terça-feira, julho 27, 2010

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Programa contra crise alcança R$ 69 bi em financiamento 
Maria Cristina Frias

Folha de S.Paulo - 26/07/2010

Lançado em julho de 2009 para tentar conter os reflexos da crise no Brasil, o PSI (Programa de Sustentação do Investimento) desembolsou R$ 46,5 bilhões até julho deste ano, de um total de R$ 69 bilhões contratados em financiamentos a bens de capital, segundo o BNDES.
O PSI ofertou financiamento de início com juros de 4,5% ao ano e, neste ano, de 5,5% ao ano.
O volume pode contribuir para a manutenção do crescimento da taxa de investimento no país, que será divulgada em setembro, segundo Marcelo Nascimento, economista do BNDES. "Tivemos alta expressiva do investimento. Ainda não está em taxa sustentável, mas as perspectivas são de alta."
A estimativa é que os investimentos da economia brasileira cresçam a taxas próximas de 10% em média entre 2010 e 2013.
As taxas de investimento do país têm sido impulsionadas, segundo o economista, pelo consumo interno de máquinas e equipamentos.
"O consumo aparente de bens de capital, que é o principal item de investimento da economia, e a curva do desembolso do PSI têm comportamento parecido."
Desde o segundo trimestre de 2009, a FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo) cresce. No último trimestre de 2008, auge da crise, a FBCF caiu 9,7% ante igual período do ano anterior, e seguiu em queda de 12% no primeiro trimestre de 2009. A partir do lançamento do PSI, a FBCF retomou fôlego.

À PROCURA DO QUE ESTÁ ENCOBERTO
Membro de vários conselhos, dentre eles o da Nasdaq, a presidente do Council on Competitiveness, Deborah Wince-Smith, esteve no Brasil para finalizar preparativos para a 2ª Conferência de Inovação Brasil-Estados Unidos. O evento vai reunir, em setembro, em Washington, 300 líderes de empresas, governos e da comunidade científica dos dois países, para debater energia, infraestrutura e agricultura, dentre outros temas. Para Wince-Smith, dos emergentes, o Brasil é o que tem mais afinidades com os EUA, por serem "grandes produtores de alimentos, terem grandes mercados, diversidade populacional e democracia". Anos atrás, ninguém entendia seu interesse em estreitar as relações entre Brasil e EUA, conta Wince-Smith, que está ligada à Secretaria de Estado, de Hillary Clinton. "Hoje me cumprimentam por ter "estado à frente do tempo" e percebido logo oportunidades no Brasil. Aprendi a ver o que não está à vista", diz ela, arqueóloga de formação.

Clareza... Após quatro meses de análise, 20 empresas brasileiras foram contempladas com o Troféu Transparência 2010, destinado às companhias que apresentam maior transparência em suas demonstrações financeiras. A premiação é realizada pela Anefac-Fipecafi-Serasa Experian e está em sua 14ª edição.

...premiada As empresas de capital aberto com faturamento acima de R$ 8 bilhões contempladas são Souza Cruz, AmBev, Embraer, Usiminas, Vale, Cemig, CSN, Petrobras, Gerdau e Braskem. Dentre as que faturam abaixo dessa faixa estão Sabesp, Natura e BM&F Bovespa. A Albras foi premiada na categoria capital fechado.

Shoppings devem faturar 15% mais neste ano

Impulsionado pelo aumento do consumo e das vendas do comércio varejista, o faturamento do setor de shopping centers deve crescer 15% neste ano, de acordo com a consultoria Lafis.
A expansão deve continuar nos próximos anos. Para 2011 e 2012, a projeção é de crescimento de 12% e 11%, respectivamente.
A realização de parcerias com investidores estrangeiros e a abertura de capital das empresas têm impulsionado a captação de recursos para a construção de novos shoppings, de acordo com Caio Falconi, analista da Lafis.
Por outro lado, a escassez de terrenos livres nas áreas metropolitanas poderá dificultar a instalação de empreendimentos nas grandes cidades, segundo Falconi.
"Com aluguéis mais caros na região Sudeste, a expansão fora do eixo Rio-São Paulo irá se mostrar como um fator benéfico para o crescimento do setor", diz.
Nordeste e Centro-Oeste são apontadas como as regiões com forte potencial de expansão. "O avanço da agroindústria no Centro-Oeste e o crescimento da economia do Nordeste irão demandar novos empreendimentos", afirma Falconi.

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