terça-feira, agosto 31, 2010

DILMA É MENTIROSA

DILMA É MENTIROSA E INCOMPETENTE




De quem é a culpa? De FHC, é claro

Fernanda OdillaMárcio Falcão e Ranier Bragon, Folha.com
A candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff, disse na tarde desta terça-feira que sua experiência no mundo empresarial foi sepultada pela "variação cambial" da década de 90. Segundo ela, o negócio quebrou por causa da disparada do dólar.
Entre 1995 e 1996, Dilma foi sócia gerente da Pão & Circo, empresa que importava bugigangas do Panamá para revender a lojistas de Porto Alegre (RS). Artigos de bazar e brinquedos, em especial os dos Cavaleiros do Zodíaco --animação japonesa sobre jovens guerreiros-- eram o forte do negócio.
"Quando o dólar está 1 por 1 e passa para 2 ou 3 por 1, ele [o microempresário] quebra. É isso que acontece com o microempresário, ele fecha. A minha experiência é essa e de muitos microempresários desse pais", disse a candidata.
Aproveitando a estabilidade do real em relação ao dólar e um período em que artigos importados ainda eram novidade no mercado brasileiro, Dilma apostou em artigos populares comprados na Zona Franca de Colón, no Panamá, para revendê-los no atacado e também no varejo.
Em parceria com a cunhada Sirlei Araújo, o ex-marido Carlos Araújo e o sobrinho João Vicente, a candidata abriu sede e filial em Porto Alegre. O negócio foi extinto oficialmente em 1998, mas dois anos antes Dilma e os sócios já haviam fechado a empresa e encerrado as atividades.
"Naquela época, a variação cambial teve muito efeito e também da própria dificuldade que você faz tudo com capital próprio. Na prática, dei uma força para minha cunhada que, por vários motivos, estava sem emprego e tinha que sustentar quatro filhos. Mas tenho muito orgulho daquilo", afirmou Dilma.
Segundo registro na Junta Comercial do Rio Grande do Sul, a empresa de Dilma podia comercializar, importar e exportar de tudo um pouco: confecções, couro, eletrônicos, tapeçaria, livros, bijuteria, flores naturais e artificiais, bebidas e tabaco. Vizinhos da filial, que funcionava num centro comercial na capital gaúcha, lembram que a loja era muito simples e os produtos bastante populares.
Dilma falou sobre sua experiência como microempresária na tarde desta terça-feira, após encontro com Robson Andrade, presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), para tratar de políticas para o setor.
A VERDADE
Cotação do dólar entre 1995 e 1996

1995
Fevereiro0.837
março0,884
Abril0,905
Maio0,891
Junho0,909
Julho0,926
Agosto0,942
Setembro0,953
Outubro0,958
Novembro0,962
Dezembro0,967



1996
Janeiro0,972
Fevereiro0,982
Março0,986
Abril0,989
Maio0,995
Junho1,001
Julho1,006

Ou seja, o dólar nesse período ficou quase sempre abaixo do real, propício para a importação. Essa Dilma é uma VACA!

