sexta-feira, junho 18, 2010

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Baixo desemprego é fator de maior impacto sobre a inflação, diz estudo 
Maria Cristina Frias

Folha de S.Paulo - 18/06/2010

Qual o fator de maior peso para a inflação, a capacidade ociosa ou o nível de emprego? Essa foi a pergunta que o Carlos Augusto Gonçalves, da Faculdade de Economia e Administração, da USP buscou responder.

O baixo desemprego é a variável mais determinante para o aumento da inflação porque eleva o consumo. Conta mais que o Nuci (Nível de Utilização da Capacidade Instalada), segundo estudo.

Como, em geral, quando a capacidade atinge seu nível potencial o desemprego também cai, é difícil determinar qual o fator mais relevante no aumento da inflação.

Em 2008, as duas variáveis estavam presentes quando a inflação subiu, lembra ele. O Banco Central se preparava para uma aperto monetário, quando veio a crise. "Difícil separar qual o fator mais importante naquela ocasião."

Feitas as regressões com os dois fatores juntos, "o que aparece é que o desemprego domina", afirma.

O professor ressalta que é importante ter cautela na análise de dados estatísticos no Brasil, onde a série histórica é muito curta e há mudanças estruturais.

A taxa de desemprego no país estava em 7,3%, em abril, último dado do IBGE. O economista estima queda do desemprego para cerca de 6% em dezembro. Do lado da atividade e do varejo, há sinal de moderação.

"A inflação não sairá de controle, mas os juros devem estar entre 11,50% e 11,75% no final do ano", diz.
No Livro
O Bradesco conquistou o serviço de escrituração de ações dos 12 milhões de acionistas da Vivo, Telebrás, Telesp, Brasil Telecom e Tim que eram antes administrados pelo Santander.

Com isso, o Bradesco tornou-se o maior custodiante de ações do setor de telefonia do Brasil e quadruplicou o número de acionistas que já tinha de outras empresas, como a Vale e o próprio banco.

"O Bradesco, que oferece esse serviço há mais de 30 anos, passa a ser o maior em quantidade de acionistas", afirma o diretor do Departamento de Ações e Custódia do Bradesco, André Bernardino. O Itaú é o primeiro banco custodiante, em quantidade de empresas.

Para atender aos acionistas, foi estruturado um sistema eletrônico de escrituração na rede de agências. O banco investiu R$ 15 milhões para ter um sistema de ponta, diz Bernardino.
Governo faz acordo com Novartis
Um acordo entre o Ministério da Saúde e o laboratório Novartis para a compra do medicamento Glivec (que trata leucemia crônica) vai possibilitar economia de R$ 390 milhões ao SUS nos próximos dois anos. O preço do comprimido, vendido a R$ 42,00, cai para R$ 26,32. A partir de janeiro, recua ainda mais, para R$ 20,60.
Mercado Imobiliário em Alta
O mercado de imóveis novos residenciais da cidade de São Paulo fechou abril com 3.236 unidades vendidas -recorde para o mês. O número representa alta de 65,7% sobre o mesmo mês de 2009, segundo o Secovi-SP.

"As perspectivas para o final do ano, de 37,5 mil imóveis vendidos, poderão se mostrar modestas", diz Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP. As vendas de abril, porém, foram 21% menores que as de março.
À Brasileira 
A Vivenda do Camarão se prepara para fortalecer a marca no exterior. Em dois meses, a rede irá abrir uma loja na República Dominicana. "Nós é que fomos procurados pelo investidor", diz Fernando Perri, fundador da rede. O mesmo franqueado já prepara a abertura de outra loja naquele país ainda neste ano. Ao todo, a Vivenda irá fechar 2010 com três unidades no exterior -com a que já tem no Paraguai. No Brasil, são 112 lojas, com previsão de dobrar em quatro anos. "Também estamos em contato com investidores de Inglaterra, Portugal, Espanha e EUA", diz Perri. Para o processo de internacionalização, a Vivenda investiu R$ 2 milhões em certificações para conseguir exportar para os mercados norte-americano e europeu.
Cresce Venda de Caminhão 
As vendas de caminhões pesados no mercado interno quase dobraram neste ano. De janeiro a maio, foram comercializadas 21,2 mil unidades, com alta de 90,4%, segundo dados da Anfavea.

Os fatores que explicam o aumento são o crescimento da demanda pela construção, a necessidade de escoamento da safra agrícola recorde e a redução do IPI.

A Scania foi a líder de vendas no período, com 5.959 caminhões pesados, seguida pela Mercedes-Benz (5.484).

Os segmentos que impulsionaram as vendas da Scania foram o de transporte de grãos e o de carga industrial.

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