sexta-feira, julho 02, 2010

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Café x Açúcar 
Maria Cristina Frias

Folha de S.Paulo - 02/07/2010

A região é do açúcar, mas é o café quem está fazendo a festa de 15 anos da fundação do Banco Ribeirão Preto. Em menos de três anos, o repasse do Funcafé (de apoio à cafeicultura) passou a R$ 50 milhões no banco, cuja carteira de crédito total subiu de R$ 100 milhões para R$ 280 milhões no período.

"A cana é importante, mas o café já é mais", diz Nelson Rocha Augusto, presidente do banco, que comandou a BB DTVM, a gestora do Banco do Brasil.

O Ribeirão Preto, porém, rompeu a fronteira regional e expande seus negócios para Minas, Bahia e Rio Grande do Norte.

O custo da captação total de recursos é de 100,02% do CDI, segundo Augusto. Apenas 15% vêm de grandes instituições. O restante do "funding" tem origem na própria clientela.

"Compramos dinheiro relativamente barato através de produtos específicos de captação também barata. Isso faz com que sejamos mais competitivos."
População com plano de saúde fica estagnada 
A fatia de brasileiros com planos de saúde cresceu um ponto percentual de 1998 a 2008, apesar da expansão da economia do país.

A população com plano era de 25% em 2008 ante 24% em 1998, segundo estudos preliminares do Centro de Políticas Públicas do Insper, baseado na Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE.

"É surpreendente que não tenha aumentado o número de pessoas com plano, pois a renda familiar cresceu muito nos últimos anos. Ainda estudamos os fatores que possam explicar isso", afirma Naércio Menezes, coordenador do centro e professor do Insper e da USP.

A estagnação é creditada ao custo do serviço, em alta desde a criação da ANS, em 2000. "O rol de procedimentos mínimos [da agência] encarece os planos. Nem todos podem pagar", diz

Arlindo de Almeida, presidente da Abramge (associação de medicina de grupo, com 260 operadoras de saúde).

"Em números absolutos o setor cresce, mas não espanta que seja relativamente pouco, pois segue o nível de renda do emprego formal", diz Solange Beatriz Mendes, diretora-executiva da Fenasaúde, de operadoras e seguradoras de saúde.

A ANS, porém, aponta aumento de 30% nos planos privados de 2000 a 2009, alta que as associações creditam, em grande parte, à atualização de cadastros.

A diferença das medições ocorre porque a Pnad não separa planos públicos e privados e não exclui os odontológicos, entre outros fatores, segundo a agência.

A melhora do sistema público de saúde e o envelhecimento da população podem ter contribuído para a estagnação, segundo Mônica Viegas, da UFMG. "A alta da massa salarial pode não ter sido suficiente para aumentar o acesso à saúde."
Negócios possíveisUm dos protagonistas da novela da compra da Vivo, o presidente da Portugal Telecom, Zeinal Bava, participará das discussões do Encontro Empresarial Brasil-União Europeia, marcado para o dia 14, em Brasília. Bava discute as perspectivas dos negócios entre Brasil e União Europeia. O encontro é promovido pela CNI e por sua congênere Business Europe, que representa 40 federações industriais e 20 mil empresas de 34 países.
Cresce seguro para pessoas
O mercado de seguros para pessoas cresceu 17,4% em abril deste ano em relação ao mesmo mês de 2009, alcançando R$ 1,3 bilhão.

A expansão se deve ao aumento da renda da população, segundo Marco Antônio Rossi, presidente da Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida).

Outro fator é o aumento do crédito disponível no mercado, que impulsionou os seguros prestamistas -aqueles contratados para garantir prestações em caso de morte, invalidez ou desemprego-, segundo o executivo.

A Bradesco Seguros foi a líder do mercado em abril, com 16,6%. No mesmo mês de 2009, o primeiro lugar do ranking era do Itaú.

"O Brasil tem muito espaço para crescer. Somos muito almejados por empresas estrangeiras", diz Rossi.
Remediado
A farmacêutica americana Eli Lilly se prepara para direcionar seu foco aos mercados emergentes. No Brasil, o interesse está nas classes C e D, onde a empresa criou uma área de Alianças Estratégicas para a América Latina, que começou a funcionar ontem, sob a direção de Allan Finkel. O objetivo é buscar novas parcerias e modelos de negócios, o que pode incluir, no futuro, aquisições pontuais. "Primeiro, vamos buscar acordos com empresas que queiram desenvolver produtos aproveitando nossa expertise", afirma. A companhia também estuda novas estratégias de preços.

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