SENADOR JOSÉ AGRIPINO

SERRA PRESIDENTE

SERRA 45 - PRESIDENTE DO BRASIL

ARNALDO JABOR

A volta do bode preto da velha esquerda
ARNALDO JABOR
O GLOBO - 31/08/10

Meu primeiro grande amor começou num "aparelho" do Partido Comunista Brasileiro em 1963, meses antes do golpe militar. Era um pequeno apartamento conjugado na rua Djalma Ulrich, em Copacabana, em cima de uma loja de discos. No apartamento, havia um sofá-cama com a paina aparecendo por um buraco da mola, entre manchas indistintas - marcas de amor ou de revolução? Na parede, um cartaz dos girassóis de Van Gogh e, numa tábua sobre tijolos, livros da Academia de Ciências da URSS. Um companheiro me emprestara a chave com olhar preocupado, sabendo que era para o amor e não para a política. "Cuidado, hein, se o dirigente da ‘base’ souber...." - disse-me, vendo a gratidão em meus olhos.
Eu era virgem de sexo com namoradas, pois pouquíssimas moças "davam" nessa época anterior à pílula; transar, para elas, era ainda um ato de coragem política. As moças iam para a cama pálidas de medo, para romper com a "vida burguesa", correndo o risco da gravidez - supremo pavor. Famintos de amor, usávamos até Marx para convencer as meninas. "Não. Aí eu não entro!", gemiam, empacadas na porta do apartamento. Nós usávamos argumentos que iam de Sartre e Simone até a revolução: "Mas, meu bem, deixa de ser ‘alienada’... A sexualidade é um ato de liberdade contra a direita...". Tudo era ideológico em Ipanema - até a praia tinha um gosto de transgressão política. Éramos assim nos anos 60.
A guerra fria, Cuba, China, tudo dava a sensação de que a "revolução" estava próxima. "Revolução" era uma varinha de condão, uma mudança radical em tudo, desde nossos "pintinhos" até a reorganização das relações de produção. Não fazíamos diferença entre desejo e possibilidade. Eu era do Grupo Vertigem, como colegas radicais nos apelidaram. Nossa revolução era poética, Rimbaud com Guevara; era uma esperança de um tempo futuro em que a feia confusão da vida se harmonizaria numa perfeição política e estética. Para os mais obsessivos, era uma tarefa a cumprir, uma disciplina infernal, um calvário de sacrifícios para atingir não sabíamos bem o quê. Tínhamos os fins, mas não tínhamos os meios.
E, como todos, tínhamos horror ao demônio do capital e da administração da realidade para a luta (coisa chata, sem utopia...). Por isso, a incompetência era arrepiante. Ninguém sabia administrar nada, mas essa mediocridade era compensada por bandeiras e frases bombásticas sobre justiça social etc. Nunca vi gente tão incompetente quanto a velha esquerda que agora quer voltar ao poder como em 63, de novo com a ajuda de um presidente. Assim como foi com Jango, agora precisam do Lula. São as mesmas besteiras de pessoas que ainda pensam como nos anos 60 e, pior, anos 40."Revolução" era uma mão na roda para justificar sua ignorância, pois essa ala da esquerda burra (a inteligente cresceu e mudou...) não precisava estudar nada profundamente, por ser "a favor" do bem e da justiça - a "boa consciência", último refúgio dos boçais. Era generosidade e era egoísmo. A desgraça dos pobres nos doía como um problema existencial nosso, embora a miséria fosse deles. Em nossa "fome" pela justiça, nem pensávamos nas dificuldades de qualquer revolução, as tais "condições objetivas"; não sabíamos nada, mas o desejo bastava. Como hoje, os idiotas continuam com as mesmas palavras, se bem que aprenderam a roubar e mentir como "burgueses".
A democracia lhes repugnava, com suas fragilidades, sua lentidão. Era difícil fazer uma revolução? Deixávamos esses "detalhes mixurucas" para os militantes tarefeiros, que considerávamos inferiores, "peões" de Lênin ou (mais absurdo ainda) delegávamos o dever da revolução ao presidente da República, na melhor tradição de dependência ao Estado, como hoje. Deu nos 20 anos de bode preto da ditadura. Por que escrevo essas coisas antigas, estimado leitor? Porque muita gente que está aí, gritando slogans, não quer entender que a via mais revolucionária para o Brasil de hoje é justamente o que chamávamos de "democracia burguesa", com boquinha de nojo. Muita gente sem idade e sem memória não sabe que o caminho para o crescimento e justiça social é o progressivo aperfeiçoamento da democracia, minando aos poucos, com reformas, a tradição escrota de oligarquias patrimonialistas. Escrevo isso porque acho que a luta de hoje é entre a verdadeira esquerda que amadureceu e uma esquerda que quer continuar a bobagem, não por romantismo, mas porque o Lula abriu-lhes as portas para a lucrativa pelegagem.
Vejo, assustado, que querem substituir o patrimonialismo "burguês" pelo sindicalista, claro que numa aliança de metas e métodos com o que há de pior na política deste país. Vão partir para um controle soviético e gramsciano vulgar do Estado para ter salvo-condutos para suas roubalheiras num país sem oposição, entregue a inimigos da liberdade de opinião. Escrevo isso enojado pela mentira, vencendo com 80% de Ibope, apagando da história brasileira o melhor governo que já tivemos de 94 a 2002, com o Plano Real, com a Lei de Responsabilidade Fiscal, com a telefonia moderna de hoje, com o Proer que limpou os bancos e impediu a crise de nos atingir, com privatizações essenciais que mentem ao povo que "venderam nossos bens...", com a diminuição da pobreza em 35% que abriu caminho para o progresso econômico de hoje, apropriado na "mão grande" por Lula e seus bolchevistas. Ladroeira pura, que o povo, anestesiado pelo Bolsa Família e pelas rebolations do Lula na TV, não entendem.
Também estou enojado com os vergonhosos tucanos apanhando na cara por oito anos sem reagir. O governo Lula roubou FHC e o mais sério período do país, e seus amigos nunca o defenderam nem reagiram. São pássaros ridículos em extinção.
Tenho orgulho de que, há 40 anos, no apartamento conjugado do Partidão com minha namorada, eu gostava mais dos girassóis de Van Gogh do que dos livros de Plekhanov. Por isso, para levar meu primeiro amor ao apartamento, usei uma cantada de esquerda: "Nosso amor também é uma forma de luta contra o imperialismo norte-americano".
E ela foi.

