o entusiasmo gerado na campanha de José Serra pela entrevista do candidato na bancada do “JN”. O Datafolha em que Dilma Rousseff aparece oito pontos à frente do tucano e com possibilidade concreta de liquidar a eleição no primeiro turno atingiu o PSDB associado a um outro resultado desalentador: o da manutenção da dianteira de 26 pontos de Hélio Costa (PMDB) sobre Antonio Anastasia em Minas. Analisados em conjunto, os resultados nacional e mineiro desenham para a oposição, às vésperas do início da propaganda de TV, um quadro alarmante do qual apenas São Paulo e Paraná escapam. 
Marco - Na simulação de segundo turno, Dilma tem hoje os mesmos 49% que Serra registrava em dezembro do ano passado, no primeiro Datafolha presidencial da atual série histórica. 
Meio a meio - Em SP, a fortaleza tucana que permanece em pé, Geraldo Alckmin se permite o luxo de dividir com Aloizio Mercadante o eleitorado petista: tem 37% entre os simpatizantes do partido; o senador, 36%. 
Geracional 1 - Mercadante obtém o pior desempenho entre os eleitores mais jovens: 8%, metade de seu resultado geral. Com Alckmin acontece o contrário: ele pontua 65% na faixa de 16 a 24 anos, e 54% na média. 
Geracional 2 - Marta Suplicy escapa da má sorte de seu correligionário entre os jovens: registra 42% nessa faixa, contra 32% no geral. 
Sem público - Por essas e outras, no próprio PT há quem considere que Mercadante erra ao adotar, como fez no debate da Band, o discurso de que nada funciona no governo de São Paulo e de que o eleitor “quer mudar”. Assim como ocorre com a avaliação do governo federal petista, não há sinal de tal insatisfação no Estado administrado pelos tucanos. 
Passa lá - Serra foi ao debate da Band atendendo a convite de Alckmin. 
Não dá liga - A vantagem de 12 pontos aberta por Beto Richa (PSDB) na disputa pelo governo do Paraná parece dar razão aos que viram constrangimento do eleitorado antigo de Osmar Dias (PDT) por vê-lo desfilando em Curitiba ao lado de Lula. 
Locação - Lula gravou ontem às margens do rio Madeira um depoimento para o programa eleitoral de Dilma Rousseff, no ar a partir da próxima terça. Na fala, o presidente exalta a “segurança energética” que teria sido alcançada em sua gestão. 
Fila - No embalo, Lula grava hoje a primeira leva de depoimentos de apoio a candidatos aliados aos governos dos Estados e ao Senado. A lista dos contemplados estava ontem em elaboração. 
Camuflado - A despeito de um calor de lascar em Rondônia, o presidente visitou as usinas de Santo Antonio e Jirau vestindo jaqueta marrom de mangas compridas. Ele machucou o braço esquerdo numa pescaria e não pode tomar sol na lesão. 
Twister - Enquanto isso, no Rio Grande do Sul, o vento impressionou a comitiva de Dilma. “Ventania arretada aqui em Porto Alegre. Derrubou a cobertura do ponto de táxi em frente ao hotel”, disse no Twitter o presidente do PT, José Eduardo Dutra.
Memória seletiva Em busca de novo mandato, Renan Calheiros (PMDB-AL) conta no site da campanha que o “ápice” de sua carreira se deu em 2005, quando foi eleito presidente do Senado. Nenhuma palavra sobre o fato de ter renunciado ao cargo para não ser cassado.
Tiroteio
O debate da Band inaugurou a “era dos nanicões”: Mercadante, Russomano e Skaf fazendo tabelinha para atacar Alckmin. 
DO DEPUTADO DUARTE NOGUEIRA (PSDB-SP), sobre a atuação dos adversários do tucano no programa realizado na noite de quinta-feira.
Contraponto
Quero só ver 

Na plateia da Band, Ciro Moura (PTC) se queixava de que o mundo inteiro atribui os 19% por ele obtidos no Datafolha para o Senado à confusão com o nome do bem mais conhecido Ciro Gomes (PSB). 
- Será que pensam que o povo é bobo? - indagava o candidato nanico a todos com quem falava. 
Ao ouvir o comentário, o deputado Márcio França, presidente do PSB de São Paulo, sugeriu: 
- É fácil tirar essa história a limpo. Basta colocar “C. Moura” na cartela e ver quantos votos sobram.

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