A ORIGEM DO OVO DE PÁSCOA

LULA E DILMA

Lula na Inglaterra

Lula na Inglaterra pergunta à rainha:
- Senhora rainha, como consegue escolher tantos ministros tão maravilhosos?
Sua majestade responde:
- Eu apenas faço uma pergunta inteligente. Se a pessoa souber responder ela é capacitada a ser ministro. Vou lhe dar um exemplo.
A rainha manda chamar Tony Blair e pergunta:
- Mr.. Blair, seu pai e sua mãe têm um bebê. Ele não é seu irmão nem sua irmã. Quem é ele?
Tony Blair responde:
- Majestade, esse bebê sou eu.
Ela vira prá Lula:
- Viu só? Mereceu ser ministro.
Lula maravilhado volta ao Brasil.
Voltando ao Brasil, chama a ministra Dilma Roussef e lasca a pergunta:
- Companheira Dilma, seu pai e sua mãe têm um bebê. Ele não é seu irmão nem sua irmã. Quem ele é?
A ministra responde:
- Senhor presidente, vou consultar nossos assessores e a base aliada e lhe trago a resposta. Vai então e cobra a resposta. Ninguém sabe.
Aconselham perguntar ao ex-presidente FHC, que é muito inteligente. Dilma liga pra FHC:
- Fernando Henrique, aqui é a Dilma Roussef. Tenho uma pergunta pra você: se seu pai e sua mãe têm um bebê e esse bebê não é seu irmão nem sua irmã, quem é esse bebê?
O ex-presidente responde imediatamente:
- Ora senhora ministra, é lógico que esse bebê sou eu!
A ministra vai correndo levar a resposta ao Lula:
- Sr. Presidente, se meu pai e minha mãe têm um bebê e esse bebê não é meu irmão nem minha irmã, é lógico que ele só pode ser o Fernando Henrique Cardoso.
Lula dá seu sorrisinho sabido e diz:
- Te peguei, companheira Dilma. Sua resposta está
completamente errada… o bebê é o Tony Blair!!!

MÍRIAM LEITÃO

Festa na véspera
Miriam Leitão
O GLOBO - 31/08/10

Então é isso? Uma eleição cuja campanha começou antes da hora acabou antes que os votos sejam depositados na urna? A vencedora de véspera já estendeu a mão, magnânima, à oposição; seus dois maiores caciques começaram uma briga intestina; cargos são distribuídos entre os partidos da base e os assessores já preparam os planos e projetos. Fala-se do futuro como inexorável.

O quadro está amplamente favorável a Dilma Rousseff, mas é preciso ter respeito pelo processo eleitoral.

Se pesquisa fosse voto, era bem mais simples e barato escolher o governante.

Imagina o tempo e o dinheiro poupado se pesquisas, 30 dias antes do pleito, fossem suficientes para o processo de escolha? A estrutura da Justiça Eleitoral, as urnas distribuídas num país continental, mesários trabalhando o dia inteiro, computadores contando votos; nada disso seria necessário.

Mas como eleição é a democracia num momento supremo, respeitá-la é essencial.

Os que estão em vantagem, e os que estão em desvantagem, não podem considerar o processo terminado porque isso amputa a melhor parte da democracia, encerra prematuramente o precioso tempo do debate e das escolhas.

Dilma já sabe até o que fará depois de ser eleita, como disse na sexta-feira: “A gente desarma o palanque e estende a mão para quem for pessoa de boa vontade e quiser partilhar desse processo de transformação do Brasil.” Os jornalistas insistiram, ela ficou no mesmo tom: “Estendo a mão para quem quiser partilhar. Eu não sei se ele (Serra) quer.

Você pergunta para ele, se ele quiser, perfeitamente.” Avisou que se alguém recusasse, não haveria problema: “Pode ficar sem estender a mão, como oposição numa boa que vai ter dinheiro.” Já está até distribuindo o dinheiro público.

Feio, muito feio. Por mais animador que seja para Dilma os resultados da pesquisa — e deve ser difícil segurar a ansiedade — ela deveria pensar em algumas coisas antes. Primeiro, que falta o principal para ela ganhar: o voto na urna. Segundo, que o eleitor muda de ideia na hora que quer, porque para isso é livre.

Terceiro, que, novata em eleição, deve seu sucesso a fatores externos a ela: o presidente Lula, o momento econômico e a eficiência dos seus marqueteiros.

Aliás, o marketing de Dilma tem sido tão eficiente em aparar todas as arestas de sua personalidade que criou uma pessoa que nem ela deve conhecer.

O salto alto não é só dela, a bem da verdade. A síndrome das favas contadas se espalha por todo o seu entorno, cada vez mais desenvolto.

Por isso já começaram a brigar os generais de cada uma das bandas: Antonio Palocci e José Dirceu. Da última vez que brigaram, os dois caíram.

A disputa dos partidos da base de apoio pelos cargos públicos, como se fossem os despojos da guerra já vencida, é um espetáculo que informa muito sobre valores, critérios e métodos do grupo.

A desenvoltura do já ganhou é tanta que até o presidente Lula, dono da escolha autocrática de Dilma, parece meio enciumado e reclamou que já falam dele no passado. E avisou: “Ainda tenho caneta para fazer muita miséria.” A declaração inteira é reveladora: “Tem gente que fica falando aqui como se eu já tivesse ido embora, mas ainda tenho quatro meses e alguns dias de governo. Alguns falam como se eu já tivesse ido. Tem gente que se mata para ser presidente por um dia e ainda tenho quatro meses e alguns dias. Ainda tenho a caneta para fazer muita miséria nesse país.” O sentimento é um perigo.

O presidente Lula já está fazendo miséria. Atropelou o calendário eleitoral, zombou das multas na Justiça, pôs o governo que dirige para trabalhar pela sua candidata como se a máquina pública fosse um partido político.

Há uma lista enorme de misérias econômicas que o governo Lula tem feito nesse final dos tempos. Os gastos foram inchados, aumentos salariais ao funcionalismo já foram concedidos no próximo orçamento, restos a pagar se aproximam dos R$ 100 bilhões, projetos são precipitados sem análise de risco, o Tesouro vai emitir uma montanha de dívida para capitalizar a principal estatal. Enfim, o governo no finalzinho não lembra em nada o comedido início.

Aliás, a razão da briga entre os generais José Dirceu e Palocci é exatamente esse ponto: se é melhor ter uma cara de austeridade, ou continuar fazendo miséria.

O curioso da insegurança que bateu no presidente Lula é que foi ele mesmo que explicitou o clima de “fui” na campanha de Dilma Rousseff com aquele filmete do: “entrego em suas mãos.” Na sexta, Dilma disse mais: “Meu projeto político é ficar quatro anos. Na próxima eleição, digo o resto do projeto.” Então ela já começou a pensar na eleição de 2014? Mas pelos cálculos petistas, a história brasileira está decidida até 2022. É Dilma, agora. Depois, Lula em dois mandatos. Está tudo decidido para os próximos doze anos. O país teria assim um período de 20 anos de governo petista.

Quando Dilma brigou com Palocci em 2005 e disse que o projeto de zerar o déficit público era rudimentar, ela usou a conhecida expressão de Garrincha: “Falta combinar com os russos.” Agora, falta combinar com os brasileiros.

GOSTOSA

BENJAMIN STEINBRUCH

Atitude
Benjamin Steinbruch
FOLHA DE SÃO PAULO - 31/08/10


Um caso concreto ilustra a ideia que pretendo defender neste artigo. Desde setembro, cada par de calçado chinês importado pelo Brasil passou a pagar uma sobretaxa provisória de US$ 12,47. Por mais que os importadores reclamassem, essa cobrança, uma medida de proteção contra dumping, tornou-se definitiva em março e subiu para US$ 13,85.
O efeito prático dela já pode ser avaliado. As importações de calçados chineses caíram 60% de janeiro a julho em comparação com as dos primeiros sete meses de 2009. Os mais de 200 fabricantes brasileiros desses calçados agradeceram, mas a história não acabou. Os industriais nacionais têm certeza de que os fabricantes globais passaram a usar uma triangulação para burlar a norma brasileira. Como a sobretaxa só atinge o produto feito na China, cresceram as importações de outros países asiáticos: 127% no caso do Vietnã e 77% no da Indonésia. Da Malásia, que praticamente não exportava calçados para o Brasil, vieram 3 milhões de pares nos primeiros sete meses do ano.
Esse exemplo não é um caso isolado. Faz parte de um problema que precisa ser enfrentado com coragem e que atinge vários setores da indústria. Há um fato novo no momento atual da economia brasileira: nossa situação interna é excelente, o consumo está em alta (enquanto o do mundo está em baixa) e, por isso, nosso mercado virou alvo. Está sendo atacado por todos os lados.
Faz parte do jogo a disputa com fornecedores globais. Mas é preciso que os fabricantes locais possam participar em igualdade de condições. Além do câmbio prejudicial, há distorções tributárias estaduais que agravam o problema. E alguns setores da indústria local já estão com estoques elevados.
O País precisa controlar a importação de manufaturas, com tarifas antidumping e outros mecanismos que levem em conta interesses nacionais. Americanos, europeus e asiáticos fazem isso. Na semana passada, o governo dos EUA anunciou 14 medidas para punir práticas que considera ilegais por parte de fornecedores estrangeiros. Lá, não há espaço para liberalismo ingênuo.
É ilustrativo dar uma olhada na balança comercial brasileira de manufaturados. Em 2006, o País teve o último superávit nesse setor, de US$ 5 bilhões. De lá para cá, houve crescimento constante do déficit, que neste ano vai atingir US$ 60 bilhões, segundo estimativa da Fiesp.
Não dá para brincar com essa tendência, porque ela significa perda de empregos. Estudo da Fiesp indica que o impacto do déficit de manufaturados na indústria significou 1,02 milhão de empregos em 2009 e vai representar 1,56 milhão em 2010.
O Brasil, que surfou bem a crise global até agora, precisa adotar atitude desenvolvimentista, não só no incentivo à exportação, mas também no controle e na regulamentação da importação desordenada.
Essa nova atitude, que não pode ser confundida com o velho protecionismo dos anos 1980, impõe que o Brasil tenha hoje um Ministério do Desenvolvimento mais forte que o da Fazenda. A parte financeira do País está resolvida. A força que terá o Ministério do Desenvolvimento no próximo governo, seja quem for o presidente eleito, será um bom indicador do caminho a ser seguido nos próximos anos.
O novo Brasil, mais do que nunca, precisa cuidar da soberania nacional, que exige controles serenos, porém rigorosos. A compra de terras e de reservas minerais por estrangeiros, por exemplo, está nesse contexto. Os chineses estão comprando minas e grandes áreas nas novas fronteiras agrícolas. Nenhuma objeção quando as aquisições partem da iniciativa privada externa, mas tudo a contestar se elas vêm de Estados estrangeiros.
'Primitivismo estarrecedor', expressão usada por um crítico, ou ‘imaturidade estratégica', empregada por outro, seria ficar de braços cruzados e nada fazer para conter importações desordenadas ou para segurar o avanço estatizante estrangeiro. Se não queremos o Estado brasileiro controlando minas e comprando terras, muito menos podemos aceitar isso por parte de Estados estrangeiros.
Soberania não combina com as ingênuas neuroses antinacionalistas do passado, como as que também estão por traz das críticas ao Bndes. Neuroses do tempo em que os brasileiros não tinham autoestima e zombavam do próprio destino ao aceitar o rótulo de país de um futuro que nunca chegava.
Diretor-presidente da CSN, presidente do conselho de administração da empresa e primeiro vice-presidente da Fiesp